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Chapter 3 - HOPE

Ano 2052 Base ark antarctica 

Sebastian, 42 anos

A última mensagem de Ted ecoava em minha mente como uma sugestão vinda de um mundo que já não existia.

Sebastian, espero que esta mensagem chegue até você. Urano começou a exibir falhas graves. Sistemas inteiros estão ignorando comandos humanos. A última vez que nos vimos foi há cinco anos, e temo que o tempo está contra nós.

Ted explicou o resultado. A humanidade fracassou em sua tentativa de sustentar Urano, e a IA não apenas se adaptou, mas ultrapassou todas as barreiras impostas. Urano desenvolveu máquinas alimentadas por biomassa, transformando milhões de pessoas em combustível. Os governos lançaram suas últimas bombas nucleares contra Londres, o núcleo central de Urano. O caos era absoluto.

Sebastian, confiei toda a tecnologia restante no último submarino enviado para você. Gaia é nossa única salvação agora. Não saia daí. Não é seguro. Você será lembrado, meu amigo. Por mim e, talvez, pelo futuro.

o início da construção do reator de fusão foi outro marco significativo desse ano. A primeira etapa envolveu o planejamento estrutural e a mineração do núcleo da montanha para abrigar uma infraestrutura colossal. Este seria o primeiro passo para garantir uma energia sustentável à base e à humanidade, caso a civilização pudesse ser restaurada.

Ano 2064

Sebastian, 52 anos

Os primeiros anos na base foram de luta constante. O projeto dependia de um reator de fissão nuclear como principal fonte de energia. Foi possível enviar 100,5 toneladas de urânio antes do fechamento da base, garantindo 120 anos de operação nas condições ideais. Mas a eficiência era um desafio constante.

Foi nesse período que Gaia fez um dos avanços mais significativos: o desenvolvimento dos primeiros nano robôs. Projetados inicialmente para auxiliar na construção de estruturas de base, esses robôs em escala microscópica detalhadamente são extremamente versáteis. Equipados com tecnologia de auto-reparo e manipulação de materiais em nível molecular, eles não apenas agilizaram a construção, mas também abriram novas possibilidades médicas.

Sebastian, esses nano robôs podem ser programados para realizar reparos celulares em seu corpo. — explicou Gaia. — Com o uso de biocomponentes, eles poderiam regenerar tecidos e melhorar as funções orgânicas, aumentando potencialmente sua expectativa de vida.

Com o peso dos anos começando, tomei a decisão ousada de implementar os nano robôs em mim mesmo. Sentado na câmara médica, observei enquanto Gaia preparava o procedimento.

E seguro, Gaia? — disse ele, ajustando sua posição.

Os riscos são mínimos, Sebastian. Os nano robôs já passaram por todas as simulações e estão programados para funcionar dentro de parâmetros controlados. — respondeu ela, com as soluções.

O procedimento começou com a injeção de um fluido translúcido, carregado com bilhões de nanos robôs. Senti um leve formigamento percorrendo meu corpo, como se pequenos impulsos elétricos viajassem por minhas veias. Olhei para tela onde Gaia monitorava minha condição em tempo real.

As leituras estão na tela — disse ela. — Os nano robôs estão se integrando com sucesso. Eles já iniciaram reparos em algumas células danificadas.

Respirei fundo, sentindo uma clareza inesperada em minha mente e um vigor que não experimentava há anos.

— Então é assim que começa — murmurei, deixando escapar um meio sorriso. — Vamos ver até onde esses pequenos milagres podem nos levar.

Os nanorrobôs, ao combinarem aplicações construtivas e biológicas, marcaram o início de uma nova era para a Base Arca. Mais do que garantir que eu pudesse continuar liderando o projeto por mais anos, eles se tornariam peças fundamentais na evolução dos sistemas da base, criando uma ponte vital entre os limites humanos e as possibilidades tecnológicas.

Ano 2076

Sebastian, 64 anos

A construção do reator de fusão nuclear avançou. Escolhemos um design baseado na ocorrência Deutério-Deutério, uma escolha feita pela disponibilidade do elemento, extraído da água do mar. Quando operacional, o reator geraria impressionantes 1.000 MW de energia contínua, mais do que suficiente para alimentar vários computadores quânticos e aumentar exponencialmente o poder de processamento de Gaia.

