Dia 14 de dezembro.
O sol castigava a pedreira, transformando o local em uma fornalha natural. As árvores ao redor pouco ofereciam sombra, e o ar era denso, carregado pelo cheiro de terra quente e suor. Os garotos estavam ali, reunidos pela segunda vez desde que Karas revelou a verdade sobre suas origens. Apesar do calor, o peso emocional era ainda mais sufocante. Eles ainda tentavam processar tudo o que descobriram. Eles se perdem em pensamentos tentando pensar em como poderiam treinar e desbloquear o potencial dentro deles. Enquanto eles pensam Dio tenta uma coisa. Ele se posicionou em uma pose de luta juntou as mãos e gritou.
Dio:
KAMEHAMEHAAAAAA!
O som ecoou pela pedreira. Dio ficou parado, fazendo pose, com uma expressão séria no rosto.
Caio:
Acho que não é assim que funciona, idiota, mas eu só acho.
Dio: (com as mãos na cintura)
Eu sabia, fiz só pra testar vocês.
Depois de ficarem muito tempo pensando Felipe teve uma ideia enquanto via umas páginas de dragon ball clássico escrito por Akira Toryama, e se Akira Toryama era uma Saiyajin o que ele fez deve funcionar.
Felipe:
Galera se liga, o Goku treina o ki principalmente meditando, talvez a gente consiga fazer algo com isso.
Dio:
Ah, amor, tu quer que eu fique igual um monge fudido meditando?
Aikon:
Cala boca, Dio. É a gente pode tentar isso.
Caio:
Beleza então, vamos começar.
Eles andam até um lago perto da pedreira e se sentam na água, suas pernas estão totalmente submersas, eles fecham os olhos e tentam se concentrar como nunca se concentraram na vida, tentando sentir o ki de alguma forma.
Depois de um tempo Caio é o primeiro a sentir algo, ele sente como se seu corpo estivesse esquentando mesmo com o gelado da água, ele sente suas mãos formigando, ele sente um vapor quente ao redor de seu corpo e sente como se algo estivesse acontecendo. Os outros demoram um pouco para chegar a esse estado mas eles também conseguem.
Eles ficam assim por um tempo tentando achar o fluxo exato de ki em seus corpos para assim poder entender melhor como tudo isso funciona. Alguns minutos se passam e eles não conseguem encontrar o fluxo de ki, ao abrirem seus olhos aquele sentimento some.
Caio:
Vocês estavam sentindo aquilo também? Ou era só eu?
Todos confirmam que também estavam sentido e então decidem fazer de novo em busca de dessa vez encontrar o fluxo. Depois 3 horas e de 3 tentativas Felipe é o primeiro a conseguir encontrar seu fluxo de ki, seu corpo esquenta muito mais, e ele se sente mais leve, como se tivesse entrado em outro estágio de meditação. Ao abrir os olhos Felipe percebe que o sentimento não passou e ao olhar para a água ele vê mini ondas ao redor de seu corpo, como se a água estivesse reagindo a seu ki.
Felipe:
Eu.. Eu acho que eu consegui.
Todos abrem os olhos e vêem as ondas ao redor de Felipe.
Dio:
CARALHO QUE FODAA.
Aikon:
Boa, meu menino.
Felipe não consegue manter essa concentração por muito tempo e as ondas acabam sumindo, depois de tanto tempo eles se sentem exaustos e pensam que vão perder muito tempo tendo que voltar para casa para poder descansar e depois voltar para cá, então caio da uma idéia.
Caio:
Que tal a gente ficar aqui de vez? Assim não precisamos voltar pra casa todo dia.
Dio:
Ah não, já me pediram pra ser monge e agora querem que eu virei homem das caverna, tá maluco cara?
Caio:
A gente pode construir uma base improvisada aqui, com alguns colchões, aí sempre que formos vir pra cá falamos pros nossos pais que vamos dormir na casa um do outro, entenderam?
Aikon:
Eu acho uma boa idéia.
Felipe:
Eu também.
Dio:
Ah eu não quero dormir no mato.
Caio:
Para de reclamar.
Então eles vão até a casa do Dio onde tinha um depósito abandonado com um monte de madeira, pregos e colchões que ninguém estava usando. Eles pegam tudo que precisam e voltam para a Pedreira, depois de algum tempo eles conseguem montar uma cabana pequena que mal cabe os 4.
Caio:
Ufa.. Beleza, então pegamos cobertas e travesseiros, a gente deita em baixo do telhado e se enrola nas cobertas, cada um com a sua.
Aikon:
Entendido.
Caio:
Amanhã a gente não vai ma aula, estamos no final do ano e agora temos coisas muito mais legais pra fazer.
Felipe:
Concordo plenamente.
Dio:
Seus fimose.
Eles dorme na pedreira, é o primeiro dia de muitos que eles estarão dormindo ali, e daqui para frente as coisas só vão piorar.
Mas tinha algo diferente, uma figura olhava para eles, no meio das árvores, essa figura tinha cabelos longos e um corpo musculoso, parecia que ele estava falando com alguém pelo telefone.
