_ eii _ eu sabia quem era, mas decidi fingir que não escutei e andei rápido.
_ Suhh não adianta fugir, não tem a possibilidade de deixarmos você voltar sozinha para casa_ Gustavo disse já me acompanhando.
_ obrigada mesmo, mas eu falei sério quando disse que não precisava _ respondi.
_A pequena Suh, você não entende que não podemos ver você se colocando em perigo _ ele fala com tranquilidade.
_ Aliás, porque você está me chamando de Suh?_ falei já cansada e ele ri
_ tô tentando ajudar um amigo, já cutucou a onça com vara curta? Pois é _ ele fala com um tom brincalhão.
_ você é estranho _ digo fazendo careta sem entender, Gustavo riu.
_ não importa pequena Suh, se você não vier conosco vamos dirigir devagarinho atrás de você _ ele diz vitorioso.
_ ok, mas eu ainda vou ficar com a discagem rápida do celular pronta para qualquer coisa digo com um tom brincalhão, apertando os olhos para ele.
_ a pequena Suh a única pessoa que está se colocando em perigo sou eu _ ele diz andando rápido cortando a conversa saindo em direção a o carro.
Quando chegamos no estacionamento meu coração tenta sair pela boca, então vou andar de carro sozinha com homens estranhos, como vou fugir dessa.
_ Felipe vai para casa com o Gustavo que eu a levo no carro_ Pedro fala olhando para mim, meu coração acelera outra vez, não posso negar o quanto ele é bonito e charmoso, fiquei até sem jeito de responder a ele, me senti até um pouco grata mais aí lembrei que ele me viu olhando para ele mais cedo, será que ele pensa que tô sendo atirada?
_ Gustavo você me ofereceu a carona, não pode ir com a gente _ digo nervosa, mas eu escutei um pequeno grunhido saindo da garganta do Pedro.
_ não se preocupe pequena Suh, o Pedro te protege melhor que ninguém _ ele diz dando alguns tapinhas no ombro do Pedro.
_ não quero incomodar _ digo baixo evitando contato visual com o Pedro.
_ viu Pedro você tá assustando a menina com essa cara, prazer Suelen eu sou o Felipe, relaxa tá, somos de boa o Pedro vai amar te dá uma carona, agora vamos Gustavo antes que você perca a cabeça.
Sem mais aviso eles sobem em uma moto e eu aceso um tchau, entro no bando do carona na frente sem conseguir pensar em alguma coisa para falar, Pedro parece ter relaxado e já saber o caminha da minha casa, andamos cinco minutos em silêncio no carro até que ele decidiu falar.
_ não precisa ficar assim parece nervosa _ ele diz com um sorriso de lado, com um tom casual que eu ainda não tinha escutado.
_ é porque não precisava mesmo, não queria incomodar, sempre andei até minha casa sozinha quando estudava de dia _ digo envergonhada.
_ a noite esconde perigos que nem sempre você poderá enfrentar sozinha, olha não me entenda mal, está sendo um prazer te dá uma carona hoje e sempre que precisar _ ele diz com gentileza
Lembrei que no referido tinha uma menina morena oferecendo alguma coisa para ele experimentar, dando comida na boca dele, sei que não tenho o direito, mas essa lembrança me deu uma pontada na barriga, não posso negar que me sinto atraída por sua personalidade misteriosa e sua beleza que era quase surreal, mas isso não justifica meu desapontamento, afinal nunca teremos nada.
_ sua namorada não vai gostar _ digo sem pensar acabo, me arrependendo em seguida, ele fez uma careta fofa.
_ não se preocupe com isso princesa, só tenho olhos pra você_ ele diz piscando para mim, meu coração parou como ele pode dizer uma coisa dessas, tenho certeza que corei da cabeça aos pés, não consegui dizer nada, como sou patética.
_ chegamos _ ele diz se esticando e abrindo a porta do carro.
_ olha, podemos ser amigos se quiser, mais sem gracinhas, não sou esse tipo de garota _ digo seca
_já está me dispensando?! assim você me magoa princesa, até amanhã, te espero na porta da sua sala _ ele diz quando eu saio do carro.
Então eu fiquei lá igual uma pimenta, sem saber o que dizer, patética, porque sou assim? Pergunto a mim mesmo coçando meu cabelos, queria nunca mais olhar para a cara dele de tanta vergonha, mas temo que será impossível.
Hoje consegui tomar café com minha vó, fiquei muito feliz com isso, mas não consegui resolver um problema no estágio, estou um pouco frustrada, não tive tempo nem de parar para comer, fora que as aulas de hoje são chatas. Não fui para o refeitório, fiquei na sala mesmo para evitar encontrar certo deus grego que está tentando me deixar constrangida, ele deve saber que me sinto atraída por ele e tá zoando minha cara, então fiquei na sala li um livro e comi um bolinho daquele infantil e tomei uma coca, sim terrível, eu sei, me julguem.
Quando saí da sala tive esperança de não vê-lo, mas foi impossível, assim que sai da sala vi ele do lado direito do corredor apoiado na parede, peguei a saída pelo outro corredor para tentar evitá-lo mais foi inútil.
_ promessa é dívida princesa _ ele disse se aproximando do meu ouvido e eu me assustei.
_ja falei que isso não é necessário, posso andar sozinha _ digo.
_a sim claro, não quero nem lembrar o'que aconteceu na terça, não sei o'que teria feito se ele tivesse machucado você _ ele diz com uma voz áspera, me seguindo pela saída de pedestre da faculdade.
_ onde está seus amigos _ mudo de assunto.
_ dispensei, agora você vai me deixar te levar ou vou ter que te acompanhar a pé e depois voltar para pegar meu carro?_ Como ele pode dizer uma coisa dessas eu penso chateada.
_ você venceu _ digo cansada e ele sorri, meu estômago embrulha e eu reviro os olhos, eu tô ferrada.
Passamos o caminho em silêncio, alguma coisa nele me faz querer sua presença, gosto de ficar com ele, sei que não deve me iludir, e por mais que eu queira negar, apesar do constrangimento, sinto até uma leve pontada de decepção quando chego em casa e isso não é bom, rápido de mais.
Tento explicar que amanhã não vou voltar com ele, ele simplesmente leva como uma desculpa esfarrapada e vai embora, bom então quer me espera até no sábado de manhã, pode ser que assim eu consiga me livrar dele.