Era tarde da noite.
Melisa tinha uma de suas runas iluminadoras acesas enquanto passava página após página do livro de onde ela tirara o feitiço Iluminar.
[Vamos,] ela pensou, encarando cada palavra. [Vamos, alguma coisa... Alguma coisa...]
Melisa tentou. Seus olhos estavam fatigados, sua cabeça se movendo de um lado para o outro como se estivesse drogada.
[Vamos, tem que ter algum tipo de feitiço ofensivo aqui. Bolas de fogo, relâmpagos, mísseis mágicos, qualquer coisa!]
Porém, sem sorte. Ela não encontrou nada.
Parecia que esse livro em particular estava mais focado em magia prática e diária. Feitiços de luz, feitiços para aquecimento, feitiços para consertar objetos quebrados.
Fazia sentido, Melisa supôs. Por que a nim média precisaria de feitiços mais sofisticados e exigentes? Mas era muito inconveniente.
[Droga! Vamos, não poderia ter pelo menos um feitiço para transformar alguém em pó!?]
Ela fechou o livro com força, sua mente acelerada.
[Okay, pense, Melisa. Você é uma programadora, certo? Você mesmo disse, programas são apenas pedaços de código, montados da maneira certa para fazer algo acontecer.]
Ela olhou para baixo, para a runa iluminadora, uma ideia surgindo.
[Feitiços são meio que assim também, não são? Apenas pedaços de magia, tecidos juntos para criar um efeito.]
Ela pegou um pedaço de papel e um lápis, esboçando o signo de feitiço para Iluminar.
[Se eu conseguir desmembrar isso, descobrir o que cada parte faz... Talvez eu possa recombina-los, criar algo novo.]
Isso começou.
Ela trabalhou como uma mulher possuída. Um feitiço após o outro, ela desenhou seus signos de feitiços, cruzando referências do feitiço Iluminar com outros no livro, anotando encantamentos e diagramas enquanto prosseguia.
[Essa parte parece ser sobre criar luz... E essa parte, do feitiço de iniciar fogo, é sobre gerar calor e energia, mesmo que você não possa lançá-lo em nada.]
Horas passaram. Melisa preocupava-se que logo veria o sol nascer. A runa em sua mesa lentamente diminuía enquanto Melisa estudava suas anotações. Ela podia sentir a Essência dentro dela se esvaindo, a magia que ela absorvera dos beijos de Lily lentamente se esvaindo.
[Tenho que me apressar. Não sei quanto tempo mais posso continuar.]
Ela riscou outra tentativa fracassada, rosnando de frustração.
[Vamos, vamos... Só preciso encontrar a combinação certa...]
E então, de repente, tudo fez sentido. Um padrão emergiu do caos, uma sequência de signos e sílabas que parecia correta à medida que as linhas se entrelaçavam.
O coração de Melisa acelerou. Ela gravou o novo signo de feitiço em uma runa fresca, suas mãos tremendo de empolgação.
[Por favor, funcione. Por favor, por favor, que funcione...]
Ela levantou a runa, respirando fundo enquanto focava o pouco de Essência que lhe restava.
"Illumi, nerca, var fal!"
Por um momento, nada aconteceu. Então, com um soprar de ar deslocado, uma chama azul brilhante irrompeu sobre a runa.
Melisa gritou, quase soltando a pedra de surpresa.
[Caralho. Eu consegui. Eu realmente consegui!]
Ela observou a chama, hipnotizada pela sua luz dançante. Não era um fogo comum. Parecia energia pura, uma explosão concentrada de Essência em forma.
[Isso poderia machucar alguém? Preciso testar isso.]
Ela caminhou para fora, para o jardim, runa na mão. Ela olhou em volta e encontrou uma árvore com frutas que pareciam limões.
[Desculpe, árvore de quase-limões. Preciso que você se sacrifique pelo time.]
Ela apontou sua mão direita para a árvore, segurando sua runa com a outra.
