Chereads / BATMAN: CIDADE DO MEDO | Por: Pedro Tobias / Chapter 5 - Capítulo 5 - Silêncio Mortal

Chapter 5 - Capítulo 5 - Silêncio Mortal

Na manhã seguinte, de volta à Batcaverna, Batman se move com agilidade em direção a uma de suas mesas de laboratório, onde um conjunto de equipamentos de análise espera por ele. Ele coloca cuidadosamente a amostra da substância alaranjada em um frasco de vidro sob um microscópio, ativando a tela para observar suas propriedades.

Concentrando-se, ele começa a realizar uma série de testes, digitando rapidamente no teclado ao lado. Os gráficos e dados aparecem na tela, iluminando seu rosto em uma luz fria e azulada. A imagem da amostra se projeta, revelando a estrutura química complexa.

— Vamos ver do que você é feito... — ele murmura para si mesmo enquanto analisa os dados.

Depois de alguns minutos, ele finalmente obtém uma visão clara da substância. No seu visor, ele registra as semelhanças entre a amostra e a droga Pepper. Ambos possuem uma estrutura química semelhante e afetam diretamente o sistema nervoso central, mas de formas opostas. A Pepper foi desenvolvida para oferecer uma experiência lúdica, uma fuga da realidade. A substância alaranjada, por outro lado, parece ter sido modificada para quebrar a mente e induzir alucinações aterrorizantes.

Batman se levanta e se dirige ao grande painel digital da Batcaverna, onde ele começa a mapear as informações coletadas sobre os dois casos. Ele projeta as imagens de Armand Krol e Oliver Beaumont, lado a lado, com notas e dados flutuando ao seu redor.

— Krol e Beaumont... ambos ex-políticos. Ambos com passagens em relação a escândalos — ele murmura, conectando os pontos na tela. — O assassino tem um alvo específico, alguém que ele acredita que tenha mentido ou traído a cidade de alguma forma.

Com um gesto preciso, ele puxa as informações sobre a Pepper e compara com as novas análises da substância alaranjada, destacando os componentes químicos e seus efeitos.

— Pepper é projetada para o prazer, enquanto a nova substância parece ser uma versão distorcida, uma tortura em forma de droga. O que quer que o assassino esteja fazendo, ele quer que suas vítimas enfrentem seus piores medos antes de sucumbirem — ele conclui, observando as informações se acumularem.

Batman puxa uma nova tela, analisando a relação com os pontos de venda de drogas em Gotham, especialmente aqueles em Chinatown. Ele sabe que, para entender melhor o que está acontecendo, precisa explorar mais a fundo a conexão entre o tráfico de drogas e esse novo assassino.

Após organizar tudo, Batman faz uma pausa, olhando fixamente para a tela, pensativo. Ele se levanta e começa a vestir o uniforme, o capuz cobrindo seu rosto.

Enquanto a Batcaverna se enchia de silêncio e determinação, a Mansão Wayne estava em uma atmosfera diferente. Alfred estava organizando alguns documentos antigos na sala de estar, ouvindo ao fundo o debate entre Harvey Dent e Hamilton Hill. Ele sabia que a política de Gotham sempre teve suas controvérsias, mas Dent parecia realmente ter um plano para a cidade.

Alfred levantou os olhos da pilha de papéis quando a transmissão foi abruptamente interrompida. A tela da televisão, que até então mostrava os candidatos discutindo, agora estava preenchida com uma imagem sinistra. Uma figura encapuzada, com um saco sobre a cabeça, aparecia em um fundo escuro, o que lembrava as sombras do medo. O coração de Alfred acelerou enquanto ele observava, curioso e apreensivo.

A figura começou a falar, sua voz ecoando através do ambiente como um trovão distante, mas com uma calma melancólica que fazia o cabelo da nuca de Alfred se arrepiar.

— Cidadãos de Gotham — disse o homem, sua voz distorcida mas hipnótica. — Eu sou o arauto da verdade, o portador de uma mensagem que vocês precisam ouvir. Esta cidade, esta terra que vocês chamam de lar, está tomada pela corrupção, pela mentira, e pela hipocrisia.

Alfred se aproximou da tela, prestando atenção em cada palavra.

— Vocês viveram em uma ilusão por muito tempo. A lei em Gotham não existe mais. Esta cidade é governada por mentirosos, assassinos e aqueles que se vestem com as vestes do poder, mas que são, na verdade, ratos que se alimentam da miséria de vocês.

