**Capítulo 1: Renascimento**
A neblina da manhã envolvia a cidade como um manto, obscurecendo as ruas de Seul enquanto o sol começava a se erguer no horizonte. O canto dos pássaros misturava-se ao som distante do trânsito, mas, no interior do colégio Hyun-Soo, um outro drama se desenrolava. Dentro de uma sala de aula mal iluminada, uma figura solitária estava encostada no fundo, seus olhos castanhos escuros observando os colegas com um misto de esperança e desespero.
O nome dele era Ji-Hoon, um jovem de apenas 16 anos que, aos olhos dos outros, era um mero alvo de escárnio. Baixo, magro, com cabelo desgrenhado e óculos que escorregavam pelo nariz, ele se sentia invisível, como se sua presença não tivesse importância. O eco das risadas cruéis dos colegas ressoava em sua mente, uma lembrança constante de que ele não se encaixava.
Naquele dia, assim como em muitos outros, Ji-Hoon sentia o peso do mundo sobre seus ombros. As palavras cortantes de seus agressores, que o chamavam de "fraquinho" e "esquisitão", reverberavam em sua mente. Ele se perguntava por que era tão diferente, tão frágil, e se existia alguma resposta para sua dor. Mas, na escuridão de sua angústia, uma luz estava prestes a brilhar, uma centelha de esperança que desafiaria seu destino.
Em um flash, sua mente foi invadida por memórias de outra vida, uma vida em que ele não era apenas Ji-Hoon, mas sim o Deus da Guerra, um soldado temido e respeitado em campos de batalha. Ele se lembrava das trincheiras lamacentas, dos sons ensurdecedores das balas e do cheiro de pólvora no ar. O peso do fuzil em suas mãos, a camaradagem entre os soldados e a adrenalina pulsando em suas veias. Ele era um líder, um estrategista, alguém que inspirava coragem nos outros. Mas tudo isso se desfez em um instante fatídico, quando foi cercado por inimigos, a escuridão engolindo sua vida.
Agora, no corpo de Ji-Hoon, ele acordara para uma nova realidade. Mas a pergunta que ecoava em sua mente era: como poderia um Deus da Guerra se manifestar em um corpo tão frágil? O que ele poderia fazer com essa nova chance? A determinação começou a tomar forma em seu coração.
Durante o intervalo, Ji-Hoon decidiu que não seria mais uma vítima. Ele segurou sua mochila com mais firmeza, respirou fundo e saiu da sala, disposto a enfrentar seus opressores de uma maneira que nunca havia imaginado antes. A cada passo, ele sentia uma força desconhecida crescendo dentro dele, como se o espírito do soldado que uma vez fora estivesse despertando lentamente.
No pátio, a cena habitual se desenrolava: grupos de estudantes conversando, rindo, e, em um canto, um grupo de meninos cercava um colega, o menor da turma, empurrando-o e rindo de sua desgraça. Ji-Hoon hesitou, mas a imagem de sua antiga vida, a de um líder que nunca abandonava seus companheiros, galvanizou sua coragem. Ele se aproximou, o coração acelerado, e, com uma voz firme, interveio.
"Deixe-o em paz!" A sua declaração foi um raio em um dia nublado, e todos os olhos se voltaram para ele. Os garotos que zombavam do menor se entreolharam, surpresos com a ousadia de Ji-Hoon. Ele sentia a adrenalina correr em suas veias, lembrando-se da força e da bravura que moldaram sua antiga essência.
"Olha quem decidiu se meter! O fraco Ji-Hoon! O que você vai fazer? Nos enfrentar com suas palavras?" Um dos agressores, um garoto alto e musculoso, riu, mas havia uma hesitação em seu olhar. Ji-Hoon, sentindo a pressão, decidiu que era hora de agir.
Em um movimento rápido, ele se posicionou entre o grupo e o alvo de suas zombarias. Com uma confiança recém-descoberta, disse: "Eu não sou mais o que vocês pensavam. Hoje, vocês verão o que eu realmente sou." Uma onda de poder parecia emanar dele, e, pela primeira vez, Ji-Hoon sentiu que poderia realmente mudar sua história.
O grupo hesitou, e a tensão no ar era palpável. Ji-Hoon, sentindo a força de sua antiga vida pulsar em seu ser, estava prestes a descobrir que, mesmo em um corpo frágil, a coragem e a determinação poderiam transcender qualquer fraqueza física. Ele não era mais apenas um garoto solitário; ele era o Deus da Guerra, e estava pronto para lutar não apenas por si mesmo, mas por todos aqueles que, como ele, haviam sido marginalizados.
A batalha estava apenas começando, e a escola se tornaria seu novo campo de batalha, onde ele lutaria para transformar não apenas sua vida, mas também a vida daqueles que o rodeavam. Era uma nova era, um novo começo, e Ji-Hoon estava determinado a fazer seu nome ressoar novamente.