"Illumi, nerca, var fal!"
Uma esfera azul flamejante saiu de sua mão direita.
Ao tocar a árvore, a árvore queimou. Bem intensamente. Essa parte era previsível, o que não era previsível era a maneira como a árvore crepitava como se tivesse sido eletricidade que Melisa lançara, não fogo.
[AGH!] Melisa olhou ao redor, tentando ver se ela tinha acordado seus pais. Parece que não.
Ela suspirou aliviada, e então, um sorriso sombrio se espalhou em seu rosto.
[Sim. Sim, isso vai ser útil.]
Algo mais veio à sua mente, no entanto.
[Então, eu posso lançar feitiços sem runas também, certo? Contanto que eu tenha a Essência para isso. Provavelmente vou precisar ser capaz disso, de qualquer forma, se as coisas derem errado.]
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Melisa caminhou pelas ruas.
Estava tão frio. As luas gêmeas pairavam no céu como um par de olhos observando Melisa enquanto ela seguia pelo caminho de terra.
Ela estava procurando por qualquer lugar que pudesse parecer uma estalagem.
[Um cara como aquele com certeza não vive realmente nesta vila. Meu palpite é que ele deve se mover de um lugar para outro, coletando dinheiro o tempo todo.]
Melisa só tinha algumas runas ofensivas para se apoiar aqui. Fora isso, ela estaria usando a Essência restante em seu corpo e outra runa para a sua fuga.
Ela quase conseguia ver o próprio respirar, chocando-se com seu cachecol. Alguns guardas à frente caminhavam preguiçosamente de um lugar para outro.
[Não há muita segurança. Eu acho que não acontecem muitos crimes em uma cidade tão pequena.]
Ela andou e andou...
Mas logo, ela viu que não precisava encontrar Striker. O destino deve ter entregado ele pessoalmente, porque logo ele estava caminhando em sua direção, ladeado por dois amigos.
"... arrancar todos os dentes daquele filho da puta," Striker murmurou casualmente.
Melisa exalou profundamente.
Ela levantou seu cachecol e abaixou seu chapéu, tentando esconder o máximo possível suas características.
[Por via das dúvidas os resultados forem diferentes, não custa proteger minha identidade. Quantas garotas nim existem nesta vila? Mesmo se ele sobreviver, o que ele vai fazer, nos matar a todos? Não. Todo mundo tem seus limites. Esta vila não deixaria isso acontecer. Eu espero, de qualquer forma.]
À medida que os homens se aproximavam, o momento da verdade chegou.
"Hã?" Um deles disse. "Uma criança?"
Os olhos de Striker se estreitaram.
Ele se aproximou.
"Que porra você está fazendo aqui fora? Você está perdido ou algo assim?"
Ele ainda não estava perto o suficiente. Melisa não queria que houvesse nem a menor chance de ela errar.
"Hehehe... Vocês acham que devemos levar esse garoto para a família dele?"
O jeito como Striker estava sorrindo realmente não parecia que ele tinha intenção de fazer isso.
Melisa inalou lentamente.
[Ainda não.]
"O que vocês acham? Na verdade, que tal darmos a ele uma nova família? Poderíamos usar alguém para carregar nossas coisas."
[Ainda não.]
"É, garoto, venha aqui, deixa eu te mostrar-"
Ele deu dois passos à frente.
[AGORA!]
"Illumi, nerca, var fal!"
Ela levantou sua runa.
Uma esfera azul flamejante foi lançada.
Atinziu o homem e, como ela previu, o queimou.
"AAAAGH!"
Striker caiu para trás.
Melisa observou por um momento.
Ela nunca tinha estado em uma luta antes. Ela nunca tinha machucado alguém assim.
Os amigos dele avançaram.
Usando sua própria Essência, Melisa lançou o mesmo feitiço uma segunda vez. Desta vez, no cara ao lado dele.
Mesmo resultado.
