Oliver está caminhando em direção ao seu quarto, sua mente confusa, pensando em várias formas de proteção
Encarando seu braço que não é mais humano, o sorriso do detetive nem dá sinal
Após alguns minutos de caminhada pelo castelo do reino, finalmente chega a seu quarto, mas se depara com alguém.
Oliver — O que foi?
Noctarion — Tenho perguntas.
Oliver — Certo... Entra e se senta ai.
Oliver abre a janela de seu quarto, percebendo mais uma vez a enorme lua vermelha no céu.
Oliver — E então?
Noctarion — Como as construções voltaram? Como você ganhou de seres que podem ver o futuro? E o que caralhos aconteceu com seu braço?
Oliver — Tantas perguntas e você realmente esperou meses pra isso?
Noctarion — Sim.
Oliver — Tá... Vou ser rápido então... Quando eu Deus me chamou pra bater um papo, uma das coisas que eu pedi pra ele, foi arrumar as construções.
Noctarion — E ele aceitou? Facilmente?
Oliver — Por algum motivo, a raça humana para ele é o ápice da criação... E como foi uma criança perfeita pedindo, acho que para ele não faz importância.
Noctarion — Ápice da criação?
Oliver — É... Eu não sei o que isso quer dizer, mas não é algo que não estou dando importância.
Noctarion — Entendo... E como derrotou os guardiões? Eu sei como as meninas ganharam por conta das habilidades, mas como você tava conseguindo burlar isso?
Oliver — Pelo o que eu consegui analisar, eles focam nas possibilidades do adversário mais problemático.
Noctarion — Vendo inumeras futuros, onde você faz inúmeros movimentos.
Oliver — Exatamente, tudo que eu fiz foi sobrecarregar minha mente, pensando em mais possibilidades, assim cansando deles.
Noctarion — Tem certeza disso?
Oliver — Claro que não... Não passa de uma teoria, não tem como eu confirmar, ainda.
Noctarion — Ainda?
Oliver — Deus apenas deu uma pequena pausa, tenho certeza que em algum momento, ele irá mandar uma cavalaria mais forte dessa vez, então vou tentar fazer experimentos com algum deles.
O rei dragão se assusta por um breve momento, mas logo assume sua postura novamente.
Oliver — Ou talvez eu só coma o Éter e estude mais a fundo suas prioridades.
Noctarion — Entendo, e esse seu braço?
Oliver — Sinceramente? Nem sei.
Noctarion — Complicado... Aliás, pode fazer um favor para mim?
Oliver — Qual?
Noctarion — A Naylume não está conseguindo dormir direito faz alguns meses... Nós já tentamos de tudo, até usamos magia de sono... Mas nada adianta.
Oliver — Ela não consegue dormir, ou não dorme por muito tempo?
Noctarion — Não dorme por muito tempo.
Oliver — Certo... Vou dar uma passada lá então.
Noctarion — Obrigado, acho que isso é tudo que eu queria saber, aliás, fico mais calmo sabendo que tenha voltado.
Oliver — Entendo.
Noctarion sai do quarto e se despede do detetive
Oliver por sua vez fecha a janela de seu quarto, encarando mais uma vez aquela lua, com um olhar sério.
Oliver — Sinceramente... Eu não sei como funciona esse sistema ainda, mas da proxima vez... As lutas não terão consequências...
O detetive sai de seu quarto e tranca a porta, começando a caminhar em direção ao quarto de Naylume.
Oliver — [Vamos ver que tipo de problema você está tendo...]
Em poucos segundos chega no local e encontra Naylume em frente a porta, sentada no chão.
Oliver — Tá fazendo o que ai?
Naylume — Pai?
Oliver — Fiquei sabendo que alguém estava dormindo com dificuldades, o que está acontecendo?
Naylume — Eu tenho medo...
[Chorando]
Oliver — Medo do que exatamente?
Naylume — De tudo... Todo mundo pode morrer a qualquer momento... Vocês vivem se machucando enquanto lutam... Eu tenho medo de perder o que eu tenho...
Oliver — Nay...
O detetive se abaixa e segura a criança em seus braços.
Oliver — Tá tudo bem... Você não vai perder nada...
Naylume — Mas... E se eu ficar sozinha? Se vocês sumirem...
Oliver — Isso não vai acontecer... Eu prometo...
Naylume — Mas eu tenho medo... Toda vez que o senhor sai para algum lugar... Não tem garantia que o senhor vai voltar vivo...
Oliver — Então está resolvido...
Naylume — Hm?
Oliver entra no quarto da garota e a coloca na cama.
Oliver — Como já faz um tempo que não te vejo, vou ter dar um presente.
Naylume — Presente?
Oliver — Sim...