A figura continuou, enfatizando a gravidade de suas palavras.

— Harvey Dent? Um sorriso encantador, mas um homem que nada mais é do que uma marionete em um jogo sujo. Hamilton Hill? Um leão em uma jaula, rugindo para um público que não sabe que ele não é o verdadeiro governante desta terra. Eles não podem salvar Gotham, porque não têm coragem para encarar a verdade!

O tom de voz do homem se tornava cada vez mais intenso, suas palavras pesadas como chumbo.

— Eu lhes digo, a verdade é que vocês foram aprisionados por mentiras. Vocês acreditaram que a esperança ainda existia, que a justiça poderia prevalecer, mas isso não é mais do que uma fantasia. Eu estarei aqui para libertá-los das correntes da mentira que aprisionam suas almas.

Ele se inclinou para a câmera, sua voz sombria e profunda cortando a escuridão.

— Preparem-se, porque eu os farei enxergar a verdade. A dor e o medo que vocês têm sentido? Isso é apenas o começo. O que vem a seguir será uma revelação. Chega de mentiras!

A transmissão então cortou, voltando à programação regular. Alfred ficou em silêncio, os olhos arregalados e o coração acelerado. 

Em Chinatown, o coração pulsante de Gotham, onde luzes de neon se misturam à fumaça dos becos e ao cheiro forte de especiarias, um grupo clandestino operava na sombra, com um objetivo único: a produção de Pipper. Em um armazém abandonado, o espaço era improvisado com equipamentos de laboratório, tubos de ensaio e máquinas antigas de destilação.

Dentro do armazém, ex-funcionários da Química Ace manipulavam cuidadosamente substâncias, misturando elementos para criar o que seria um dos alucinógenos mais potentes da cidade. O ambiente era úmido e abafado, preenchido pelo zumbido constante das máquinas e pelo ocasional sussurro entre os trabalhadores. Eles evitavam falar demais, cada um se mantendo focado no próprio trabalho. Muitos estavam ali por necessidade; eram pessoas desesperadas, presas ao submundo de Gotham por falta de opções.

Em um canto escuro, uma mesa servia de área de organização, onde pacotes já prontos eram empilhados, aguardando distribuição. O líder da operação, um homem de olhar penetrante e expressão severa, passava por ali periodicamente, verificando a qualidade do produto, mas ele também mantinha seus segredos. A única orientação era a eficiência e o silêncio.

— Certifiquem-se de que cada lote esteja dentro do padrão. Não podemos nos dar ao luxo de erros — ordenou o líder em um tom controlado, observando os trabalhadores com olhos de águia.

Os trabalhadores assentiram em silêncio, suas mãos trêmulas pelo medo e pela pressão. O uso da Pepper já era conhecido entre os habitantes da cidade como uma experiência que misturava uma falsa euforia com alucinações que desafiavam a realidade. Aquilo os tornava poderosos no mercado, e quem comprava a droga a usava principalmente em clubes noturnos e encontros clandestinos, buscando escapar da dureza da vida em Gotham.

O trabalho na operação de fabricação da Pepper continuava. Sob a luz fraca de lâmpadas penduradas, os trabalhadores mantinham um ritmo frenético. Os tubos borbulhavam com substâncias alaranjadas e frascos eram etiquetados rapidamente. O líder da operação observava tudo de perto, silencioso, enquanto as encomendas eram embaladas e separadas para transporte.

Em meio ao barulho baixo das máquinas e ao zumbido dos geradores, uma sombra se moveu silenciosamente. Ninguém notou quando, no canto do armazém, uma das luzes começou a piscar e se apagou. As sombras projetadas pelas lâmpadas vacilaram, e, por um segundo, um vulto passou pelas costas dos trabalhadores, subindo pelas estruturas de metal do local e avançando em direção aos postos dos supervisores.

Um dos guardas, postado em um canto, ouviu um leve sussurro atrás dele. Antes que pudesse reagir, um braço o agarrou pelo pescoço e o puxou para a escuridão. Os olhos arregalados dele foram os únicos sinais de alerta antes de seu corpo desabar inconsciente no chão, oculto atrás de uma pilha de caixas.

Mais um guarda desapareceu silenciosamente, sendo puxado para a escuridão e derrubado em segundos. O Batman eliminava cada um dos responsáveis com precisão, movendo-se entre as sombras como um predador. Mas, quando restavam poucos homens no galpão, um dos trabalhadores se virou e, ao levantar a cabeça, viu um vulto pendurado acima dele.

