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Chapter 16 - 16- O massacre dos Uchihas

Na academia ninja, a sala de aula estava cheia de jovens conversando e rindo. Cada um parecia perdido em seu próprio mundo, aproveitando os poucos minutos antes da chegada do professor para descontrair e relaxar.

O ambiente era repleto de energia e expectativa; alguns compartilhavam histórias exageradas de aventuras, enquanto outros trocavam estratégias e técnicas que aprenderam por conta própria.

Sekiro, no entanto, mantinha-se à parte. Sentado na última fileira, ele se encontrava em silêncio, imerso em seu próprio espaço. Era uma figura tranquila e introspectiva, alguém que raramente se envolvia nas conversas ou nas brincadeiras dos colegas.

Ele nunca fora de se enturmar, e preferia usar aquele tempo de espera para meditar, fechando os olhos e deixando que a respiração lenta e profunda acalmasse sua mente.

Enquanto ele meditava, concentrava-se em seu centro, em um estado de total foco e serenidade. Para Sekiro, essa prática era mais para relaxar do que qualquer coisa, mas também tem algo a mais.

Para muitos, meditar é apenas perda de tempo, principalmente para ninjas que estão sempre ocupados, mas Sekiro sabe que meditar é uma parte importante do treinamento.

Tanto como uma forma de disciplina, quase ritualistica, como para manter a mente saudável... mas ele não se importa muito com essa parte, ele apenas aprecia a tranquilidade que isso lhe traz.

Mas sua tranquilidade foi interrompida por uma voz baixa e familiar.

"Ei, Sekiro," alguém sussurrou, próximo a ele.

Sekiro abriu um de seus olhos e olhou para o lado, onde Shikamaru estava sentado, relaxado, com o rosto descansando sobre os braços dobrados na mesa, como se estivesse cochilando. Ele parecia indiferente, mas Sekiro sabia que Shikamaru era atento a tudo ao seu redor.

"Tenho uma pergunta," Shikamaru murmurou, quase como se estivesse hesitante em perguntar. "Você notou algo diferente na vila hoje?"

Sekiro fechou os olhos por um momento, revendo mentalmente a caminhada que fizera para a escola. "Uhm... as ruas estavam pouco movimentadas, quase vazias... e eu não vi nenhum policial Uchiha."

Shikamaru ergueu levemente a sobrancelha, mas manteve a expressão indiferente. "Valeu," ele respondeu, relaxando de novo. "Achei que fosse só eu e minha paranoia."

Sekiro deu de ombros. "Sem problema. Sua paranoia é mais que bem-vinda aqui."

Os dois ficaram em silêncio por um instante, mas era um silêncio cheio de cumplicidade. Sekiro sabia que Shikamaru tinha um talento para perceber padrões e antecipar problemas, algo que será muito utilizado no futuro como foi mostrado na série.

Então, Shikamaru quebrou o silêncio. "Acha que algo aconteceu? Eu percebi que os Uchihas estavam estranhamente agitados esses dias."

Sekiro ponderou a pergunta por um momento antes de responder. "Uhm... Sasuke não veio para a escola hoje."

Shikamaru levantou a cabeça, com um ar de alerta no olhar, e fez uma rápida varredura pela sala. Realmente, Sasuke Uchiha não estava lá, o que era incomum. Sasuke era sempre pontual, talvez até mais dedicado do que qualquer um naquela sala.

Shikamaru suspirou, inclinando-se novamente na mesa. "Isso só piora as coisas. Algo grande está acontecendo, e eu odeio ser deixado no escuro."

Sekiro concordou com um breve aceno, os olhos fixos em um ponto distante. Ele entendia a frustração de Shikamaru. Em um mundo de ninjas, a falta de informações não era apenas desconfortável; era perigosa.

A maioria das pessoas chamaria aquilo de paranoia, mas Sekiro sabia que ignorância, às vezes, era uma bênção. Ele já tinha visto o suficiente para entender que, quanto mais você sabe, mais responsabilidades carrega. E o que ele sabia sobre o futuro dos Uchihas pesava como uma pedra em seu coração.

Sekiro tinha um segredo que poucos, ou talvez ninguém, compartilhava. Sabia o que estava por vir – ou talvez o que já tivesse acontecido, dependendo de como o tempo se desenrolava. Ele entendia que, por volta dessa época, uma tragédia se abateria sobre o clã Uchiha. Algo que mudaria a vila para sempre e deixaria cicatrizes profundas em todos que soubessem a verdade.