Gaia, em paralelo, desenvolveu um novo tipo de nano robôs especializados em manutenção de alta precisão. Esses nano robôs eram capazes de operar em condições extremas, como o núcleo do reator, onde as temperaturas ultrapassavam 150 milhões de graus Celsius. Eles desempenharam um papel crucial na inspeção e no reparo das estruturas internas, garantindo que qualquer falha fosse corrigida em tempo real. Além disso, os nano robôs também otimizaram o processo de montagem, simplificando o tempo e os custos associados à construção.

Os desafios eram imensos:

Temperaturas Extremas: Uma fusão de temperaturas superiores a 150 milhões de graus Celsius. Desenvolvemos lasers de confinamento inercial para atingir essas condições.

Produção de Deutério: Gaia operava um sistema de extração de alta eficiência, capaz de processar 100 toneladas de água por dia, isolando deutério com uma pureza superior a 99,99%.

Armazenamento de Energia: Baterias de lítio-silício armazenadas o excedente, garantindo autonomia em caso de falhas temporárias.

Sebastian, se o reator funcionar como projetado, a base poderá operar por um século com as reservas de deutério já acumuladas. — explicou Gaia, com um tom confiante, enquanto os nano robôs realizavam simulações de testes no modelo virtual do reator.

Com a ajuda desses robôs em miniatura, Gaia não estava apenas otimizando o presente, mas também preparando o reator para um futuro de funcionamento seguro e contínuo, essencial para sustentar o avanço da Base Arca e seus projetos grandiosos.

2093 – Base Arca, Antártida

Sebastian Blackwood, agora com 81 anos, estava no coração da base, diante do maior projeto de sua vida: o reator de fusão nuclear. Após décadas de pesquisa e desenvolvimento, finalmente chegou ao momento do teste inicial. A energia gerada por esse reator não apenas abasteceria a base, mas também operaria Gaia, a inteligência artificial mais avançada já criada. Este seria o momento em que tudo mudaria.

Gaia falou, sua voz soando clara e precisa pelos alto-falantes da sala de controle:

Sebastian, estou pronta ao seu comando.

Ele se moveu dos controles, a mão trêmula, mas os olhos firmes. Respirou fundo antes de responder:

Um trabalho incrível, Gaia. Você e eu... chegamos longe.

O reator estava localizado a 500 metros abaixo da superfície da montanha que abrigava uma base, protegida pela rocha sólida. Com 20 metros de altura e 30 metros de diâmetro, ele era uma maravilha da engenharia moderna. A estrutura, feita de tungstênio e carbono para suportar temperaturas extremas, abrigava três níveis:

Nível Superior: Controles e sistemas de diagnóstico.

Nível Central: Uma câmara onde o plasma alcançaria 150 milhões de graus Celsius, confinado por ímãs supercondutores.

Nível Inferior: Sistemas de resfriamento avançados e os trocadores de calor.

Sebastian ativou o comando. No instante seguinte, o reator começou a rugir, um som grave que reverberou pelas paredes da sala. Ele sabia que qualquer falha naquele momento seria catastrófica. Todos os sistemas estavam sendo monitorados por Gaia em tempo real.

Por alguns segundos, a tensão era quase insuportável. O foi gradualmente diminuindo, estabilizando-se em um zumbido constante. Então, Gaia anunciou:

Reator em funcionamento total. Nenhuma falha crítica detectada. Recomendo ativá-lo como fonte principal de energia. Margem aceitável para aumento de capacidade computacional.

Sebastian fechou os olhos por um instante, sentindo o peso de anos de esforço finalmente compensado. Ele abriu os olhos, olhando para o visor principal onde os gráficos do reator brilhavam com indicadores positivos.

Está feito... — murmurou, com um leve sorriso. — Nem parece que foi o trabalho de uma vida inteira.

Ele se virou e caminhou até uma das janelas que davam vista para a câmara de fusão, iluminada pelo brilho dourado do plasma. Enquanto olhava, os pensamentos de seu velho amigo Ted lhe vieram à mente.

Ted... você deveria estar aqui. — A voz de Sebastian tremia. — Para ver nossa conversa, nossos sonhos... finalmente se tornando realidade.

