O sol brilhava intensamente no céu, iluminando o caminho de Arthur e Renderv enquanto seguiam em direção ao clã The Flower of Time. O calor do dia contrastava com a sensação de incerteza que pairava em seus corações. Era impossível ignorar a dúvida que crescia dentro deles sobre o que o futuro reservava.
"Eu ouvi dizer que a Ana também foi convidada para o clã," comentou Renderv, quebrando o silêncio. Ele olhou para Arthur de relance antes de continuar. "Mas, diferente de nós, ela foi convidada por um dos anciãos. Tudo por causa do talento excepcional dela."
Arthur assentiu lentamente, um leve sorriso em seus lábios.
"Ela vai se sair muito bem," respondeu ele, com um tom de admiração. "Sempre esteve acima de todos no vilarejo. Não é à toa que a consideram um dos maiores gênios não só daqui, mas de toda a província. Aliás, foi ela quem nos ensinou a cultivar direito, lembra?"
Ana. Seu nome por si só evocava respeito e inspiração. Ela era a filha do chefe da cidade, um cultivador marcial de classe B respeitado em toda a região. Mas o potencial de Ana ultrapassava até mesmo as conquistas de seu pai. Muitos acreditavam que ela alcançaria a classe A+ ou até mesmo a classe S, um nível quase lendário.
Para Arthur, Ana era mais que uma amiga ou mentora. Ela era um símbolo do que era possível alcançar. Apesar disso, a admiração vinha acompanhada de uma sombra de insegurança. Comparado a ela, ele era apenas um jovem lutando para sobreviver e crescer, enquanto Ana parecia destinada à grandiosidade.
Renderv, por outro lado, parecia mais relaxado. Ele chutava pequenas pedras no caminho enquanto falava, como se o peso do exame não fosse suficiente para abalar sua confiança.
"Eu até que gosto da ideia de competir com ela," disse com um sorriso provocador. "Vai ser divertido ver até onde a nossa mestra pode ir."
Arthur riu, balançando a cabeça. "Você realmente não muda, hein?"
Mas, no fundo, ambos sabiam que o exame seria mais do que um teste de habilidade. Para eles, seria a chance de provar seu valor, de se elevar acima das limitações de suas origens e, talvez, de um dia alcançar o nível daqueles que já estavam destinados à grandeza.
Depois de algumas horas de caminhada, finalmente chegaram à capital. Era um lugar como nenhum dos dois jamais havia visto. As ruas eram largas e vibrantes, com milhares de barracas, bares e estabelecimentos de entretenimento. O som das vozes das pessoas misturava-se ao barulho das rodas das carroças e ao ecoar de músicos de rua, criando um ambiente caótico e fascinante.
Arthur e Renderv ficaram parados por um momento, absorvendo a cena à sua frente. Nunca tinham visto tantas pessoas reunidas em um só lugar. Era como se um festival superimportante estivesse acontecendo, mas, ao que parecia, aquele era apenas mais um dia comum na capital.
"Isso... isso é inacreditável," murmurou Arthur, ainda atônito com o número de pessoas.
Renderv, que também estava boquiaberto, apontou para um enorme edifício ao longe, visível mesmo a centenas de metros de distância. "Olha aquilo! Você acha que é onde fica o clã?"
Arthur olhou para a construção imponente. Seus muros eram feitos de pedra branca, decorados com símbolos que brilhavam levemente sob a luz do sol. Mesmo à distância, a estrutura exalava uma aura de poder e autoridade.
"Talvez. Mas antes de irmos, acho que precisamos descobrir como chegar lá," respondeu Arthur, observando a multidão ao seu redor.
"Concordo. Também seria bom comer algo," brincou Renderv, colocando a mão no estômago roncando.
Apesar do cansaço da viagem e da novidade da capital, ambos sabiam que estavam apenas no começo de algo muito maior. O clã The Flower of Time esperava por eles, e com ele, desafios que testariam não apenas suas habilidades, mas também seus limites.
Mais tarde, depois de comerem e explorarem um pouco da cidade, Arthur e Renderv finalmente encontraram o caminho que levava ao clã. Conforme andavam pelas ruas, começaram a notar um padrão: outros jovens, da mesma faixa etária, seguiam na mesma direção.
"Olha só," comentou Renderv, apontando para um grupo de três jovens caminhando à frente. "Acho que eles também estão indo para o exame."
Arthur observou atentamente. A maioria deles usava roupas extravagantes, feitas de tecidos finos e adornadas com bordados chamativos, o que deixava claro que muitos vinham de famílias ricas e influentes. Comparados a eles, Arthur e Renderv pareciam quase deslocados, com suas roupas simples e práticas.
"Essas roupas não deixam dúvida," murmurou Arthur, olhando ao redor. "Definitivamente, o clã convidou pessoas de alto status."
"Isso significa que o nível da competição será bem mais alto do que esperávamos," respondeu Renderv, embora houvesse uma ponta de empolgação em sua voz. Ele sorriu, confiante. "Mas isso só torna tudo mais interessante, não acha?"
Arthur não respondeu de imediato. Seus olhos varreram o ambiente, observando cada detalhe. Ele notou como alguns dos jovens carregavam espadas refinadas ou cajados ornamentados, indicando que eram cultivadores com experiência ou talento. A pressão começou a se acumular em seu peito, mas ele rapidamente afastou os pensamentos negativos.
"Se estamos aqui, é porque também temos algo a oferecer," disse Arthur, finalmente, mais para si mesmo do que para Renderv.
Os dois continuaram andando pelas ruas movimentadas, seguindo o fluxo dos outros jovens. Conforme se aproximavam da entrada do clã, a atmosfera começava a mudar. As ruas largas e movimentadas davam lugar a um caminho mais estreito e isolado, ladeado por árvores altas e antigas, cujas copas bloqueavam parcialmente a luz do sol.
De repente, à frente deles, surgiu um enorme portão de ferro forjado, decorado com flores douradas que pareciam vivas, pulsando levemente com energia. Guardas em armaduras reluzentes estavam posicionados de ambos os lados, vigiando os que chegavam.
"O clã The Flower of Time," sussurrou Renderv, parando por um momento para observar a grandiosidade da entrada.
Arthur respirou fundo, sentindo uma mistura de admiração e nervosismo. Eles finalmente haviam chegado. Era ali que tudo começaria.
Entrando na guilda, Arthur e Renderv ficaram boquiabertos. A entrada principal era colossal, decorada com estátuas detalhadas de figuras históricas e flores ornamentais que pareciam quase reais. À medida que avançavam, ficava claro que o clã não era apenas um local de treinamento. Parecia mais uma pequena cidade rica, com ruas pavimentadas de pedra polida, fontes mágicas que emanavam uma luz suave e prédios luxuosos que abrigavam bibliotecas, residências e arenas de prática.