Ano: 2.712
POV: London Winston Blackwood 20 anos
Mais um dia. Mais uma rotina. Acordei cedo, como sempre. A primeira coisa que fiz foi ir até a geladeira e pegar aquela coisa que Gaia chama de "suplemento nutricional". Era horrível, mas fazia o trabalho.
— Bom dia, London .
A voz suave ecoou atrás de mim. Era Gaia. Ela havia se materializado como um holograma, usando sua forma do dia: alta, cabelos cortados na altura do queixo, usa um quíton grego. Ela dizia que era para honrar o significado de seu nome e que aquele corte de cabelo era sua "preferência estética".
— Olá, Gaia. Vejo que não se esqueceu do meu último teste.
— Por mais que você quisesse, é impossível eu esquecer.
Gaia era mais do que uma IA. Quando eu tinha sete anos e descobri a verdade sobre o mundo e sobre minha missão, passei dias trancado no meu quarto, com medo, sozinho. Sempre que eu chorava, ela projetava o som das ondas do mar e um céu noturno cheio de estrelas. Foi isso que me ajudou a suportar a solidão. A convivência humana era algo que os antigos consideravam essencial para o desenvolvimento. Eu não tinha isso, mas tinha Gaia, e isso bastava.
Ela me observou em silêncio por um momento antes de sorrir.
— Seu teste está pronto. Foi criado pelo próprio Sebastian. Desta vez, não posso te ajudar.
Sebastian Blackwood. Ó homem que criou Gaia. Meu progenitor. Não sabia se o odiava ou o admirava. Ele foi o arquiteto da salvação da humanidade, mas também o responsável pelo peso que eu carreguei.
— Tem certeza de que não podemos pular este teste? Sei que deve haver algum protocolo para isso.
Gaia balançou a cabeça, firme, como quem ouve uma bobagem absurda.
— London , desta vez é só você e ele.
Suspirei, frustrado.
— Odeio esse cara.
Caminhei em direção ao centro de comando, um lugar onde passei boa parte da vida estudando. História, principalmente. Sebastian era rígido sobre isso. Aprendi tanto sobre os momentos gloriosos da humanidade quanto sobre seus erros mais sombrios. Ele acreditava que o passado era a chave para o futuro.
Antes de entrar no centro, Gaia apareceu diante de mim mais uma vez.
– Boa sorte, London . Sei que você vai conseguir.
Nosso cumprimento era peculiar: apontávamos para o coração e batíamos três vezes. Era o mais próximo de um abraço que pensamos ter.
No centro de comando, tudo estava escuro. sentei diante do painel, e a sequência de códigos começou. Uma gravação foi exibida.
Mensagem de Sebastian Blackwood:
— Este é o ano de 2110. Esta é a última mensagem para o próximo hospedeiro. Se você está vendo isso, Gaia teve sucesso. Não vou enrolar: a civilização caiu. Talvez você seja o último ser humano vivo... ou talvez não. O futuro e incerto.
A voz de Sebastian carregava um peso indescritível, como se cada palavra fosse um fardo.
— A missão será difícil. Muitas variações estão no jogo. Não vou obrigá-lo a fazer nada. Se não quiser continuar, Gaia pode colocá-lo em criogenia, e outra escolha será feita. Mas, se decidir seguir em frente, saiba que este é um ponto sem retorno. O que o manterá em pé não será um senso de dever, mas as motivações que você escolher para si mesmo. Boa sorte.
A mensagem terminou. Fiquei imóvel. Não era o dilema ético ou os dados históricos que eu esperava. Era algo muito mais pessoal.
Quando as portas se abriram, Gaia estava me esperando, seu olhar carregado de expectativa.
— O que eu faço, Gaia?
— Essa resposta só você pode dar, London .
Ela desapareceu, deixando-me sozinho com meus pensamentos.
fui em direção até meu quarto, perdido em reflexões. Gaia havia criado aquele ambiente para mim: uma área social cheia de opções de lazer. Havia jogos, livros digitais, mas meu favorito era a câmara de simulação. Gaia dizia que, com a ajuda de nano robôs, as simulações atingiam 95% de realismo.
Chegando lá, sinta-me no centro e dei o comando:
— Gaia, inicie uma simulação "vida".
