Os dedos de Savannah se cravaram como garras em seu peito. Dylan deu um suspiro cortante enquanto acariciava o pescoço dela. Recuou. "Eu vou ajudar seu amor de infância, mas você não pode namorá-lo." Então apontou para o carro, transformado. "Entre."
Ela entrou.
Do assento traseiro de couro preto macio do carro, ela viu uma Susan furiosa caminhando em direção a eles. Dylan não a viu até que fosse tarde demais.
"Dylan!" Ela gritou do outro lado do estacionamento.
Ele virou-se, pela primeira vez desde que o conhecia, parecendo confuso.
Ela caminhou até eles, o rosto suavizando um pouco ao encontrar o olhar de Savannah. "Há algo que quero conversar com a Savannah."
"Então diga." Ele deu de ombros, visivelmente irritado por ser pego de surpresa.
"Ah, por favor. Tente ser menos filha da puta pelo menos uma vez na sua vida." Ela repreendeu, jogando o cabelo para trás e se inclinando para o fundo do carro.
Dylan endureceu, paralisado por uma raiva que o fez congelar.
"Querida. Doçura. Eu sei por que você deixou meu filho, e eu sei que ele pode ser difícil às vezes," ela disse suavemente, com o rosto próximo e sério. "Mas você não precisa fazer isso. Meu irmão - Dylan - vai te tratar pior do que qualquer homem. Eu entendo que você quer machucar o Devin, mas não é assim. Além do mais," ela disse, sorrindo, "Você tem que entender, é normal para esses jovens ricos terem uma, duas ou até três garotas. Mas você seria a esposa dele! Você teria algo que nenhuma dessas outras garotas terá. Às vezes nós mulheres simplesmente temos que... fechar os olhos."
Savannah entendeu naquele momento que ela simplesmente estava fazendo o que uma mãe faz, consertando os erros do filho. Mas a ponte entre elas estava tão completamente queimada que nenhuma pessoa poderia consertá-la.
Ela se levantou e caminhou até o lado de Dylan. Segurou a mão dele.
"Tia, eu realmente espero que você seja tão de mente aberta quando descobrir que seu marido está te traindo com sua prima. Mas até lá, por favor, não me dê palestras sobre o que é apropriado que meu futuro marido faça."
Então, ela alcançou e envolveu os braços em torno do pescoço de Dylan, inclinou-se para a frente e o beijou intensamente nos lábios. Após vários longos segundos, ela se afastou e olhou para trás, para Susan.
"Você entendeu tudo errado. Eu gosto do Dylan. Ele é um homem melhor que o Devin em quase todos os aspectos."
O ar congelou por vários segundos. E Susan não conseguiu encontrar as palavras exatas para dizer.
Uma expressão de nojo lentamente se espalhou por seu rosto, o rosto torcendo numa careta. "Que vadia."
"Vamos." Disse Dylan, timidamente.
"Espera!" Disse Susan, parando entre eles e o carro.
Dylan franziu a testa. "O que mais?"
Susan tentou se acalmar. "Eu quero conversar com Savannah a sós."
Savannah assentiu, não tão assustada quanto antes, e se virou para Dylan. "Você pode me esperar no carro?"
Depois do que ela tinha feito, Dylan já estava convencido de que a garota era uma lutadora. Ele acariciou o cabelo dela, assentiu e depois subiu no carro.
Savannah ficou momentaneamente surpresa por ele ter feito o que ela tinha pedido.
"Bem jogado." Disse Susan. "Você é mesmo à altura do Dylan."
"Olha, há algo que você realmente quer me dizer? Além de me chamar de vadia."
"Quanto você quer para deixar o Dylan?" Susan disse, com os dentes cerrados.
Savannah riu. "Por que você acha que dinheiro mudaria minha opinião?"
Susan continuou, "Chega! Você acha que o Dylan quer você como namorada? Você é apenas uma vadia e uma prostituta aos olhos da nossa família. Você é carne fresca, e ele vai te foder e usar você até que você não seja nada além de uma casca quebrada. Se você for inteligente, vai pegar o dinheiro e fugir. Fugir de tudo isso e nunca mais voltar. Apenas diga seu preço."
"Qualquer coisa que eu quiser?" ela disse, chamando Susan para mais perto.
"Qualquer coisa."
Ela fez uma pausa, olhou nos olhos dela. "Eu quero a propriedade inteira dos Yontz."
Susan cambaleou, atônita por ela ter feito tal pedido. "Pois vá se foder, sua vadia gananciosa." Ela zombou. "Todo mundo sabe que você é uma prostituta que já transou com metade da nossa família."
"A metade masculina então?" Ela riu, virando-se. "Foi o Devin que fez tudo isso. Ele me drogou e fez com que o tio dele me agredisse. Foi ele quem me traiu com a minha prima. Talvez você devesse olhar mais de perto para esse garoto a quem você chama de filho antes de atirar pedras muito longe."
Ela subiu no banco traseiro do carro antes que Susan pudesse responder, e eles aceleraram, observando-a desaparecer enquanto se afastavam.
Demorou um pouco para a emoção esvair-se, e depois ela sentiu um estranho frisson no ar. De repente, a grande vitória que ela achou ter conseguido parecia pura loucura. Ela tinha beijado Dylan na frente da irmã dele? E as coisas que ela havia dito!
Ela olhou para Dylan, seus lábios ainda vermelhos com seu batom. Confusa, ela pegou alguns lenços de sua bolsa e foi limpar o rosto dele. "Desculpe, eu só..."
Ele virou o volante bruscamente, dirigindo por um beco. Savannah oscilou ligeiramente, o lenço escorregou de sua mão. O carro finalmente parou. Antes que ela pudesse responder, Dylan veio e se abaixou para encontrar sua boca, e então a beijou intensamente. Ele envolveu os braços ao redor dela. Ele estava olhando em seus olhos, seu olhar ardente a deixando ofegante.