"AAAAOOOH!" Ele também caiu, a chama azul corroendo sua pele.
"Seu...!" O último correu em sua direção.
[Último truque na manga. Vamos...]
"Illumina, car ei!"
Ela ativou a segunda runa bem na cara dele, esperando por um efeito específico, dado quão brilhante essa coisa era.
E, isso foi alcançado.
"CARALHO!" O homem recuou, momentaneamente cegado.
Isso foi todo o espaço que Melisa precisava.
Ela virou e correu.
"G-Volte aqui!" Um dos homens gritou. Não importava quem era, o ponto era que um deles estava claramente bem o suficiente para pelo menos vê-la correndo. Ela precisava se mover.
[Ganhar distância, escapar, voltar para casa. É tudo que preciso fazer.]
Ela se esquivou entre as casas, tentando manter os prédios entre ela e seu perseguidor.
[Só preciso quebrar a linha de visão dele. Se ele não puder me ver, ele não pode me pegar!]
Ela arriscou uma olhada para trás e imediatamente se arrependeu. Era o próprio Striker, com metade da cabeça queimada, correndo atrás dela como um maldito zumbi.
Os olhos de Melisa se arregalaram e ela tentou se mover mais rápido.
Ela ziguezagueou pelos becos, seu tamanho pequeno e pés ágeis dando-lhe uma vantagem nos espaços estreitos.
[Okay, acho que estou perdendo ele. Só preciso continuar assim um pouco mais...]
Ela virou uma esquina e se encontrou num beco sem saída.
[Ah, qual é! Sério?]
Ela podia ouvir os passos pesados de Striker se aproximando.
Panicking, Melisa olhou ao redor procurando uma saída. Seus olhos caíram em uma pilha de caixotes contra a parede de uma casa.
Ela subiu nos caixotes, seu coração na garganta enquanto eles balançavam sob seus pés.
Com um salto final, ela agarrou a borda do telhado e se puxou para cima, justo quando Striker dobrou a esquina.
"Onde você está? Vou torcer seu pescoço!"
Melisa se prensou contra o telhado, mal ousando respirar.
[Por favor, não olhe para cima, por favor, não olhe para cima...]
Ela ouviu Striker praguejar e chutar algo, então saiu andando, ainda murmurando ameaças.
Melisa esperou um minuto inteiro antes de se atrever a espiar a borda do telhado. O beco estava vazio, sem sinal de seu perseguidor.
Ela soltou um suspiro trêmulo, seu corpo todo tremendo de adrenalina.
[Caramba, isso foi muito perto.]
Ela desceu do telhado, suas pernas pareciam gelatina.
[Ok, novo plano: chegar em casa, se esconder debaixo da cama, e esperar que ele esteja muito machucado para nos procurar amanhã.]
Correu, mantendo-se nos becos e ruas laterais enquanto caminhava para casa. Cada som a fazia pular, cada sombra parecia esconder uma ameaça à espreita.
[Quase lá, quase lá. Só mais um pouco...]
Finalmente, sua casa apareceu em vista. Melisa deu um último impulso de velocidade, praticamente voando pelos degraus e pela porta da frente.
Justo quando Melisa pensou que estava em segurança, uma mão a agarrou por trás, puxando-a de volta com um grito.
Ela se viu cara a cara com Striker, que a encarava com ódio nos olhos.
"Pensou que poderia escapar de mim, não é?" ele rosnou, apertando o braço dela tanto que ela temia que fosse quebrar. "Eu tinha um pressentimento de que era você, sua pequena vadia. Vi você se esgueirando da última vez que visitei seu querido pai."
O coração de Melisa caiu no estômago.
[Oh não. Oh não não não. Isso não pode estar acontecendo!]
Ela tentou se soltar, mas o aperto de Striker era como ferro.
"M-Me solte!" ela gritou, odiando como sua voz tremia.
Striker riu.
