"Está tentando congelar minha língua? Por que essa água está tão gelada?!" Lawrence reclamou, devolvendo-a às mãos de Evelyn. "Traga-me chá quente!"
Os lábios de Evelyn se apertaram. Sem poder para objetar ao homem mais poderoso do país, ela pegou a água com as duas mãos e saiu da sala. Desrespeitar o grande Lawrence Yang era cortejar a morte. Com sua influência e poder, ele poderia fazer a morte dela parecer um suicídio. Ela sabia.
Todo o tempo, ela amaldiçoava seu marido de espinha fraca por não defendê-la. Mas seu marido sempre abanava o rabo para seu pai. Evelyn sentia que não tinha poder, nem em sua própria casa.
"Avô, você deveria ser mais gentil com a mãe," Milo murmurou, com os ombros caídos.
"Hmph," Lawrence voltou sua atenção para sua neta. Notando sua expressão vazia, ele sorriu internamente. Ela sempre foi boa em esconder seus pensamentos, essa adorável neta dele.
"Eu vi as fotos," Lawrence disse a ela. "De você e do neto daquele velho coelho. Não sei o que você vê em um homem tão frágil."
Lina piscou. Velho coelho…? Homem frágil? Era por isso que Lawrence era seu parente favorito.
"Eu especificamente garanti que você nunca fosse mencionada pela mídia, mas sua foto foi publicada para o mundo ver," Lawrence disse friamente. Sua aparência amigável se desfez, revelando um olhar ameaçador.
"Não se preocupe, minha pequena Lina, quem quer que tenha espalhado esta foto sentirá uma queda nos preços das suas ações!" Lawrence já começava a mover seus peões nos bastidores. Logo, haveria um artigo postado sobre o executivo de uma das empresas de notícias mais respeitáveis do país…
"Eu nunca entendo por que você não deixa a Lina ter mais exposição, Avô," Milo disse lentamente, olhando para seu pai e avô. "Eu ouço meus amigos mais velhos dizendo que Lina costumava ser uma socialite infantil muito popular…"
Milo testou as águas e notou o olhar de advertência de seu pai, mas continuou. Ele tinha tantas perguntas e precisava de tantas respostas.
"Mas então depois que ela voltou do acampamento de verão, ela de repente parou de aparecer nas fotos," Milo disse. "O que aconteceu?"
Instantaneamente, Linden e Lawrence trocaram olhares. Poderia Milo ter se lembrado…? Não poderia ser.
"Eu não me lembro de ser uma socialite infantil popular," Lina meditou. Ela tentou pensar em sua infância, mas então, uma dor de cabeça pulsante começou.
Lina gemeu e segurou a testa com dor. Estava acontecendo de novo. Sempre que tentava pensar no passado, parecia que alguém estava balançando um martelo em sua cabeça. Ela balançou a cabeça e decidiu pensar no presente em vez disso.
Instantaneamente, a dor desapareceu.
"Você era," Linden finalmente admitiu. "Até aquele acidente na escola interna."
Lina piscou lentamente, seu corpo ficando tenso. Certo. Aquele acidente no passado. Ela viu os ombros de seu avô ficando tensos, um arrependimento passando por seu rosto. Até o olhar de seu pai estava cheio de remorso e culpa.
"Que acidente?" Milo perguntou ingenuamente. Como o mais jovem em toda a árvore genealógica, ele sempre ficava de fora das conversas importantes!
"Pai, seu chá quente," Evelyn disse, entrando na sala, completamente alheia à tensão. O que acabou de acontecer?
Lawrence ficou ainda mais mal-humorado e insatisfeito ao vê-la.
"Não precisa," Lawrence respondeu friamente. "Você me fez esperar tanto tempo, eu me hidratei com minha saliva."
Lina não disse nada sobre o tratamento de seu avô, mesmo quando sua mãe estava olhando gélida para ela.
"Então, o que traz você aqui hoje, Avô?" Lina perguntou, segurando sua mão para chamar sua atenção. Imediatamente, ele acariciou sua mão com afeto, sorrindo calorosamente para ela. E ele diz que ela é a menos favorita dele...
"Trazer os doces para minha pequena Lina, o que mais?" Lawrence riu.
Lina deu um suspiro de alívio. Por um momento, ela pensou que seu avô ia tentar convencê-la a voltar para o treinamento.
"E para o meu neto algumas pílulas para disfunção erétil," Lawrence adicionou, fazendo seu neto engasgar.
"Essas eram pílulas para disfunção erétil?!" Milo gritou, apontando um dedo acusador para a mesa. "Mas eu só tenho dezoito anos."
Lawrence bufou em resposta e voltou a olhar para sua neta, acariciando-a afetuosamente na bochecha. De todos nesta família, ela precisava mais de amor, mas recebia o menos.
"Você se cuida, certo?" Lawrence afirmou, não deixando espaço para objeções. "Chega de caçar coelhos com herdeiros inúteis como aquele garoto Leclare. Se você quer um brinquedo, eu posso trazer melhores para você."
Milo riu, achando que era uma piada, mas a expressão séria de sua irmã o fez se recompor. Espere. O quê?
"Eu sou muito crescida para brinquedos," Lina meditou, embora soubesse do que seu avô estava falando. "Por favor, cuide de você também, Avô. De verdade."
Lina esperava que isso servisse como um aviso para sua mãe. Não. Mais. Encontros às cegas.
Certo?