???:
São eles?
Na outra linha uma voz um pouco familiar respondia.
Karas:
Sim.
???:
Tem certeza disso, Karas? Eles não parecem aptos pra isso.
Karas:
Tenho certeza que ficarão, Ravok.
Ravok:
E se eles morrerem? O que você vai fazer.
Karas:
Se eles morrerem então nós morremos, lembre-se do que está em jogo.
Ravok:
Entendido.
A figura então some em um piscar de olhos deixando os jovens sozinhos novamente. Ao amanhecer todos acordam, o clima estava fresco mesmo com o sol quente, os pássaros cantavam e o céu estava azul, era como se nada de ruim fosse acontecer, ele comem algumas das comidas que trouxeram de casa e logo após isso todos voltam ao treinamento, ainda na água tentando controlar o ki. Um longo tempo tepo depois todo chegam no estado em que Felipe se encontrou anteriormente, é algo surpreendente e incrível, um sentimento magnífico. Eles pensam em um novo treino, tentar concentrar esse fluxo de ki na palma de suas mãos, tentando fazer uma esfera de ki.
Felipe:
Tá, é o seguinte, agora vamos tentar canalizar todo esse fluxo de ki em nossas mãos, talvez assim a gente consiga fazer uma esfera igual o Karas fez.
Aikon:
Ou talvez a gente exploda nossas mãos.
Dio:
Eu não quero perder a mão.
Caio:
Bom é o único jeito né.
Depois de um longo tempo em que eles ficaram tentando fazer essas esferas, Felipe novamente consegue fazer primeiro que os outros, conseguindo manter uma esfera de ki em seus mãos e então ele tenta lançar ela em uma pedra, surpreendente a esfera de ki voa em alta velocidade e colide com a pedra, mas, faz apenas fumaça ainda falta força e controle.
Felipe: (ofegante)
Droga, foi quase.
Dio:
É tu chegou perto.
Caio:
Vamos continuar, seus cabeças de pica.
Horas e horas de treino tentando canalizar toda a sua energia na palma das mãos os garotos de cansam, ficando exaustos de tanto tentar.
Dio: (ofegante)
Ah.. Eu sinto como se eu fosse explodir.
Aikon: (ofegante)
Eu também.. Ah.
Eles deitam um pouco e tentam descansar, Dio e Aikon acabam dormindo nas pedras mesmo. Caio olhava para céu, com um olhar um pouco mais sério que o normal.
Felipe estranha isso, seu amigo não costuma ficar tão sério.
Felipe:
No que tu tá pensando?
Caio:
Eu não sei, o que a gente tá fazendo exatamente?
Felipe:
Treinando, ué.
Caio:
Sim, mas pra que?
Felipe:
Por causa que o Karas disse pra gente fazer isso.
Caio:
Mas o que ele quer com a gente? E por que a gente? Ele disse que tínhamos um grande problema, e se ele quer que a gente brigue com alguém? E se alguma coisa vai acontecer com a gente?
Felipe:
Eu não sei, cara, mas por que tu tá preocupada? Isso é tudo incrível, imagina a gente voando acima das nuvens curtindo a brisa, imagina a gente ficando ultra musculoso e poderoso.
Caio:
É, talvez tu esteja certo, eu estou pensando de mais, desculpa por te incomodar com tantas perguntas.
Felipe:
Não se desculpa não, seu cabaço.
Caio:
Olha quem fala.
Depois de uma conversa caio e Felipe também acabam dormindo.
No dia seguinte ainda mais treinos, dessa vez todos conseguem fazer uma esfera de ki, mas a mais impressionante com certeza foi a de Aikon, quando ele lançou sua esfera de ki e ela tocou na pedra a pedra de desfez em pedaços, praticamente explodindo.
Aikon:
CARALHO, EU CONSEGUI!
Dio:
Boa cara!
Os amigos comemoram mas não por muito tempo.
Uma figure surge na frente deles em cima de uma pedra, essa figura era a mesma que os observava antes.
Ravok:
Então vocês são os Saiyajins? Não vejo o que Karas vê em vocês, olha só pra vocês, fracos, ridículos.
Os garotos ficam paralisados por um tempo apenas olhando para Ravok, Ravok é uma figura imponente que somente sua aparência demonstra que ele é um perigo.
Caio:
Quem caralhos é você?
Ravok:
Olhe como fala comigo, moleque.
Meu nove é Ravok, eu também sou um Saiyajin.
Dio:
Que? Mais um? Pera, você disse "Karas"? Você o conhece?
Ravok:
Sim, ele é meu parceiro, e eu estou decepcionado com ele, olha só pra vocês, tão ridículos, não sei o porquê ele os escolheu.
Caio:
Vai se fuder, cara, por acaso quer arrumar confusão?
Caio cerra seus punhos. Ravok percebe e começa a sorrir, um sorriso sádico, e estranho.
Ravok:
Está se achando de mais, garoto.
