Num piscar de olhos, Théo já estava sentado ao redor da fogueira. Instintivamente, levou a mão ao pescoço, enquanto a imagem daquela mulher de cabelos roxos e olhos sem vida inundava sua mente. Ao olhar ao redor, viu os soldados, em alguns segundo a mesma fala.
"Ratos como você não duram uma semana nos campos de guerra," murmurou um soldado, com o rosto torcido de nojo.
Outro soldado percebeu a expressão pálida e suada de Théo, os olhos perdidos em pensamentos. — Ei, rapaz, tá legal? — perguntou, com uma sobrancelha erguida.
Théo, preso em seu próprio pânico, mal ouviu. Em sua mente, a cena de antes se repetia: a cabeça daquele mesmo soldado sendo perfurada pela mulher. Ele não sabia o que dizer, então apenas abaixou a mão e acenou a cabeça em silêncio. O soldado se levantou e caminhou até a fogueira, pisando sobre as brasas. — Não é seguro deixar isso aceso. Queremos estar vivos até o amanhecer.
As palavras o atingiram em cheio, trazendo o eco de lembranças sombrias. Após sua cabeça ter sido cortada, ele se lembrava das últimas palavras que ouvira na escuridão. — Amaldiçoado... pelo deus da Morte e do Tempo... — sussurrou para si mesmo, sentindo o peso da maldição. Mas por quê? Ele não fizera nada de errado... ou será que fizera? Teria algum deus contra ele? Apenas sobreviver nas favelas de Saphia já era um desafio, ele sempre fazia o necessário para continuar vivo.
O soldado apagando o fogo lançou um olhar ao companheiro. — Hoje é seu dia de guarda.
O soldado ao lado, irritado, levantou-se com relutância, resmungando e saindo. Quando ele passou por Théo, lançou-lhe um olhar de desprezo. — O que está olhando, seu rato?
Por um instante, Théo sentiu um perverso alívio ao lembrar como aquele soldado cruel também encontrou seu fim.
Ele abaixou a cabeça e ficou em silêncio. Mas, quanto mais o tempo passava, mais Théo lutava contra a realidade do que presenciara. Talvez ele estivesse apenas exausto. Uma semana de viagem com pouca comida e água… qualquer um perderia a sanidade. Mas ele? Ele crescera nas favelas. Conhecia bem o que era passar fome e sede, sabia lidar com o sofrimento.
Algum tempo depois, Théo sentiu a necessidade de se afastar. O mesmo sentimento que tivera antes. Ele olhou a lua e se forçou a levantar. Com um olhar cauteloso ao redor, viu cinco pessoas deitadas e, ao lado, quatro cavaleiros descansando. Um deles, sentado sobre uma pedra, afiava uma longa espada. Seu coração começou a bater rápido, o suor frio escorria enquanto o desespero crescia.
Sem perceber, Théo começou a correr. O soldado que afiava a espada o viu e gritou: — Ei! Onde você pensa que vai?
Théo acelerou, sem olhar para trás, adentrando na floresta ao redor. Os galhos o arranhavam, seus braços e pernas magros ficavam em carne viva. Sua respiração já estava pesada, o peito doía, mas o medo era maior. Sabia que não conseguiria escapar de um soldado treinado. Em questão de segundos, tropeçou em uma pedra e rolou pelo chão, galhos cortando seu rosto, até parar ao se chocar com uma árvore. Um grito de dor ecoou.
O soldado logo o alcançou e o encarou. — Ratos sempre fogem do perigo, não é? — disse, com um olhar sombrio.
Théo estava sujo de sangue e dor, mal prestando atenção às palavras do homem. — Não aguentou a pressão de um campo de guerra? Pois deixe-me aliviar sua dor.
O soldado apontou a espada para ele. Théo, sem forças, murmurou: — Você... não pode me matar.
O soldado o olhou com nojo e cravou a espada em seu ombro, fazendo Théo gemer de dor. — Quem vai acreditar que um rato como você fugiu e se perdeu na Floresta Negra? Ninguém se importaria.
Théo se contorceu, apoiando-se contra uma árvore, enquanto a luz da lua parecia testemunhar seu sofrimento. Ele deu um leve sorriso, mesmo coberto de sangue. Uma risada escapou dos lábios de Théo, o que deixou o soldado furioso.
— Que merda você tá rindo? — perguntou, franzindo a testa.
Théo o encarou e murmurou, com um olhar desafiador: — Comparado a ela... você não me dá medo.
Sem entender, o soldado retirou a espada do ombro de Théo e se preparou para o golpe final. Em sua mente, Théo lutava contra a ideia da morte, pensando: "Será que é o fim? Ou... estou ficando louco?"
Antes que o soldado pudesse terminar a sentença, um assobio agudo soou ao seu lado. Sangue começou a escorrer de seu olho e boca, até que metade de seu rosto deslizou para o chão.
Théo arregalou os olhos, o corpo do soldado caindo ao seu lado. Quando olhou para cima, lá estava ela. A mulher de cabelos longos e máscara cobrindo metade do rosto, seus olhos cinza e sem vida. Sua espada, afiada e mortal, refletia a luz da lua.
— Mer... — tentou murmurar Théo, mas foi interrompido ao sentir a lâmina atravessar seu peito. Ele engasgou com o próprio sangue. Dessa vez, não era sua cabeça, mas seu coração que estava sendo cortado.
Sua visão escureceu, a dor desaparecendo lentamente. — Ha... finalmente... vou morrer — pensou.
Tudo se apagou. Quando abriu os olhos, estava na mais densa escuridão. Uma voz sombria ecoou:
"Você morre pelas mãos das Assassinas das Torres."
Théo se viu numa escuridão deitado sobre um são escuro ele se levantou como se aquela dor nunca tivesse existido Théo rapidamente viu um escritura
[ voce morreu pelas mão de umas das assassinas das torres]
nome:???
idade:???
habilidade:???
numero de morte: 02
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