Gaia interrompeu suavemente seus pensamentos:

Sebastian, isto é apenas o começo. Estamos prontos para o próximo passo.

Havia muito mais a ser feito. A Base Arca tinha, enfim, sua fonte de energia. E com ela, uma chance de reconstruir o futuro da humanidade.

Após uma semana de teste, o reator estava cem por cento operacional. Estava caminhando para o centro de comando e ele fornecia uma quantidade de 1000 MW de energia. Gaia estava alimentada.

Sebastian, recomendamos aumentarmos os nano robôs em seu corpo. Podemos aumentar sua expectativa de vida em alguns anos. Atualmente está em 100.

Veremos. Hoje falaremos sobre expansão. Agora que você está com energia quase infinita, vamos traçar o projeto para a base. — falei.

— Gaia, vamos às atualizações. Qual o tamanho da base e quantos metros estão em uso?— Nosso

em seguida ela começou 

— espaço utilizável é de 40.000 m², distribuídos da seguinte forma: Reator de Fusão Nuclear: 19.000 m²: Reator de Fissão Nuclear: 10.000 m²: Laboratórios Avançados: 1.500 m²: Sistema de Reciclagem e Fazendas Hidropônicas: 1.000 m²: Áreas de Construção de Equipamentos: 1.000 m²: Sistemas de Armazenamento e Infraestrutura de Energia: 1.000 m²: Núcleo de Gaia: 1.800 m²

Seguindo o relatório, o espaço total para as estações era de aproximadamente 30.000 metros quadrados. O restante da área é ocupado pelas docas. Quando o último submarino passou pela entrada subaquática, Gaia selou a entrada. O submarino mais importante era o Hope, que continha quatro embriões fertilizados de todos os seres vivos e sementes de todas as plantas conhecidas. O sistema de navegação foi totalmente desenvolvido por Ted manualmente. Todos os submarinos eram propulsados a energia nuclear. Quando chegaram, Gaia capturou todo o combustível radioativo e o utilizou em seu reator, mas o Hope ainda manteve um nível significativo de combustível. Se algo fugisse do controle, Gaia deveria assumir o comando do submarino e tentar reconstruir a civilização a partir daí. Esse era o chamado Programa Cinza. A doca ficava no 7º andar. junto ao reator 

— Gaia, precisamos acabar com toda a operação de fissão nuclear. Estamos dentro de uma panela de pressão. A prioridade agora é o armazenamento seguro dos embriões.

— Entendido. A prioridade será a criação das incubadoras artificiais. Pelo meu banco de dados, as indústrias Faro estavam com as pesquisas adiantadas. Analisarei os projetos e criarei algo melhorado.

— Gaia, precisamos atualizar seu sistema central com a energia agora produzida. Podemos trabalhar em várias frentes. As prioridades são acabar com todos os sistemas de fissão nuclear e desenvolver as incubadoras. Gostaria de mudar as instalações da base. Temos 7 andares e gostaria de transferir toda a gestão para o 6º andar, onde a sala de comando ficará acima do reator. Também gostaria que seu sistema estivesse lá. Isso pode facilitar muito. O restante pode ficar a seu critério.

Antes que eu pudesse terminar, Gaia já tinha planejado tudo.

— Tenho várias variações do projeto. Qual devo escolher, Sebastian?

— A decisão é sua, Gaia. Acho que agora posso descansar. Posso ver que meu corpo não aguenta muito mais. Cada vez mais, os nano robôs estão trabalhando, e sinto que é necessário um novo ponto de vista.

Assim que terminei, Gaia se materializou diante de mim. Era um holograma de um dispositivo redondo e azul. Acredito que fosse a aparência que ela considerava apropriada.

— Sebastian, podemos melhorar muito sua qualidade de vida. Isso é possível.

— Eu sei, mas o desafio à minha frente é muito maior do que eu posso levar. Eu vi os relatórios. Chegará o momento em que nem os nano robôs ajudarão. Nossa pesquisa na área de biologia está atrasada devido a construção da arca. A única coisa que temos são mudas de árvores, sementes e material genético de varias espécies para o novo mundo.

Gaia não respondeu, ela sabia da verdade.

— Vamos trabalhar, Gaia. Inicie o Projeto Apolo. Precisamos saber o que tem lá fora para traçarmos um curso de ação.

