Chereads / A Esposa de Aluguel do Bilionário é um Arraso / Chapter 9 - Amargo, Porém Doce

Chapter 9 - Amargo, Porém Doce

As bochechas de Evelyn coraram, borboletas voando em seu estômago enquanto seus olhos se encontravam no espelho. O familiar sorriso provocador de Zevian e seus olhos quase negros brilhando com uma mistura de admiração e algo mais profundo fizeram seu coração bater errático. Memórias da paixão e amor compartilhados voltaram, sobrecarregando seus sentidos.

Rapidamente, Evelyn desviou o olhar, xingando a si mesma e seu traiçoeiro coração que ainda parecia guardar um canto para ele. Ela achava que tinha superado completamente, que ele não a afetaria mais, mas um olhar dele despertou emoções nela que até seu ex-noivo não tinha conseguido evocar nos últimos anos.

Ela aplicou rapidamente a pomada com o máximo de cuidado que conseguiu reunir, tentando ignorar a tensão elétrica entre eles e seus olhos que pareciam estar constantemente nela.

"Está-está feito," gaguejou Evelyn, colocando rapidamente o tubo de creme de volta na caixa e fechando-a. Sem ousar olhar para trás, ela correu em direção às grandes portas da frente.

Uma risada escapou dos lábios de Zevian ao vê-la fugir como um coelho assustado. Ele sentia falta disso, e isso o fez perceber o quanto sentia falta dela, apesar de agir como se tivesse seguido em frente. Se ao menos ele não tivesse cometido aquele erro há seis anos, eles não estariam aqui, se sentindo estranhos. E, ela estaria segura, longe desses esquemas e sacrifícios.

Avery, que estava tomando chá com o gerente, sorriu ao ver Evelyn sair da sala. Sua expressão aflita era tudo o que Avery precisava para saber que sua missão havia sido bem-sucedida. Considerando o diabo que seu primo era, provavelmente ele tinha derretido um pouco as muralhas de Evelyn.

Caminhando em direção a Evelyn, Avery falou como se estivesse alheia ao que poderia ter acontecido lá dentro. "O que devemos almoçar? Vamos ao meu restaurante de sushi favorito!" Ela acrescentou, animada por ter ficado mais de duas semanas sem comer lá por causa de sua viagem de negócios.

Evelyn acenou com a cabeça, sorrindo, pensando que seria o jeito perfeito de escapar e também de discutir os futuros projetos do Sr. Igor.

"Nos deixe na Rua Nexus," instruiu Avery ao seu primo assim que ele saiu da sala. Zevian assentiu, mas sua expressão emburrada não passou despercebida por Avery. Parecia que ele estava um pouco triste por não passar mais tempo com Evelyn, e ela suspirou alto.

"Deus, vocês sempre têm que me fazer de cupido?!" Avery resmungava interiormente, saindo da boutique relembrando os bons e velhos tempos da faculdade, quando ela fazia loucuras para mandá-los em encontros.

"Droga! Eu tinha uma reunião muito importante agendada com o Sr. Igor, e eu esqueci!" murmurou Avery enquanto caminhavam em direção aos portões. John, que tinha terminado de lidar com Nicholas e estava esperando por sua chefe, rapidamente puxou o carro na frente deles ao vê-los sair da boutique.

"Vamos para a empresa então," sugeriu Evelyn, vendo isso como uma boa oportunidade para se desculpar com o Sr. Igor por sua ausência durante a viagem.

"Não, você não pode!" Avery se desesperou, e quando Evelyn franziu a testa, ela rapidamente acrescentou, "Quero dizer, você deve estar cansada de todos os testes. Você deve descansar! Deixe o Sr. Igor comigo, eu cuido dele."

"Mas—"

"Vou usar o seu carro já que é urgente," disse Avery a Zevian, interrompendo sua melhor amiga. "Consiga outro carro e deixe-a no meu apartamento. Fica no caminho para a sua empresa, de qualquer maneira," ela acrescentou, entrando no carro dele.

Evelyn parecia preocupada, claramente ainda não pronta para ficar sozinha com ele, mas Avery não lhe deu chance de nem falar, exigindo que John dirigisse. John olhou para seu chefe, e com o aceno de Zevian, ele relutantemente deu a partida no motor.

"Certifique-se de almoçar juntos primeiro," disse a cupido, acenando para eles com um sorriso maroto.

Zevian assentiu deliciado, fazendo uma nota mental para dar a ela um bônus mais tarde enquanto o carro se afastava, deixando-os sozinhos na rua.

Mas sua felicidade foi breve, pois Evelyn virou-se para ele e disse, "Vou pegar o metrô. Não é longe daqui."

"Tenha um bom dia, Sr. Reign." Fazendo uma pequena reverência a ele, Evelyn se virou e caminhou na direção oposta. Ao fazer uma curva sinuosa, ela suspirou aliviada, pensando que Zevian não a tinha seguido.

