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Chapter 5 - O Enigma das Sombras

O templo estava em silêncio, e o eco dos passos de Darius era o único som que preenchia o vasto salão. Ao redor, sombras densas e profundas pareciam dançar nas paredes, movendo-se como se tivessem vida própria. Cada passo dentro do templo aumentava a sensação de que ele estava sendo observado, que aqueles corredores guardavam segredos há muito esquecidos e não revelados ao mundo exterior.

Darius, ainda sentindo os efeitos da batalha recente com as sombras vivas, tentou controlar a respiração enquanto avançava. Ele sabia que aquela prova de força era apenas o começo e que o verdadeiro desafio não era físico, mas uma prova de sua alma, de sua capacidade de resistir ao atrativo das trevas.

A sala onde entrou agora era diferente, um espaço amplo onde colunas escuras se erguiam até um teto que se perdia na penumbra. No centro, um altar de pedra adornado com runas antigas parecia emanar uma energia quase palpável. Ele sentiu o amuleto em seu peito pulsar novamente, como se reconhecesse aquele lugar sagrado e perigoso.

Ao aproximar-se do altar, uma figura fantasmagórica surgiu diante dele, formada por sombras densas que pareciam materializar-se no ar. Era um homem alto e esguio, de olhos intensamente brilhantes e voz profunda que reverberava pelo salão.

"Guardião, você chegou até aqui, mas será que tem as respostas que busca?" A voz da figura ecoava, carregada de uma sabedoria antiga e desafiadora.

Darius hesitou por um momento. "Eu não sei todas as respostas," respondeu ele, tentando manter a voz firme. "Mas eu fui escolhido para ser o Guardião das Sombras, e estou disposto a enfrentar qualquer prova que seja necessária."

O homem sombreado inclinou a cabeça, como se o estivesse avaliando. "Prova? O que você realmente busca, Guardião? Poder? Conhecimento? Ou algo que está além dos limites da compreensão humana?"

Darius sentiu o peso daquelas palavras. Ele se lembrou das visões que o amuleto lhe mostrara — cidades em ruínas, reinos destruídos, mas também a promessa de um poder vasto e sombrio. No entanto, havia algo mais profundo que o movia. Ele não queria apenas poder; queria entender. Ele queria descobrir o propósito que ligava sua alma àquela força desconhecida.

"Eu busco compreender a verdade sobre o que é ser um Guardião," respondeu ele, com um tom determinado. "Quero entender qual é meu papel e como posso equilibrar a escuridão com a luz."

O espírito diante dele riu suavemente, mas não era uma risada de escárnio. "Sabedoria rara," disse a figura. "Muitos que vieram antes de você falharam exatamente porque não entenderam essa verdade. A escuridão é um caminho traiçoeiro. Ela promete poder, mas também devora aqueles que não estão preparados para suportá-la."

O espírito estendeu a mão, e uma esfera de sombras emergiu de sua palma. "Esta é a essência das sombras," continuou ele, com os olhos fixos em Darius. "Para ser o Guardião, você deve aceitá-la dentro de si, mas também mantê-la sob controle. É uma parte de você, mas não pode ser tudo o que você é. Agora, mostre-me: você é digno?"

Darius respirou fundo e estendeu a mão, tocando a esfera de sombras. No instante em que seus dedos encostaram na escuridão, ele sentiu uma onda de poder avassalador passar por seu corpo. Imagens começaram a surgir em sua mente: um mundo coberto por sombras, reinos caídos, homens e mulheres corrompidos pela escuridão. Ele viu o que a ambição descontrolada e o desejo de poder poderiam fazer, destruindo tudo ao redor.

Ao mesmo tempo, sentiu uma calma profunda, uma certeza que vinha de dentro. Ele sabia que, por mais que aquele poder fosse tentador, seu propósito era servir, proteger, e não consumir. Apertou a esfera, absorvendo sua energia, mas mantendo seu coração firme e seus pensamentos claros.

A figura sombria assentiu, impressionada. "Você passou no primeiro teste, Guardião. Mas lembre-se, a jornada para compreender a escuridão é longa e traiçoeira. Apenas aqueles que têm a força de vontade para manter a luz dentro de si, mesmo quando cercados pela sombra, podem verdadeiramente dominar esse poder."

Darius soltou a esfera, que desapareceu no ar. Ele sentia-se exausto, mas ao mesmo tempo mais forte e consciente. Sabia que estava apenas no início de uma longa jornada, mas estava pronto para continuar.

Enquanto a figura desaparecia, deixando-o sozinho no templo, Darius teve a certeza de que estava no caminho certo, de que o título de Guardião das Sombras era mais do que um poder — era uma responsabilidade que ele estava decidido a honrar, custasse o que custasse.