Graham não precisava depender do soldado que estava prestes a se tornar escravo para trazer de volta a Rosa, especialmente quando ainda acreditava que Matias era o responsável pelo desaparecimento dela. "E como você pretende encontrá-la se não sabe onde ela está? Se está escondendo ela, traga-a para mim agora."
"Eu não a tenho. Ontem à noite, quando cheguei ao bordel, havia um incêndio que ajudei a apagar e depois saí. Quando cheguei, o incêndio já havia começado. Você pode perguntar aos soldados com quem eu cheguei. Eles estavam comigo o dia todo desde o incidente quando chutei ela," disse Matias.
Ele podia dizer que Graham acreditava que ele tivesse alguma participação no incêndio do bordel. Matias desejava que Graham rapidamente entendesse que ele não era tolo a ponto de chamar atenção para si mesmo.
Graham colocou o cachimbo na boca. "Felizmente para você, eu acredito em você, mas não confio em você. Você aparece e então ela some. Eu não acredito em coincidências. Onde está aquele outro sujeito? Aquele que não quis me ouvir e tentou me impedir de vê-la?"
Graham se lembrou de que o mais baixo dos dois rapazes era o mais próximo de Rosa. Se alguém ajudou Rosa a fugir, teria sido aquele outro. Ele deveria ter ordenado aos seus guardas naquela época para caçá-los e não voltar até encontrá-los.
"Ele não a tem e não sabe que ela ainda está viva. Quando cheguei aqui ontem à noite, havia alguns estrangeiros aqui. Por que não verifica se eles a têm?" Matias perguntou.
Graham pensou nisso. Ele não tinha enviado seus homens para procurar lá. Os estrangeiros não tinham motivo para roubar dele, mas ele não podia descartar como Zayne não tirava os olhos de Rosa. Esses estrangeiros teriam que ser tolos para virem aqui e roubarem dele.
Zayne havia saído bastante abruptamente logo após o incêndio começar. Ele já havia pago pelos quartos e não os usou. O que desviou Graham da ideia de que Zayne tinha levado ela era sua nova crença de que Zayne estava interessado em homens.
"Eu passei por alguns deles a caminho daqui—"
"E você os viu com ela?" Graham perguntou.
"Não," Matias respondeu. Rosa tinha fugido sozinha e ele tinha visto os estrangeiros depois, mas ele adoraria que o foco de Graham fosse em outra pessoa.
"As coisas não estão boas para você agora. A sorte é que eu sou um homem que dá uma chance aos outros. Além disso, eu poderia usar ter um dos meus escravos no exército do rei. Alguém que deseja desesperadamente manter seu segredo. Traga-a de volta para mim em três dias ou começarei a alinhar clientes para você," disse Graham.
Graham não temia que Matias fugisse porque desde o breve encontro deles, ele podia dizer que Matias se importava muito em esconder que já tinha sido um escravo. Todo mundo se preocupa em ter um status, grande ou pequeno.
Graham começou a acreditar mais que Matias não tinha Rosa. Ele deve ter a chutado para esconder seu passado. Ainda assim, ele não ia deixar o chute passar. "Enquanto você a procura, traga alguns daqueles soldados para cá. Eu tenho um depósito que precisa ser construído por cima então preciso fazer mais dinheiro."
"Tudo bem," Matias respondeu. Os homens ao seu redor já estavam animados para beber e ver mulheres então isso não seria tão difícil. "Eu preciso ir, já que tenho apenas três dias."
"Devo dizer, gosto da sua rapidez em agir. Muito diferente dos idiotas que tenho procurando por ela. Faça bem em trazê-la de volta e eu talvez considere permitir que você tenha sua liberdade. Há algo prazeroso em ver um amigo trair outro. Eu gosto de um homem que escolhe status em vez de amizades. Somos parecidos," disse Graham.
Matias não gostava da comparação, pois ele não era nada como Graham. Graham era um homem vil que comprava pessoas independente de suas idades e fazia dinheiro com elas em lugares como esse. Matias se via como um soldado lutando pelo bem deste reino.
Graham estava fora de si em compará-los.
Matias saiu da sala. Havia muito o que ele precisava fazer em três dias. Se não fosse pelo desejo de Graham de querer Rosa viva, ele teria a matado por colocá-lo nessa confusão. Isso não teria acontecido se ela simplesmente tivesse ficado de boca fechada.
'Ela ainda é a idiota irritante,' Matias pensou.
Nessa idade, por que ela achava que alguém iria ajudá-la? Agora ela estava causando problemas para outros que já tinham seguido em frente.
'Se não fosse por ela ter me visto, eu não teria que desistir de todo aquele maldito dinheiro.'
Matias precisava bater em algo para liberar sua raiva. Ele cometeu o erro de não levar ela para algum lugar quando ela o viu pela primeira vez e a avisou para manter a boca fechada. Isso tinha que ser uma vingança por ele ter sido o único a fugir com Alexandre.
'Ela não deveria ficar brava comigo. Alexandre teria que continuar cuidando dela se ela fosse com ele. Nós não teríamos ido longe com uma garota,' Matias pensou.
Ele estava certo em afastá-la naquela época. Ele fez o que era melhor para ele e Alexandre. Uma jovem bonita como Rosa correndo com eles teria apenas dificultado suas vidas. Ela acabaria sendo capturada por alguém, então era melhor ela ter ficado aqui.
Em vez de sair por onde tinha vindo, Matias foi em direção a montanha, onde ele tinha visto Rosa fugir. Ele tinha que esperar que ela ainda estivesse viva lá ou teria que encontrar algum motivo para Graham ser morto pelos guardas da cidade.
"Isso não vai funcionar. Todos esses bastardos estão vindo até ele por mulheres e algo mais," Matias disse, preso em encontrar Rosa.
Como ele ia fazer os guardas da cidade irem atrás de Graham quando Graham já estava comprando crianças e ninguém piscava um olho? Tudo estava voltando para ele, o quanto de poder a família de Graham tinha nesta cidade.
Naquela época, tinha sido o pai de Graham que os mantinha cativos, mas Graham agia como se fosse o proprietário. Graham sempre soube que iria assumir.
Matias começou a correr para seguir os rastros de Rosa. Ela não podia ter ido longe então ela tinha que estar presa em algum lugar na montanha. Se ela fosse esperta, voltaria agora em vez de ter o sonho tolo de fugir de Graham.