Eva e Aisha haviam acabado de jantar e se encontravam na sala conversando.
De repente o celular de Eva começou a tocar.
— É meu celular ou o seu, Aisha, que está tocando. Espera… creio que seja o meu.
A mulher levantou-se e foi pegar o telefone no aparador do corredor ao lado.
— Pois não! Quem fala? — perguntou Eva.
— Alô, mamãe…
Era Marie quem estava ligando.
— Estou passando mal… Por favor, me socorre!
— Marie! …Estou fora do país. Como é que posso te socorrer, minha filha? ...Faça assim, ligue para minha secretária, Carmen. Ela com certeza, irá te ajudar.
— Não! Só a senhora pode me ajudar nesse momento, mamãe… Estou te esperando aqui fora…
— Está aqui do lado de fora da casa da Aisha?
— Sim! Estou aqui do lado de fora, por favor, não demora.
A mulher largou o telefone imediatamente e levantou-se.
— O que foi, Eva? — perguntou Aisha querendo entender o que estava acontecendo.
— A Marie, Aisha… Está passando mal e precisa da minha ajuda.
— Espera aí! Mas a Marie não se encontra em Nova York?
— Não! Marie se encontra aqui, do lado de fora e eu estou indo socorrê-la.
A madrasta da executiva deixou a sala e foi ao socorro da filha.
No instante em que a mulher terminou de contar-lhe o que se passava, Aisha até pensou em pedir para Eva levar a filha para a emergência mais próxima. Mas aí repensou rapidamente e se deu conta que semelhante atitude seria uma atitude bastante mesquinha.
Minutos depois, Eva surgiu amparando Marie pelo braço. Logo na sequência, deitou-a sobre o sofá e foi correndo pegar alguns itens de primeiros socorros.
A mãe fez a filha cheirar uma substância líquida.
A filha aspirou um pouco a substância e pareceu recobrar os sentidos.
— Marie! E agora, como se sente?
— Ainda me sinto mal! Está tudo girando…
— É… acho que teremos que levá-la ao hospital.
— Não será preciso, mamãe! Me dê algo doce para mastigar… Creio que deve ser a pressão baixa. Depois que engravidei, passei a ter queda de pressão constantes.
— Marie!!! Até que enfim me dará um neto, minha querida! — disse Eva bastante entusiasmada. — Estou indo buscar algo doce pra você comer, filha… Fiquei aí quentinha que já volto, está bem?
A mulher foi então à despensa, para pegar o alimento para a filha.
Bastou Eva ausentar-se da sala, para Marie dirigir-se à rival.
— Agora, mais do que nunca, irei precisar do apoio da mamãe e do meu marido, sabia?
— Você é esse seu teatrinho barato, Marie. Precisava de tudo isso, para vir provocar-me dentro da minha própria casa?
— Se acha que estou encenado, está muito enganada, querida Aisha. É a mais pura verdade que estou grávida… Está aqui o exame, se quiser dar uma olhada.
— Não preciso ver nada. Pois não tenho nada a ver com a sua vida… Que seja muito feliz, longe de mim, com seu filho e o seu marido.
— Ainda bem que agora pensa assim, irmãzinha! Pois, sim, serei completamente feliz ao lado do homem que amo… Espero que leve a sério o que disse e não fique dando esperanças para o meu marido.
Marie conseguiu contar o que tanto queria para a principal inimiga e sentiu-se feliz da vida.
Eva finalmente retornou à sala com o doce e apressou-se para que a filha o comesse.
— Aqui está um tablete de chocolate e algumas gomas de mascar, Marie. Agora coma e trate de recuperar-se.
— Comerei esse chocolate com gosto, mamãe! — disse a futura mãe, com uma mão na barriga e a outra estendida.
Marie pegou o doce e, demonstrando sentir o maior prazer ao mastigá-lo, começou a falar com a barriga que nem sequer havia despontado.
— A mamãe fará tudo para cuidar bem de você e para que seja muito feliz ao lado do papai e da mamãe, meu filho… Vai se chamar Bryce Grant Jr. Crescerá saudável e será um grande empresário assim como o papai, filhinho…
Momentos depois, a mulher do bilionário disse se sentir melhor e resolveu voltar para o hotel onde havia se hospedado.
Por conta do que ocorreu na casa de Aisha, Eva resolveu acompanhar a filha e fazer-lhe companhia durante aquela noite.
Marie até que se opôs à decisão de sua mãe.
Eva, porém, insistiu tanto que a mulher acabou cedendo.
Assim que viu-se novamente sozinha, Aisha correu para o quarto e começou a chorar muito.
Seus sentimentos encontravam-se tão confusos naquele momento, que ela começou a questionar-se, se não teria sido melhor deixar o orgulho de lado e ter ido viver seu grande amor ao lado do homem que sempre amou, mesmo sabendo que ele não era o melhor dos homens.