Mas como se até o céu estivesse desapontado com sua decisão, eles trovejaram alto e de repente começou a chover, a garoa lenta rapidamente se transformando em um forte aguaceiro.

"Droga!" Evelyn xingou baixinho por não ter trazido um guarda-chuva, apesar dos avisos da previsão do tempo. Colocando as mãos sobre a cabeça, ela procurou freneticamente por algum abrigo, tremendo enquanto sua camisa de algodão branca colava em sua pele, oferecendo pouca proteção contra a chuva fria.

De repente, como uma cena tirada diretamente de um filme romântico, um grosso casaco preto apareceu acima de sua cabeça. Ela virou-se para a direita para ver Zevian inclinando-se à sua altura, cobrindo suas cabeças com o casaco, deixando apenas um centímetro de espaço entre seus rostos.

Ele virou-se para ela, seus olhos se encontrando mais uma vez, e isso ainda teve o mesmo impacto em seu coração e mente, embora eles tenham feito isso inúmeras vezes hoje.

"Ali," Zevian apontou para um prédio próximo, puxando-a de volta à realidade. "Vamos." Ele a encaminhou para frente, e eles atravessaram a rua para o outro lado da Rua Nexus. As bochechas de Evelyn quase coraram enquanto seus corpos se encostavam, seus rostos tão próximos que ela podia ouvir sua respiração.

Ao alcançarem o prédio, eles pisaram nos azulejos, abrigando-se sob o pequeno telhado coberto. Zevian sacudiu seu casaco, tirando as gotas de chuva, e em vez de pegá-lo de volta, ele o colocou sobre os ombros dela.

Os olhos de Evelyn se arregalaram, o calor subindo para suas bochechas enquanto ele se certificava de que ela estava bem coberta. Uma vez satisfeito, ele ficou ao lado dela e se encostou na parede, deixando seu coração disparar novamente.

Mas não terminou por aí. Zevian percebeu que o telhado não era grande o suficiente para abrigá-la completamente, deixando metade do corpo dela exposto. Ele deu um passo tentativo na frente dela, fazendo com que ela prendesse a respiração novamente. Ela baixou a cabeça e rapidamente recuou, pressionando as costas contra a parede fria com apenas alguns centímetros separando-os.

Badam! Badam!

Evelyn podia ouvir as batidas de seu coração nos ouvidos, a vontade de fugir intensificando-se. Enquanto ela parou ali, perdida e perturbada, seus olhos notaram as gotas de chuva encharcando sua camisa branca, molhando as costas que ela acabara de tratar. Inconscientemente, ela segurou sua camisa e puxou-o para mais perto, sua ação pegando Zevian de surpresa. Ele colocou sua mão esquerda na parede para apoio, inclinando-se em seu gentil puxão. Um pequeno sorriso se espalhou por seus lábios ao vê-la olhando para suas costas, preocupação evidente em seus olhos enquanto ela se certificava de que não estivesse ficando encharcado.

O olhar de Evelyn voltou para o dele, seus olhos ligeiramente arregalados ao perceber suas próprias ações. Ela instantaneamente soltou sua camisa, suas mãos se fechando em punhos enquanto caíam ao lado do corpo. Seu coração só batia mais selvagem enquanto seu olhar gentil permanecia fixo nela, a proximidade e aquela maldita intimidade familiar inundando-a com memórias de seu passado agridoce.

Foram esses pequenos gestos que os aproximaram no passado, as razões pelas quais eles tinham se gostado loucamente, mesmo tendo namorado por pouco mais de um ano. Nunca em seus mais loucos sonhos ela imaginou reviver esses momentos, na mesma chuva que testemunhou tanto sua alegria quanto seu desgosto.

"Você não adorava brincar na chuva?" Zevian quebrou o silêncio elétrico entre eles, olhando para o aguaceiro que uma vez despertou a criança interior nela. Evelyn costumava pular nas ruas, puxando-o junto e forçando-o a dançar com ela.

"Eu não gosto mais," respondeu Evelyn, um pequeno bico embelezando seus lábios, mas ela não ousou olhar para ele. A chuva a lembrava demais dele, então ela desistiu completamente.

Um pequeno sorriso puxou os lábios de Zevian, e ele se inclinou para que ficassem cara a cara. "Ahn, parece que você finalmente cresceu." Ele provocou, bagunçando o cabelo dela como fazia no passado.

Evelyn sentiu todo o seu corpo esquentar enquanto ela olhava para ele, seus rostos tão próximos que, se ela se inclinasse mais um pouco, eles quase se beijariam. Mas junto com o constrangimento, um tipo de raiva misturava-se em suas veias.

A vontade de puxá-lo para mais perto e morder sua bochecha, como ela fazia sempre que ele a provocava, superou todo o constrangimento que ela sentia ao redor dele até agora. Mas ela se segurou, fazendo uma nota mental para lidar com ele após o casamento. Ela teria muitas oportunidades como essa para retribuir, não é?