Na manhã seguinte… 11 Dias
João terminou a cirurgia, mas elas ainda estavam com a saúde bem fraca, então ficaram na sala de recuperação da área médica.
Desci para a cozinha e preparei o café da manhã, depois de comer, subi para meu quarto e tomei um banho para relaxar.
Jen acordou como se tudo o que aconteceu antes foi um pesadelo, mas ao sentir as feridas, isso logo a fez lembrar que tudo foi real e tocando na saliência em sua barriga, a lembrou que esse foi mais um ponto de virada em sua vida que ela não pode fugir, então depois de um tempo perdida em pensamentos ela foi até o quarto de Ruthie que já esperava por ela.
Jen: Vamos descer.
Chegando no primeiro andar elas viram que o café já estava a mesa, mas não tinha ninguém, a barriga da criança roncou e elas foram comer.
Nina acordou com um pouco de dor agora que o efeito da anestesia passou, mas isso não foi um problema para ela, descendo para o primeiro andar com dificuldades ela viu as duas.
Nina: Bom-dia.
As duas acenaram com a cabeça para ela e continuaram a comer, ela também se sentou e começou a comer sem se preocupar.
Jen: Você viu João?
Nina: Não.
Elas terminaram e levaram seus pratos para cozinha, depois de lavar foram para a área médica para ver se João estava ali, então elas viram as duas na sala de recuperação.
João chegou na área médica.
João: Bom-dia! Dormiram bem?
Nina: Bom-dia!
Ruthie: …
Jen: Bom-dia!
João: Aproveitando que vocês estão aqui, vocês poderiam me ajudar a trocar e limpar elas.
Nina: Quando vão acordar?
João: De 2 a 5 dias, depende de sua recuperação.
Ele saiu deixando elas cuidando de Lita e Daria, então foi para a área de eletrônicos checar a situação da cidade e do mundo.
João: Agora que o porto está sem loucos, mais sobreviventes podem ir a ilha.
Depois de um tempo as três entraram e viram a sala com sofá, TV, computador, videogame e aparelho de som, assim como todas as salas da casa, com janelas grandes e fechadas.
João: Vocês podem usar aquela TV para ver filmes e a do canto para transmissões mundiais que não deve durar muito tempo.
Nina olhou pela janela: A chuva parou? Oh! Ainda está chovendo.
Jen surpresa: Esse lugar é incrível
João: Vou aproveitar esse tempo, vou mostrar a casa para vocês.
Ele mostrou as partes construídas e as que ainda estão em construção, principalmente o porão e túnel que estão no projeto.
15 Dias…
João estava no laboratório formulando alguns medicamentos para eliminar os danos de se alimentar com carne humana e mais algumas vitaminas.
Ruthie estava assistindo desenho animado na TV acompanhada por Jen que a explicava as novidades.
Ruthie nasceu em uma comunidade isolada nas montanhas que mantêm as tradições de mais de 100 anos atrás, mesmo que ela visitava a cidade acompanhada de sua mãe que também é era sua irmã, ela não tinha permissão para ter contato com a cultura jovem do novo século.
Nina estava cuidando das duas pacientes, quando elas começaram a despertar.
Lita: Ah ~ Onde estou?!
Daria: Isso… Não sinto dor ~ Eu morri? ~ Não! Lita, você está aí?
Lita se animou: Daria! Que bom que você está viva!
Daria: O quê está acontecendo?
Lita explicou: Um homem chamado João nos salvou […]
Nina ficou animada: Oi, eu sou Nina! Ele também me salvou naquele dia.
Lita preocupada: Onde estamos agora?
Nina: Na casa dele, ele parece ser um bom médico e tratou de vocês quando chegaram aqui, ele me pediu para ajudar vocês nesses dias.
Daria: Obrigada Nina!
Lita: Muito Obrigada! Quanto tempo estivemos dormindo?
Nina: 4 dias.
Daria: Desculpe te dar problemas.
Nina: Sem problemas, vou chamar ele.
Depois de um tempo os dois entraram.
João: Como estão se sentindo?
Lita: Confortável, muito obrigada!
Daria: Obrigada! Você me tirou do inferno.
João: Fiz uma cirurgia reconstrutiva usando os fragmentos de seus olhos, não posso garantir que recupere tão cedo, mas vocês poderão tirar a faixa daqui a 15 dias.
Lita com esperanças: Vou poder ver?
João: Só depende de sua sorte! Aconteceu algo a mais, do que os danos aos olhos?
Daria explicou: Eu não sei, quando vinha com meu noivo pela floresta, eles o mataram com uma flecha… Quando fugi… Algo veio em minha direção e fiquei presa… Quando acordei estava presa com Lita.
João: Tudo bem, farei um exame de sangue, mas meus recursos não são tão bons ainda e você, Lita?
