Enquanto eles percorriam o longo corredor de pedra iluminado por tochas, Loko Sempai observava atentamente o ambiente ao seu redor. Sentia uma estranha sensação de déjà vu, como se já tivesse passado por ali antes, embora não conseguisse lembrar quando. Franziu o cenho, tentando capturar o pensamento fugaz que se perdia entre as sombras.
"É estranho…" murmurou, quebrando o silêncio. "Sinto que já estive aqui antes…"
A assistente, caminhando ao seu lado, trocou um sorriso divertido com a atendente.
"É normal sentir déjà vu por aqui", comentou a atendente com um ar de mistério, como se soubesse algo que ele não sabia. Em seguida, ela mudou de assunto, como se aquilo não tivesse importância. "A propósito, você foi muito bem nos primeiros testes, Sempai. Tem potencial para ser um bom aventureiro."
Loko Sempai se animou com o elogio, sentindo uma faísca de empolgação que o motivava a continuar. Ele olhou para as duas mulheres, um tanto curioso.
"Vocês duas estão sempre por aqui? Digo, atendendo pessoas e acompanhando nos testes?" perguntou, casualmente.
A atendente sorriu com uma expressão orgulhosa.
"Meu nome é Piriguete Sempai," revelou ela, estendendo a mão. "Sou eu quem coordena e orienta os novos membros que chegam à guilda. E sim, estou sempre à disposição para ajudar os novatos."
"E eu sou apenas a assistente mesmo, prefiro que me chamem assim," completou a outra mulher, encolhendo os ombros. "Não tenho habilidades mágicas, então fico com o trabalho de apoio."
Loko Sempai assentiu, assimilando as informações. No entanto, sua curiosidade crescia a cada passo. Ele sempre quis entender mais sobre a guilda e, agora, tinha a chance perfeita.
"Então… como a guilda funciona exatamente?" perguntou, tentando disfarçar o interesse como uma curiosidade casual.
Piriguete Sempai trocou um olhar com a assistente antes de responder.
"A guilda sempre existiu, de certa forma. Ela serve como uma espécie de intermediária entre os clientes e os aventureiros. Pessoas que enfrentam algum problema, seja com monstros, segurança, proteção, consertos ou até mesmo algo mais simples como o preparo de poções, vêm até nós em busca de ajuda."
A assistente continuou, complementando a explicação:
"Funciona assim: o cliente traz o pedido, nós registramos e definimos um prazo e um preço. Quando a missão é concluída, a guilda repassa o pagamento ao aventureiro, com uma pequena taxa de intermediação. E se, por algum motivo, a missão não for concluída, o cliente recebe o dinheiro de volta."
Loko Sempai balançou a cabeça em aprovação, achando o sistema bem organizado. Mas ele ainda queria entender como funcionavam as diferentes classes e categorias dentro da guilda.
"E as classes? Ouvi dizer que existem várias... Como isso se divide?" perguntou.
Piriguete Sempai começou a listar, contando nos dedos enquanto falava:
"Temos várias classes, cada uma especializada em diferentes tipos de habilidades. Por exemplo, o Arqueiro é especialista em ataques de longa distância; o Lanceiro lida bem com média distância; o Espada é focado em combates corpo a corpo, enquanto o Escudo se concentra em defesa."
"E os magos?" perguntou Loko Sempai, curioso.
"Ah, temos alguns tipos também," ela respondeu. "Temos o Mago Arqueiro, que se especializa em ataques, e o Mago Escudeiro, que é focado em defesa. Além disso, há o Mago Tanker, que é um especialista equilibrado em ataque e defesa. E, claro, temos o Clérigo, um tipo de mago com habilidades de cura."
A assistente interrompeu com um sorrisinho:
"E não podemos esquecer dos Feiticeiros. Eles são um pouco mais… peculiares. São especialistas em poções, runas e procedimentos mágicos menos convencionais."
Loko Sempai sorriu, absorvendo cada detalhe. Ele estava fascinado pela variedade de classes. Isso significava que a guilda era um verdadeiro caldeirão de talentos.
"E o Gatuno? Já ouvi falar desse título," comentou ele.
Piriguete assentiu.
"Gatunos são mestres em armadilhas, furtividade, selos e travas. Se precisar de alguém para desarmar uma armadilha numa dungeon ou passar despercebido, eles são a melhor escolha."
A assistente continuou:
"Há também o Tanker, que é especialista em ataque e defesa, e o Explorador, que se destaca em estratégias e sobrevivência dentro de dungeons. Cada classe tem suas peculiaridades e todos têm seu papel em equipe."
Sempai não pôde conter a empolgação. Ele mal podia esperar para fazer parte da guilda. Então, arriscou mais uma pergunta:
"E quanto aos rankings e categorias? Como funcionam?"
Piriguete Sempai sorriu e explicou:
"Bem, todo aventureiro começa no nível iniciante. Temos três sub-níveis nesse rank: Vidro, Porcelana e Ferro. Equipes nesse nível são limitadas a cinco integrantes."
A assistente continuou:
"Conforme vão ganhando experiência, os aventureiros avançam para o nível intermediário, que inclui os ranks Bronze, Prata e Ouro. Nessas equipes, o limite de integrantes sobe para doze."
Piriguete acrescentou:
"Depois vem o nível avançado: Platina, Rubi e Diamante. Aí, os times podem ter até vinte e cinco membros. E, finalmente, temos o nível lendário, Titânio, onde uma equipe pode ter até cinquenta e dois integrantes."
"Isso é incrível…" Loko Sempai estava impressionado. "Então… qualquer um pode chegar ao nível Titânio?"
Piriguete balançou a cabeça com um leve sorriso.
"hahaha! Não é tão fácil. A maioria não passa do nível intermediário. Chegar no nível Ouro Leva anos de dedicação, treinamento e conquistas. Imagina para alcançar os ranks mais altos. E, mesmo assim, poucos chegam ao nível lendário."
A assistente complementou com um tom de seriedade:
"Cada missão tem pontos de experiência especificados de acordo com a dificuldade, além de tudo o nível titã só existe um aventureiro vivo no mundo que possuí ele, que é o famoso chapeuzinho cor de rosa, da guilda do chapelão das bruxas no reino de Veridian."
Loko Sempai (se imaginando): "Acho que se eu chegar no nível ouro já deve ser o suficiente!"
Determinado, Sempai caminhava pelo corredor para o seu último teste, loucamente ansioso para explorar e descobrir o mundo a volta.