— O quê? — ele gritou, assustando-se e recuando, com os olhos arregalados.

O líder da operação percebeu a reação e seguiu o olhar do trabalhador. Lá estava ele: o Batman, revelado por um instante sob a luz tênue, a capa projetando uma sombra ameaçadora. Sem hesitar, o líder puxou uma pistola e gritou para os outros.

— Merda, é o Batman! Atirem! Não deixem ele sair daqui!

O som seco dos tiros preencheu o armazém, ecoando contra as paredes de concreto. Os trabalhadores e capangas puxaram suas armas, disparando em todas as direções, enquanto o Batman se movia rapidamente, desviando entre os pilares e caixas, usando a cobertura para se aproximar. Ele avançava, com movimentos rápidos e calculados, nocauteando capangas com chutes e socos precisos. Mas a quantidade de tiros tornava difícil uma aproximação completa.

Em meio ao caos, o líder da operação viu que a situação estava fora de controle. Ele gritou para os que restavam:

— Vocês, no carro! Rápido, saiam daqui e garantam a entrega. Eu seguro ele!

Alguns dos vendedores correram para fora, passando pela porta de aço enferrujada do galpão, enquanto o Batman tentava alcançá-los. Eles entraram apressadamente em um carro estacionado na saída e arrancaram, acelerando pela rua deserta de Chinatown.

Batman, determinado a capturá-los, saiu pela porta dos fundos e correu até o Batmóvel. Ele entrou rapidamente, os olhos fixos na direção que o veículo fugia. O Batmóvel acelerou em segundos, seus pneus cantando no asfalto enquanto ele disparava atrás dos criminosos.

O Batmóvel rugia pelas ruas de Chinatown, suas luzes brilhando na escuridão enquanto perseguia o carro das drogas. Dentro do veículo, os fabricantes de Pepper se encontravam em pânico, o líder gritando ordens enquanto o motorista tentava manter o controle.

— Acelera, porra! — gritou o líder, olhando para trás e vendo o Batmóvel se aproximar rapidamente. — Não podemos deixar ele pegar a gente!

Os dois homens no banco de trás começaram a disparar contra a janela do Batmóvel, mas os tiros ricocheteavam, sem causar nenhum dano. A blindagem do veículo absorvia os impactos como se nada estivesse acontecendo.

— Que merda é essa? Esse filho da puta é indestrutível! — exclamou um dos passageiros, enquanto o motorista tentava desviar entre os carros estacionados.

O Batmóvel fez uma curva fechada, mantendo-se sempre a poucos metros do carro das drogas. O motorista da gangue forçou o carro a entrar em um beco estreito, mas o Batmóvel seguiu na mesma direção, sua capacidade de manobra surpreendente.

— Desvia! — o líder gritou, vendo o vigilante ainda em seu encalço. — Aquele maluco não vai desistir!

O motorista tentou acelerar, fazendo uma série de manobras arriscadas, mas o Batmóvel estava sempre a um passo à frente. Ele se aproximou ainda mais, com o motor rugindo, enquanto as luzes cortavam a escuridão como uma faca afiada.

— Vai se foder! — gritou o homem na traseira, disparando mais uma vez. — Precisamos despistar esse filho da puta!

Desesperado, o motorista fez uma curva brusca, tentando entrar em uma rua lateral, mas o Batmóvel não perdeu a oportunidade. Ele deslizou pelo espaço apertado, mantendo a velocidade, enquanto o carro da gangue quase capotava ao tentar fazer a mesma manobra.

— Caralho, isso é uma loucura! — gritou o homem no banco de trás, enquanto o veículo balançava. — Vamos acabar capotando!

A adrenalina corria enquanto o Batmóvel se mantinha na perseguição, utilizando todos os recursos disponíveis. A tela de radar mostrava o carro da gangue à frente, e Batman estava determinado a não deixar que eles escapassem.

— A gente precisa de uma saída! — o líder gritou, olhando para os lados em busca de uma rota de fuga. — Para a esquerda, agora!

Mas o Batmóvel estava sempre um passo atrás, seguindo de perto. Batman, com foco absoluto, aguardava o momento certo para agir. Quando o carro da gangue se aproximou de uma curva acentuada, Batman acelerou, utilizando um empurrão de nitro, ganhando terreno rapidamente.

— Merda, ele tá vindo! — gritou o motorista, a voz tremendo de medo. — Vamos morrer!

