Chapter 2 - Lucius De Salvo

E assim, o destino de Layla estava selado. Ela foi forçada a um casamento arranjado pela sua família, seus protestos ignorados, seu coração partido pela traição que recebeu de Roderick, o homem que ela pensava que a amava.

O que veio de pior em sua vida foi casar com um homem velho e careca que tinha múltiplos relacionamentos, segundo Orabela. Na última noite, ela continuou chorando e implorando ao pai do lado de fora de sua sala de estudos para não casá-la daquela maneira.

A parte mais angustiante foi que sua mãe nunca veio verificar como ela estava. Até ela a considerava um fardo. Layla não tinha ganância por dinheiro ou fama. Estaria pronta para viver longe desta família, mas eles também não estavam prontos para isso.

De pé no corredor do casamento, vestida com um vestido branco e segurando um buquê, os nós dos dedos de Layla ficaram brancos enquanto ela apertava as flores fortemente, aguardando seu noivo.

Lucius De Salvo não era um homem comum e gentil. Ele era o homem mais aterrorizante vivo na terra. As pessoas até temiam dizer o nome desse homem.

E ela teria que compartilhar toda a sua vida com Lucius, um homem velho!

O pior pesadelo que alguém poderia ter.

Ela queria fugir e se esconder em algum lugar distante, mas até o pensamento de ser pega por Lucius enviava calafrios em seu corpo. Ontem, quando ela contou isso ao pai, as palavras dele foram simples.

"Tente fugir e ele te matará no momento em que te encontrar."

"Então, por que você está me casando com ele? Ele tem 36, pai, enquanto eu tenho apenas 22. Você está me pedindo para casar com um homem velho, pai", Layla perguntou a seu pai enquanto lembrava a diferença de idade entre eles.

"Porque é isso que Lucius quer. Ele quer se casar com você", Darius disse. "Ele é um homem influente no país e não podemos ignorar a ordem dele. Você não fez nada de bom por esta família; pelo menos, faça isso direito."

Layla saiu de seus pensamentos quando o som agudo dos saltos ecoando pelo corredor chamou sua atenção. Lentamente, ela levantou o olhar, preparando-se para encontrar a visão de seu noivo velho e careca, como Orabela havia descrito. Mas o que ela viu deixou-a completamente atônita.

Lucius De Salvo não era nada como o homem que ela havia imaginado. Ele era muito mais refinado, exibindo uma presença poderosa que desmentia sua idade. Seus traços eram aguçados e marcantes—sobrancelhas grossas e arqueadas, uma linha da mandíbula perfeitamente esculpida e olhos azuis penetrantes que pareciam atraí-la sem esforço. Ele não parecia ter 36 anos; na verdade, parecia eterno, comandando uma aura de autoridade atemporal.

Layla ficou paralisada, esquecendo até de respirar enquanto absorvia a imponente figura diante dela. Lucius irradiava uma aura de rei—alguém que havia vindo não apenas para reivindicar sua noiva, mas sua igual. O próprio ar ao redor deles parecia mudar enquanto ele se aproximava, parando a poucos centímetros dela. Seu colônia—um aroma rico e intoxicante—cobriu-a, finalmente a fazendo respirar.

Então, seus lábios se curvaram num sorriso, não de arrogância, mas algo muito mais perturbador—admiração, como se já a conhecesse de maneiras que ela não entendia. A maneira como seu olhar demorava nela enviava um calafrio por sua espinha, fazendo seu pulso acelerar.

"É um prazer finalmente conhecê-la, Layla Rosenzweig", ele disse, sua voz baixa e rouca, cada palavra carregando um certo peso como se ele estivesse esperando por ela. "Você está exuberante no vestido que eu escolhi pessoalmente para você." Seus olhos percorriam seu rosto, estudando cada centelha de emoção, cada torção de surpresa que ela não conseguia esconder.

Mesmo através do véu que cobria seu rosto, Layla podia sentir a intensidade do olhar dele, penetrando o tecido fino como se ele estivesse olhando diretamente em sua alma. Suas bochechas queimavam sob o peso disso, e ela rapidamente baixou os olhos, incapaz de suportar a sensação avassaladora de estar tão exposta, tão vista.

