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Chapter 85 - Capítulo 36 - A Ruptura do Equilíbrio

O ar estava pesado, saturado pelo odor de morte e destruição. Na metade ocidental de Gaia, a vasta onda de morte e névoa sombria, desencadeada pela destruição do portão de Helheim, transformava tudo em desolação. Cidades humanas eram tragadas pela névoa negra como castelos de areia dissolvendo-se em ondas. Florestas outrora vibrantes dos elfos murchavam, e suas árvores ancestrais se curvavam em um último suspiro de resistência. Planícies vastas, onde orcs e ogros reinavam, tornaram-se campos estéreis de pó cinzento. Até as fortalezas anãs, conhecidas por sua robustez impenetrável, caíram, com exceção da vila de Durin.

No horizonte, o céu ardia em tons de vermelho. As asas do Dragão de Fogo Vermelho cortavam os céus, mais uma vez, como um presságio de destruição iminente. Ele sobrevoou a fortaleza da vila de Durin, sua presença uma mistura de terror e esperança. Com um único movimento, suas asas colossais cobriram toda a vila, criando uma barreira improvável contra a névoa.

Enquanto isso, no coração da Floresta dos Silvinos, Midoki sentia a aproximação de algo avassalador. Ele virou-se rapidamente para Aelion, sua expressão grave.

Midoki: "Aelion, agora! Erga a Proteção de Gandhāra e ative a barreira. Não temos um segundo a perder!"

Aelion acenou, seus olhos brilhando com a energia espiritual enquanto seus braços desenhavam runas no ar.

Aelion: "Gandhāra... ergue-te!" - Ele proclamou, sua voz ecoando pela floresta.

A barreira erguida tremulou sob a pressão da névoa sombria. Rachaduras começaram a surgir, mas os escudos secundários de Aelion sustentaram o impacto. A névoa tocou a barreira, sua fúria dissipando plantas e animais nas bordas, mas os Escudos de Gandhāra garantiram que nenhum dos companheiros fosse ferido.

Elyra: "Impressionante como sempre, Aelion." - Comentou Elyra, o alívio em sua voz mascarando o medo. - Mas isso foi por pouco.

*Em Helheim*

Nas profundezas sombrias de Helheim, Lilya refletia sobre sua existência solitária. Seu corpo tremia com a energia corrosiva ao seu redor, mas seus olhos permaneciam firmes.

Lilya: "Milênios..." - Sussurrou, a voz ecoando no vazio. - "Tentei escapar deste local. Cada segundo aqui é como um ano perdido, mas minha vontade ainda não se quebrou."

A lembrança de sua transformação em peixe e o momento em que Leviatã a engoliu retornavam em flashes. Ela apertou os punhos, sentindo a energia sombria pulsar ao seu redor. Quando Leviatã mergulhou mais fundo, foi engolido por uma das fendas que o levou direto para Helheim, fugindo do desconforto que ela causava.

Dentro das entranhas da criatura, ela canalizou todo o poder de sua albarda espiritual, um último esforço para se libertar.

Lilya: "Você pode me engolir, mas não me conterá, maldita besta!" - Gritou Lilya.

A explosão que se seguiu foi catastrófica. O corpo de Leviatã foi destruído de dentro para fora, espalhando sangue pelo chão. Quando Lilya emergiu, sua albarda, agora encharcada no sangue da Besta do Dilúvio, pulsava com uma nova forma e poder: Abyssal Bastion, a Verdadeira Alabarda do Espírito.

Lúcifer caminhava pelos restos de Leviatã, a mandíbula cerrada enquanto seus olhos analisavam cada pedaço.

Lúcifer: "Nem mesmo a maldição de Flut Fluch permanece... fascinante. Quem ousou destruir uma das Bestas Titânicas?" - Murmurou ele, a voz baixa carregada de perigo.

Ele fechou os olhos por um momento, sentindo os ecos de energia que restavam no ambiente. Um sorriso sinistro formou-se em seus lábios.

Lúcifer: "Seja quem for, será apenas mais uma relíquia esmagada pelo meu poder."

Lúcifer seguiu em frente, a aura dos poderes de Behemoth ainda irradiando ao seu redor. Seus passos ecoavam como trovões no vazio de Helheim, e ele sabia que a caçada estava apenas começando.

De volta ao continente de Gaia, Midoki reuniu seus companheiros após a barreira resistir ao ataque da névoa. Ele olhou para todos, o semblante sério.

Midoki: "Precisamos partir. O ocidente está condenado. Nosso destino agora nos leva para o outro lado do mundo, onde ainda há esperança."

- "Mas e quanto a Throk?" - Questionou Elliot, a preocupação evidente.

Midoki abriu a mão, revelando um pedaço de pergaminho com as últimas palavras de Throk:

Thok (escritura): "Sou ainda uma chama débil, um eco de força que não basta. Meu sol não tem brilho para resguardar a lua que vos guia. O que viram de mim... não era o meu verdadeiro 'eu'."

Midoki fechou os olhos por um momento, respeitando a escolha de Throk.

- Midoki: "Ele retornará quando estiver pronto. Nosso foco, por enquanto, deve ser salvar os civis de Lior, e planejar um ataque final."

No outro continente, o lendário Labirinto do Minotauro esperava pelos refugiados de Lior. Belphegor observava o mapa com cuidado, suas mãos traçando as rotas mais seguras.

Belphegor: "Esse lugar..." - Começou ele, a voz hesitante. - "Dizem que Íkarus, um antepassado dos anjos, encontrou sua morte aqui."

Elliot apertou os punhos, encarando o horizonte.

Elliot: "Então eu farei o que ele não conseguiu. Salvarei essas pessoas e honrarei sua memória."

Neptune colocou uma mão no ombro de Elliot.

Elyra parou por um momento, sua expressão suave carregando uma sombra de melancolia. Ela se voltou para Midoki, sua voz repleta de uma mistura de nostalgia e preocupação:

- Elyra: "Ei, Midoki, será que podemos passar pela minha casa? Eu quero ver como tudo está, antes de irmos..."

Midoki, que até então observava o horizonte sombrio em silêncio, voltou-se para ela com um olhar compreensivo. Um breve sorriso surgiu em seus lábios, e ele assentiu levemente:

Midoki: "Claro, Elyra. Não podemos ignorar as raízes que nos mantêm de pé. Vamos passar por lá, e juntos enfrentaremos o que encontrarmos... seja o que for. Você não está sozinha nisso."

Elyra soltou um suspiro de alívio, mas havia algo nos olhos de Midoki que mostrava que ele compreendia a profundidade daquele pedido. Não era apenas um desvio. Era um gesto de despedida, uma ponte entre o passado e o futuro incerto.

Com isso, o grupo partiu, seus corações pesados pelas perdas, mas determinados a enfrentar qualquer desafio que os aguardasse no caminho. No fundo, cada um sabia que o equilíbrio do mundo estava se desfazendo, e a única esperança residia em sua união e força.