A perseguição se intensificou, as ruas estreitas de Chinatown tornando-se um labirinto de perigo. Enquanto o Batmóvel se aproximava ainda mais, Batman preparou um dispositivo para tentar parar a fuga. As luzes do carro das drogas piscavam freneticamente enquanto o motorista tentava desesperadamente evitar a captura.

— Não vamos parar! — o líder berrou, agitando-se nervosamente. — O que a gente faz agora?

O Batmóvel estava prestes a alcançar o carro quando o motorista fez uma manobra arriscada, subindo em uma calçada.

Os ladrões dirigiram em alta velocidade até a Química Ace, o carro derrapando enquanto invadiam o local. O impacto foi brutal, mas os homens saíram sem hesitar, dispersando-se rapidamente em meio aos corredores empoeirados e abandonados da antiga fábrica. O eco dos pneus queimando ainda ressoava quando eles se encontraram com uma outra gangue, uma conhecida compradora de drogas que estava ali para negociar.

— O que foi isso? — perguntou um dos homens da nova gangue, com uma expressão de surpresa. — Vocês quase destruíram a entrada!

— Problemas com a polícia — respondeu o líder dos ladrões, ofegante. — Precisamos de um lugar para nos esconder e negociar antes que aquele maluco apareça.

O ambiente estava tenso, os membros das duas gangues discutindo em voz alta sobre o que fazer a seguir, enquanto o cheiro de produtos químicos pairava no ar. Mas a conversa foi abruptamente interrompida por um som familiar: o rugido do Batmóvel se aproximando.

Assim que Batman entrou na Química Ace, ele já tinha o plano em mente. Com um movimento ágil, saiu do veículo, utilizando as sombras a seu favor, enquanto observava a cena à sua frente. As luzes fracas da fábrica iluminavam os rostos dos traficantes, revelando um misto de arrogância e nervosismo.

— O que é isso? — sussurrou um dos membros da gangue, percebendo algo fora do comum. Mas antes que pudesse completar a frase, Batman surgiu como uma sombra viva, atacando com precisão.

Em um instante, os dois lados abriram fogo contra ele. O som dos tiros ecoou pelas paredes da fábrica, mas Batman não se deixou abalar. Ele se movia com a graça de um felino, desviando-se dos tiros enquanto atacava. Seus punhos atingiam os criminosos com força, cada golpe uma explosão de intensidade e controle.

A granada de fumaça explodiu no centro da Química Ace, cobrindo o ambiente em uma densa nuvem escura. O pânico se espalhou entre os criminosos, que começaram a correr em direções aleatórias, a tensão aumentando com cada movimento. O silêncio carregado, quebrado apenas pelo eco de seus próprios passos apressados, era um contraste gritante com o caos anterior.

Um deles, um homem de estatura média, vestido com um sobretudo e um chapéu que gritava "chefe de gangue", se separou do grupo. Ele tinha um olhar astuto, como se já tivesse visto muitos como Batman antes, e uma confiança que o fazia parecer quase indestrutível.

— Merda, onde ele foi? — murmurou para si mesmo, buscando na fumaça. Mas antes que pudesse encontrar um esconderijo, uma silhueta surgiu atrás dele.

— Oi, parceiro! — disse Batman, sua voz baixa e imponente. O criminoso se virou rapidamente, mas antes que pudesse reagir, um batarang cortou o ar e desarmou sua metralhadora, fazendo-a cair com um estrondo no chão.

O homem olhou para a arma e depois para Batman, um sorriso desafiador se formando em seus lábios.

— Nunca duvidei de você, sabia? — ele disse, sua risadinha nervosa soando irônica enquanto se agachava lentamente para pegar a arma.

Mas Batman foi mais rápido. Em um movimento fluido, ele empurrou o homem para longe, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio. O criminoso tropeçou perigosamente perto de um tanque químico, quase caindo dentro dele.

— Caramba! — exclamou o homem, seus olhos arregalados.

Batman, com uma rapidez impressionante, conseguiu agarrar o braço do homem antes que ele despencasse. Mas naquele instante, os outros criminosos, que ainda estavam em pânico, começaram a disparar em direção à figura encapuzada, as balas ricocheteando pelas paredes da fábrica.

Sentindo a pressão, Batman foi forçado a soltar as pressas. O homem, em um último esforço para se agarrar, escorregou e caiu, mergulhando de cabeça no tanque químico com um grande tibum. A água química espirrou para todos os lados, e o som do impacto ecoou pela fábrica, misturando-se ao caos da situação.

