68.
Acordei devagar, ainda presa no corpo de uma ratinha. Enquanto a anestesia passava e eu finalmente conseguia pensar sem sentir que estava flutuando, notei algumas coisas.
A primeira era o quão dolorida e cansada minha ratinha estava. Era mais do que apenas a sensação de cabeça leve por excesso de medicamentos, mas algo que eu sentia até nos meus ossos.
Era como se, ao respirar fundo demais, eu pudesse despedaçar completamente.
'Merda,' murmurei baixinho, acordando minha pobre ratinha. 'Desculpe por não ter percebido mais cedo.'
Minha ratinha deu de ombros e soltou um longo bocejo. 'Não havia necessidade de você saber. Você pensa demais em absolutamente tudo. Conhecendo você, teria feito alguma besteira achando que estava melhor do que realmente estava. Essa foi a melhor maneira de evitar que você fizesse isso.'