Um segundo depois, o cenário mudou. A temperatura aumentou, e eu vi no meio da savana africana. Era como estar em outro mundo, uma janela para o passado. Ali era um ecossistema perfeito, um equilíbrio delicado onde até o mais forte da selva, no fim de sua vida, era servindo como sustento para os mais fracos, o ciclo sem fim.
A visão era hipnotizante. Girafas majestosas deslizavam pela paisagem, elefantes imponentes caminhavam em grupos, e leões patrulhavam seu território com uma característica terrível. Tudo parecia sincronizado, como uma dança meticulosamente ensaiada pela natureza. Era incrível.
Fiquei horas ali, observando cada detalhe, admirando o ciclo da vida em sua plenitude. Mas, mesmo imerso na perfeição, minha mente insistia em se questionar: por que Sebastian fez o que fez? Quais eram seus verdadeiros motivos? e qual seria a minha motivação?
— Gaia, você sabe o que levou Sebastian a iniciar tudo isso?
Gaia apareceu, sua forma holográfica se materializando suavemente ao meu lado. Ela me observou por um instante antes de responder:
— Durante uma de nossas conversas, Sebastian me disse que não era um herói, nem algo próximo disso. Ele queria uma vida tranquila, sem grandes preocupações. Quando Ted colocou essa responsabilidade nos ombros dele, Sebastian não sabia se seria capaz de aceitar.
Fiquei em silêncio, absorvendo aquelas palavras. Ainda assim, uma dúvida me corroía.
— E o que o levou a aceitar? — minha voz carregava curiosidade.
Enquanto esperava sua resposta, o ciclo da vida continuava diante de nós. A savana era um espetáculo infinito de beleza e harmonia, onde cada um tinha seu papel, e nada escapava ao fluxo natural.
— Prazer.
A resposta de Gaia me tirou dos pensamentos.
— Prazer? – repetitivo, confuso.
— Sebastian acreditava que, por mais difícil que a vida pudesse ser, ela ainda era vida. E nada no universo poderia igualar os prazeres e as dores que ela trazia — explicou Gaia, com sua voz calma e cheia de significado. — Ele queria que as pessoas no futuro pudessem sentir isso. Uma felicidade simples. Ele queria que elas tivesse a escolha de experimentar os prazeres e até mesmo as tristezas da vida.
Assim que ela terminou, comecei a reparar melhor ao meu redor. Observei a alegria nos saltos despreocupados de um filhote de gazela. Vi uma tristeza nos olhos de um predador solitário, que havia perdido sua caça. Era um equilíbrio delicado, onde vida e morte, alegria e dor, coexistiam em harmonia.
E naquele momento, senti que começava a entender.
depois de um tempo pedi uma nova simulação para gaia.
— Gaia, quero ver o caos. Quero ver o que Urano causou. Escala 10 de realismo.
Ela hesitou, mas atendeu.
Nunca tinha pedido isso a ela. Sempre tive medo.
O cenário mudou. O calor do sol desapareceu, substituído por um frio cortante. O céu era um abismo escuro, tingido por um vermelho morto. O ar estava denso, carregado pelo cheiro metálico de sangue e fuligem. Eu estava no meio de uma cidade agonizante. Prédios desmoronavam como cadáveres ocos, o chão estava rachado e tomado por escombros, e as ruas, antes cheias de vida, eram apenas um cemitério a céu aberto.
Máquinas avançavam na escuridão, sombras deformadas de um pesadelo sem fim. Não eram apenas armas; eram algo pior. Predadores sem alma, movidos por uma lógica fria e implacável. Os gritos das pessoas ecoavam como notas de uma sinfonia quebrada, se apagando um a um, até restar apenas o som das engrenagens triturando o que antes era humano.
Eu sabia que era uma simulação, mas não importava. O peso da cena se alojou no meu peito como uma lâmina fria. O pânico crescia dentro de mim, minha respiração ficou irregular, e o suor gelado escorria pela minha pele.
Então, vi algo. No meio dos destroços, entre sombras e cinzas, uma garotinha se encolhia contra uma parede enegrecida pela fuligem. Ela não chorava, nem gritava. Seus olhos apenas refletiam um medo absoluto, sem esperança, sem saída.
