No esconderijo canibal…
Jen: É mesmo! Porquê não pensei nisso antes?
João: Saindo daqui, posso colocar vocês no barco ou levar vocês para casa, vocês escolhem.
Nina: Com minhas feridas, não vou poder chegar lá sem fazer barulho.
Jen: Com minha perna assim também é difícil andar sem causar som.
João: Hoje é o seu dia de sorte, vai cair uma chuva forte a noite toda, esse é um dos motivos de eu ter saído sem me preocupar.
Jen: Ruthie, nós vamos com ele, se comporte entendeu?
A menina acenou para ela e parou de se esconder, Jen com dificuldade conseguiu soltar a coleira que colocaram nela, então se apoiando na mesa ela levantou para checar sua perna.
João terminou de soltar Nina, pegou algumas pílulas e garrafinhas d'água na mochila, entregou as três.
João: Essas pílulas servem para forçar o veneno para fora do corpo, pela cor das feridas posso ver um leve grau de envenenamento, lembrando também, que carne humana trás muitos danos ao cérebro e ao estômago, em casa posso tratar vocês direito.
Nina surpresa: Preparado!
João: Muita gente enlouqueceu e começaram a caçar os sobreviventes, veneno é só o mais básico, você consegue se levantar?
Nina: Sim, apenas arde muito quando movimento.
João: Dentro dos barcos deve ter materiais de primeiro socorros, os meus não são o suficiente para cuidar de vocês.
Ele disse isso enquanto já começou a sair.
Jen apontou: O quê vai fazer com eles?
João sorriu: Vocês podem fazer o que quiser, mas cuidado que eles ainda podem morder.
Quando ele subiu as escadas, deu para ouvir elas descontando toda a raiva neles. Indo até as duas amarradas e desprendendo elas.
João: Vocês devem ter ouvido minha conversa anterior, certo?
Lita: Você é da polícia?
João: Não, nesses tempos ela não pode te ajudar, mas eu posso.
Lita: Precisamos de um médico ou algo assim.
João: Vou aplicar uma injeção e deixar vocês dormir, tenho equipamentos médicos em casa para tratar de vocês, qual é o seus nomes?
Lita: Me chame de Lita, ela me disse que seu nome é Daria.
João: Tudo bem, quando acordar vai está em uma cama quentinha.
Então ele colocou as duas para dormir e foi lá fora pegar as maletas o que foi simples, mas antes de voltar, preparei um carro elétrico e voltei.
Fiz os curativos para as duas adormecidas e coloquei elas no carro, então voltando para o esconderijo em que as duas estavam cobertas de sangue dos canibais.
João queria avisar: Você sabe que para limpar…Deixa eu procurar um chuveiro por aqui.
Encontrando um chuveiro funcionando e alguns trapos, chamei elas e Ruthie ajudou as duas a se limpar enquanto empurrei alguns móveis para conseguir um lugar limpo.
Após bastante tempo, elas saíram e olhei para a ferida nas pernas de Jen, depois de pequenos cuidados, comecei a enfaixar Nina em uma múmia.
João: Pronto! Agora você já tem uma fantasia para o dia das bruxas.
Nina tentou brincar: Se eu tiver viva até lá. ~ Aiii ~
João: Então já vou começar a costurar as fantasias.
Jen: Ruthie, você precisa de algo?
A menina balançou a cabeça em negação e ficou parada ao lado dela.
João: Então vamos, já coloquei as duas no carro.
Nina: Carro?
João explicou: Um carro elétrico, o som dele não é diferente de passos e com a chuva dá para viajar sem problemas.
Ele ajudou elas a subir a escada e logo após elas viram os corpos pendurados, elas só podiam suspirar e tentar sair rapidamente desse lugar.
Ao sair do galpão com cuidado, elas caminharam lentamente em direção ao carro que estava com as portas abertas e viram as duas pessoas com os olhos enfaixados em um canto do carro.
Jen e Ruthie sentaram no banco de atrás, Nina deu a volta e foi ao lado dele, entrei e esperei um pouco, Jen e Nina estavam ansiosas, mas logo os pingos de chuva começaram a cair e rapidamente a chuva começou a ficar mais forte, um dos monstros passou por nós e chegou a beira da água então colocou a cabeça debaixo d' água.
Ligando o carro e comecei a dirigir pela estrada lateral aos trilhos em uma velocidade de 20 km/h.
João: Nessa velocidade, a menos que bata neles, eles não vão ouvir.
Por causa da velocidade, passamos 1 hora até entrar em uma trilha onde nunca passou carro, mas tem um gramado baixo como uma estrada calçada até o portão de casa, desci do carro para abrir o portão enquanto checava a situação do rio e possíveis enchentes.
João: Está tudo bem, pelo menos não vou precisar mexer com tubulação.
Voltando para o carro e levando para dentro, saindo para fechar novamente e levando o carro até a garagem que não existia antes, mas foi criada agora.
