Já era noite quando Loko Sempai finalmente parou diante da guilda. Ele parecia inquieto, passando a mão pelo cabelo enquanto olhava de um lado para o outro, como se aguardasse alguém. A brisa noturna trazia consigo o som de passos leves e o aroma adocicado de uma essência que parecia dominar o ar.
"Demorei?" perguntou a assistente, aproximando-se com um sorriso confiante, que contradizia a suavidade de sua voz.
Sempai virou o rosto na direção dela, notando como a luz fraca da rua realçava sua presença. Antes que pudesse responder, ela segurou um de seus braços, apertando-o de forma carinhosa contra si. Sempai ficou tenso, sentindo o calor dela atravessar a manga de sua roupa, ainda mais que ele sentia a firmeza e maciez do busto dela em seu braço, o que o fez corar instintivamente.
"Você está…tá... cheirosa hoje," ele comentou sem pensar, tentando desviar a atenção de sua própria timidez.
"Nossa! só agora reparou?" Ela riu, jogando o cabelo para o lado de propósito. "Então quer dizer que nós outros dias eu sou fedida?."
Sempai envergonhado tentou se redimir. "Eu, eu não quis dizer isso!"
Ela sorriu, o olhando fixamente. "Seu bobinho, eu tô tirando sarro de você!"
Um breve alívio veio com sorrisos, diminuindo a tensão entre eles.
Caminhando pelas ruas mal iluminadas, eles pareciam dois conhecidos que, de repente, decidiram se aproximar mais. A assistente, diferente do comportamento profissional que sempre mantinha na guilda, agora exibia uma doçura inesperada, quase que delicada, sua voz estava macia e vagarosa, ela usava um tom mais sensual e tinha delicadeza com suas palavras, quase que um doce aos seus ouvidos.
"E então, Sempai, de onde você veio mesmo? Nunca perguntei isso direito," ela disse, olhando de lado para ele enquanto caminhavam.
Sempai respirou fundo, hesitante, mas acabou respondendo:
"Eu vim de Esbórnia, um vilarejo pequeno. Meus pais eram fazendeiros, e eu sempre sonhei em ser aventureiro. Queria… alcançar algo maior."
"E qual é o seu objetivo?" Questionou ela.
Ele olhou para ela, pensativo.
"Isso… Bom, eu queria chegar no nível ouro. ser forte o suficiente para proteger quem me importo, e conforto para minha família."
Ela parou de andar por um instante, refletindo sobre a resposta. Então sorriu de leve, voltando a apertar o braço dele contra si.
"Você é diferente dos outros," comentou ela com um leve sorriso. "Na guilda, todos só falam sobre dinheiro, fama ou matar monstros poderosos. É bom ver alguém que pensa além disso."
O silêncio tomou conta por um momento enquanto eles seguiam pelo caminho. Sempai sentia o coração bater mais rápido, mas se esforçava para não demonstrar. A assistente, percebendo o nervosismo dele, decidiu quebrar o gelo.
"Meu ex-marido era um aventureiro," ela revelou repentinamente.
Sempai ergueu as sobrancelhas, surpreso.
"Sério!?"
"Sim… ele era nível ouro, um classe espada. Um dos melhores. Mas… morreu numa emboscada na dungeon." Sua voz tremeu levemente, mas ela manteve o sorriso. "aeu estava grávida, minha primeira e única filha. Já fazem cinco anos desde então."
"Eu sinto muito," disse Sempai, abaixando o olhar, sem saber exatamente como responder.
"Não precisa sentir." Ela suspirou, ajeitando os cabelos. "Ser aventureiro e perigoso, sabiamos do risco."
Ele ficou mudo, incapaz de esconder o rubor que tomava conta de seu rosto. A assistente sorriu, observando a reação dele, e decidiu provocá-lo um pouco mais.
"Está nervoso?"
"Eu? Não… não estou." Sempai gaguejou, desviando o olhar enquanto ela se inclinava levemente, pressionando o busto contra seu braço de propósito.
"Certeza?" Ela riu, percebendo o desconforto. "Sabe, desde que fiquei viúva eu nunca saí assim, com outro homem sozinha! é a primeira vez!"
Aquilo o deixou mais inquieto.
"Pode se dizer que você é um homem de sorte!" completou ela.
"Eu sinceramente não sei o que dizer, sobre isso, mas me sinto privilegiado sem ter feito nada de merecimento!"
"Relaxa Sempai, olha, aquele é o restaurante!"
Um local bem iluminado a frente, com uma varanda e luzes amarelas que flutuavam como orbes pelos ares, deixando tudo iluminado, parecia vazio e luxuoso para a época.
No restaurante, Sempai tentou agir de forma cavalheira, puxando a cadeira para ela se sentar. Os dois pediram o jantar, e logo a conversa fluía naturalmente. O melancólico garoto que ela havia encontrado horas antes agora parecia mais leve, com um leve sorriso nos lábios.
"Sabe, se você não fosse tão novinho, talvez eu ficasse com você," ela provocou, arqueando as sobrancelhas.
Sempai engasgou levemente, ficando ainda mais corado.
"Eu… acho que você é uma mulher especial," ele respondeu, tentando manter a compostura.
"Especial? Eu?" Ela riu, balançando a cabeça. "Nada em mim é especial, Sempai. Agora, me diga, o que você acha mais atraente em mim?"
Sempai ficou paralisado, sentindo o suor escorrer pela nuca. Ele tentou pensar em algo apropriado, mas seus olhos, involuntariamente, passaram pelos seios dela antes de voltar para o rosto.
A assistente percebeu o olhar e, com um sorriso malicioso, ajeitou a roupa de propósito, destacando ainda mais seu busto.
"E então?"
"Eu… acho sua personalidade incrível, você é divertida e uma mulher decidida." ele disse rapidamente, desviando o olhar.
"Minha personalidade?" Ela repetiu, surpresa. Lentamente, um leve rubor apareceu em suas bochechas. "Você é o segundo homem que diz isso… E, quer saber? Acho isso fofo."
O silêncio voltou a se instalar, mas dessa vez, não parecia desconfortável. A assistente, observando Sempai timidamente mexendo na borda do prato, decidiu falar novamente.
"Sempai… posso pedir um favor?"
Ele ergueu o olhar, confuso, mas atento.
"Claro. Depende do que deseja."
Ela inclinou-se levemente na direção dele, deixando um mistério no ar enquanto dizia suavemente:
"Eu quero que você confie em mim… e me acompanhe até lá em casa, eu preciso de você hoje a noite até o amanhecer, para fazer algo comigo."
Sempai corou rapidamente sem conseguir pensar em nada, sentindo uma sensação de aperto e confuso.
O que ela pretendia exatamente? Pensou Sempai.
Afinal, noite estava apenas começando.