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Chapter 23 - Você não quer seu nome na minha cabeça, Áries.

Abel apoiou as palmas nas braçadeiras da cadeira. Ele se levantou, marchou em direção a ela e parou atrás dela. Ela instantaneamente congelou, sentindo o corpo dele em suas costas com as pontas dos dedos acariciando a manga dela.

"Querida," ele sussurrou sedutoramente, inclinando o rosto sobre o ombro dela. "Você não deveria ter deixado Conan usar você. Por que salvar ele ou eles quando você mal consegue se salvar?" Ele sorriu, lambendo seu lóbulo da orelha brincalhão.

O ombro dela se tensionou, mantendo sua mão firme enquanto despejava a água quente na chaleira. Ela nem se surpreendeu que Abel soubesse que Conan simplesmente a arrastou com ele. Abel não era alguém que se deixava enganar facilmente. Se fosse fácil, Aries já teria mentido muitas vezes. Por que ele aceitou participar? Ninguém sabia. Quem poderia saber o que passava na cabeça deste homem?

Abel cuidadosamente passou o braço ao redor da cintura dela, descansando o queixo em seu ombro. "Não pareço um marido devotado? Não disse que quer brincar comigo? Por que não brincamos de casinha? Você é a esposa e eu o marido. Parece divertido, não acha?"

'Brincar de casinha... isso parece engraçado para crianças, mas do jeito que ele disse... ah, Aries, você está ciente do que se meteu.' A mente dela bufou.

Aries apertou os dentes secretamente enquanto cobria a chaleira com a tampa. Ela tentou se manter calma apesar de que os toques de Abel pareciam diferentes desta vez. Não era como quando ele a segurava enquanto tomavam banho ou aquela noite quando ela adoeceu ou todas aquelas vezes que estiveram juntos.

Ela pigarreou, respirando fundo. "Vai levar pelo menos cinco minutos para o chá ficar pronto," ela sussurrou, baixando os olhos. "Você consegue terminar em cinco minutos? O chá não é bom para beber quando esfria."

Abel jogou o cabelo dela para o outro lado, inclinando o rosto até que a ponta do seu nariz tocasse o lado de seu pescoço enfaixado. Seu sorriso permaneceu, ainda abraçando-a por trás.

"Que ousadia me dar um limite de tempo." Ele riu, sussurrando, "você acha que eu não tenho resistência treinada? Fique parada."

Como mandado, Aries ficou imóvel enquanto deixava ele acariciar seu pescoço com a ponta do nariz. Ela estava preparada. Ela tinha se preparado para isso, sabendo que era apenas uma questão de tempo antes de Abel tomar seu corpo. Não era como se ela tratasse esse corpo como precioso mais.

"Ah...!" ela gemeu quando Abel mordeu de repente seu pescoço, apertando mais forte sua saia. Sua risada baixa acariciou a orelha dela logo em seguida, sentindo os lábios dele esticarem contra sua pele.

"Que obediente," ele comentou enquanto sua outra mão subia até seu pescoço, acariciando a bandagem ao redor dele. "Isso está atrapalhando."

Dessa vez, a bochecha dele pressionou em seu ombro, olhos nela. Seus olhos brilharam de diversão quando Aries segurou a respiração enquanto ele tentava apertar seu pescoço. Era sutil, mas era óbvio que ela pensava se ele a mataria. Ele poderia, se ela pedisse. Mas isso não seria divertido. Eles estavam brincando de casinha, não é?

"Querida, você me perdoaria se eu a enforcasse até a morte?" ele perguntou maliciosamente, aproveitando como as pupilas dela se contraíam. "E violasse seu corpo sem vida?"

'Meu Deus... será que essa era a razão pela qual nenhuma mulher durava tanto tempo para aquecer sua cama? Elas aqueciam sua cama e ele as deixava frias?' A mente dela ficou em branco por um segundo. No momento mais breve, ela arregalou os olhos ao sentir sua respiração quente bater diretamente em sua pele enquanto a bandagem afrouxava.

"Ainda está aí," ele murmurou, tocando a ferida cicatrizando em sua garganta com seus dedos. Ele estreitou os olhos, sabendo que foi ele quem causou isso a ela — ninguém mais.

"Que feio," ele estalou a língua levemente, olhando para ela. Abel não falou depois disso, apenas observando o perfil dela. Como ele não estava se movendo ou falando, ela lançou um olhar furtivo apenas para pegá-lo a observando.

'O quê?' ela se perguntou, virando cuidadosamente a cabeça para o ombro onde ele estava descansando sua cabeça. "Abel?" ela chamou, com as sobrancelhas erguidas para esse olhar incompreensível em seus olhos. Aquele olhar de novo, ela pensou. Não era nem remorso nem luxúria. Aquele olhar em seus olhos que ela sempre flagrava antes que desaparecesse sem deixar vestígios frequentemente a deixava se perguntando como uma pessoa poderia ter olhos tão vazios.

"O que você vê?" ele perguntou enquanto travava os olhos nela.

"Você."

"Eu?"

Sabendo que ela precisava de mais palavras para se explicar, Aries soltou um suspiro raso. "Um homem bonito. É inacreditável que uma pessoa possa ser tão linda." — essa era a verdade. A personalidade à parte, Abel era como o epítome da sedução. Ele poderia seduzir uma pessoa apenas por estar de pé.

"Heh... trinta segundos antes dos meus cinco minutos acabarem. Fique parada a menos que você queira beber chá gelado." Abel levantou a cabeça do ombro dela, reivindicando seus lábios pela segunda vez desde que a havia levado embora.

Assim que os lábios dele tocaram os dela, ela prendeu a respiração enquanto seus olhos quase saltavam das órbitas. E ainda assim, ela não se moveu, mesmo quando a língua dele deslizou entre seus lábios. Em vez disso, ela lentamente fechou os olhos. Mas justo quando seus lábios se moviam levemente, Abel sussurrou em sua boca.

"Eu disse, fique parada." Seus olhos, que estavam parcialmente abertos, brilhavam. "Não... responda."

Aries não abriu os olhos, mas permaneceu imóvel, deixando-o morder levemente seu lábio inferior. Definitivamente não era a primeira vez dela experimentar um homem. O que a surpreendeu foi que seus lábios, que tinham um leve sabor de vinho, não a desgostaram. Mas a ironia disso tudo era que, enquanto Abel contava, Aries não estava contando na cabeça dela.

"Trinta," ele sussurrou, recuando e observando os cílios dela se abrirem. Ele esperou até ela piscar duas vezes, prendendo a respiração antes de seu olhar cair sobre ele.

"Você não deveria ter deixado Conan usar você ou ter feito aquela façanha," ele repetiu em um murmúrio, soando perigoso e sedutor ao mesmo tempo. "Você não quer seu nome na minha cabeça... Aries. Certifique-se que Conan vai pagar o que lhe deve."