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Chapter 5 - Capítulo 5: Os porcos comem melhor do que nós.

Casar-se com Wang Er, o tolo, uma vez que An Shuchao deu sua aprovação, Bai Xue não pôde fazer nada a respeito.

Pensando nos bons dias que se esvaíam, ela se sentiu perturbada durante toda a tarde.

A dor de cabeça de An Hao ainda era bastante severa. Depois de simplesmente pronunciar algumas palavras, ela virou e voltou para o quarto, deitou-se na cama kang, puxou o cobertor sobre a cabeça e adormeceu novamente.

Quando ela acordou novamente, já estava escuro.

Ela se levantou, lavou o rosto e saiu depois de levantar a cortina de algodão.

O fogo da cozinha havia sido apagado, e após olhar para dentro, ela foi diretamente para a sala norte.

A sala norte era onde An Shuchao e Bai Xue viviam. Eles geralmente comiam nesta sala, que tinha uma pequena mesa baixa no centro já posta com comida, esperando apenas por ela e seu irmão, An Ping, que ainda não havia chegado em casa.

— An Hao, venha comer — Bai Xue a cumprimentou com um sorriso assim que a viu. Não havia o menor sinal de infelicidade em seu rosto, e com sua atitude indiferente, parecia que os eventos da tarde nunca haviam acontecido.

Já que ela estava agindo dessa forma, An Hao também não lhe lançou um olhar sujo, mas se sentou com um sorriso também.

Ela olhou para a comida na mesa, mingau de milho com pão achatado e picles, uma refeição que estava bem pior do que o normal. Claramente, Bai Xue estava irritada.

Embora a família fosse pobre, não era a ponto de ser tão ruim assim.

A sopa na tigela estava tão aguada que poderia refletir a imagem de uma pessoa, o pão achatado tinha sido reaquecido várias vezes e mudado de cor, obviamente duro e não saboroso. Os grãos de sal nos picles não haviam sido bem lavados, sugerindo que a refeição não seria muito boa.

An Hao não apontou isso, e a família sentou-se à mesa esperando por An Ping.

Já era hora de ele voltar para casa.

De fato, após uma breve espera, An Ping voltou da casa de um colega onde estava fazendo lição de casa. Assim que chegou em casa, jogou sua mochila de lado e sentou-se na mesa baixa sem nem mesmo lavar as mãos.

— Você nem lava as mãos antes de comer — An Hao franziu a testa e o repreendeu — Tenha cuidado ou você vai ficar doente.

An Ping, um rapaz de dezesseis anos com sobrancelhas grossas e olhos grandes, tinha uma leve semelhança com An Hao. Ouvindo-a dizer isso, ele exclamou: — Você sempre faz tempestade em copo d'água.

De qualquer forma, a relação deles nunca foi muito boa. Quando a mãe deles estava viva, An Ping era extremamente travesso, e An Hao sempre o repreendia, o que fazia com que ele a ressentisse especialmente.

Após a morte de sua mãe e a entrada da madrasta Bai Xue na casa, ela rapidamente percebeu que An Shuchao favorecia filhos homens em detrimento das filhas.

Ela habilmente mimava An Ping, sempre o agradando com a melhor comida e bebida. Claro, o menino, tão ingênuo quanto ela havia sido em uma vida passada, foi facilmente conquistado.

Após a morte de seu pai, An Ping foi expulso de casa sem um tostão no bolso, e ele até se atreveu a jogar.

Felizmente, ele finalmente viu a luz. Quando os cobradores de dívidas vieram cobrar e bloquearam a porta deles, ele se postou na frente dela, levando uma facada até a morte.

O sangue que se espalhou por todo lado, o olhar de arrependimento nos olhos dele enquanto olhava para An Hao antes de morrer, proferindo suas últimas palavras em vida: — Irmã, eu estava errado! Fui eu quem te prejudicou! Me desculpe, —o sangue e essas últimas palavras de remorso e tragédia perfuraram os olhos e o coração de An Hao.

Embora ela tivesse renascido, a memória de sua vida passada ainda lhe causava uma dor leve no coração.

Nesta vida, ela definitivamente não deixaria seu irmão ser mimado por Bai Xue com aqueles maus hábitos de dependência, ela garantiria que seu querido irmão trilhasse um caminho diferente.

Quando An Hao voltou a si, Bai Xue já estava de pé com um sorriso, pegando uma toalha do suporte, tirando um pouco de água quente da panela de ferro no fogão, mergulhando a toalha nela e entregando a An Ping: — An Ping, sua irmã está certa. Aqui, limpe suas mãos.

— Mãe é sempre boa comigo — An Ping pegou a toalha, limpou as mãos descuidadamente e a entregou de volta.

— Você está mimando ele — An Shuchao disse isso apesar de se sentir satisfeito por dentro. Dizem que as madrastas são cruéis, mas Bai Xue era uma exceção, bastante boa para seu próprio filho.

Bai Xue apenas sorriu: — São todos crianças afinal.

An Ping estendeu a mão para começar a comer, mas ao ver apenas um prato de picles na mesa, seu rosto imediatamente azedou: — Por que nossa comida está ficando cada vez pior? Até os porcos comem melhor do que nós! Estou crescendo agora, como posso me virar se não comer bem?