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Chapter 7 - Uma vez que você está morto, está morto.

"Pfft —!"

Aries cautelosamente abriu os olhos. O que ela viu foi Abel rindo até se encurvar e com as mãos em seus ombros. Suas sobrancelhas se ergueram em confusão, assistindo o homem perder a mente enquanto ofegava.

'O que tem tanta graça?' ela se perguntou, apertando os lábios numa linha fina enquanto o observava. Teria ela interpretado errado a intenção dele? Mas ela tinha certeza de que Abel pensou em beijá-la mas mudou de ideia no meio do caminho. Ela queria saber o que o fez mudar de ideia para poder usar isso em benefício próprio no futuro.

"Sua Majestade?" ela chamou com uma voz suave quando a risada dele diminuiu.

Abel respirou fundo, limpando o canto dos olhos com a junção dos dedos. "Oh, querida. Como você consegue ser tão divertidamente entediante?" ele fixou os olhos nela, balançando a cabeça levemente.

"Entediante...?"

"Sim, você é tão entediante. É tão engraçado! A ironia, né?" o canto de seus lábios se estendeu num sorriso, empurrando-a na cama sem aviso prévio. Os olhos de Aries se arregalaram quando suas costas atingiram o colchão macio, percebendo o que ele acabara de fazer.

Ele ficou parado em seu lugar, olhando-a de cima com os braços cruzados. "Querida, se eu te pedisse para se despir agora, você faria?"

"Sim." Sua resposta foi surpreendentemente rápida, como se sua língua já soubesse a resposta antes que sua mente pudesse processar a pergunta dele.

"Viu? É por isso que você é entediante!" Ele provocou antes de girar sobre o calcanhar, desabando ao lado dela até que suas costas atingiram o colchão. "Nenhum desafio! Se eu transar com você, será que você vai fazer algum barulho?"

Aries olhou para ele com cautela. "Se Sua Majestade desejar que eu fique quieta, eu não farei um som."

"Que desespero, minha querida. Você vai morrer cedo." Abel inclinou a cabeça para ela, estudando sua expressão congelada. "Eu estou falando sério."

"Então..." ela respirou fundo, reunindo toda a coragem da vida atual sem deixar nada para a próxima. "... como posso viver mais tempo?"

"Hmm. Vamos ver..." Abel desviou o olhar dela e o fixou no teto. "Eu sempre acabo silenciando uma mulher quando os gemidos dela são altos demais e odeio quando mal fazem um som. Então, pela bondade do meu coração, eu também as deixo em silêncio eterno. Não gosto quando agem como prostitutas, mas ser excessivamente reservada também me irrita..."

Quanto mais Aries ouvia sua lista de desgostos e gostos, ela percebeu uma coisa. Abel não sabe o que ele gosta. Ou melhor, ele desgosta de tudo. Se alguém lhe desse uma razão mínima, ele os mandaria para o inferno como um maníaco.

'Ele quer dizer que vai me matar de qualquer maneira, certo?' ela olhou para ele desamparada, engolindo a tensão frustrante em sua garganta. 'Não importa se eu for submissa ou desafiadora, o final ainda será o mesmo. Mas pelo menos, sendo submissa agora, eu ganho mais tempo para viver.'

"... você ainda está ouvindo?" Aries saiu de seus pensamentos quando Abel voltou seu olhar para ela.

Ela assentiu, com os lábios cerrados. "Entendi agora."

"Mesmo? O que você entendeu?" sua sobrancelha levantou, rolando para o lado para enfrentá-la e apoiou sua têmpora contra os nós dos dedos. "Quer compartilhar?"

Aries respirou fundo e lentamente exalou pela boca. "Sua Majestade vai me matar se eu for demais."

"Querida, você me faz parecer um homem irracional."

'Você é, embora — talvez, ainda pior,' ela respondeu internamente, mas mordeu a língua para se impedir de dizer em voz alta. "Qualquer coisa demais irrita Sua Majestade. Eu tentarei equilibrar isso."