Mas no próximo instante, o braço forte de Lucius estava ao redor de sua cintura, puxando-a contra ele com uma força que fazia seu coração disparar. A proximidade repentina a deixou sem fôlego, seu firme controle tanto possessivo quanto comandante.

"Comece os votos", ele ordenou ao padre, sua voz transbordando uma confiança que fazia seu pulso disparar. O sorriso que brincava em seus lábios era sombrio, enigmático e preenchido com algo que Layla não conseguia identificar—uma mistura de controle e desejo. "Mal posso esperar para torná-la Layla Lúcio De Salvo."

A cerimônia passou como um borrão, cada momento uma névoa de votos sussurrados e anéis trocados. Layla mal se lembrava das palavras faladas; tudo em que ela podia se concentrar era na sensação da mão de Lucius sobre a dela, na forma como seu polegar acariciava sua pele com uma possessividade que fazia suas entranhas se retorcerem.

Antes que percebesse, ela estava dentro de uma limusine, a magnitude do dia finalmente a atingindo como uma onda.

Seu coração afundou quando percebeu que sua mãe nem sequer se incomodou em vê-la partir, demasiadamente absorta em uma conversa com Orabela, que sempre fora tratada mais como uma filha do que Layla jamais fora.

O golpe familiar do abandono a atravessou, mas desta vez trouxe consigo uma raiva fervente.

Pensamentos de vingança fervilhavam dentro dela—imagens vívidas de envolver as mãos em torno do pescoço de Orabela e sufocar a vida dela preenchiam sua mente, seguidas pela fantasia de espancá-la impiedosamente com o buquê que ainda segurava em suas mãos trêmulas.

Seu aperto nas flores apertou, os caules dobrando levemente sob a pressão de sua raiva.

"Você quer que eu mate aquela mulher?"

A voz baixa e retumbante de Lucius cortou seus pensamentos, arrancando-a do devaneio violento.

O fôlego de Layla prendeu enquanto ela se virava para encará-lo, seu coração acelerando mais uma vez, embora desta vez por uma razão completamente diferente. Ele estava tão perto—mais próximo do que ela percebeu, seus lábios pairando a apenas centímetros dos dela.

Seu hálito quente e mentolado se misturava com o dela, criando uma mistura intoxicante que a deixava tonta. Cada centímetro de sua pele ardia em percepção, seu corpo reagindo instintivamente à tensão entre eles.

Seus dedos roçaram seu queixo, levantando-o levemente para que seus olhares se encontrassem. A intensidade em seus olhos era abrasadora, escurecida com algo primal, algo que fazia seu estômago revirar de uma forma que ela não conseguia controlar.

"Diga", ele instigou, sua voz um sussurro rouco que enviava calafrios por sua espinha. Seu toque era leve, mas comandava toda a sua atenção, seu polegar passando suavemente ao longo de sua linha da mandíbula enquanto inclinava seu rosto para cima em direção a ele. "Eu prefiro palavras, Layla."

O olhar de Lucius demorava em sua boca, seus olhos escuros com fome, como se ousasse ela a dizer as palavras que ele queria ouvir.

"Eu—eu nunca pensei nisso", Layla gaguejou, a mentira escapando de seus lábios. Ela não sabia realmente como expressar seus sentimentos, nem queria admitir seus pensamentos mais sombrios.

"Não minta para mim. Meus olhos veem o que outros não conseguem, querida. A maneira como suas mãos se cerraram, seus olhos se moveram e seu maxilar se apertou—todos revelam seu desejo de matar aquela mulher", Lucius disse, seu olhar nunca deixando o dela.

Os lábios de Layla tremiam, mas nenhuma palavra saía. A intensidade do momento a deixava paralisada.

Antes que Layla pudesse processar completamente o que estava acontecendo, os lábios de Lucius roçaram os dela, suaves, enviando uma onda de calor por seu corpo congelado. Seu fôlego prendeu enquanto sua mão se movia para a parte de trás de sua cabeça, segurando-a no lugar com um aperto firme e possessivo.

Ela levou suas mãos trêmulas ao peito dele, sua voz mal escapando de seus lábios enquanto gaguejava, "E-Estamos no carro..."

Os olhos de Lucius brilhavam com travessura enquanto ele prendia uma mecha solta de cabelo atrás de sua orelha, seus dedos demorando-se contra sua pele. "E daí?" Seu tom era suave, provocante, como se seu protesto o divertisse. "Não posso beijar minha esposa?"