Usando a cultivação e moldando a forma do seu sobretudo, Oliver faz um pequeno cachecol para sua filha.
Naylume — A cultivação serve apenas para liberar o potencial e moldar coisas?
Oliver — Fico feliz que tenha entendido bem... E aqui está seu presente...
Naylume — Um cachecol?
Oliver — Hmrum... Você pode usar ele quando quiser, não faz calor e enquanto tiver essas listras, quer dizer que eu ainda estou vivo.
Naylume — E se elas sumirem?
Oliver — Apenas significa que minha mana acabou... Eu não vou morrer... Ninguém mais vai... Ninguém mais irá passar por perigo... Eu prometo...
Naylume — Promete mesmo? De dedinho?
Oliver — Prometo, de dedinho.
Naylume coloca o cachecol e um enorme sorriso surge em seu rosto
Oliver, por sua vez, fica mais relaxado e, ao abraçar sua filha, a coloca para dormir.
Oliver — [Espero que agora fique mais tranquila... Durma bem, meu anjinho...]
Saindo do quarto da garota, as aparições surpresas não param.
Oliver — Boa noite.
Mizuki — Boa noite...
Oliver — Seu olho mudou de cor né? Foi por causa da transformação?
Mizuki — Sim... Aliás, cadê seu sobretudo?
Oliver — Tá com a Naylume, ela precisa pra dormir.
Mizuki — Entendi...
Oliver — Enfim... Eu vou me deitar agora, fiquei muito tempo planejando inúmeras coisas.
Mizuki — Certo...
Caminhando em direção a seu quarto, Oliver percebe que Mizuki está o seguindo, mas prefere não falar nada
E enquanto abre a porta, Mizuki encosta sua cabeças nas costas do detetive.
Oliver — Que foi?
Mizuki — Hm...
Entrando no quarto, a mulher se joga na cama do detetive.
Mizuki — Não tô conseguindo dormir.
Oliver — Já sabe o motivo?
Mizuki — Minha mente não para... Eu vivo pensando em múltiplas coisas...
Oliver — Se focar em uma coisa só, acho que consegue dormir suavemente.
Mizuki — Esse é o problema, é difícil... Como vocês detetives fazem isso?
Oliver — Eu sou um caso a parte, pensar em várias coisas nunca me fez ficar para trás.
Mizuki — Entendi... Então não é normal para ninguém...
Oliver — Já tentou fazer algo?
Mizuki — Claro que já, mas nada resolve.
Oliver — Sinceramente... É uma dor de cabeça quando não se sabe lidar com isso.
Mizuki — Nem me diga...
O detetive se senta na cama enquanto encara a lua novamente.
Mizuki — O que foi?
Oliver — Essa lua vermelha...
Mizuki — Mas a lua não foi sempre vermelha?
Oliver — Ela nunca foi branca?
Mizuki — Nunca.
Oliver — [Espera... Quer dizer que... Realmente existem outros mundos, e esse mundo sobrepôs o meu...]
Mizuki — Que foi?
Oliver — No meu mundo, a lua é branca, e sua luz é muito mais forte.
Mizuki — E como é seu mundo?
Oliver — Um local sem poderes, onde a morte sempre está presente em qualquer lugar, um mundo onde todas as raças vivem se matando, onde tem países que sua população vive na precariedade.
Mizuki — É tão ruim assim?
Oliver — O mundo não é ruim, mas sim a população... Me pergunto como a raça humana é o ápice segundo Deus.
Mizuki — Será que é por que vocês acreditam demais nele?
Oliver — Mais e mais perguntas surgem... Complicado...
Mizuki — Hmrum...
Mizuki se aproxima do detetive.
Mizuki — Acho que... Você conseguiu resolver o meu problema...
Oliver — Parece...
A mulher se levanta e retira sua camisa.
Mizuki — Posso?
Oliver — Não é como se eu tivesse escolha... Eu acho.
Mizuki — Ter tem... Mas... É um pedido meu...
Oliver — Bem... Se quer tanto assim...
Oliver estala os dedos e sua mana reforça o local em volta, bloqueando a entrada, saída, impacto e proibindo até mesmo a visão de fora.
Mizuki se aproxima do rosto do detetive, que por sua vez, coloca suas mãos sobre a cintura da mulher
Enquanto se beijam, a mão do detetive desce e toca lentamente o rabo da tubarão
As pupilas da tubarão começam a se alterar, formando corações em seus olhos, sua respiração começa a acelerar
O corpo de Mizuki fica mais quente, acaba se excitando e se empolgando, beijando loucamente o detetive
Oliver volta a segurar a cintura da mulher novamente e a levanta, a colocando sobre si
Assim, ambos passam a noite juntos.