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Chapter 8 - Capítulo 8 - Começou

Medo.

Foi a única coisa que senti naquele momento. Havia recebido uma segunda chance de viver uma vida melhor e eu não podia perdê-la por nada.

Também não quero morrer, não de novo. Já falhei em ter uma vida minimamente aceitável, não irei passar por isso novamente. Saindo do meu pior pesadelo ouço a voz do meu pai me chamando.

"Matteo, no nosso clã valorizamos os fortes, mas também temos muita consideração pelo consentimento. Então irei perguntar uma vez, e apenas uma vez. Matteo Silverback você aceita este desafio para continuar no clã e manter sua honra?"

Eu nunca tive direito de escolha, porque se eu recusar sairei do clã e terei que morar na rua, mas se aceitar poderei morrer. Refleti qual era a melhor opção, se fosse em bora arrumaria um emprego, talvez um fazendeiro e viveria uma vida simples e tranquila. Mas não ia desistir eu treinei por cinco anos e não vou jogar fora todo meu esforço. Por fim, decidi o perigo.

"Sim. Eu, Matteo Silverback, filho de Hugo Silverback,patriarca do clã e Aurora Silverback, sua esposa, aceito o desafio."

Os anciãos se alegraram com acerteza da minha perda, um deles se empolgou e disse. "Ótimo então va—"

"Porém tenho uma condição - cortei o ancião no meio de sua fala - minha punição para a perda é ser expulso do clã, porém e se meu primo perder? Qual será sua punição? Eu proponho que ele não tenha mais o direito de me desafiar novamente, nem se ele quiser suceder meu pai como patriarca. Todos de acordo?"

Sussurros surgiram, uns apoiando a justiça e outros não. Alguns desaprovaram até de mais.

"Rídiculo não podemos aceitar esse acordo, isso é inadmissível!" Para minha surpresa não foi um daqueles velhinhos que disse isso, mas sim uma mulher loira de olhos azuis e, obviamente, com chifres.

"Por que, Sabrina? Na minha visão essa condição é mais que justa. Está com medo de seu filho perder para o meu? Acha que o gênio do clã perderá pra uma criança desperta a menos de um mês?" Minha mãe respondeu ferozmente.

"Nunca!"

"Então você aceita o que meu filho propôs, certo?" Sabrina empalideceu, sua boca foi mais rápida que o seu cérebro.

"Sim..." Ela concordou, pois não podia mais recusar depois de dar um show desses.

"Dito isso, reunião acabou. A luta será amanhã ao meio-dia." O patriarca encerrou a assembleia com somente uma frase. Pensei que papai era forte, mas só falar isso e ignorar totalmente as pessoas era certamente algo que ninguém sem ser ele poderia fazer.

Todos levantaram obedientes de seus lugares e foram em direção a porta, de todos que passaram por mim só uma pessoa me olhou, Sabrina. Ela me encarou com um ódio imenso, estava quase pulando em mim pra matar, no entanto Anna me defendeu e perguntou com a voz mais cínica possível.

"Algum problema com meu mestre, Lady Sabrina?"

"Não, nenhum problema babá." A mulher enfatizou 'babá' como se quisesse pôr Anna abaixo dela e depois insutá-la se retirou como se nada tivesse acontecido.

Aguardamos até todos se retirarem, quando a última pessoa saiu meu pai e minha mãe vieram até nós. Ambos com um rosto derrotado.

"Me desculpe - papai estava triste, ou melhor, era uma coisa mais parecida com decepção - coloquei muita pressão em você meu filho. Se quiser ainda dá tempo de desistir..."

"Desistir? Logo eu? Filho do patriarca e sua esposa, um gênio que despertou em tenra idade. Jamais desistirei! Derrotarei Ryan e terei um inimigo a menos pra te suceder, pai." Ironizei para tentar deixar o clima mais leve.

Mesmo temendo a possibilidade da minha morte manti a cara de coragem, tenho que ser forte e futuramente pretendo ser o mais forte.

'Não coloque tanto peso em suas costas, criança.'

Disse uma voz na minha mente, mas não a minha voz. Quem poderia estar dizendo alguma coisa na minha cabeça?

'Eu sou o shi, pazer em te conhecer, pequeno.'

Shi? Não conheço ninguém com este nome, como consegue falar na minha cabeça?

Me desesperei, não sabia quem ele era e se consiguia ouvir tudo o que eu pensava ou só quando falava diretamente com ele.

'Porque sou sua espada, criança.'

