Capítulo : A Revelação do Prodigioso
A arena da Academia de Magia Scalat estava repleta de energia enquanto Heitor enfrentava o renomado mago de batalha Zadi Blackthorn. O público assistia em silêncio absoluto, absorvido pela intensidade da luta. Ver um garoto de apenas 12 anos enfrentar de igual para igual um veterano era um feito que raramente se presenciava. Zadi, com seu núcleo azul e vasta experiência, ainda demonstrava a precisão e a técnica dos seus dias de glória, mas Heitor, mesmo jovem, parecia acompanhá-lo em cada movimento, revelando um talento sem precedentes.
O rei Magnus observava a batalha com um brilho de admiração nos olhos. A cada troca de golpes, sua expressão se tornava mais impressionada. Ao seu lado, o duque Erick, pai de Heitor, assistia com orgulho estampado no rosto, ciente do que aquele confronto significava. Erick havia optado por treinar pessoalmente o filho, reconhecendo que as academias comuns não eram capazes de desenvolver plenamente o potencial de alguém como Heitor. O jovem possuía uma afinidade excepcional com todos os elementos — algo que desafiava a lógica e superava qualquer feito registrado nas crônicas do reino.
Quando o rei viu Heitor invocar o poder do ar e do fogo com a mesma facilidade que respirava, ele murmurou, ainda com os olhos fixos na arena:
— Este é o seu filho? — perguntou Magnus, com uma mistura de surpresa e aprovação. — Ele está lutando como um verdadeiro mago de batalha, como se fosse um veterano.
Erick assentiu, mantendo o olhar atento sobre a arena. — Sim, Vossa Majestade. Heitor possui um domínio e afinidade com os elementos que vai além do que qualquer um de nós poderia imaginar. É por isso que eu escolhi treiná-lo pessoalmente, em vez de enviá-lo a uma academia de magia.
Os outros duques se aproximaram, intrigados pelo que ouviam. Heitor demonstrava precisão em cada movimento, controlando mana com uma habilidade que deixava até os nobres mais céticos impressionados. O duque Alfredy, da Casa Salles, comentou, com um tom de admiração na voz:
— É raro, ou até mesmo inédito, um mago dominar todos os elementos de forma tão equilibrada. Esse é um feito histórico, duque Erick. Nenhum mago registrado nas crônicas possui afinidade com todos os elementos.
Erick sorriu levemente, absorvendo a magnitude daquelas palavras. Ele conhecia a verdadeira profundidade do talento de Heitor.
— Sei disso, duque Alfredy. Heitor revelou um potencial que o diferencia de qualquer mago que já vimos. Ele não apenas controla os elementos; ele compreende a essência de cada um deles. Mas, acima disso, ele tem um desejo inabalável de proteger aqueles que ama. E isso é o que realmente o torna único.
A luta prosseguia, e Heitor demonstrava uma adaptabilidade impressionante. Zadi tentava usar combinações avançadas de ar e terra para desestabilizar o jovem, mas Heitor respondia com uma precisão assustadora. A arena vibrava a cada feitiço lançado, e a aura azul clara de Heitor brilhava intensamente, Cada feitiço executado revelava o controle absoluto que ele possuía, uma habilidade que desafiava as expectativas e deixava o público ainda mais impressionado.
Magnus virou-se para Erick com uma expressão séria.
— Essa afinidade que seu filho possui com os elementos... Ele é, de fato, uma raridade, uma verdadeira arma em potencial. Mas também uma grande responsabilidade.
Erick assentiu, sem desviar o olhar do filho.
— Concordo, Vossa Majestade. E é por isso que ele precisa ser orientado e guiado. Heitor tem um destino grandioso pela frente, mas ele está ciente dos perigos e das responsabilidades que o aguardam.
Quando o confronto se aproximava do fim, Zadi, exausto e com o rosto marcado pelo esforço, reconheceu o talento do jovem com um sorriso cansado e um gesto respeitoso. Sabia que havia enfrentado alguém especial, alguém que possuía o potencial para transformar o futuro do reino. O curandeiro se aproximou rapidamente para tratar dos ferimentos dos dois combatentes, e enquanto Zadi era atendido, Heitor se levantou, ofegante, mas com um olhar determinado.
O rei e os duques entenderam que acabavam de testemunhar o nascimento de uma lenda.