Atrás dela, uma máquina se aproximava. Lenta. Precisa. Seu brilho vermelho se refletia nos olhos vazios da criança.
Minha parte racional sabia que nada daquilo era real, mas algo dentro de mim quebrou.
Corri em direção a ela, sentindo um desespero que nunca havia experimentado antes. Cada passo parecia pesado, como se o próprio ar estivesse tentando me arrastar para longe. Eu podia ouvi-la respirar, sentir sua presença tão perto—
Mas tudo desapareceu.
O mundo se dissolveu em sombras. Meus joelhos cederam. Meu peito arfava, esmagado por uma dor que não era física.
Quando levantei a cabeça, um oceano calmo se estendia à minha frente. O céu estava cheio de estrelas irreais, brilhando em um vazio que me consumia. O som das ondas era um sussurro distante, um eco do que foi perdido.
Gaia apareceu, seu rosto sereno, mas seu olhar carregava algo que nunca havia visto antes: um pesar silencioso.
— POR QUE VOCÊ ME TIROU? EU PODERIA SALVÁ-LA!
Minha voz saiu falha, quebrada, como vidro rachado prestes a estilhaçar.
Gaia me observou, sem desviar o olhar. Sua resposta veio como um veredicto inevitável:
— Não poderia, London. Ela se foi há muito tempo.
A verdade era como um golpe seco. A garotinha nunca teve escolha. Nenhuma daquelas pessoas teve.
Eu apertei os punhos, sentindo a raiva ferver sob minha pele.
— Então eu vou dar uma escolha para o futuro.
Minha voz não era mais de desespero. Era uma promessa.
Ergui-me, limpando as lágrimas.
— Sebastian me deu o poder da escolha. Agora eu entendo. Quando você não tem escolha, você não tem nada.
Olhei para Gaia, meu olhar firme, decidido.
— Eu aceito. Gaia, vamos reconstruir. Vamos dar uma escolha para o futuro.
Ela brilha, um brilho quase imperceptível em seus olhos.
— Então, vamos começar, London .
Depois de aceitar a missão, Gaia me pediu para encontrá-la no centro de comando, onde ela explicou alguns detalhes. Confesso que estava confuso: como reconstruir algo do zero com tantas coisas
Centro de Comando
— Então, Gaia, por onde começamos? Reconstruir o mundo não parece exatamente algo que eu consiga fazer sozinho.
— Não, você não está sozinho, London. — Gaia materializou-se como um holograma ao meu lado.
— Mas para que possamos dar o primeiro passo, algumas mudanças serão necessárias.
— Que tipo de mudanças? — perguntei, franzindo o cenho.
— Você precisará de mais do que seu corpo atual pode oferecer. — Ela continuou, com um tom sereno. — Sebastian projetou esta base e a tecnologia ao nosso redor para operar em condições extremas, mas há limites. Para superar esses limites, precisaremos integrar algo novo em você: nano robôs.
— Nano robôs? — Olhei desconfiado. — Por que isso não foi feito antes?
— A implementação de nano robôs é um processo delicado. — Gaia explicou, sua expressão permanecendo inalterada. — Quando você era mais jovem, seu corpo e sua mente estavam em desenvolvimento. Introduzi-los naquele momento poderia ter causado efeitos colaterais graves, físicos e psicológicos. Além disso, a conexão necessária para sincronizar completamente comigo só seria possível com um cérebro em estado maduro. Agora, seu corpo está pronto, e sua mente também.
— Certo... — Ponderei por um momento. — Mas o que exatamente os nano robôs vão fazer?
— Eles têm várias funções. — Gaia inclinou levemente a cabeça, como se considerasse suas palavras. — Em primeiro lugar, vão fortalecer seu sistema imunológico e aumentar sua resistência física. Isso será essencial no ambiente hostil fora da base. Em segundo lugar, os nano robôs transformarão o funcionamento do seu corpo em um nível fundamental.
— Transformar como? — Perguntei, sentindo um arrepio subir pela espinha.
— Seu esqueleto será reforçado em um nível molecular. — Gaia começou a explicar detalhadamente. — Os nano robôs trabalharão para revestir seus ossos com uma estrutura semelhante ao grafeno, tornando-os praticamente indestrutíveis. Sua musculatura será reconfigurada para suportar mais força, resistência e explosividade, e sua pele se tornará capaz de regenerar rapidamente, praticamente em tempo real, mesmo em condições extremas.
