Levantando-se da cadeira com um sorriso, Alexandra se aproximou dele.
"O que está passando por essa sua cabeça, irmão?" ela perguntou, claramente irritada. "Você não respondeu à minha pergunta."
"Eu-"
Senhor Petrov abriu a boca para falar, mas um chute inesperado em sua virilha o forçou a cair de joelhos.
"É assim que você me fala," disse Alexandra, sorrindo. "Você esquece demais e isso está começando a me irritar, irmão."
O corpo do senhor Petrov tremia de dor horrível, e suas mãos se fecharam, quase como se ele tentasse agarrar o chão. Linhas curvas de veias saltaram em seu pescoço, e ele gemeu baixinho, suportando a dor.
"Hmm, sempre tão duro quanto me lembro," murmurou Alexandra, seus olhos cinzentos se esticando enquanto ela sorria. "Como está indo o leilão?"
"Nós estamos…" Senhor Petrov engoliu um suspiro trêmulo. "Estamos bem preparados para ele." Ele não estava olhando para o rosto de Alexandra, mas podia dizer que ela estava sorrindo ironicamente.
Vadia! Ele precisou de um imenso autocontrole para não cuspir em seu rosto.
"Você está com raiva?" perguntou Alexandra com um tom brincalhão e combinou sua mão com o salto dela.
Ela torceu o salto, garantindo aprofundar o assalto e infligir ainda mais dor. "Espero que não. Isso deixaria meu coração frágil triste. Não quero ver meu irmão mais velho zangado comigo. Afinal, você é o único que me resta."
Os olhos do senhor Petrov ficaram injetados de sangue de raiva, dor e ódio. A única coisa que o impedia de matá-la eram os guardas-costas escondidos nas sombras dentro do enorme escritório.
Se ele ousasse, bastariam uma ou duas balas para acabar com ele.
Então, em vez disso, ele levantou a cabeça para olhá-la com uma expressão neutra. "Eu nunca ficaria bravo com você." Mulher louca, ele pensou.
O rosto de Alexandra iluminou-se imediatamente, um enorme sorriso brincando em seus lábios. "Bom. Eu não quero que nada dê errado no leilão. Se as coisas desandarem, eu nunca vou te perdoar. Eu vou te punir, irmão, realmente, realmente mal." Tudo isso ela disse com um sorriso encantador, suficiente para fazer uma criança aceitar doces dela.
"Eu sei." Senhor Petrov assentiu.
Alexandra ajoelhou-se na frente dele e começou a acariciar seus cabelos levemente grisalhos com um sorriso sádico evidente em seu rosto. Muito lentamente, ela deslizou a mão por sua garganta antes de segurá-la firmemente.
"Você sabe, eu não perguntei sobre aquela coisinha bonita que você tem na mansão da família. Como você está lidando com ela? E o arquivo? Você recuperou o PTVs777?" ela perguntou enquanto sua mão livre se movia para o bolso do seu terno.
Os olhos do senhor Petrov se voltaram para a mão dela, e ele tentou responder apesar de ter dificuldade para respirar. "Estou tentando encontrar uma maneira de lidar com-"
"Tentando?" A sobrancelha de Alexandra se arqueou em uma irritação repentina com essa palavra. "Irmão, você sabe que esse USB contém meu nome e tudo sobre mim. Não parece que ela abriu esse arquivo, mas se ela abrir, ela descobrirá sobre mim, e assim, boom! Todos saberão."
"Isso não é o que eu quero de jeito nenhum." Ela balançou a cabeça e tirou a mão, fazendo com que os olhos do senhor Petrov se dilatassem por uma fração de segundo.
Havia uma faca em sua mão. Era afiada, e ele sabia que era para ele.
Senhor Petrov engoliu em seco. "Eu sei disso. Vou fazer algo a respeito, só me dê um pouco mais de tempo," ele disse rapidamente com um leve tom de súplica.
Alexandra era alguém que gostava da dor de machucar as pessoas e ele sabia que ela tirando aquela faca do bolso não era um bom sinal para ele.
Todo crime que ele já cometeu foi ordenado por ela, inclusive matar os pais de Adeline.
Ela era a verdadeira inimiga de Adeline, não ele. Ele e seu filho não eram nada além de peões em seu jogo. Os mais espertos.
"Você sabe, eu gosto dessa garota," Alexandra de repente disse, pressionando a faca contra o pescoço do senhor Petrov. "Eu teria moldado ela mesma se ela estivesse do nosso lado. Eu adoraria quebrá-la, mas, infelizmente, ela nos odeia."
"Então…" A faca rasgou a pele, penetrando mais fundo na carne do senhor Petrov. "Faça algo sobre ela antes que eu perca a cabeça." Ela observou enquanto o sangue começava a escorrer por sua garganta.
"Sim, chefe." Senhor Petrov suportou a dor lenta e agonizante, seus olhos ardendo de hostilidade.
Alexandra o acariciou na bochecha, seu sorriso se estendendo de orelha a orelha. "Bom, bom."
Ela se levantou e riu, antes que sua expressão divertida desaparecesse num instante.
"Sai!"
Senhor Petrov rapidamente se levantou do chão e correu para fora do escritório. Ele fechou a porta com força e encostou as costas nela, respirando pesadamente.
O sangue ainda escorria pelo seu pescoço, manchando seu terno, mas ele ignorou completamente. Por um momento, ele realmente pensou que ia morrer. Não era totalmente impossível, considerando o quão psicopata aquela mulher era.
Um suspiro profundo escapou de seu nariz, e ele afrouxou a gravata, dando a si mesmo mais espaço para respirar. Logo, ele teria que descobrir uma maneira de fazer Adeline revelar a localização do arquivo.
Ele terá que forçá-la, de uma forma ou de outra, mesmo que isso significasse recorrer a medidas muito mais extremas do que as que já tinha usado.
Ela vai entregá-lo, quer ela queira ou não!