Espada...? Não pode ser, ele é aquela lâmina que apareceu no meu quarto outro dia! Mas ele é um objeto como poderia falar, deixando isso de lado há algo mais importante, se ele é uma pessoa pode me ajudar a vencer Ryan!

Num ato impulsivo ignorei as pessoas ao meu redor e ordenei. "Anna, preciso ir ao meus aposentos nessa casa, por favor me guie."

"Claro Jovem Mestre, Lord Hugo e Lady Aurora se me dão licença irei acompanhar vosso filho."

Se eu achava aquela casa grande não tinha noção da dimensão desta, ela se assemelha a mais ou menos 10 campos de futebol. Por isso tivemos que correr por 15 minutos pra chegar ao meu quarto.

Quando chegamos pedi para minha babá ir e procurei a espada em todos os lugares agora essa era minha única chance, quero que dê certo. Eu preciso que dê certo.

Depois de caçar desesperadamente essa arma eu achei e supliquei sendo reto e direto.

"Não me importo se você é uma pessoa, um demônio, vampiro ou qualquer outra raça. Eu realmente não dou a mínima. Mas eu preciso de poder, um poder que não tenho, então responda a somente uma pergunta: você consegue me dar o poder para derrotar alguém com um núcleo de nível avançado?"

Espero que ninguém me veja conversando com um objeto, mas no momento estou muito preocupado para me atentar a esse tipo de coisa.

Meu nervosismo aumentava a cada segundo sem resposta, eu esperei por horas, porém nada aconteceu, absolutamente nada. Sem coragem, mana ou poder pra lidar com a minha situação.

Agora não é hora de ficar me lamentando, preciso me contentar com as minhas habilidades e traçar um plano, nada me veio a mente, pensei até sentir as engrenagens do meu cérebro travando. Finalmente tive uma ideia, talvez não desse certo, contudo é minha única opção. Intenção assassina.

Se eu tivesse o suficiente poderia assustar Ryan para ele ter movimentos mais lentos e sendo assim eu teria uma chance de vitória. Cansei de tudo que estava acontecendo, fui dormir com um plano de última hora e um sonho parecendo inalcançável.

Ouço batidas, a porta abre e Anna entra. "Jovem Mestre Matteo, está na hora do café. Deseja que eu te ajude a se trocar?"

"Não, muito obrigado Anna." Não imagina alguém me trocando e nem quero.

Já havia chegado no café, pensando seriamente em desistir, em acabar com isso, arrumar um emprego e viver uma vida simples como um fazendeiro ou um chefe de cozinha. Não! Desisti de muitas coisas na minha vida anterior, nunca mais abrirei mão de nada!

Só quero lutar logo e ver no que dá, no entanto tomo pacientemente meu café e sigo ao meu quarto pra fazer a única coisa que pode definitivamente me ajudar. Mais uma vez vou absorver mana e refinar meu núcleo até o horário da luta.

É como se eu só prestasse pra fazer isso e é irritante... Muito irritante mesmo.

Ouço passos e penso que é Anna, mas um garoto abre a porta e corre em minha direção, segurando uma espada, me golpeia. Sem pensar duas vezes saco minha arma e defendo seu ataque.

Um sorriso arrogante surge em seu rosto, tão arrogante a ponto de pensar que ele poderia vencer um deus.

"Ryan, esse é meu nome. Não se esqueça de quem vai te mandar em bora daqui." Quando ele estava quase saindo grito.

"Já que está tão livre assim para insultar a mim vamos lutar, agora!" Exijo com roda a minha ferocidade.

"Já que quer perder logo, quem sou eu para negar. Chamarei um ancião para testemunhar, te encontro na sala avançada de treinamento em 15 minutos."

Corro para o quarto ao lado, o de Anna.

"Anna, preciso de um favor. Chame meu pai e fale que irei lutar agora, quero ele de testemunha."

O choque em seu rosto é visível, ela abre a boca pra contestar, mas acho que consegui convencê-la com a minha voz determinada.

Chegando a sala acompanhando da minha babá e meu pai, vejo um dos anciãos e o pestinha, o qual não perde a oportunidade.

"Veio trazer seu pai para te ver perder?"

"Não, trouxe para ele me ver vencendo. Ah, entendi você está escondendo seu medo por baixo da sua máscara de desdenho. Tenho oena de você."

"Como ousa seu bas—"

"Que tal pararem de descutir e resolverem no campo de batalha." O ancião interrompe furioso e decepcionado por seu queridinho estar discutindo com um 'bastardo'.

"Certo..." Concorda Ryan tristonho.

Entramos na sala. Era branca com arquibancadas em todos os lados, no meio um espaço para a luta.

Agora ou nunca.