Os criminosos restantes, ainda em meio à fumaça e ao terror do ambiente escuro, se movimentavam nervosamente, esperando o próximo ataque. Cada canto parecia abrigar a presença ameaçadora de Batman, e a tensão no ar era quase sufocante. De repente, uma sombra se moveu rapidamente, e um dos criminosos sentiu um puxão brutal, sendo arrastado para as sombras, onde apenas um golpe certeiro o silenciou, caindo desacordado.

Outro tentou correr pelo corredor de máquinas, mas Batman surgiu por trás, usando um cabo para prender suas pernas e puxá-lo violentamente para o chão. Em um movimento fluido, o Morcego o imobilizou com uma torção de braço, tirando-o de combate sem uma palavra.

Os tiros cessaram por alguns instantes, e os poucos criminosos que restavam pareciam entender que suas chances estavam cada vez menores. Um deles, armado com uma pistola, tremia visivelmente enquanto se escondia atrás de uma coluna.

— Por favor... — ele murmurou, tentando se acalmar.

Mas Batman desceu de uma plataforma elevada, e antes que o homem pudesse sequer levantar a arma, um batarang já havia golpeado sua mão, desarmando-o. Sem perder tempo, Batman o empurrou contra a parede, onde o criminoso desabou, tonto e incapaz de reagir.

Em minutos, a área estava limpa. Batman, impassível, verificou que todos estavam desacordados e amarrados antes de dar um passo para fora do campo de visão. Ele puxou um comunicador e acionou Jim Gordon.

— Gordon — disse Batman, sua voz fria e direta. — Encontrei o local de fabricação da nova droga, Pepper. Estão usando uma instalação escondida em Chinatown. A distribuição está ativa em pelo menos três pontos que identificamos.

A voz de Gordon soou com um tom misto de alívio e cansaço.

— Chinatown... Sabia que estavam armando alguma coisa por lá. Envie-me as localizações, vamos trabalhar para derrubar esses pontos de venda. Boa, Batman. É um passo importante.

— Vou enviar agora — disse Batman, encerrando a ligação.

Com isso, ele se moveu rapidamente de volta para o Batmóvel, escondido nas sombras da Química Ace.

As luzes azuis e vermelhas da polícia de Gotham iluminavam as ruas sombrias de Chinatown, refletindo nas paredes dos edifícios de tijolos vermelhos e na calçada molhada. O som de sirenes ecoava, criando uma sinfonia de tensão enquanto as equipes se preparavam para uma ação coordenada contra os pontos de distribuição da Pipper. Gordon liderava a equipe, seu rosto mostrando a determinação que sempre o caracterizava.

— A operação começa agora! — ele gritou, segurando sua lanterna e sinalizando para que os oficiais se dispersassem. — Vamos entrar rápido e surpreendê-los!

Os policiais, armados e preparados, se posicionaram em frente a um armazém disfarçado, onde as informações de Batman indicavam que a droga estava sendo distribuída. A atmosfera estava pesada com a expectativa da ação, cada homem e mulher ao seu lado ciente dos riscos.

— Prontos? — Gordon perguntou, olhando para os rostos tensos ao seu redor. Ele fez uma pausa, garantindo que todos estivessem focados.

Um policial, nervoso, olhou para Gordon e disse:

— E se eles tiverem um esquema armado?

Gordon virou-se, seu olhar penetrante.

— Então vamos garantir que isso não aconteça. 

Com um sinal, a equipe avançou em direção à porta do armazém, que estava ligeiramente entreaberta. Os policiais se espalharam, cada um se posicionando para entrar em ação. O líder da equipe fez uma contagem regressiva com os dedos e então gritou:

— Polícia! Mãos pra cima!

A porta foi arrombada, e os policiais entraram com suas armas prontas. Dentro, a cena era caótica: homens e mulheres, cercados por caixas de produtos químicos e pacotes de drogas, olharam com pânico e confusão, muitos jogando as mãos para cima em rendição imediata.

— Ninguém se mexe! — gritou um policial, enquanto outros começaram a algemar os traficantes.

Gordon, com seu distintivo à mostra, começou a inspecionar o local.

— Verifiquem cada canto! — ordenou ele, movendo-se com agilidade através do armazém. — Precisamos garantir que não haja mais saídas.

O que poderia ter sido um confronto violento se transformou em uma operação tática bem-sucedida, os policiais rapidamente dominando a situação e prendendo os criminosos.