Layla lançou um olhar breve para a mensagem de Roderick antes de decidir ignorá-la. Sem pensar duas vezes, ela bloqueou o número dele. "Você só me verá quando isso te causar dor," ela murmurou em voz baixa, jogando o telefone na cama com um movimento brusco do pulso. Em seguida, voltou sua atenção para o armário, escolhendo um vestido para a noite.
Depois de vestir o traje, Layla arrumou o cabelo, prendendo algumas mechas na parte de trás com grampos, enquanto deixava o restante de seus cachos macios caírem sobre os ombros.
Colocando a escova cuidadosamente na penteadeira, ela calçou saltos combinando e pegou uma bolsa de mão coordenada, a elegância de seu conjunto exalando confiança.
Ao descer as escadas, os olhos de Layla encontraram Roger, esperando pacientemente perto da porta.
"Boa noite, Senhora. Irei levá-la ao hotel. O chefe não conseguiu chegar em casa e encontrará você diretamente no restaurante," disse Roger em seu habitual tom respeitoso.
"Entendi," respondeu Layla, avançando para sair. Justo quando ela alcançou a porta, seus passos vacilaram ao ver sua mãe se aproximando pelo corredor.
Por um momento, Layla acreditou que sua mãe tinha vindo vê-la, mas o pensamento reconfortante foi rapidamente despedaçado.
Sem aviso, Seraphina levantou a mão e deu um tapa no rosto de Layla, o som da bofetada ecoando pelo ambiente.
Roger imediatamente deu um passo à frente, posicionando-se entre Layla e Seraphina enquanto a mulher mais velha levantava a mão novamente, pronta para atacar. Sua postura protetora era firme, protegendo Layla de mais danos.
"Como você ousa mentir sobre Roderick?" Seraphina gritou, sua voz repleta de raiva. "Eu te disse para nos deixar em paz!"
Roger discretamente sinalizou aos guardas, que rapidamente apareceram. Eles seguraram os braços de Seraphina, contendo-a antes que ela pudesse atacar novamente.
"Me soltem!" Seraphina gritou, lutando contra a contenção deles, sua voz ecoando pelo corredor. "Eu sou a mãe dela. Vocês não podem me tratar com força assim," ela declarou.
O olhar de Layla queimava em sua mãe, a dor da traição profunda no peito. "Por que você me odeia tanto? Você acredita nas mentiras de Orabela e vem aqui me confrontar? Você perdeu toda a vergonha, vivendo como amante de Darius Rosenzweig?"
Roger rapidamente pegou seu telefone para contactar Lucius.
O rosto de Seraphina se contorceu em fúria conforme as palavras de sua filha penetravam. "O que você acabou de dizer?" ela sibilou em seu tom perigoso. "Como você ousa—"
"Cale a boca!" Layla gritou, sua voz estalando no ar como um chicote. Os olhos de Seraphina se arregalaram, chocados com a audácia de sua filha. Layla nunca tinha falado com ela dessa maneira antes. "Eu não sou mais sua filha," Layla continuou, sua voz fria e cortante. "Eu sou Layla Lúcio De Salvo agora. Então, é melhor você mostrar respeito quando falar comigo. Você levantou a mão para a esposa de Lúcio De Salvo, e eu juro, Orabela vai pagar por isso. Você a ama mais do que a mim, não é? Eu vou tornar a vida dela um inferno. E a sua também."
"Layla, você—" Seraphina tentou falar, mas sua voz foi afogada pelo comando que se seguiu.
"Expulsem-na desta mansão!" Layla ordenou aos guardas, sem dar outra olhada para sua mãe. "Ninguém a deixa entrar de volta, ou terão que lidar comigo."
"Layla! Layla!" A voz de Seraphina ecoou pelo corredor enquanto os guardas a arrastavam para fora, mas Layla não parou de andar até chegar ao foyer, onde um Porsche preto a esperava. O motorista rapidamente abriu a porta, e ela deslizou para dentro. Seu corpo inteiro tremia, mas ela se recomposto.
Lágrimas brotaram nos olhos de Layla, mas ela rapidamente as enxugou. No banco da frente, Roger a olhou através do espelho retrovisor, seu rosto mostrando preocupação silenciosa.
Enquanto o carro se afastava, Layla viu sua mãe sendo empurrada escada abaixo, caindo no chão com um baque humilhante. Embora parte dela recuasse ao ver sua mãe sendo tratada dessa maneira, ela sabia que Seraphina merecia isso. Vez após vez, sua mãe havia escolhido as mentiras de Orabela sobre a verdade de sua própria filha.
Seraphina se levantou e correu em direção ao carro, mas Layla ordenou friamente ao motorista, "Dirija." O carro acelerou, deixando para trás os gritos desesperados de sua mãe.
"Vou informar o Chefe sobre isso," Roger disse suavemente, quebrando o silêncio.
"Não há necessidade. Este não é um fardo para ele carregar," Layla respondeu firmemente, enxugando os resquícios de lágrimas de seu rosto enquanto se preparava para o que estava por vir.
Logo, eles chegaram ao elegante restaurante francês, Le Château d'Or. Layla desceu do carro com graça, seus saltos fazendo eco no pavimento. Roger a seguiu enquanto eles eram recebidos pelo gerente, que sorriu calorosamente.
Layla retribuiu o sorriso brevemente antes de ser escoltada para uma sala de jantar privativa no segundo andar. Uma vez dentro do elevador, ela sentiu um momento de solidão, seus pensamentos correndo enquanto se preparava para enfrentar seu marido.
Quando as portas do elevador se abriram, Layla saiu para o amplo e silencioso andar. Havia apenas uma pessoa lá—Lucius. Ele estava no extremo oposto da sala, esperando por ela.
Layla nunca pensou que acabaria correndo até ele e o abraçaria apertado como se ele fosse o único homem neste mundo que pudesse entendê-la.
Lucius, que estava mesmerizado ao ver Layla no vestido cor marfim, ficou chocado no momento em que ela correu até ele e o abraçou apertadamente. Ela achava que enfrentaria esse sentimento sozinha e não deixaria Lucius descobrir, mas naquele momento, ela queria chorar em seus braços.
"Layla," Lucius sussurrou seu nome e ouviu seus soluços. "Por que você está chorando?" Ele levou suas mãos aos ombros dela para afastá-la.
"Por favor… deixe-me ficar assim," Layla pediu enquanto continuava soluçando. Momentos depois, ela própria se afastou e olhou em seus olhos com lágrimas. "Você sempre vai acreditar em mim, não vai?" Ela perguntou.
"Você sabe a resposta," Lucius disse. "Mas por que você está chorando? Quem diabos fez você chorar? Me diga! Vou matar essa pessoa por você," ele disse firmemente, não conseguindo reprimir o som de rosnado que o acompanhou.