"Mesmo agora?" Abel sorriu ironicamente enquanto estudava seu rosto atraente. "Como você vai equilibrar isso?"

"Eu... terei que descobrir. Se eu ficar tempo suficiente com você, com certeza descobrirei." Seu olhar abaixou, já que esta era uma situação complicada. Os dados atuais que ela tinha sobre Abel eram insuficientes para ser a acompanhante perfeita para ele.

"Você não é boa com palavras, querida?" Seu sorriso se alargou ainda mais, satisfeito com as palavras sábias dela. "Então, você está me pedindo para não matá-la, só por precaução, caso eu perca a mente esta noite?"

Aries olhou para cima, não confirmando nem negando. Sua mensagem oculta já era óbvia, mas dizê-la diretamente poderia ter um resultado diferente.

"Minha mascote..." Abel levantou o dedo e tocou o ápice do nariz dela. "... você é certamente esperta. Não é à toa que sobreviveu, mas seus parentes não."

Sua sobrancelha se elevou quando ele notou que a respiração dela se suspendeu. Ele sabia que esse era um assunto sensível para ela, mas ele não se importava. Na verdade, foi de propósito só para ver o que ela faria ou diria.

"Diga... você não sacrificou seus parentes apenas para sobreviver, certo?" seus cílios tremeram muito lentamente, sorrindo para ela.

Aries olhou para ele e num instante, seus claros olhos esmeralda brilharam com malícia. Ela estava ciente de que ele estava pressionando seu nervo para ter uma razão para matá-la. Certamente, esse homem era mais perverso e doido do que ela pensava.

"O príncipe herdeiro de Maganti... Eu recusei a proposta de casamento dele e meu pai recusou ser absorvido pelo império deles sabendo que eles apenas queriam explorar nossas terras." Sua voz era suave, embora firme, mantendo contato visual com ele. "Era estúpido resistir a um império tão extenso como o Maganti, mas temos orgulho de nossas crenças e queremos proteger a terra que nossos antepassados protegeram."

"E no fim, você não salvou nem a terra nem seu povo. Então sim, não é apenas estúpido, você é a pior."

"Eles morreram lutando pelo que acreditavam e com honra."

"Não há honra na morte, querida." Abel clicou a língua continuamente, enrolando a ponta de seu cabelo esmeralda em torno do seu indicador. "Uma vez que você está morto, está morto. Eu não sabia que o Reino de Rikhill é cheio de idiotas com orgulho maior do que suas cabeças. O rei não é rei se não pode sacrificar por seu povo."

Abel riu com desdém enquanto continuava a pressionar seus nervos com a verdade. "Ele não queria sacrificar a felicidade de sua filha, entao ele recusou a aliança. Que tolo idiota. No final, não só ele levou seu povo à morte, mas sua pobre filha também teve que carregar o fardo de ser a única sobrevivente da família real."

Aries abriu a boca para discutir com ele, mas sua voz não saía. O que ele disse era ofensivo e imperdoável, já que ele não conhecia seu pai ou como era o Reino de Rikhill. Mas, infelizmente, ela também não pôde negar que a razão para as palavras dele machucarem como uma adaga cortando seu peito era que havia algumas verdades nelas.

"Você entende meu ponto, minha querida?" Abel se inclinou para a frente. Seu sorriso era semelhante ao de um demônio tentando arruinar sua alma miserável.

"Não chore." Ele clicou a língua num ritmo consistente, mesmo que ela não estivesse chorando. Acariciando sua bochecha com um dedo. "A verdade sempre dói, mas remoer no desespero é inútil, já que o sol ainda nascerá amanhã sem condição. É sua decisão se você vai se erguer junto com ele ou... ser devorada pela escuridão. Seja qual for a decisão que você tomar, eu posso ajudar."

Aries olhou para ele e soltou um escarnio sutil. "Ver alguém sofrer te faz feliz, Sua Majestade?" — ela está morta, foi o que instantaneamente passou pela sua cabeça assim que essas palavras saíram de seus lábios.