Sabe nós Saiyjins podemos usar algo chamado Zenkai logo após quase morrer e acabar sobrevivendo aumentando nossos poderes, então eu vou quase matar vocês pra ativar o Zenkai de vocês.
Aikon:
Que? Você vai tentar matar a gente?
Caio:
O Karas não nós disse sobre nada disso.
Ravok:
O Karas é outro inútil. Enfim, vamos começar.
Ravok entra na sua pose de combate e então dispara na direção de Aikon com uma velocidade surpreendente, os garotos não conseguiram nem mesmo o ver. Ravok acerta um soco em cheio na boca do estômago de Aikon que automaticamente perde todo o ar, sangue sai da boca de Aikon, um alto som de ossos se partindo ecoa pela pedreira e Aikon é lançado para as árvores quebrando algumas delas e colindo com uma grande pedra.Os outros ficaram parados, eles não conseguem reagir, eles não podem fazer nada perante a Ravok, ele sim é um guerreiro.
Caio então se força a virar para Ravok e tenta acertar um soco em seu rosto.
Caio:
DESGRAÇADO!
Ravok segura o punho de Caio, o clima fica tenso, para Caio é como se o tempo tivesse parado, tudo que ele consegue ver é o sorriso de Ravok, que aperta sua mão e quebra todos os dedos, depois segura o ante braço de Caio e com um simples movimento quebra o ante braço de Caio. Caio não consegue ter reação, apenas olhando para seu braço.
Ravok então gira no ar e acerta um chute no peito de Caio quebrando toda sua caixa torácica, fazendo Caio voar longe e bater com tudo em uma grande pedra.
Dio:
MALDITO, QUE PORRA VOCÊ PENSA QUE TA FEZENDO?!
Ravok:
Eu tô deixando vocês mais fortes.
Dio aponta sua mão para Ravok e no momento de desespero lança um grande feixo de ki, ele não esperava. O feixo de ki o acertou em cheio, que voa para longe.
Dio: (ofegante)
FELIPE, PEGA O CAIO EU VOU ATRAS DO AIKON, A GENTE TEM QUE SAIR DAQUI!
Felipe está estático, paralisado, pelo medo, medo de morrer, ele consegue ouvir ainda o som dos ossos quebrando. Ravok se levanta e a fumaça some, ele está de pé, sorrindo. Felipe apenas olha para ele, com medo.
Dio:
FELIPE, CORRE E PEGA O CAIO, PORRA!
Lágrimas começam a sair dos olhos de Felipe, ele quer se mexer, ele quer sair dali, mas ele não consegue.
Felipe: (pensando)
Se mexa, se mexa, por favor corpo, SE MEXA! Ravok aponta a mão para Felipe e prepara um ataque de ki sorrindo. Dio pula em Felipe o derrubando no chão, por pouco ele não é acertado pelo ataque de ki.
Dio da um tapa no rosto de Felipe, que acorda do transe.
Dio:
QUE PORRA VOCÊ TA FAZENDO? SE TU NÃO FIZER NADA A GENTE VAI MORRER.
Ravok aparece instantâneamente acima de Dio, Felipe encara seus olhos, ele está sorrindo, ele está apenas brincando. Dio é acertado por um chute nas costelas quebrando todas elas, fazendo-o voar para longe enquanto se engasga com o próprio sangue.
Ravok:
Ah.. pelo visto só sobrou você, que pena não conseguiu fazer nada para ajudar os namoradinhos.
Então um som toca do bolso de Ravok, um toque de celular.
Ravok:
Ah que porra, qual é o sinal dessa vez?
Uma luz vermelha reflete do celular para o seu rosto, sua cara fica séria encarando o celular.
Ravok:
Salvo pelo gongo, moleque.
E então ele sai voando as pressas deixando Felipe lá, intacto.
Felipe demora a se levantar, quando levanta e olha para Caio que estava mais próximo dele, a primeira coisa que ele viu, foi sangue, muito sangue, o medo ainda é visível no rosto de Felipe, ele carregou um por um até a rua mais próxima e então pediu ajuda para levá-los ao hospital falando que uns bêbados malucos os espamcaram, enquanto chorava e se culpava por não ter conseguido fazer nada.
Depois de um longo caminho até o hospital Dio, Aikon e Caio estavam nas camas, completamente enfaixados.
Felipe estava sentado ao lado deles.
Felipe:
A culpa foi minha.. Me desculpem, eu não consegui fazer nada.
Felipe cerrava seus punhos, tão forte que eles começaram a sangrar. As lágrimas se misturavam com o sangue, e os únicos sons que podiam ser escutados, era o choro de Felipe e o bip dos batimentos cardiacos de seus amigos. Um médico derrepente entra no quarto e senta na frente de Felipe.
Médico:
Olha, é um milagre eles estarem vivos, as caixas torácicas deles estão totalmente quebradas, aquele seu amigo quase não tem mais braço, fizemos o possível e o impossível e eu realmente não sei como ainda estão vivos, você pode me dizer o número dos seus pais?
Fim do capítulo 3.