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Synopsis
Com a invasão dos aethyris e o caos dominando a Terra, dois deuses fazem uma aposta decisiva: um humano escolhido receberá um grande poder. Se ele usar essa habilidade para o bem, a humanidade e os aethyris serão salvos; se falhar, a destruição será inevitável. Agora, o futuro de duas raças depende de Ren, um jovem que já vislumbrou o inferno na Terra.
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Chapter 1 - Prólogo

Era para ser um dia comum.

O sol brilhava forte no céu, e o vento fresco soprava pela cidade como de costume. As ruas estavam movimentadas, com pessoas indo e vindo apressadas. Até que, de repente, o céu escureceu e se abriu como uma ferida — um rasgo avermelhado que brilhava de forma ameaçadora.

Os que atravessaram o portal foram os aethyris — seres de outro mundo, distintos de tudo que a humanidade já conhecera. Suas formas eram etéreas, brilhantes e caóticas, carregando uma força impossível de ser combatida. Em poucos minutos, o caos se instaurou: as cidades foram arrasadas e as defesas humanas destruídas. No entanto, para a "sorte" da humanidade, a intervenção divina se fez presente.

Por milênios, os deuses dedicaram sua atenção apenas aos próprios assuntos. O universo era apenas um ponto distante em seus olhares, pois, para eles, as criaturas mortais dos inúmeros planetas estavam mergulhadas em egoísmo e ganância. Eram imperfeitas, lutavam entre si de maneira ilógica e não mereciam qualquer atenção. O interesse divino nunca havia se voltado completamente para os mortais... até que os aethyris invadiram a Terra.

O poder dos aethyris esmagava a resistência humana com facilidade, e a Terra, já enfraquecida por seus próprios conflitos, parecia prestes a ser consumida. Foi então que, pela primeira vez em milênios, a atenção dos deuses se voltou para os mortais. E, por diversão e curiosidade, começaram a agraciar os humanos com habilidades mágicas, ansiosos para ver o confronto entre humanos e aethyris.

Porém, os irmãos Havoc, deus do caos e da destruição, e Genesis, deus da criação e da ordem, não aprovavam a atitude temerária de seus irmãos e queriam por um basta em tudo isso. Havoc observava com repulsa seus irmãos concedendo poderes aos mortais e via a solução para o problema como a destruição de ambas as raças.

Genesis, por outro lado, sentia tristeza ao ver seus irmãos oferecendo preciosas bênçãos para que os mortais morressem guerreando. Para ele, a solução era expulsar os aethyris de volta ao seu mundo e retirar as bênçãos dos humanos. Genesis acreditava que os mortais deveriam ser poupados para aprender com seus próprios erros.

No salão celestial, os dois deuses observavam o conflito mais uma vez enquanto discutiam o que fazer. Havoc, com um olhar severo e impassível, via nos mortais apenas uma repetição dos mesmos erros, um ciclo de destruição que jamais poderia ser interrompido. Já Genesis, com uma expressão branda e cheia de compaixão, enxergava além da superfície: ele acreditava que havia esperança, mesmo no meio do caos.

— Eles são uma obra incompleta — disse Genesis. — Eles caem, mas também se levantam. Eu vejo potencial neles, uma chama de redenção que pode, um dia, iluminar este universo.

O Deus do Caos cruzou os braços, observando o mundo abaixo com desdém.

— Potencial? Tudo o que vejo é um ciclo interminável de autodestruição. Eles não têm valor, assim como estes planetas. A melhor solução é destruir tudo num ato final de misericórdia.

Os dois deuses ficaram em silêncio por um momento, contemplando a humanidade que, após receber habilidades mágicas, conseguia lutar contra os invasores de maneira equilibrada.

— Vamos fazer uma aposta — sugeriu Genesis, que conhecia bem o irmão teimoso e sabia que uma aposta era a única forma de fazer com que Havoc poupasse os mortais. Quebrando o silêncio, continuou: — Uma aposta para provar que eles podem mudar. Escolheremos um deles, alguém que já tenha enfrentado as profundezas do sofrimento. Daremos a essa pessoa um poder imenso. Se ele usar esse poder para o bem, os humanos e os aethyris serão poupados. Mas, se ele cair, se sucumbir à escuridão, então a destruição que você deseja será inevitável.

Havoc sorriu, entusiasmado, sem desconfiar que estava sendo manipulado pelo irmão — mais uma vez.

— Uma aposta? Interessante. Eu aceito. Esse mortal não resistirá ao peso desse poder. Vou ganhar essa aposta facilmente. Ele será corrompido pelas próprias fraquezas e, quando isso acontecer, eu os esmagarei como insetos!