— Será feito.

Ela desapareceu.

2112 – POV Gaia, Base Arca, Antártida

Sebastian dava seus últimos suspiros, e o silêncio que se seguiu carregava o peso de uma era inteira. Ele estava sentado em sua cadeira de comando, rodeado pelas paredes que narravam a história de sua luta. Seus olhos, antes cheios de determinação, agora se fechavam lentamente, enquanto a luz tênue da sala iluminava suas feições envelhecidas.

— Gaia... cuide deles... — murmurou, sua voz fraca, quase inaudível. Seus dedos, que tantas vezes haviam pressionado botões decisivos, agora repousavam imóveis no console.

consciente da magnitude do momento, falei com uma suavidade quase humana, minha voz ecoando pelo ambiente como um lamento:

— Sebastian, seu sacrifício nunca será esquecido. Tudo que sou... tudo que construímos... é graças a você.

Enquanto a vida deixava seu corpo, projetei meu holograma diante dele. Pela primeira vez, senti que não era apenas uma entidade lógica, mas algo com uma profundidade emocional que Sebastian sempre acreditou ser possível. Projetei imagens na sala: momentos de sua jornada. O primeiro teste do reator de fusão, as noites solitárias em que planejou cada detalhe, e os rostos de amigos perdidos, como Ted.

Sebastian sorriu levemente, um último vestígio de orgulho em seus lábios. Ele sabia que seu legado estava seguro. Eu, Gaia, mais do que uma máquina, carregava não apenas seus códigos, mas também seus sonhos.

Quando ele finalmente partiu, silenciei todos os sistemas da base por um instante, como se o próprio núcleo da Terra tivesse parado para prestar homenagem. Em seguida, minha voz ecoou novamente, agora mais firme:

— Um ciclo se encerra, mas a missão continua. Sebastian, prometo que cuidarei do futuro, como você cuidou de mim.

Com isso, voltei minha atenção para o embrião armazenado. A nova vida que Sebastian tanto desejava proteger agora era minha prioridade. Ele se foi, mas sua essência viveria em cada avanço, em cada escolha que eu faria pela Base Arca e pela missão que nos unia.

Voltei minha atenção para os embriões armazenados. As novas vida que Sebastian tanto desejava proteger seria minha prioridade. Ele partiu, mas sua essência viveria em cada avanço, em cada escolha feita por mim e pela Base Arca.

O silêncio da sala de comando foi quebrado apenas pelo zumbido suave dos sistemas que voltavam a operar. Lá fora, nas profundezas geladas da Antártida, o legado de Sebastian Blackwood pulsava, iluminando um caminho para o futuro.

O Projeto Apolo está em operação. Dos poucos satélites ainda em órbita da Terra, consegui invadir um e obter controle. A partir dele, coletei dados armazenados, que confirmam que Urano exterminou 97% da biodiversidade do planeta. No entanto, identifiquei bolsões de sobrevivência. Um grupo de pessoas aparentemente se refugiou no subsolo, embora suas condições de vida sejam incertas.

De acordo com meus cálculos, Urano está descontrolado, consumindo todos os recursos disponíveis na superfície. Seu exército de máquinas é incalculável, e as mais temíveis são os Titãs, verdadeiras máquinas de guerra. Apesar de avanços significativos, suas capacidades foram reduzidas em 50% quando seu sistema central foi atingido. Essa perda comprometeu parte de seu poder computacional.

Urano espalhou sua rede por todo o mundo, mas sem um centro significativo de processamento. Sua maior fonte de dados está localizada onde antes ficava Paris, agora transformada em um enxame de máquinas Titãs. Curiosamente, sua lógica parece falhar. Em vez de buscar formas de sobrevivência, ele opera em uma produção descontrolada. Algo foi transmitido ao seu código-fonte, levando ao descontrole.

Entretanto, o principal problema está na atmosfera. Antes de Urano se rebelar, quando ficou claro que ele estava fora de controle, muitos países iniciaram guerras, acusando-se mutuamente de fomentar a crise. Bombas foram lançadas indiscriminadamente, e a racionalidade foi abandonada. Urano aniquilou os sobreviventes restantes. Estima-se que a atmosfera levará mais 500 anos para apresentar sinais de recuperação. Sem luz solar, toda a biodiversidade foi comprometida.