Lita: Eu estava em outra cidade em um festival… Quanto pensei que escapei desses loucos, eles me pegaram e antes de chegar ao seu destino começaram a fugir, por sorte ou não, alguém me viu e a polícia começou a perseguir ele até aqui, mas logo começou algo,… não sei! Eles disseram que monstros vieram do céu e então bloquearam minha boca… Eles disseram que me levariam para sua família nessa cidade, então caminhamos por dias na floresta, quando viram Daria, o pai deles disse que era para os três filhos dele prender os dois… Um deles atirou e matou o noivo dela e os outros fizeram uma armadilha então pegaram ela… Depois de ser amarrada não sei mais.
João tranquilizou elas: Muitas coisas aconteceram, mas podem ficar tranquilas, pois aqui é seguro.
Elas passaram o dia fazendo exames e nos próximos dias elas se acostumaram a fazer as coisas básicas sozinhas.
Nesse tempo, João começou a ensinar elas a linguagem de sinais para se comunicar fora de casa.
30 dias…
Depois de um mês, já é bem conhecido as informações sobre os monstros em todo o mundo, os militares começaram a enviar mensagens para os sobreviventes de cidades menores e rurais alertando sobre os pontos de evacuação, para transferir as pessoas para ilhas.
Então começou a nova onda de mortes e burrices, ninguém queria esperar, o caos e confusão atraiu uma multidão de monstros, mas as pessoas morreram em sua grande maioria pisoteada ou afogada por vários motivos.
Jen: Assistir a essas imagens me deixa triste por um lado e aliviada por outro.
Nina: Como as pessoas podem agir assim? E mesmo depois de tanto tempo eles não aprenderam?
Jen: Cadê João?
Nina: Ruthie você sabe?
Ruthie apontou para a área médica.
Nina: Oh! É mesmo, hoje ele vai tirar a faixa.
Jen: Vamos lá!
No consultório, as duas estavam sentadas enquanto ele cortava a venda com cuidado usando o soro para ajudar a limpar o lugar, ele só trocava a parte externa, a interna estava sendo mantida com uma proteção para os olhos.
Depois que tirou, as pálpebras estavam cheias de algo gosmento e um pouco seco, ele começou a lavar e tirar com cuidado até ela conseguir abrir.
Lita abriu as pálpebras e um olho um pouco seco estava ali.
João: Oh! Começou a recuperar, o líquido ainda está em falta, não se mova.
Ele pegou uma seringa com um líquido estranho e aplicou nos olhos dela preenchendo grande parte do globo ocular.
Então foi para Daria que além dos olhos, ela teve os ossos fraturados com um corte reto parando a poucos milímetros do cérebro.
Daria estava nas mesmas condições que Lita, apliquei o líquido nos olhos dela também, então as três chegaram ao consultório e viram as duas com olhos abertos.
Jen: Uau! Você conseguiu mesmo!
Nina: Como vocês estão?
Lita e Daria: Nada.
João: Calma, ainda tenho que checar.
Ele começou a examinar a pupila e tirar uma nata que tampava os olhos.
João: Está se recuperando ainda, você já deve sentir a diferença de claro e escuro.
Depois de alguns testes elas notaram a diferença e ficaram contentes.
João: A cada 10 dias vamos checar o líquido e as córneas.
Lita: Obrigada!
Daria: Você faz milagres!
Nos próximos dias eles foram para fora de casa cuidar das plantações e ficar um pouco ao sol.
60 dias…
Em todo o mundo as tentativas de fuga continuam e a população foi reduzida a 30% de sua totalidade, então começou o verdadeiro problema…
João: Todos imaginam que a fome e os monstros são as piores coisas nesse momento, mas a fome ainda não chegou e por causa da redução do número de pessoas isso vai demorar, quanto aos monstros? Desde que não faça barulho os monstros nem se importam com você.
João suspirou: A loucura é o pior inimigo, os loucos religiosos, os loucos que finalmente pode libertar suas fantasias, as vítimas que enlouquecem nas mãos de outros loucos… A confiança já declinou e muitas vezes nem é mais contra estranhos, mas contra a família e amigos.
Daria: Essa piscina é muito boa, não posso mais fazer trilha, mas posso nadar.
Jen: Você praticava muitos esportes antes?
Daria: Só de resistência, como ciclismo, corrida e escalada.
Lita riu: Eu sou péssima em esportes, então era mais acostumava a acampar.
Jen: Nina e você?
Nina: Só academia e Boxe.
Jen: João?
João riu: Esportes… De onde venho, isso é apenas brincadeiras do dia a dia.
Nina: Brincadeira?
João explicou: Tipo… Muitas das ruas são bastante íngremes e as bicicletas só tinham uma marcha, subir ou descer morro era coisa do dia a dia, principalmente para ir para a cidade vizinha fazer curso ou trabalho.
Daria confusa: No morro?
João sorrindo: Só questão de costume, quando era criança eu era pior, jogar bola de manhã, fazer trilha e roubar bambu para fazer pipa, nadar em lagos desconhecidos eram coisas rotineiras.
Jen surpresa: Não posso te imaginar fazendo isso!
João riu: Ha ha ha! Eu era apenas um moleque comum nada demais!