**Capítulo 2: A Forja do Guerreiro**
Os dias que se seguiram àquele confronto no pátio da escola foram uma transformação radical para Ji-Hoon. Embora ele ainda sentisse o peso das palavras cruéis de seus colegas, a coragem que despertara dentro dele não poderia ser ignorada. Ele sabia que apenas enfrentar os bullies não era o suficiente; ele precisava mudar sua condição física e mental. O Deus da Guerra que habitava em sua alma exigia mais do que bravura; exigia disciplina, treinamento e, acima de tudo, uma nova identidade.
Em uma manhã ensolarada, Ji-Hoon decidiu que era hora de agir. Ele pesquisou academias de artes marciais na sua área e encontrou uma que prometia não apenas ensinar técnicas de combate, mas também cultivar a força interior. O nome da academia, "Caminho do Dragão", soava como um chamado, e ele se sentiu atraído por ela como uma mariposa pela luz.
Entrar na academia foi um passo monumental. Ao atravessar as portas, Ji-Hoon foi recebido por um ambiente vibrante, onde o som de socos e chutes ecoava, misturado a gritos de incentivo. O cheiro de suor e esforço pairava no ar, e ele sentiu uma onda de determinação percorrer seu corpo. Ele se inscreveu imediatamente, ansioso para começar sua jornada.
Os primeiros dias foram desafiadores. Ji-Hoon se viu em um mundo onde a força e a resistência eram testadas a cada movimento. O instrutor, um homem robusto chamado Master Lee, percebeu rapidamente a determinação do jovem. "Você tem dentro de si um espírito forte, mas precisa moldar seu corpo para que corresponda a sua vontade", disse ele em um tom que misturava sabedoria e rigor.
Ji-Hoon começou a treinar com uma intensidade que o surpreendeu. As manhãs eram dedicadas a exercícios de resistência e força, enquanto as tardes eram reservadas para técnicas de combate. Ele aprendeu a chutar, socar e se esquivar, mas também a meditar, a concentrar sua mente e a canalizar sua energia. O treinamento não era apenas físico; era uma verdadeira forja de caráter.
Após algumas semanas de dedicação, Ji-Hoon começou a notar mudanças. Seu corpo, antes frágil e debilitado, agora apresentava músculos definidos e um condicionamento que o surpreendia. Mas não era só isso; sua confiança estava crescendo. Ele se olhava no espelho e via não apenas um jovem em transformação, mas o guerreiro que sempre foi.
E então, uma ideia ousada cruzou sua mente. Para concluir sua metamorfose, Ji-Hoon decidiu que era hora de mudar não apenas seu corpo, mas também sua aparência. Ele queria deixar para trás a imagem do garoto fraco que havia sido. Assim, no próximo dia, ele marcou uma visita a um cabeleireiro e, em um impulso de coragem, decidiu cortar seu cabelo, optando por um corte mais curto e moderno que destacava suas feições. Ao olhar para o reflexo, viu um jovem que emanava força e determinação.
Mas a transformação não estava completa. Ji-Hoon também se despediu de seus óculos, substituindo-os por lentes de contato. Ao se olhar no espelho, ele mal reconheceu a pessoa que refletia de volta. O garoto que antes se sentia invisível agora exalava confiança. Ele sabia que essa nova imagem seria uma arma poderosa contra aqueles que o haviam subestimado.
Com o novo visual e o corpo em transformação, Ji-Hoon voltou à escola. No primeiro dia de aula após as mudanças, ele se sentiu como um guerreiro retornando ao campo de batalha. As cabeças se voltaram, e os olhares de surpresa e confusão foram inegáveis. Os agressores que antes riam dele agora pareciam hesitantes, como se a nova presença de Ji-Hoon fosse uma ameaça. Ele sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente, mas agora estava preparado para enfrentá-lo.
Com cada passo, Ji-Hoon sentia a energia do Deus da Guerra dentro dele pulsar mais forte. Ele estava determinado a não apenas se defender, mas a se tornar um exemplo de força e coragem para aqueles que se sentiam impotentes. O campo de batalha que antes era a escola agora se tornava um espaço de crescimento, aprendizado e transformação.
Naquela noite, enquanto se preparava para dormir, Ji-Hoon olhou para o céu estrelado através da janela de seu quarto. Ele sabia que sua jornada estava apenas começando, mas havia uma certeza em seu coração: ele não seria mais um alvo. A história do Deus da Guerra estava prestes a ser reescrita, e o mundo logo saberia quem realmente era Ji-Hoon. A batalha pela sua identidade e dignidade estava apenas começando, e ele estava pronto para lutar.