O massacre dos Uchihas.

À noite, quando o clã estava mais vulnerável, o prodígio dos Uchihas e filho mais velho do patriarca, Itachi Uchiha, seria o responsável por exterminar sua própria linhagem. Ele não mostraria piedade a ninguém – velhos, mulheres, crianças, recém-nascidos. Apenas um seria poupado: seu irmão mais novo, Sasuke Uchiha. Aquela decisão de Itachi seria o catalisador para uma dor que perseguiria Sasuke pelo resto de sua vida.

Sekiro baixou os olhos, lutando para manter as emoções sob controle. Ele sabia que, para os outros, Itachi seria o monstro que todos perseguiriam e temeriam, um traidor que ninguém ousaria perdoar. Mas Sekiro conhecia uma verdade mais sombria, uma verdade que faria qualquer pessoa questionar o que realmente era justiça.

Aquela tragédia não fora impulsionada por um desejo de poder ou maldade. Não, Itachi não era o verdadeiro culpado. Ele havia se tornado um fantoche em um jogo de manipulação, orquestrado por figuras nas sombras, homens poderosos e sem escrúpulos.

Shimura Danzo, o conselheiro da vila e suposto aliado do Hokage, era o verdadeiro arquiteto do massacre. Movido por sua obsessão por poder e controle, Danzo via os Uchihas como uma ameaça que precisava ser eliminada. Ele manipulou Itachi, levando-o a acreditar que sacrificar sua própria família era a única forma de salvar a vila.

Obito Uchiha, o eterno fracassado, também estava envolvido, orquestrando e participando do massacre ao lado de Itachi. Ele seria responsável por mais mortes do que qualquer um poderia imaginar, sua raiva e ressentimento turvando qualquer esperança de redenção.

E por trás de todos eles, Madara Uchiha, o fantasma dos Uchihas, o homem mais poderoso do mundo, manipulava cada peça no tabuleiro. Mesmo à beira da morte, ele agia das sombras, arquitetando planos para garantir sua ressurreição.

E, acima de tudo, havia Zetsu Negro, o ser que todos viam apenas como uma sombra. Mas Sekiro sabia que ele era mais do que isso. Era a criação de Kaguya Otsutsuki, a Deusa Coelho, mãe de todo chakra. Zetsu havia manipulado Madara para que o Tsukuyomi Infinito pudesse um dia ser lançado, e sua mãe pudesse retornar ao mundo.

Sekiro sentiu um nó apertar em sua garganta. Ali estava, diante dele, um quebra-cabeça de manipulação, traição e sede de poder. E saber disso tudo era uma maldição. Ele não podia impedir, não podia mudar o que estava por vir. Tudo o que podia fazer era observar, com a amarga certeza de que, quando tudo acontecesse, ninguém entenderia a verdade.

Shikamaru olhou para ele, esperando alguma resposta, algum sinal de que havia algo mais a ser dito. Mas Sekiro apenas desviou o olhar, sabendo que certas verdades eram impossíveis de carregar.

No fundo, ele só tinha uma coisa a dizer para aqueles que, como Shikamaru, ainda viviam na ignorância: às vezes, a ignorância realmente era uma bênção.

...

Alguns meses depois.

Pelas ruas de Konoha, Sekiro, Rock Lee e Hinata caminham lado a lado, em silêncio, observando o que sobrou do vilarejo. O som de seus passos ecoa nas ruas vazias, uma trilha de memórias que os leva ao passado e torna o silêncio ainda mais opressivo.

Em suas mentes, lembranças desse lugar agora devastado passam como flashes, intensificando a tensão no ar.

Esse lugar, antes vibrante e cheio de vida, agora parecia um lugar fantasmagórico. As ruas, sempre limpas e organizadas, estavam cobertas de poeira, como se o tempo tivesse passado depressa demais e deixado marcas em cada esquina. Manchas secas de sangue permaneciam em alguns cantos, vestígios silenciosos da tragédia que acontecera ali.

