Desde que ele chegou ao escritório, Derek tinha a sensação de que estava jogando um jogo interminável de bater o martelo. Problema atrás de problema, em todas as direções que ele olhava e não importava o que tentasse fazer, eles simplesmente continuavam multiplicando. Ele resolvia um e mais dez apareciam.
Além de tentar entrar em contato com os representantes do sindicato, que estavam ativamente ignorando-o. Sem dúvida aumentando a pressão, com a intenção de que a greve durasse um pouco mais, para que o Grupo Haven sentisse quanto poderiam perder se os trabalhadores decidissem parar. Derek também estava supervisionando o que todos os outros estavam fazendo, com relatórios chegando a toda hora e vários departamentos buscando sua aprovação em certas questões. Não só isso, havia também o pessoal que tinha chegado no horário habitual. As pessoas responsáveis por manter o navio no curso enquanto todos os outros tentavam tapar os buracos.
Surpreendentemente, seu tio não apareceu naquela manhã e, surpreendentemente para absolutamente ninguém, sua Assistente Pessoal havia ligado dizendo que estava doente. O que significava que a única pessoa que poderia ter ajudado a localizar seu tio também estava desaparecida. Era tudo demais para Derek e, por mais que ele quisesse gritar no casaco de Emily, ele estava tão tenso que tinha medo de rasgá-lo.
Foi por isso que ele começou a andar de um lado para o outro. Ele provavelmente teria feito um buraco no tapete se Emily não tivesse entrado. Mas agora que ela estava lá, Derek estava determinado a usar ela tanto como um ponto de referência quanto alguém que simplesmente sentava pacientemente e o ouvia reclamar.
Enquanto isso, ela o olhava como se ele fosse uma bola de tênis movendo-se de um lado para o outro da rede enquanto ele andava sobre o mesmo ponto repetidamente.
"...certamente ele viu as notícias!" Derek disse, levando as mãos atrás das costas enquanto completava um circuito. Voltando, ele cruzou os braços sobre o peito.
"Apesar de tudo que ele fez até agora, o homem não é um idiota. Ele tem que saber que as coisas saíram do controle. Tudo que ele precisa fazer é pegar o telefone, reconhecer que foi longe demais, retirar suas palavras e tudo isso será notícia de ontem..." Seu telefone começou a tocar novamente e Derek o ignorou. Quando ficou silencioso, o telefone de seu escritório começou a tocar.
"Sabe de uma coisa, aposto que ele está se divertindo onde quer que esteja. Emily? Você já viu alguém tomar uma decisão tão estúpida tudo em nome de lutar por uma posição que nem era dele para começar?" Emily apenas deu de ombros, ela tinha de alguma forma conseguido um pacote de batatas fritas e estava mastigando-as.
Ela estendeu o saco, e dessa vez quando Derek passou, ele pegou algumas, mastigando-as antes de começar seu discurso novamente.
"Ele não percebe quão grande isso tem o potencial de se tornar. Agora é a fábrica de painéis solares, amanhã serão as fábricas de carros, a próxima coisa, os fornecedores estarão exigindo uma maior participação por seus materiais, então os caras aqui no corporativo estarão exigindo aumentos salariais!"
"Isso poderia nos atrasar em bilhões. Neste ritmo, até consertar a bagunça na fábrica custará milhões. O que ele está pensando! Onde ele está!" Derek terminou com um rosnado, mal contendo a vontade de puxar seu próprio cabelo. Se ela não estivesse lá, ele estaria gritando no casaco dela.
"Você está certa," ela disse ao se levantar.
"Ele deveria estar aqui, consertando o que quebrou. Problemas dessa natureza precisam de um toque pessoal. Mas ele é muito covarde para mostrar seu rosto. É por isso que vamos consertar isso, e assim que você pensar em algo, tudo isso vai desaparecer como se nunca tivesse sido um problema para começar," Derek a olhou, dando-lhe um olhar.
Ela não acabou de ouvi-lo dizer quanto vai custar para consertar isso? E lá estava ela falando sobre consertar as coisas e 'um toque pessoal'. Que bem faria um toque pessoal quando... Ele congelou, uma ideia lhe ocorrendo.
Um toque pessoal...
Ele olhou para Emily novamente, e ela o encarava impassível, claramente não entendendo o que acabara de fazer.
Um toque pessoal...
Claro! Uma risada borbulhou, e Derek a deixou livre.
Claro! Claro! Um toque pessoal! Estendendo a mão, ele a pegou e a girou.
"Emily, você está absolutamente certa. Isso realmente precisa de um toque pessoal. Agora vamos nos preparar," Ele disse a ela quando a colocou no chão, rindo novamente quando notou o quão desgrenhada ela agora estava, seu rosto todo corado.
Um toque pessoal de fato.