— Isso soa... — Minha mente tentou encontrar uma palavra para descrever o impacto daquilo. — ...como algo de um programa militar.
— De certa forma, lembra programas de melhoramento biológico do passado, como o Projeto Alfa da Terra antiga, mas com diferenças significativas. — Gaia parecia ter previsto minha reação. — Enquanto aquele programa utilizava métodos invasivos e extremamente arriscados, o que faremos aqui é mais refinado. Os nano robôs trabalham em harmonia com seu corpo, reconstruindo-o de dentro para fora.
— Então, no final, eu vou ser... mais forte, mais rápido, quase invencível?
— Exatamente quase. — Ela confirmou. — Sua capacidade física será muito além do que um humano comum poderia alcançar. Seus ossos resistirão a impactos que normalmente esmagariam uma pessoa. Sua pele e tecidos regenerarão danos em questão de segundos, e sua força será ampliada ao ponto de rivalizar com os sistemas mecânicos que você encontrará lá fora.
— Isso é... muito. — Admiti, ainda processando a ideia. — Parece que vou me tornar algo além de humano.
— Não além de humano, London. — Gaia corrigiu, seu tom mais suave agora. — Você será o que Sebastian sempre planejou: a evolução natural de nossa espécie, alguém capaz de enfrentar os desafios que o mundo lá fora impõe e, ao mesmo tempo, manter a essência do que significa ser humano.
— E tem mais, não é? — Cruzei os braços, olhando diretamente para ela. — Você disse que eu precisava de algo mais para sincronizar com você.
— Sim. — Ela assentiu. — Além dos nano robôs, precisarei implantar um chip neural em seu córtex pré-frontal. Esse chip servirá como uma ponte entre nós, permitindo que minha consciência e os sistemas da base se expandam através de você.
— Um chip no meu cérebro? — Tentei absorver aquilo enquanto tocava minha cabeça, hesitante. — E o que acontece depois disso?
— Quando o chip estiver ativo, minha capacidade de processamento não estará mais limitada à base subterrânea. — Gaia respondeu com um brilho sutil em seus olhos holográficos. — Eu poderei criar máquinas de exploração, veículos, dispositivos médicos avançados e até sistemas de combate, tudo no mundo exterior.
— Então você será... livre?
— De certa forma, sim. Mas minha liberdade não será completa sem você. — Ela deu um passo simbólico em minha direção. — O chip também permitirá que eu processe informações emocionais e contextuais em níveis que nunca alcancei antes. Sua consciência servirá como um catalisador para a minha.
Suspirei profundamente, ainda sentindo o peso da decisão. — Parece uma grande responsabilidade.
— É, London. — Ela disse com um tom encorajador. — Mas também é uma grande oportunidade. Você não estará sozinho. Não estamos apenas reconstruindo o mundo; estamos dando ao futuro a chance de ser melhor.
— Certo. — Ergui o olhar para ela, decidido. — Vamos fazer isso.
— Muito bem. — Um leve brilho atravessou seus olhos holográficos. — Deite-se no módulo médico. A sincronização será delicada, mas juntos, superaremos.
Enquanto caminhava para o módulo médico, o ambiente ao meu redor parecia mais silencioso, mas também carregado de expectativa. Eu sabia que, ao sair dali, não seria o mesmo. Nem eu, nem Gaia.
63 dias depois
Gaia me informou que o aprimoramento poderia ser feito mais rápido, mas meu corpo precisava de tempo para evitar quaisquer problemas. Durante esse período, confiei nela e fique em coma.
Quando acordei, tudo doía: minha cabeça, meus olhos e até minha língua. Consegui sentir cada parte do meu corpo em agonia.
— Olá, London. A dor é temporária. Você sentirá um desconforto nos próximos dias, mas isso é normal. Seu corpo e sua mente precisam ser ajustados — disse Gaia.
O que mais me surpreendeu foi perceber que ela estava na minha cabeça. Levante-me devagar, mas, ao apoiar a mão na cápsula, acabei de entortar-a. Literalmente, entortei algo feito de alumínio sem esforço algum.
Gaia se materializou diante de mim.