O trio para em frente ao que restou da antiga residência dos Uchihas. O que antes era a casa do clã mais poderoso de Konoha agora não passava de um amontoado de ruínas, uma sombra pálida de sua antiga glória. Colunas quebradas, portas arrombadas e paredes desmoronadas contavam histórias de dor e orgulho despedaçado.

Rock Lee quebra o silêncio com uma pergunta, ainda incrédulo:

"Como algo assim pode acontecer?" Seus olhos percorrem cada detalhe das ruínas, expressando a mistura de surpresa e melancolia que parecia crescer dentro dele.

"Isso é tão triste..." murmura Hinata, sua voz abafada pelo pesar. Ela toca uma parede destruída com os dedos, como se esperasse que ao toque pudesse devolver a vida ao que foi perdido.

Sekiro, que lidera o grupo, observa o cenário em silêncio, absorvendo cada detalhe. Ele caminha à frente, mantendo-se introspectivo, como se calculasse o que aquilo realmente significava. Embora já tivesse ouvido histórias sobre o massacre, estar diante da cena devastada adicionava um peso diferente a suas reflexões.

Ele para abruptamente e, com a voz firme e calma, começa a falar. Não há emoção em seu tom, apenas uma lição dura e fria. "Escutem bem," diz ele, encarando os dois, "isso é algo que vocês devem guardar para sempre em seus corações."

Lee e Hinata prestam atenção, sabendo por experiência que Sekiro sempre trazia ensinamentos valiosos, por mais duros que fossem.

"Isso é o que acontece quando você é fraco," ele continua, a voz pesada com uma realidade amarga. "O clã mais forte tornou-se vulnerável, e na primeira oportunidade, o mundo lhes mostrou seu verdadeiro lugar."

Sekiro lança um olhar frio para o que sobrou da propriedade dos Uchihas, como se seus olhos perfurassem as sombras do passado. "Eles eram arrogantes," ele diz.

"Um bando de moleques mimados que nunca aprenderam com seus erros. Por isso morreram. E por isso nunca mais serão lembrados. Ninguém se importará com eles, nem com seu legado."

Ele vira-se para os dois, e suas palavras saem com a força de uma sentença. "Os fracos não têm o direito de falar; apenas os fortes podem. Se vocês não quiserem que algo assim aconteça de novo – só que desta vez com alguém que vocês amam – então, é melhor se tornarem fortes."

Hinata sente o peso das palavras de Sekiro como um aviso severo, algo que ela nunca mais esquecerá. Rock Lee olha para o chão, absorvendo tudo, determinado a se fortalecer para proteger os que ama.

"Somente os fortes possuem direitos," Sekiro conclui. "Somente os fortes podem aproveitar a vida; somente os fortes não temem a morte; somente os fortes não temem as conspirações dos fracos."

O grupo permanece em silêncio. As palavras de Sekiro pairam no ar como um eco, deixando uma sombra no coração de cada um deles. A dura realidade que ele impõe parece fria, mas, ao mesmo tempo, profundamente verdadeira. Rock Lee fecha os punhos, sentindo uma determinação crescendo dentro de si, enquanto Hinata abaixa a cabeça, pensando em tudo o que ainda precisa superar.

Depois de alguns segundos, Sekiro rompe o silêncio com firmeza. "Então, quando voltarmos, vamos treinar mais do que nunca, para que não acabemos como eles," diz ele, com os olhos brilhando de determinação.

"Entendido!" Lee acrescenta ele com entusiasmo. "Eu juro que vou treinar ainda mais duro e vou me tornar o mais forte para proteger meus amigos!"

"T-também..." murmura Hinata, com uma expressão resoluta. As palavras saem hesitantes, mas há uma centelha de coragem em seus olhos.

Sekiro observa a reação de seus companheiros com um leve aceno, parecendo satisfeito com a determinação deles. "Uhm, então vamos. Não há mais nada para ver aqui."

O grupo começa a se afastar das ruínas, caminhando lentamente, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Mas, antes que pudessem se afastar muito...

"Retire o que disse!" uma voz jovem e enraivecida ressoa atrás deles.

O grupo para abruptamente e se vira, apenas para ver Sasuke Uchiha em pé, os olhos faiscando de fúria e o rosto tomado por indignação. Ele encara Sekiro com uma intensidade que parece queimar. Os punhos dele estão cerrados, e o corpo inteiro parece tenso, como uma mola prestes a disparar.

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