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Chapter 16 - Você me trairia ALGUMA VEZ?

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Já fazia uma semana, e não passava um dia sem que Dimitri encontrasse novas formas de tornar a vida de Adeline miserável.

Era para seu prazer e entretenimento. Mas ultimamente, ele estava temendo que ela estivesse começando a ficar à frente dele de tal forma que nada do que ele fazia produzia o tipo de reação que ele queria dela.

Ele constantemente trazia "a loirinha", mas mesmo assim, Adeline não lhes dava atenção, como se eles não existissem, e isso o estava frustrando.

Esta noite, Adeline estava de pé diante do longo espelho em seu quarto, vestida com um vestido vermelho perfeitamente ajustado que delineava suas belas curvas. Tinha um decote profundo em forma de coração.

O lado do vestido era fendido até a parte superior de sua coxa, expondo uma boa quantidade de sua pele.

Seus braços estavam completamente cobertos pelas longas mangas do vestido, mantendo suas pequenas feridas cortadas escondidas.

Os pequenos cortes que ela tinha logo acima do nariz estavam cobertos por um band-aid, mas o que ela costumava ter na testa havia desaparecido.

Os lábios de Adeline se curvaram em um sorriso maroto, e ela fechou o delicado colar com um pingente de coração em volta do pescoço. Ela deslizou os pés para dentro de seus saltos vermelhos e deu um passo para trás, tirando um momento para se admirar e examinar sua aparência.

O súbito som familiar de passos fez ela franzir a testa, e ela se virou, deparando-se com Dimitri, que havia entrado no quarto.

Os olhos de Dimitri percorreram desde suas pupilas castanho-claras, passando pelos lábios pintados de vermelho, suas clavículas, e por todo seu corpo esguio e curvilíneo.

Ele não disse uma palavra, mas Adeline podia adivinhar os pensamentos que passavam pela cabeça dele. O homem ia dizer algo desagradável para arruinar como ela se sentia sobre si mesma aquela noite.

No entanto, Adeline não ia deixar. Ela estaria um passo à frente.

Sorrindo, ela perguntou: "Eu estou bonita?"

Dimitri encontrou seus olhos. "Você está doida da cabeça," ele murmurou. "Pra onde diabos você está indo?"

"Por que você quer saber?" Adeline olhou para ele inocentemente, mãos atrás das costas.

"Você perdeu a cabeça?" Dimitri subitamente se irritou. "Para onde caralho você está indo?" ele repetiu sua pergunta.

Um sorriso se espalhou no rosto de Adeline e ela andou até ele até que estivessem a apenas uma polegada de distância. Seus braços circularam seu pescoço, e ela se aproximou, mordendo seu lábio, mas não para beijá-lo. "Onde mais, se não para me divertir?"

"Diversão?" Dimitri baixou o olhar, vislumbrando seu rosto com a testa franzida. Ele parecia irritado, mas não a afastava.

"Você finalmente abandonou o ato de inocente, hein? Já não está mais contra minha decisão," ele disse, sorrindo com desdém. "Já estava na hora."

Adeline estreitou os olhos, um suspiro profundo saindo de seu nariz.

"Você sabe, não tenho certeza por que seus olhos me dizem que você quer me prender bem aqui e me foder." Ela viu algo desdenhoso piscar em seus olhos com suas palavras, mas ela não ia parar.

"Que pena...." Ela fez uma pausa e emaranhou seus dedos em seu cabelo. "…Você não será aquele que vai fazer isso. Mas, exceto em seus sonhos."

Sua gargalhada era vibrante e alegre enquanto ela pressionava as mãos contra o peito dele, para afastá-lo. "Estou apenas seguindo seu conselho, Dimitri. Não adianta estar contra a ideia se você nem vai mudar de ideia. É melhor eu aproveitar e ver o que posso fazer com isso. Pode não ser tão ruim, eu nunca poderia saber."

Ela pegou sua bolsa da mesa e prosseguiu para sair do quarto, mas Dimitri agarrou seu pulso, a impedindo. "Você não vai a lugar nenhum."

