Minutos antes: o homem mascarado caminhava no grande campo de grama cinza perto daquela floresta onde Danme se encontrava. Ele estava em busca de algo, mas parou pra observar as estrelas, um evento raro na Inferterra, poucos lugares nos céus são limpos das Fendas.
— Tec? Na escuta? Câmbio. — alguém se comunicava com o homem pela sua tatuagem no seu pescoço, na região da garganta, a tatuagem em espiral começava a girar no seu pescoço a cada palavra.
O homem, que agora é reconhecido como Tec, coloca a palma da mão em sua tatuagem. — Já falei tipo, umas mil vezes que não tem o porquê você falar "câmbio" seu panaca. — Tec respondeu com um tom irônico e direto, soltando um leve suspiro, então ele retira a mão da tatuagem.
— Foi mal, hehe. Mas então meu patrão, como tá a busca pela "Mantra"? Câmbio. — o rapaz do outro lado espiritual, parecia levemente animado.
Tec colocou a mão no pescoço. — Se você falar "câmbio" mais uma vez, juro que eu vou te encher de porrada. — ele prosseguiu, olhando para as árvores cinzentas. — Até agora nenhum sinal desse tal minério de Mantra.
— Entãooooo... Você vai ter que esquecer a Mantra por enquanto.
— O que? Por quê?
— Algum objeto não identificado caiu aí perto. Parece que veio da rota do Estrela, seja lá o que for, melhor cê verificar.
Tec colocou a mão na testa, e soltou um resmungo. — Espero que eu receba algum aumento por isso.
— Bye bye, câmbio, desligo.
— Para de falar "câmbio"! — Tec deu um grito de raiva, e tirou a mão do pescoço, em seguida, ele recuperou a postura, e apertou um botão quase invisível no queixo de sua máscara, os olhos vermelhos da máscara procurando o tal objeto não identificado.
— Objeto não identificado encontrado. Siga a 2 quilômetros ao sul. — a máscara falou com uma voz robótica e em apenas um único tom, totalmente artificial.
— Beleza, vamo 'trabaiar. — Tec começa sua caminhada, caminhando lentamente, com as mãos no bolso da calça, pensa em sua mente, observando o aglomerado de árvores. — É incrível que mesmo eles não tendo certeza sobre se o Mantra é real, ainda enviaram vários Sepultadores em busca desse Minério Mantra. Bom, o resto dos Sepultadores tem sorte do objeto ter caído perto de mim, se for algo muito perigoso, é claro que eu sou o mais fodástico pra lidar com isso.
Presente: o Mágoa que estava em cima de mim, retirou sua pata do meu ombro, eu soltei um grito de dor, meu ombro estava completamente debilitado agora, eu não conseguia mais mexer meu braço direito.
— Aí pivete. Relaxa que eu vou consertar o teu braço, só deixa eu dar um jeito nessa coisa feia. — ele começou a girar seu machado como se fosse apenas um brinquedo pra ele, e com estilo e especiosidade, apoiou o machado apenas nos seus antebraços, sem segurar com as mãos, em uma postura de combate, com sua mão esquerda com a palma aberta, pronto pro ataque, e sua mão esquerda segurando a ponta do cabo do machado atrás, na defensiva. — Bora, cai pra dentro!
O Mágoa virou seu rosto para o homem mascarado, e ele se levantou, como se estivesse em pé, ficando apenas com 4 de suas 8 patas no chão. Então com suas duas patas, colocou elas em sua face, ele começou a rasgar a própria pele, o sangue negro viscoso escorrendo dos cortes que ele mesmo estava causando em si, então, o Mágoa revelou dois pares de olhos em elipses esticadas, a esclera dele é preta, como se fosse os próprios sentimentos malignos estivessem acumulados em um único ponto, eu também consegui notar que sua íris era um branco gélido, como se fosse um azul bem claro e morto, representando sua essência, ao redor de sua pupila, o negro dos sentimentos malignos, e a pupila completamente branca e vazia, como se fosse um buraco em sua alma. Então a criatura fica de 8 patas novamente, o embate irá se iniciar, e eu espero que seja lá quem seja esse cara consiga me salvar disso.