Ele se inclinou mais perto, seu hálito quente e fétido contra seu rosto.
"Acho que não. Você vai comigo. Vou apresentá-la a todos os meus homens. Nós poderíamos nos divertir um pouco."
A mente de Melisa corria, desesperada por uma saída.
Mas, naquele momento, uma voz soou.
"Solte-a, Striker. Agora."
Eles ambos pararam.
Melisa ergueu a cabeça, e Striker também, seus olhos se arregalando em descrença.
Lá, em pé na porta, estava Melistair, com os punhos cerrados ao seu lado, os olhos estreitados na direção de Striker.
Striker sorriu com desdém, apertando ainda mais o aperto em Melisa.
"Veja só quem é. O homem do momento."
Melistair deu um passo à frente, seus olhos fixos no rosto de Striker.
"Eu disse, solte-a. Isso é entre você e eu. Deixe minha filha fora disso."
Striker riu novamente, um som áspero e irritante.
"Decidiu que ela não deveria lutar suas batalhas por você? Que pena, ela me machucou mais do que você jamais poderia," Striker caçoou. "Mas não, eu acho que não. Veja, sua garotinha aqui fez algo imperdoável. Acho que se ela me deu isso," ele gesticulou para o próprio rosto, "é só justo que eu-"
Striker levantou a mão, prestes a socá-la.
Melisa estremeceu, preparando-se para o golpe.
Mas ele nunca veio.
Ela olhou para cima, o queixo caído de admiração.
Melistair estava sobre Striker, segurando o homem pelo pulso.
Melistair empurrou Striker para trás.
O agiota cambaleou, seu rosto uma máscara de choque e descrença. Melisa, também, mal podia acreditar no que via.
Seu pai avançou.
Melisa conhecia Melistair há apenas alguns dias. Na maior parte desse tempo, ele passara trabalhando nas minas.
Para ela, ele era um homem gentil e bondoso.
Fisicamente, ele não era exatamente o pico da masculinidade ou algo assim. Ele era magro e, não fosse pelos poucos músculos que provávelmente desenvolveu por anos de trabalho duro, ele pareceria mais com um bibliotecário do que um lutador de MMA ou algo do tipo.
Mas, naquele momento, aos olhos de Melisa, ele estava tão alto quanto um gigante.
"Você não vai tocar na minha filha," Melistair disse, sua voz ecoando com uma autoridade que Melisa nunca tinha ouvido antes. "E você vai deixar minha família em paz. Para sempre. Eu te dei seu maldito dinheiro. Não vou te dar nem mais um sol."
O choque de Striker rapidamente se transformou em raiva.
Com um rosnado, ele avançou, o punho erguido para desferir um golpe devastador.
Melisa engasgou, o coração na garganta. Mas Melistair não hesitou.
Ele avançou da mesma forma exata, encontrando aquele soco com um dos seus.
Os dois homens se chocaram como touros travando chifres.
Striker socou o abdômen de Melistair e Melistair lhe deu um uppercut em retorno.
Eles trocavam golpes rapidamente com uma ferocidade que fazia o sangue de Melisa gelar.
Logo ficou claro que Striker era o lutador mais experiente.
"Agh!" Mesmo agora, ferido como estava, ele deu um soco no estômago de Melistair que o levou aos joelhos.
[Meli... Pai?]
Melistair cuspiu um pouco de sangue. E, Melistair...
Melistair não ficaria no chão.
"AAAAGH!" Ele correu de volta para a luta.
Ele parecia mais rápido de repente. Mais forte até. Ele empurrou Striker para trás!
Agora, para cada golpe que ele recebia, ele devolvia outro, com os olhos ardendo.
Os amigos de Striker logo chegaram, provavelmente seguindo o som da confusão. A luta não foi interrompida. Eles estavam chocados demais com o que estavam vendo para fazer qualquer coisa.
