Aelion decidiu ficar para trás, na Vila dos Silvinos, assumindo a responsabilidade de evacuar seu reino e proteger os civis remanescentes. Apenas Midoki e Elyra partiram em direção à Floresta dos Elfos, uma região envolta em mistério e perigo. Atravessar a densa névoa da morte que circundava o ocidente levou quatro longos dias.
Ao chegarem, o cenário diante deles era desolador: um imenso pântano, repleto de corpos de elfos e demônios espalhados pela água lodosa. A atmosfera era sufocante, carregada de uma energia maligna. Elyra, incapaz de suportar a visão, sentou-se junto a uma árvore em decomposição, seu olhar perdido enquanto sua mente vagava por pensamentos sombrios. Midoki, por outro lado, caminhava entre os corpos, analisando cada detalhe.
- Midoki: "Não foi a névoa que destruiu este lugar." - Ele concluiu, a voz grave quebrando o silêncio. "Esses demônios travaram uma batalha feroz aqui."
Elyra ergueu os olhos, tentando controlar a respiração irregular. As palavras de Mammon ecoaram em sua mente:
- Elyra (lembranças): "Espero que goste da surpresa." - Suas lembranças vieram à tona. - "Talvez ele estivesse se referindo àquele massacre." - Ela cerrou os punhos.
- Elyra: "Midoki..." - Disse ela com a voz trêmula. - "Meu irmão... você encontrou algo que possa indicar o paradeiro dele?"
Midoki balançou a cabeça negativamente.
- Midoki: "Não. Apenas soldados e poucos civis. Mesmo que alguns corpos estejam submersos, ainda faltam muitos. Isso sugere que houve uma evacuação antes da carnificina." - Ele colocou uma mão sobre o ombro dela, transmitindo uma confiança silenciosa. - "Se ele estava aqui, ele ainda pode estar vivo."
Elyra respirou fundo, reunindo suas forças.
- Elyra: "Precisamos encontrar o Grimório do Abismo de Thaldirur. Se Lúcifer colocar as mãos nele, o mundo inteiro estará em risco."
Eles partiram pelo bosque sombrio, a atmosfera tensa enquanto avançavam. Durante o trajeto, Elyra quebrou o silêncio, sua voz carregada de melancolia.
- Elyra: "Essa região espiritual... antes, o tempo parecia fluir de maneira diferente. Mas tudo mudou quando o Santuário de Chrono foi destruído." - Ela hesitou antes de continuar, como se as palavras fossem dolorosas de pronunciar. - "Quando eu era pequena, minha mãe era doce e amorosa. Mas um dia, ela adoeceu. Meu pai tentou de tudo para salvá-la, mas ela morreu. Depois disso, ele mudou... perdeu a confiança do povo. Foi então que Thaldirur ganhou poder."
Midoki a ouviu em silêncio, atento a cada palavra.
- Elyra: "Ele usou o Santuário de Chrono para ampliar sua habilidade Hypno, controlando soldados poderosos e transformando civis em escravos. Ele matou meu pai e... me escolheu como sua futura esposa." - A voz dela tremeu. - "Para a nossa raça, o casamento aumenta o poder. Mas tudo é um borrão na minha memória, não me lembro de muita coisa... sobre minha infância. Eu só sei que você apareceu e me salvou, Midoki. E sou eternamente grata por isso."
Midoki olhou para ela, sua expressão firme, mas cheia de compreensão.
- Midoki: "Elyra, o passado não define quem você é agora. Mas ele pode nos guiar para o futuro. Vamos honrar sua mãe, seu pai e tudo que você perdeu."
Eles chegaram à cabana onde o grimório deveria estar. Vasculharam o local minuciosamente, mas não encontraram nada. Elyra sentiu o desespero crescer em seu peito.
- Elyra: "Nós falhamos..." - Murmurou ela, segurando a borda de uma mesa para se equilibrar.
Midoki se aproximou.
- Midoki: "Não há mais tempo para lamentar. Precisamos voltar ao pântano. Os outros Templários estão trazendo o navio pelo rio."
Pouco depois, o navio chegou. Midoki e Elyra embarcaram, navegando em direção ao mar. Mas a travessia pelo rio foi interrompida por um ataque inesperado. Um demônio do pântano emergiu das águas, perfurando o casco lateralmente. O barco começou a afundar.
Midoki tentou atacá-lo com sua katana (Shinrei Sogai-zai), mas o golpe não foi eficaz. Ele quase caiu do navio, mas recuperou o equilíbrio a tempo. Neptune, com o poder do Tridente de Aquário, congelou o buraco no casco e evitou o naufrágio imediato. Contudo, o demônio voltou a atacar ao chegarem em uma parte mais estreita do rio, partindo o navio ao meio. Ele finalmente revelou sua identidade: Vodnik, o demônio navalhador.
- Neptune: "Não importa quem você é." - Gritou Neptune, enquanto a chuva pura começava a cair, revitalizando seus poderes. Cada gota de chuva tornou-se uma Agulha de Gelo, perfurando Vodnik. O demônio reagiu com um turbilhão de navalhas, mas Elliot contra-atacou com seu Tufão Áureo.
Sentindo-se encurralado, Vodnik tentou fugir, mas uma barreira luminosa foi ativada por Midoki. Era uma técnica que ele nunca havia usado antes. Assim que Vodnik tocou a barreira, seu corpo começou a se despedaçar. Neptune encerrou o confronto com sua Nova Vórtice, destruindo o demônio.
Com os ventos de Elliot mantendo os restos do navio flutuando, Midoki restaurou a embarcação com Shinrei, Lei Orginalismo - Criação.
*Eles deixam o continente ocidental (Lunareth) e depois de algumas semanas, seguiram viagem e alcançaram as margens do continente oriental (Solvaris).*
A jornada continuou pelas montanhas, onde encontraram um velho sábio gnomo chamado Spencer. Com sua habilidade espiritual All Seeing Eye, ele revelou segredos profundos sobre o verdadeiro potencial de Midoki e as antigas escrituras dos Sentinelas.
- Spencer: "Você, Midoki." - Disse Spencer. - "É a chave para a harmonia do multiverso. Seu poder vem da essência primordial que moldou o universo."
Midoki refletiu sobre as palavras, lembrando-se dos enigmas deixados pelos dragões. Uma determinação renovada surgiu em seu olhar. Ele sabia que sua jornada estava apenas começando.
Spencer abriu um portal para a zona espiritual dos Gnomos, onde Midoki e seus aliados passariam por um treinamento intenso, antes de prosseguirem para as terras do Continente Solvaris.