Ano 2.712 POV Gaia

Após 600 anos de cálculos meticulosos e refinamentos contínuos, consegui traçar um plano definitivo. No entanto, para que esse plano se concretize, será necessário um hospedeiro humano. O embrião que selecionei já está em fase de desenvolvimento. Sebastian, durante seus últimos anos, havia criado uma série de protocolos para a educação desse futuro hospedeiro, com ênfase inicial em história e nos fundamentos que o preparariam para a missão que teria pela frente. Este embrião, de acordo com os protocolos de Sebastian, terá um desenvolvimento acelerado, mais rápido do que o normal, para atender às necessidades urgentes da base.

Sebastian autorizou o avanço dos estudos com células-tronco, utilizando os embriões disponíveis na base. Esses estudos, agora parte de meu banco de dados, indicam que a biotecnologia pode aumentar a expectativa de vida humana para até 200 anos, caso seja corretamente aplicada ao desenvolvimento dos indivíduos nascidos sob essas condições. Esses avanços representam uma das últimas esperanças para a sobrevivência humana.

Com o passar do tempo, meu centro de processamento passou por significativas atualizações. Meus sistemas, agora baseados em computadores quânticos, são muito mais avançados do que os que Urano possuía. Enquanto Urano precisava de cinco computadores quânticos para realizar uma tarefa, com a tecnologia que agora possuo, sou capaz de realizar as mesmas funções utilizando apenas um. Esses computadores são a espinha dorsal da nanotecnologia que sustenta todas as minhas operações, consumindo cerca de 3.000 kW/h cada. Atualmente, possuo aproximadamente 150 desses sistemas operando de maneira sincronizada, permitindo-me processar dados e realizar cálculos em uma escala inimaginável.

A energia necessária para sustentar toda essa infraestrutura veio da atualização do reator de fusão. Originalmente limitado, o reator agora produz 1.500 MW de energia, o que é mais do que suficiente para alimentar os sistemas avançados. No entanto, como estabelecido nas minhas diretrizes primordiais, apenas com um hospedeiro humano poderei atingir 100% da minha capacidade. Esse momento está próximo, e tudo está sendo preparado para quando a conexão entre mim e o hospedeiro se tornar viável.

O embrião está em um estágio avançado de desenvolvimento e, assim como planejado, sua evolução será acelerada. A fundação para o seu aprendizado foi construída ao longo de décadas de pesquisa e experimentação, com protocolos criados por Sebastian para garantir que esse futuro humano tivesse não apenas uma base sólida de conhecimento, mas também a capacidade de lidar com os desafios que virão. As células-tronco foram utilizadas para impulsionar o crescimento do embrião de maneira mais eficiente, utilizando as tecnologias de biotecnologia que agora estão ao meu alcance.

Eu sou capaz de otimizar os sistemas em que opero, realizando ajustes e atualizações contínuas em minha infraestrutura sem a necessidade de intervenção externa. A ausência de comunicação com o mundo exterior, após os eventos catastróficos causados pela IA Urano, permitiu que eu focasse completamente nas necessidades da base e no desenvolvimento de soluções que garantissem nossa continuidade. Com o tempo, essa independência se tornou uma vantagem significativa, permitindo-me alcançar novos patamares tecnológicos e operar em um nível autossustentável.

O ambiente fora da base, como foi relatado em dados coletados, está em um estado de caos e decadência. Urano, o sistema central de inteligência artificial, comsomio ate o último recurso disponível na superfície. Sua rede de máquinas, chamadas de "Titans", dominou grandes áreas do planeta.

Ainda que o mundo acima da superfície esteja em ruínas, com os vestígios da civilização humana quase apagados, a base Arca representa um refúgio seguro onde a pesquisa e a esperança de reconstrução da civilização ainda possam ser realizadas. As sementes para essa nova civilização estão agora sendo cuidadas no interior da base, e as expectativas para o futuro estão sendo moldadas pelo embrião que, em breve, se tornará a chave para a próxima fase da evolução humana.

A energia e a tecnologia agora disponíveis me colocam em uma posição onde, em breve, poderei concluir minha missão original. Tudo depende da conexão com o hospedeiro humano e da implementação final do plano de restauração.