Dia Dois...
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Dois pares de olhos severos recepcionaram Abigail assim que ela entrou na sala. Ela sentiu como se Nathan e Veronica estivessem a amaldiçoando. Imediatamente, ela abaixou o olhar, incapaz de encontrar os penetrantes olhos azuis de Nathan.
O momento íntimo que compartilharam naquele mesmo quarto continuava a se repetir em sua mente. Parecia que a presença de Nathan sempre a faria lembrar daqueles momentos. Ela não conseguia tirá-los da cabeça. As memórias ainda estavam frescas e era algo difícil de esquecer.
'Droga! Isso é tão injusto. Sou só eu que estou sofrendo aqui? Mas espera... Eu me pergunto se ele se lembra ou não. Espero que não!' Abigail mordeu seu lábio inferior, evitando o olhar de Nathan.
Ela apenas desejava que o diabo não se lembrasse de nada, caso contrário, ela não sabia como enfrentaria ele sem se envergonhar do que aconteceu.
"Ela está aqui," a voz gelada de Nathan foi ouvida. Embora ela não estivesse olhando para ele, ela podia sentir o frio trazido pelo olhar penetrante de Nathan.
Veronica cerrou os dentes e fechou sua mão livre em um punho até que suas unhas se cravassem na carne. Ela estava agitada depois de ouvir os comentários de Nathan um pouco antes. [ Abigail e eu vamos para casa amanhã. ]
'Ele não está planejando puni-la? Ele ainda a trará de volta com ele. O que Ethan disse ao seu pai?' Veronica tentou ao máximo esconder suas emoções. Ela se manteve calma por fora, mas por dentro, ela estava fervendo de raiva e ciúmes.
"Vocês dois... nos deixem sozinhos," Nathan ordenou a Axel e Veronica.
"Não podemos. E se ela fizer algo novamente para te machucar?" Veronica não hesitou em expressar seu protesto.
Nathan lançou-lhe um olhar gélido e severo. "Eu disse... Nos. Deixe. Sozinhos. Saia!" Ele estava de mau humor e se sentia mais irritado por causa do incidente que ocorreu hoje.
Axel uniu os lábios e acenou para Veronica obedecer ao seu mestre. Eles não podiam irritá-lo ainda mais. Só podiam obedecer ao seu comando e desaparecer de sua vista.
Relutante em sair, Veronica saiu da sala com passos pesados. Ela queria ficar e ouvir a conversa deles mas Nathan já os tinha mandado embora como se fossem apenas um incômodo entre os dois.
"Dra. Veronica. Não se preocupe com o Mestre. Ele pode lidar com isso. Mesmo estando doente, ele é mais forte do que você pensa." Axel tentou confortar Veronica, no entanto, ela ficou ainda mais chateada.
Quando Axel e Veronica saíram, houve um longo e ensurdecedor silêncio, envolvendo a sala. Ninguém entre Nathan e Abigail pronunciou algumas palavras.
"Papai! Por que demorou tanto? Por favor, dê o telefone para a Senhorita Abi!" A vozinha de Pequeno Ethan perfurou o silêncio dourado naquele quarto, tirando as duas pessoas de seus pensamentos profundos.
Nathan entrecerrou os olhos antes de passar o telefone para Abigail. Ela automaticamente pegou o telefone, colocando-o em sua orelha direita.
"Senhorita Abi, não tenha medo do meu pai. Eu te protejo." Pequeno Ethan a tranquilizou.
Abigail piscou várias vezes, se perguntando como Ethan descobriu que ela estava em uma situação difícil e estava prestes a enfrentar a ira do diabo.
'Não me diga que o Mordomo Li tem algo a ver com isso?' Abigail não sabia se Mordomo Li estava agindo como uma fada madrinha que a salvaria em tempos de problemas. 'Eu lhe devo muito.'
"Entendi. Vai dormir agora, Pequeno Ethan. Até amanhã." Abigail murmurou com um sorriso desajeitado no rosto. Nathan estava olhando para ela intensamente, fazendo com que se sentisse desconfortável.
"Boa noite, Senhorita Abi. Até amanhã. É só me dizer se o papai te importunar, tá?"
'Sim! Ele me importunou... ele me violou, aproveitando-se do meu corpo temporário. E eu acho que fiquei com um trauma emocional.' Abigail se queixava interiormente. Mas então, seu alter ego interveio em seus pensamentos e disse, 'Mas você gostou!'
Abigail estremeceu e sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela balançou a cabeça, tentando manter as memórias e empurrar esses pensamentos indesejados para o fundo de sua mente.
"Boa noite, Ethan," ela murmurou distraidamente antes de terminar a chamada.
Subconscientemente, ela olhou na direção de Nathan e seus olhos se encontraram por um longo momento antes dela desviar o olhar.
'Por que diabos ele está olhando para mim assim? Não me diga que ele se lembrou de tudo?' Abigail tentou ao máximo manter a calma como se tudo estivesse normal. Mas seu coração começou a disparar novamente.
O silêncio do ambiente trouxe mais tensão entre eles. Justo quando ela pensou que Nathan a confrontaria, ele se levantou, traçando seus passos em direção ao banheiro.
Bam!
O som do fechamento da porta do banheiro foi como um sinal para ela finalmente relaxar e estabilizar sua respiração.
Ela estava olhando para a porta fechada quando de repente uma ideia lhe ocorreu na cabeça. 'Caramba! Quase me esqueci! Esta é minha última chance de recuperar aquelas coisas!'
Com alerta, Abigail vasculhou o quarto com seus olhos aguçados de águia, procurando por dois itens importantes– o celular do Mordomo Li e seu maldito sutiã!
'Onde eles estão?' Ela correu em direção à cama, levantando a colcha. Ela virou de cabeça para baixo, mas não viu nada.
"Droga! Eu tenho que encontrá-los." Ela murmurou. Ela se movia pelo quarto, procurando cada canto. Ela esperava que Nathan demorasse no banheiro.
Então ela estalou os dedos quando se lembrou que havia se agachado debaixo da cama. Sem perder mais tempo, Abigail se jogou no chão, verificando algo debaixo da cama.
E com ótimo timing, Nathan saiu do banheiro, testemunhando Abigail naquela posição constrangedora. Seu bumbum estava virado para Nathan enquanto ela continuava verificando o chão. Ela até usou a lanterna do celular de Axel enquanto procurava por esses itens debaixo da cama de Nathan.
"O que você está fazendo?"
"Ai!" Abigail bateu sua cabeça na parte inferior da lateral da cama quando levantou a cabeça às pressas depois de ouvir a voz de Nathan. A voz dele a assustou muito. Ela se sentiu como uma ladra sendo pega no flagra por Nathan naquele momento.
Ela esfregou a cabeça e se virou apenas para ver Nathan cuja expressão era indescritível. Ele estava lhe dando um olhar estranho. Ela não conseguia dizer se ele estava bravo ou se estava apenas lutando contra o impulso de rir.
Droga! Ela não conseguia entender o que se passava em sua mente naquele momento.