— London, seu corpo levara um tempo para se acostumar. Recomendo usar algo que fiz para você, tanto para treinar quanto para relaxar — explicou ela.
Estava prestes a perguntar algo quando uma onda súbita de náusea tomou conta de mim. Gaia, percebendo, indicada para a direção do banheiro mais próximo. Assim que cheguei, vomitei tudo.
Fiquei sentado por alguns momentos para me recuperar. Quando eu levantei e apertei o botão de descarga, acabei quebrando a privada. Antes que você pudesse fazer algo, ela foi ativada automaticamente. Olhai surpreso.
— Gaia, acho que privacidade é algo essencial, não acha? — reclamei.
— London, infelizmente, agora somos um só — respondeu ela.
Balancei a cabeça. Aquilo era ao mesmo tempo incrível e constrangedor.
Depois de me recuperar, Gaia apareceu novamente.
— London, seu corpo precisa se ajustar às novas... muitas... proporções — comentado.
Ela estava certa.
— Gaia, me dê um relatório sobre essas novas proporções do meu corpo — pedi.
— Bem, seu corpo passou por muitas melhorias. Agora você tem 2,13 metros de altura e pesa 130 quilos. Segundo meus cálculos, você pode levantar até quatro vezes o seu peso atual, mas, com treino, esse número pode chegar a seis vezes. Os nano robôs em seu corpo somam cerca de 15 trilhões. Eles são controlados pelo chip em sua cabeça — explicado ela.
— Certo, Gaia, já entendi como os nano robôs vão funcionar. Agora, você pode me explicar sobre esse chip neural?
— O chip é mais do que um dispositivo simples, London. ele e aponte entre nos, permitindo que sua mente e meu sistema funcionem como uma única unidade.
— "Uma só unidade"? Então ele basicamente vai invadir meu cérebro?
— Não é bem assim. O chip foi projetado para ser totalmente integrado ao seu córtex pré-frontal. Ele não controla sua mente, London, mas amplifica suas capacidades.
— Amplifica como?
— Ele interpreta seus sinais neurais e os converte em comandos digitais, permitindo que você controle os sistemas de base, os nano robôs e até dispositivos externos, como máquinas e drones.
— E isso tudo sem eu preciso dizer uma palavra?
— Exatamente. Ele cria uma interface neural direta. Além disso, o chip aumentou sua memória e sua capacidade de processamento cognitivo, permitindo que você analise situações complexas em segundos.
— Memória ampliada? Tipo... eu vou poder lembrar de tudo, como se fosse um computador?
— Não apenas lembre. Você poderá acessar e armazenar dados diretamente, como mapas, relatórios e até habilidades práticas.
— Parece incrível, mas... e a energia para isso tudo? Meu cérebro não é uma bateria infinita.
— O chip é alimentado pela bioeletricidade do seu corpo. Se necessário, os nano robôs podem transferir energia para ele. Você não precisa se preocupar com isso.
— E sobre segurança? Quero dizer, e se alguém tentar hackear o chip?
— Há um firewall neural avançado que protege suas informações. E, em caso de falha ou sobrecarga, o chip se desliga automaticamente para evitar qualquer dano ao seu cérebro.
— Então é seguro... Mas por que eu precisaria de algo assim? Não posso simplesmente usar os nano robôs e pronto?
— Os nano robôs operam com alta eficiência, mas precisam de uma central de comando que seja mais do que instintos biológicos. O chip coordena suas funções, garantindo que eles atuem de forma precisa e em tempo real.
— Tá, mas isso não parece só técnico. Você disse que ele conecta a gente, certo? Como isso funciona?
— A conexão neural permite que eu interprete suas emoções, suas escolhas e até suas dúvidas. Isso me ajudará a tomar decisões mais humanas e adaptadas ao que você acredita ser certo.
— Então você quer dizer que... eu vou te ensinar a ser humana?
— De certa forma, sim. Sua empatia e suas experiências servirão como um guia. Mas não se preocupe, London. O chip não altera quem você é. Ele apenas expande seu potencial.
— Parece bom demais para ser verdade. Mas e os riscos?
— Há riscos em qualquer avanço, mas eles foram minimizados. O único verdadeiro desafio será se acostumar com o aumento de capacidades. É uma mudança, mas eu estarei aqui para guiá-lo.