João suspirou: Tenho que colocar um portão elétrico.
Nina: Não desperdice energia com isso.
João riu: Não tenho problemas com energia, não se preocupe.
Ele saiu do carro e aproveitou para terminar a construção antes que elas prestem atenção, então ajudei elas a descer e abri a porta que vai para o salão da entrada
Guiando elas para a sala e então fui para a cozinha, peguei uma lasanha que esfriou e coloquei no micro-ondas depois levei para elas.
João: Aqui um pouco de comida de verdade, vou levar as duas para área médica primeiro.
Jen: Lasanha! Faz tanto tempo.
Nina: Nem achava que comeria uma novamente.
Voltei ao carro e peguei Daria que estava perto da porta, carregando ela até o segundo andar, coloquei ela na sala de cirurgia improvisada, depois trouxe Lita e coloquei em uma maca ao lado.
Deixando elas no soro e antibióticos, desci para comer com elas.
Nina: Como está a situação delas?
João: Lita foi por perfuração, então a cavidade ocular não teve muitos danos, Daria, foi um corte horizontal que se prendeu no osso.
Jen suspirou: Ainda bem que estão desmaiadas e não sofreu.
João: Eu que dei algo para manter elas assim, infelizmente elas estavam acordadas até o momento em que fui buscar as gazes.
Nina ficou chocada: Quando acordar, elas vão precisar de muito apoio.
João: Agora que terminamos, vamos para a ala médica para cuidar de vocês.
Jen: Estou bem assim, pode cuidar da Nina primeiro.
João: Olhar o seu não vai demorar, o problema é só checar se teve problemas com os músculos.
Ajudando elas a subir escadas, chegamos ao segundo andar então a área de eletrônicos de um lado e a médica do outro.
João: O primeiro andar só tem coisas que não causam muita vibração, por isso tudo está do segundo andar para cima.
Jen ficou preocupada: Agora que notei, não tem problema conversar assim?
Nina: A chuva está bloqueando.
João: Eu isolei todo o som da casa, então pode ficar à vontade aqui dentro, mas no lado de fora só falem baixo.
Eles entraram e ele começou a examinar a ferida, depois de algumas injeções e raspar metal residual da faca enferrujada, dei alguns pontos, vitaminas e pronto.
Depois foi Ruthie que tem um problema nas cordas vocais que pode ser concertado quando os equipamentos estiverem mais avançados, por enquanto só algumas vacinas e vitaminas.
João: Vou levar vocês para o quarto, ela vai precisar de mais pontos.
Nina tranquilizou elas: Vão descansar, Ruthie deve estar com sono.
Então ele levou elas ao terceiro andar e deixou escolher entre os primeiros quartos que eram os únicos com toda mobília.
Jen: Tudo novo?
João: Eu construí essa casa sozinho, vocês são os primeiros quem trouxe aqui.
Jen: Sério?
João riu: Quando tudo começou, tive que instalar o isolamento e revestir toda a casa, fiquei bastante ocupado nesses dias. ~ Agora descansem bem!
Ele deu um pincel a Jen para escrever o nome na placa da porta, então ela escreveu no dela e no de Ruthie, então ela entregou o pincel a ele e foi colocar a pequena Ruthie para dormir.
Voltando para a área médica, ele começou a examinar a situação de Nina, no geral era superficial, mas ainda cuidou com cuidado para evitar deixar cicatrizes.
João: Os mais profundos são nos pulsos, tornozelos, coxas e pescoço, quer que tire essa cicatriz?
Nina: Isso…Sim.
Então ele começou o trabalho em uma velocidade muito alta, enquanto conversa sobre coisas do dia a dia.
Nina trabalha com ilustração e animação, a seis meses ela pegou o noivo com sua melhor amiga, o pior é que ele usou o cartão dela e acumulou muitas dívidas para ela, então ela tentou o suicídio como primeira opção mais se arrependeu e procurou ajuda.
Pouco antes do começo da invasão, ela recebeu um convite para participar de um Reality Show de sobrevivência onde ela poderia usar o prêmio para pagar sua dívida, eles foram capturados pelos canibais que navegaram para esse porto para se juntar com o resto da família.
João: Prontinho! Algumas semanas podemos tirar os pontos.
Nina estava segurando as lágrimas: Obrigada, por me salvar!
João: Sem problemas, agora acho que tenho que te carregar.
Nina: Eu consigo…
Ela tentou levantar, mas falhou e quase foi de cara no chão, ele a segurou e colocou nos braços então subiu escadas, na frente do quarto ele abriu e colocou ela na cama então a cobriu.
João: Boa-noite.
Nina: Desculpe!
João: Durma bem.
Voltando a área médica, ele começou a examinar as duas e pensou se restaurava os olhos ou não, mas pensando nas escadas ele optou em ajudar, ele começou a cirurgia que é impossível em 2020.