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Reflexos do Poder

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Synopsis
Durante uma viagem impulsiva ao Havaí, Oscar encontra uma joia misteriosa no topo de um vulcão. Logo, ele descobre que o objeto possui poderes inimagináveis e o coloca no caminho de segredos antigos e forças ocultas. Em uma corrida contra o tempo, Oscar precisa desvendar o enigma das joias enquanto lida com ameaças inesperadas e descobre o verdadeiro propósito por trás desse encontro. Entre o fascínio pelo desconhecido e o risco iminente, ele deve decidir se será o herói de sua própria história ou mais uma vítima do tempo.
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Chapter 1 - Capítulo 1: Tempo

"Olha só o Havaí... belas praias, belas mulheres... como se

um fracassado como eu tivesse tempo de aproveitar algo assim."

Era um fim de semana comum para Oscar, tão cheio de trabalho quanto todos os outros.

Ele encarava o espelho do quarto do hotel, observando as olheiras profundas ao redor dos olhos e o semblante cansado que não

conseguia esconder.

"Alô? Alô? Foi mal, tá um pouco barulhento aqui. Me liga

depois."

Oscar encerra a ligação com um gesto brusco, quase quebrando

o celular de tanta raiva.

"Aquele desgraçado deve estar adorando me ver fazendo todo o trabalho enquanto ele aproveita garotas dançando hula... Essa música já tá

começando a me dar nos nervos por causa dele."

No dia seguinte, Oscar prepara toda a papelada, vestindo seu terno cuidadosamente antes de levá-la para o chefe. Ao sair do hotel, ele já

começa a afrouxar a gravata, sentindo o aperto incômodo em seu pescoço.

"Espera... aquele é o Alex? Como ele consegue ser tão

folgado assim?"

Lá estava Alex, o gerente da Atlon Corporation, com seus cabelos loiros e olhos azuis brilhando ao sol. Ele vestia roupas leves de praia, óculos escuros, e parecia estar curtindo cada segundo de seu bronzeado perfeito.

"Oscar, meu amigo! Como você está? Já fez aquilo que eu pedi?" Alex perguntou, levantando os óculos escuros com um sorriso despreocupado.

"Trouxe os documentos." A voz de Oscar era seca, mas o desapontamento em seu rosto era inconfundível.

"Vamos lá, Oscar! Aproveite o Havaí!" Alex exclamou com um leve sorriso, pegando os papéis das mãos de Oscar. "Me dá aqui esses papéis, vai..."

Oscar vira as costas e sai rapidamente, arrancando a gravata

preta e cinza que tanto o sufocava.

"Aproveitar? Como se eu tivesse tempo pra isso..."

Mas então, ele para de repente, o olhar se perdendo no horizonte azul. "Quer saber? Vou aproveitar... Que se dane esse emprego."

Decidido, ele arranca o paletó e começa a andar sem rumo pela praia, sentindo o calor do sol na pele pela primeira vez desde que chegou.

Depois de passar a manhã bebendo em um bar à beira da praia, Oscar decide que é

hora de fazer algo diferente.

É quando seus olhos encontram um panfleto amassado no chão, anunciando um passeio de asa delta ao redor do vulcão Kilauea. Ele sorri, sentindo uma nova faísca de aventura acender dentro de si.

Ao chegar ao local indicado pelo panfleto, Oscar fica confuso. O "centro de voo" parece mais uma cabana improvisada, desorganizada, como se tivesse sido montada às pressas. Ele respira fundo,

duvidando da própria sanidade.

"Olá, senhor! A que devo a honra?" O atendente, um homem de aparência suspeita, sorri com um ar descontraído, enquanto esfrega uma mão na outra de forma lenta e meticulosa.

"Bem... eu vim por causa do panfleto," responde. Oscar, ainda com uma ponta de incerteza.

"Tudo certo então, já está pronto? Vamos começar."

Sem tempo para hesitar, Oscar é levado até uma área elevada ao redor do vulcão Kilauea. O atendente dá uma última instrução, quase casualmente: "Ah, só um detalhe... essa asa delta só suporta uma

pessoa."

Oscar hesita por um momento, um misto de descrença e medo percorrendo seu corpo. Ele já havia voado de asa delta algumas vezes antes, mas sempre com alguém o orientando. Porém, o álcool que corria em suas veias parecia aumentar sua confiança. Ele se sentia invencível.

Sentindo o vento bater em sua pele e o sol se pondo no horizonte, Oscar não pensa duas vezes. Com uma arrancada determinada, ele se lança do solo, sentindo o frio do ar e a adrenalina pulsando em suas veias.

"Que lindo... Tinha me esquecido dessa

sensação..."

Mas seu momento de êxtase é interrompido quando ele sente algo pesado puxando a asa delta. Uma bolsa, presa em um dos lados, começa a desequilibrar o voo. Oscar nem tinha notado aquilo antes. Ele está voando

diretamente para o vulcão.

"Droga! Tenho que controlar isso agora!"

Aterrorizado, ele tenta descer o mais rápido possível, mas o vento não está a seu favor. Ele continua indo na direção do vulcão, cada vez mais próximo. De repente, ele se choca contra a borda do vulcão com um impacto

forte, mas, por sorte, o vento não é tão forte naquele momento.

"Que droga... por que eu fui confiar naquele

cara?"

Com muita dor no abdômen, Oscar se levanta, ofegante. Ele olha ao redor, sentindo um frio percorrer sua espinha. O medo de estar ali é real, mas ele não consegue conter uma estranha felicidade por estar no topo,

bem no alto do vulcão.

"Espera... que brilho é aquele?"

Não muito longe, ele percebe um brilho roxo intenso. Ao se aproximar, vê algo que reluz ao sol como uma joia. Seus olhos se arregalam.

"Que lindo... Pode até ser valioso."

Ele pega a joia e a coloca cuidadosamente no bolso, decidido a descer o vulcão. Com dificuldade, Oscar monta novamente na asa delta e se lança em direção à praia.

O voo é tenso, mas, aparentemente, dá certo. Ele consegue aterrissar na areia, machucando-se um pouco, mas nada grave. Ofegante e com o coração acelerado, ele se deita na areia, sentindo uma estranha mistura de medo e satisfação.

Enquanto mexe na bolsa que tanto atrapalhou o voo, Oscar encontra um cantil de ferro. Ele o abre e sente o aroma familiar de conhaque.

"Algo que vale a pena", murmura, trazendo o cantil aos

lábios.

Ele dá um gole, o álcool queimando sua garganta e aquecendo

seu peito. Com o olhar perdido no horizonte, palavras carregadas de remorso

começam a escapar de sua boca.

"Eu queria tanto o cargo daquele cara... Não sei se me divertiria como ele, ou se trabalharia com mais foco...", desabafa, soltando um suspiro profundo, como se reconhecesse o quão inalcançável aquele desejo parecia.

Quase que no mesmo instante, seu celular vibra e toca em sua mão. Ele atende, a cabeça ainda girando por causa do álcool.

"Olá, Sr. Oscar," diz uma voz formal do outro lado da linha. "Enviei alguns e-mails e espero que já tenha se situado. Parabéns pelo cargo de gerência. Como informado, todos os detalhes foram enviados por e-mail."

Antes que Oscar possa responder, a ligação é encerrada. Ele fica ali, parado, os olhos arregalados, sem conseguir processar o que acabou de ouvir. O mundo parece girar ao seu redor, o álcool tornando seus pensamentos nebulosos. Ele apenas dá outro gole no conhaque, encarando o mar como se procurasse respostas nas ondas.

"Espera... por que meu bolso está brilhando?"