Então o Mágoa crava suas patas no chão novamente, direciona seu corpo pra trás, enquanto isso, o mascarado começa a girar seu machado, e a realidade dele parece se distorcer. O Mágoa se lança como uma catapulta em direção ao mascarado, o Mágoa parece ter um ódio irracional pelo mesmo. Enquanto o Mágoa está no ar, ela junta suas duas patas, como uma grande agulha mortal, e uma energia roxa, como fogo, incendeia suas patas, e assim que ela se aproxima do mascarado pra desferir o ataque fatal, o inesperado acontece: em uma reação rápida e inexplicável, o mascarado com seu machado, girando ele, cria uma distorção a sua frente, parece que um pedaço da realidade se dobrou em uma espiral invisível, e assim que o Mágoa passa as suas patas por essa distorção, as patas dele reaparecem abaixo de sua cabeça em uma outra distorção, como um portal, fazendo as patas do Mágoa atravessarem mortal sua cabeça, eu fiquei impressionado. Ele é um feiticeiro? Um mago? Um Deus? Quem é esse homem?
— Toma essa otárioooooo! Um para Sairu Techno! Zeroooo pro Mágoaaaa! — agora eu sei o nome desse mascarado, ele é realmente confiante, tá até debochando do Mágoa.
No entanto, o Mágoa divide sua cabeça em dois, agora a criatura tem duas cabeças ligadas, como cabeças de cobras gigantes.
— O queeeeee? Tá de sacanagem? — Sairu resmungou. — Então o placar ainda tá 0 a 0, você é malandro né monstrengo?
Então com o segundo par de patas, o Mágoa tenta atingir Sairu, carregando suas patas com a energia roxa novamente, porém, Sairu materializa seu corpo próximo de mim, fazendo o Mágoa "bater" no vento. A criatura confusa, tira lentamente suas patas dos portais distorcidos.
— Eae pivete. Tu que deve ser o objeto não identificado né não? — Sairu me perguntou.
Eu tentei me levantar, mas fiquei sentado, segurando meu ombro com minha mão, perdendo muito sangue. — Eu acho que sim... Olha, eu caí com a nave, não quero problemas, só preciso de um lugar pra repousar.
Sairu me encarou, não dava pra ver seu rosto, por conta da máscara ameaçadora, mas sentia que ele estava me julgando por debaixo dela. — Tu parece um emo, pivete. Qual é teu nome?
Eu fiquei surpreso com a análise dele, ele parece ser bem debochado. — Meu nome é Danme Arkanji.
— Veio de onde?
— D-do Estrela.
— Que estranho, teu ombro já tá se curando.
— O que? — eu olhei pro meu ombro, e realmente, assim que tirei a mão, o buraco enorme já estava quase cicatrizado, apenas com um pequeno ferimento visível agora. — Mas, mas, mas como?
— Meu nome é Sairu Techno, mas me chame de Tec, depois a gente dá uma olhada no teu ombro, vou matar um Mágoa agora.
Porém, o Mágoa começou a rugir de forma bem alta, seu grito grotesco alcançando metros de distância.
— Tch! Merda, isso é um "Chamado".
— Um "Chamado"? — perguntei.
— Isso mesmo jovem viajante! Um "Chamado" é como se o Mágoa estivesse dizendo para seus amiguinhos mais próximo tipo: "Ei! Vem aqui! Tem comida deliciosa e fresquinha pra gente brincar!" — Drow deu a informação como se fosse a coisa mais incrível do mundo.
— Agora eu tô puto. — Tec girou seu machado pelos braços, apoiando em seu ombro, esticando sua perna. Eu mesmo não entendendo muito o que tava acontecendo, eu sabia que as coisas iam esquentar agora. De longe eu ouvi árvores balançando, sons estranhos e guturais viam de longe. — Se a "Queen" aparecer, vai ser um problema. — Tec pontuou essa informação. Quem é "Queen"? O chão tá começando a tremer, e o Mágoa na nossa frente começa a irradiar chamas roxas por todo seu corpo, parece que cada vez mais que as coisas se aproximam, mais a sua aura se intensifica, e a natureza parece responder a isso, com as árvores balançando loucamente mesmo sem nenhum vento presente, as coisas estão chegando.
— Isso é tão divertido né jovem viajante? — Não Drow. Com certeza não.