Melisa assistia, maravilhada, enquanto seu pai lutava. Seu nariz estava sangrando, seu olho inchando e fechando, mas ainda assim ele seguia em frente, pressionando Striker para trás.
Bam, bam! Dois socos fortes na cabeça de Striker fizeram dentes voarem, brilhando no luar roxo.
Melistair inalava e exalava, com respirações ofegantes. Striker cambaleava, parecendo que poderia cair a qualquer segundo.
".... AAAAAAAA!"
E então, com um rugido final e poderoso, Melistair desferiu mais um uppercut, diretamente no queixo de Striker.
A cabeça de Striker jogou para trás, seus olhos revirando no crânio.
Por um momento, ele vacilou, suspenso à beira. Então, como uma árvore caindo, ele desabou no chão.
Melistair ficou em pé sobre ele, peito arfando, punhos ainda cerrados. Sangue escorria deles.
Os caras, seus amigos de antes, se aproximaram e levantaram Striker, que rapidamente recuperou a consciência.
"Você..." Ele cuspiu sangue. "Eu vou te matar!"
"Você não vai fazer nada," Melistair respondeu. "A menos que você queira que esta aldeia se torne seu túmulo."
"O quê!?"
"Você vem atrás de mim novamente, depois de eu ter pago, você acha que as pessoas daqui vão deixar você ir embora?" Melistair balançou a cabeça. "Ao contrário de você, Striker," ele encarou o homem, "eu nunca abandonei este lugar."
[Hã?]
Aparentemente, havia alguma história aqui que Melisa não conhecia.
"As pessoas daqui não vão deixar você ir embora se fizer isso," Melistair prometeu. "Todo mundo aqui é minha família... Mas, de novo, você não sabe como é ter uma, não é?"
Striker cerrou o punho, trincando os dentes que lhe restavam.
"Agh!" Ele se soltou do agarre de seus aliados e se virou, andando para a escuridão.
"Uh..." Seus amigos foram embora com ele.
As coisas ficaram quietas por um momento.
Então, Melistair se virou.
Devagar, ele se voltou para Melisa.
Toda aquela raiva, todo aquele veneno que ele havia usado para alimentar seus socos, havia desaparecido. Tudo o que restava era um sorriso se espalhando pelo seu rosto machucado.
"Você está bem, querida?" ele perguntou, sua voz de repente tão suave.
Melisa não conseguia falar. Ela só podia encarar, com lágrimas nos olhos, o homem que pensava conhecer.
Seu pai.
Seu herói.
Com um soluço, ela correu para frente, jogando seus braços ao redor dele. Melistair a abraçou, segurando-a forte enquanto ela chorava em seu peito.
Ele riu.
"Ahhh, está tudo bem, está tudo bem. Ele me acertou bem, o bastardo. Mas, está tudo bem," ele murmurou, acariciando seu cabelo. "Acabou agora. Você está segura."
Melisa se agarrou a ele, seu coração se expandindo.
Era assim que era ter uma família? Uma de verdade?
Ela não tinha ideia.
[Meu pai,] ela pensou. Ela não tinha dificuldade em afirmar isso neste ponto. [Meu pai é o melhor.]
"Agora," ele a afastou gentilmente, olhando nos olhos dela seriamente. "Eu vou precisar que você me explique por que o rosto do Striker estava queimado desse jeito. O que você fez?"
Melisa riu nervosamente.
"Eu... Uh..." Ela pensou sobre isso. "Você não vai acreditar em mim se eu te contar."
"Tente."
"Ok... Amanhã," disse Melisa.
"Não, eu preciso-"
"Pai," ela o interrompeu, "Eu quero te mostrar, mas literalmente não posso fazer isso agora, mas logo na primeira hora da manhã. Ok?"
Ele respirou fundo, encarando Melisa.
"Tudo bem, eu confio em você. Amanhã."
E, com isso, eles voltaram para dentro, deixando para trás todos os pensamentos de agiotas e dívidas com os dentes caídos na rua.