"E por que não?" Adeline parou e inclinou a cabeça para trás para olhar para o rosto dele. "Não quer que eu vá? Está com ciúmes? Quer que eu fique aqui com você?" A provocação na sua voz podia ser ouvida, que imediatamente trouxe Dimitri de volta à realidade

Ele foi rápido em soltar a mão dela, seu rosto se contorcendo em uma carranca profunda.

"Vá se foder com quem você quiser! Tenho negócios para cuidar. Essa alegriazinha é provavelmente o mínimo que você poderia conseguir. Patético!" ele bufou irritado, saindo do quarto com as mãos enfiadas nos bolsos da calça.

Assim que ele saiu de vista, Adeline sorriu friamente para si mesma, seus olhos se apertando drasticamente.

"Que mentiroso terrível você é. Eu me pergunto quem é o patético entre nós dois." Ela apertou a bolsa com mais força e deixou o quarto, descendo para o último andar e saindo da mansão.

Ela se aproximou do BMW preto estacionado ao lado e pronto para ela.

O Sr. Sokolov, que estava esperando, fez uma reverência a ela.

"Boa noite, Sra. Adeline." Ele abriu a porta para ela.

"Boa noite, Sokolov." Adeline entrou no carro, acomodando-se no assento.

Sokolov fechou a porta e se dirigiu ao lugar do motorista, dando partida no motor.

Com uma cuidadosa manobra de ré, ele passou pela fonte de água no meio do amplo terreno e acelerou para a estrada.

Durante a viagem, Adeline se aproximou de repente e abaixou a cabeça contra o assento do passageiro da frente. Ela observou o rosto levemente enrugado de Sokolov por alguns segundos e chamou com uma voz cantarolante, "Então...Ko…Lov."

"Sim, Sra. Adeline," Sokolov respondeu, seu foco na estrada à frente deles.

Adeline sorriu, ajustando-se mais perto. "Você me trairia?"

Sokolov piscou rapidamente diante da súbita pergunta dela, mas não olhou para ela.

"Não." Ele balançou a cabeça, seus olhos cheios de máxima sinceridade. "Trabalho para o seu pai em segredo há anos, então nunca o trairia ou viraria as costas para ele agora. Você faz parte da minha responsabilidade, e manter você segura é minha prioridade máxima."

"Eu fiz a ele uma promessa de garantir sua segurança, que manterei até o fim. Portanto, não se preocupe, nunca pensei, nem jamais terei a intenção de trair você."

Os lábios de Adeline se arquearam em um sorriso gentil, e ela estendeu a mão. "Me dê seu telefone e pare bem aqui."

Sokolov virou o volante e saiu do centro da estrada para estacionar à beira da calçada. Ele pegou o telefone do bolso, desbloqueou e entregou a ela.

Adeline recebeu o telefone e retirou o cartão que César lhe dera. Seus olhos varreram enquanto ela discava o número, e assim que começou a tocar, ela levou o telefone perto do ouvido.

"Alô." Ela falou assim que a chamada foi atendida. "Aqui é a Adeline."

Não houve resposta por alguns momentos antes daquela risada rouca e familiar soar em seu ouvido.

"Acho que você tomou sua decisão." A voz do outro lado do telefone pertencia a César.

"Sim," Adeline confirmou. "Onde nos encontramos?"

"Você está a caminho?"

"Sim," ela respondeu.

"Encontre-me na 'Mishel.' Eu chegarei lá em trinta minutos... antes de você, é claro."

"Ok." Adeline desligou e apagou o histórico de chamadas. Ela devolveu o telefone a Sokolov com um sorriso de gratidão. "Me leve ao Mishel."

"O restaurante francês?" Sr. Sokolov perguntou enquanto dava partida no carro.

Adeline assentiu e recostou-se para relaxar no assento.

Sr. Sokolov deu uma olhada atrás deles pelo retrovisor e acelerou pela estrada.

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