Dia Três…
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Após descobrir algo, Nathan chamou seu subordinado, aquele que tinha a tarefa de localizar o paradeiro de Abigail Scarlett antes e depois do incidente no Hotel Centerville. Seu subordinado era conhecido pelo seu codinome 'Joker'.
"Joker, você encontrou algo?" Nathan perguntou com intriga. Abigail Scarlett continuava sendo um mistério para ele. Ela não parecia uma pessoa comum.
Ele tinha uma sensação incômoda de que a identidade de Abigail poderia ser mais complexa do que sabiam até agora. E pela primeira vez, depois de muito tempo... Nathan se interessou novamente por uma mulher. (Mas não de uma forma romântica!)
"Líder Supremo! Eu confirmei. Não houve nenhuma Abigail internada no hospital. Seu gerente e assistente pessoal estão à procura dela. Ouvi dizer que bloquearam as notícias sobre o desaparecimento repentino de Abigail do hospital." Joker informou a seu mestre.
"A Abigail Scarlet aos seus cuidados... pode ser a verdadeira Abigail que escapou do hospital," ele acrescentou.
Essas declarações deixaram uma ruga em seu belo rosto. Seu dedo indicador bateu várias vezes na superfície da mesa, pensando em Abigail.
"Continue..." Nathan murmurou, permitindo que Joker continuasse suas palavras.
"Também verifiquei o Hotel Centerville. E encontrei algo suspeito. As câmeras CCTV no 13º andar não estavam funcionando. E a administração do hotel alegou que estavam em manutenção."
Rugas se formaram no canto de seus olhos e seu dedo parou de bater na mesa. Um brilho passou pelos seus olhos como se ele tivesse resolvido um quebra-cabeça mais uma vez.
"Por causa disso, não posso confirmar se alguém entrou no quarto dela e tentou matá-la." Joker respirou fundo, sentindo-se desapontado.
"Embora você não tenha visto com seus próprios olhos, isso não significa que nada aconteceu..." Nathan disse significativamente. Ele não sabia se aquela afirmação era para o Joker ou para ele mesmo.
"O que você quer dizer, Mestre?" Joker perguntou educadamente.
Nathan se levantou, o esboço de um sorriso de satisfação brincando em seus lábios cheios.
"O fato de as câmeras CCTV não estarem funcionando naquele andar… Tudo o que aconteceu lá foi bem planejado. De fato, é muito suspeito. O Hotel Centerville é um dos hotéis mais famosos desta cidade. Não há como suas câmeras de segurança pararem de funcionar de repente por um longo período de tempo. Alguém quer esconder... um crime aqui."
Nathan terminou de analisar a situação e chegou a essa conjectura. Como esperado da mente inteligente de Nathan! Ele concluiu que deve ter havido uma jogada suja na tentativa de suicídio alegada de Abigail.
Nathan esfregou o queixo, ainda com o sorriso estampado na face.
'Abigail Scarlett… quem é você? Quem você ofendeu para causar sua 'morte acidental'?
"Líder Supremo... é só isso que tenho por enquanto." A voz do Joker o trouxe de volta ao presente.
"Entendi. Continue a reunir mais informações... e investigue as pessoas que têm ressentimentos contra Abigail Scarlett. Me dê o resultado. O mais rápido possível."
"Compreendido, Mestre," Joker respondeu antes de encerrar a ligação.
Após falar com seu subordinado, Nathan pegou seu casaco e as chaves do carro. Ele tinha que ver alguém.
Ao sair de sua sala de estudos, Nathan encontrou com Abigail e o Mordomo Li que acabavam de entrar na casa. Automaticamente, seus olhos seguiram na direção dela, encontrando o olhar de Abigail.
Por um momento, suas bochechas coraram, consciente dos olhos azuis que estavam todos focados nela. 'Mas que diabo? Por que ele está olhando para mim assim?' Ela mordeu o lábio inferior inconscientemente, desviando o olhar.
Embora o Mordomo Li já tivesse a tranquilizado de que Nathan não sabia que ela tinha ido ao quarto dele naquela noite, Abigail ainda tinha esse sentimento incômodo e persistente.
Enquanto isso, Mordomo Li apenas sorriu tolo, movendo o olhar para trás e para frente entre Nathan e Abigail. Por alguma razão desconhecida, ele podia ver faíscas na maneira como esses dois se olhavam.
Depois de observar o rosto dela, Nathan passou por eles, como se não os tivesse visto.
"Mestre!" Mordomo Li de repente o chamou, fazendo-o parar no caminho.
Abigail virou para Mordomo Li com os olhos arregalados. Ela teve vontade de bater no Mordomo Li por ter parado Nathan. O diabo estava a caminho de sair. Por que ele tinha que chamar por ele?
Nathan virou e perguntou ao Mordomo Li "O quê?" Mas seus olhos estavam fixos em Abigail.
"Aonde você vai, Mestre? Não está mais se sentindo mal?"
Abigail estreitou os olhos neste mordomo intrometido enquanto Nathan levantava a sobrancelha, mudando o olhar de Abigail para Mordomo Li.
"Mordomo Li, eu tenho que lhe relatar meus paradeiros? Você é minha esposa?" Nathan resmungou para seu mordomo intrometido.
"Pffft!" Abigail segurou sua risada. 'Bem feito, Mordomo Li.'
Mordomo Li apenas soltou uma risadinha e disse, "Estou apenas transmitindo a mensagem da Senhorita Abi para você. Ela quer saber se você está se sentindo bem agora." Até sua palavra "se sentindo bem" tem uma conotação.
Os olhos de Abigail se arregalaram em descrença. Que mordomo sem vergonha?! Embora ela também estivesse curiosa sobre seu estado atual. Ela nunca disse aquelas palavras.
"Oh, Senhorita Abi, ouviu a resposta do Mestre? Você é esposa dele?" Mordomo Li continuou a fazer confusão, provocando os dois.
Abigail sentiu vontade de socar o Mordomo Li e arrancar o sorriso bobo do rosto dele. Ela olhou para Nathan, que tinha uma expressão vazia no rosto. Então ela sorriu de forma constrangida e pediu desculpas mais uma vez pelo que aconteceu. "Espero que esteja se sentindo melhor agora. Só não ligue para a gente."
Sem esperar a resposta de Nathan, Abigail agarrou a mão do Mordomo Li, arrastando-o para longe. Nathan apenas observou as costas deles até desaparecerem de sua vista.
"Abigail Scarlett… espere só. Terei que lidar com você quando eu voltar." Nathan pronunciou, com um sorriso maléfico dividindo seu rosto.
O jeito como ele olhou para ela era como um predador de olho em sua presa. Ele iria à caça em breve. Depois, Nathan se virou, saindo da mansão. Ele foi encontrar um amigo muito próximo. A única pessoa com quem ele poderia compartilhar seus pensamentos mais íntimos.