O coração de Layla acelerava, seus lábios se unindo numa tentativa vã de manter a compostura. "Uh—não... isso é inapropriado", ela sussurrou, embora nem mesmo ela estivesse convencida por suas próprias palavras. Sua mente gritava por distância, mas seu corpo se sentia preso na atração de sua presença. 'Por que ele está agindo assim?' ela pensou, seu pulso acelerando. 'Eu ouvi que ele nunca sorria, mas agora ele está sorrindo para mim o tempo todo.'

Lucius se inclinou para trás levemente, um sorriso malicioso puxando o canto de sua boca. "Tudo bem, querida. Mas assim que pisarmos dentro da minha propriedade, faremos exatamente como eu desejar. E eu não vou parar—" sua voz abaixou, escurecendo com uma borda perigosa "—mesmo que você me implore."

A ameaça em suas palavras enviou um calafrio por sua espinha, deixando sua mente atordoada. Era isso um aviso, ou ele estava simplesmente afirmando sua dominância? A respiração de Layla acelerava enquanto a realidade de sua situação começava a se concretizar. Ela engoliu em seco e, com uma voz trêmula, perguntou, "Por que eu? Por que você escolheu se casar comigo?"

A expressão de Lucius mudou, seu tom indiferente, porém firme. "Porque você é Layla."

Confusão franziu sua testa enquanto ela o encarava, sua resposta apenas aprofundando o nó de inquietação em seu peito. 'Que tipo de resposta é essa?' ela pensou, frustração girando dentro dela. Mas antes que pudesse exigir mais, a limusine parou na frente da imponente propriedade De Salvo. A visão dela à luz fraca da lua fez seu estômago torcer com pavor.

A noite já havia caído quando eles entraram na propriedade, e a gravidade do que estava por vir pesava fortemente sobre ela. Seu coração batia enquanto ela seguia Lucius para dentro, sua mente acelerada com medo e incerteza.

Ela foi levada ao quarto dele, um espaço que espelhava o restante da casa—escuro, imponente e envolto em sombras.

Ela colocou o buquê sobre uma mesa perto da porta, suas mãos tremendo, e deu um passo hesitante para a frente, seus olhos vasculhando o quarto.

Mas antes que pudesse absorver seus arredores, ela foi repentinamente empurrada para trás, seu corpo colidindo com a parede fria atrás dela. "Ahh!" Um grito baixo escapou de seus lábios enquanto o corpo de Lucius pressionava contra o dela, seu rosto pairando perigosamente perto.

"Você está pronta para a noite de núpcias, querida?" Sua voz era baixa, um ronronar sedutor que fazia seu pulso martelar em seus ouvidos. Sua mão deslizava pelo braço dela, a parte de trás dos dedos roçando levemente contra sua pele, fazendo-a estremecer com o contato.

"N-Nós não nos amamos", Layla gaguejou.

Lucius riu sombriamente, seus lábios se curvando num sorriso predatório. "Isso importa?" Sua voz era um sussurro áspero, preenchido com desejo que fazia seu coração acelerar. "Eu te desejo há muito tempo, Layla."

Os olhos dela se arregalaram em choque, seu corpo ficando rígido debaixo do dele. "O quê?" Sua voz era incrédula, a incredulidade brilhando em seu olhar. "Por que você iria?"

"Porque você é Layla Rosenzweig, a mulher que eu gosto", ele disse novamente. As palavras eram simples, mas elas continham um significado mais profundo que ela não conseguia entender.

E antes que pudesse questioná-lo mais, seus lábios se chocaram contra os dela em um beijo feroz e apaixonado. Não era nada como o toque hesitante no carro—este beijo era exigente, preenchido com uma fome que a sobrecarregava.

Suas mãos agarraram sua cintura firmemente, puxando-a para mais perto enquanto sua boca devorava a dela, deixando-a sem fôlego e tonta. A mente de Layla gritava para empurrá-lo para longe, mas seu corpo, traindo-a, respondia a cada movimento dele, seus lábios se separando como se atraídos pelo calor do momento.

O menor espaço entre eles desaparecia enquanto Lucius aprofundava o beijo, sua boca quente e possessiva, saboreando-a como se tivesse esperado esse momento por uma eternidade.

Layla sentia-se girando, presa no perigoso encanto de seu toque.