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Chapter 4 - Tigre e o Dragão

E ai putada, voltei.

E ainda não me mudei… eu odeio minha vida.

Dei uma corrida no final, porque queria colocar uma 'piadinha'.

[POV: Marcus Carvalho]

Essa luta está sendo mais estressante do que tinha pensado.

"Para de se mexer!" exclama a mulher rinoceronte enorme tentando me empalar em seu chifre.

Com um passo à esquerda, driblei ela com facilidade deixando a Anthro, com dois metros e meio de altura e pele grossa, passar ao meu lado como um trem descontrolado.

POCK!

O baque seco dela caindo no chão causou uma explosão de gargalhadas vindo da plateia.

'Esta não era uma luta que ela queria, e com certeza não era uma que eu queria também.' pensei, cansado e suando frio. 'Mesmo com minhas bênçãos desativadas, era difícil me segurar para não explodir ela no soco.'

[BLESSINGS]

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God's Blessings: {OFF}

Elemental Blessings: {OFF}

Mortals Blessings: {OFF}

Lovers Blessings: {OFF}

[BLESSINGS]

'Da próxima vez eu me amaldiçoo ou tomo um dos venenos de hidra que tenho guardado para ter uma luta mais emocionante.'

"PRESTA ATENÇÃO, SUA BARATA CUCARACHA!" gritou Bulldozer, se levantando.

A multidão rugiu quando Bulldozer investiu novamente, sua estrutura maciça sacudindo o chão. Dei um passo para o lado, evitando por pouco o chifre dela.

"Cucaracha significa barata em espanhol." respondi, em um tom cheio de sarcasmo.

"Foda-se!" ela resmungou, se preparando para saltar. "Seu mexicano!" Furiosa, ela saltou para frente tentando me agarrar.

"Não sou mexicano." respondi, dando um sorriso canalha.

Assim que ela estava perto de mim, saltei, fazendo a gigante de pele armadurada passar por baixo de mim.

"Sou brasileiro." terminei de responder, em um tom de falsa indignação.

Sacudindo a cabeça, ela se levanta e se vira para mim.

"Hem?" ela resmunga, confusa. "Então você está fazendo apropriação cultural!" acusou Bulldozer, apontando seu dedo grande e cinza na minha direção.

Fúria e ódio ferveram dentro do meu estômago a ponto de eu querer ativar as bênçãos dos Deuses do Caos e Morte, mas resolvi inspirar fundo e me contentar em humilhar ela publicamente, invés de matá-la ou amaldiçoá-la.

"Em primeiro lugar, você foi uma racista a menos de 1 minuto-." Ela me corta tentando me dar um soco.

Mas, para azar dela, eu esquivo, fazendo uma classica cambalhota Darksouls, deixando-a confusa como movimento.

"Segundo, eu respeito demais a cultura dos Luchadores, além de eles serem foda, a estética deles influenciou algum dos meus super-heróis favoritos de 1960 em diante."

A rinoceronte me encara de boca aberta, como se não entendesse o que estava falando.

"O primeiro uniforme do Wolverine é basicamente de um luchador, e o Homem-Aranha era um lutador em sua origem bem similar também." respondi, em um tom didático, como se estivesse dando uma aula.

O rosto de Bulldozer se contorceu em fúria brutal, seus olhos se estreitando em fendas perigosas. Ela levantou seus braços enormes, os músculos em seus bíceps e antebraços inchados como cabos de aço se contorcendo em tensão máxima. Seus punhos cerraram, os nós dos dedos ficando brancos com a força de seu aperto. O ar ao redor dela parecia estalar com sua fúria.

"Você está morto, humano." ela rosnou, sua voz um estrondo profundo e gutural que ecoou pela arena.

Observei curioso seus músculos ficarem tensos, cada fibra de seu ser focada no próximo golpe. Seus tríceps flexionaram, a pele esticando-se sobre os músculos poderosos. As veias em seus braços se destacaram na pele rígida, pulsando com o fluxo de sangue.

Ela respirou fundo, seu peito se expandindo, os músculos em suas costas ondulando como uma onda. Então, com um rugido ensurdecedor que abalou as próprias fundações da arena, ela desferiu um golpe poderoso e esmagador, mirando direto na minha cabeça.

"RAAAAAAAAAAAAARGH!"

A força do golpe foi imensa, o próprio ar vibrou diante de seus punhos. A multidão engasgou, a antecipação do impacto era palpável.

KAPOWW!

O impacto do golpe reverberou pelo estádio como um trovão. O chão abaixo de nós estremeceu, o concreto tinha cedido alguns centímetros com a força do golpe. Poeira e detritos explodiram no ar, criando uma nuvem espessa que obscureceu tudo. O rugido da multidão foi abafado pelo estrondo ensurdecedor, deixando apenas um silêncio retumbante em seu rastro.

O silêncio pairava pesado no ar enquanto a poeira baixava lentamente, revelando as consequências do ataque devastador de Bulldozer. Seus braços enormes ainda estavam estendidos, seus punhos firmemente plantados no local do impacto.

Uma pena para ela que eu estava a alguns centímetros de distância à sua frente, intocado, tendo dado apenas um pequeno passo para evitar seu golpe.

A multidão explodiu em gritos e aplausos com uma cena que parecia ter saído de um mangá shonen.

O rosto de Bulldozer, por outro lado, era uma máscara de horror e medo. Seus olhos, antes cheios de raiva, agora continham um terror profundo. Ela havia jogado tudo o que tinha em mim, e eu havia desviado de seus ataques com uma facilidade que beirava a zombaria. Seu corpo enorme tremeu ligeiramente, a percepção de sua própria vulnerabilidade se aprofundando.

"N-Não... não pode ser verdade." ela gaguejou, sua voz quase um sussurro.

Antes uma lutadora confiante e brutal, agora ela foi substituída por uma criatura cheia de pavor.

Fiquei ali, minha postura relaxada, um pequeno sorriso brincando em meus lábios.

"Você é forte, Bulldozer." respondi com minha voz calma e firme. "Mas eu estou além da força."

Os gritos da multidão abafam nossa conversa para todos fora do ringue, os únicos que me ouviam eram minha oponente e a apresentadora.

A respiração de Bulldozer veio em suspiros irregulares, seus olhos disparando ao redor como se procurassem uma fuga.

Bulldozer se vira para correr para fora do ringue, mas tropeça e cai de barriga no chão. O impacto faz o chão tremer. Ela tenta se levantar, mas seus membros estão trêmulos e descoordenados, o medo domina seu corpo.

Aproveito a chance e me sento em cima dela. Sinto sua pele áspera e quente sob mim, os músculos tensos e trêmulos. Ela está congelada, o pânico evidente em seus olhos arregalados.

"Por favor... não me machuque." ela sussurra, sua voz quase inaudível sob os gritos da multidão.

Eu a encaro, meu rosto impassível, silêncio sendo minha única resposta para ela. De repente, os alto-falantes da arena ganharam vida. A voz da locutora ecoou pelo estádio, cortando o silêncio.

"Senhoras e senhores, que luta! Que demonstração de habilidade e poder! Mas parece que nossa Bulldozer encontrou seu fim esta noite!"

Os olhos de Bulldozer se moveram para o lado, sua atenção atraída para a voz da locutora. Ela não percebeu quando a contagem regressiva tinha começado, consumida demais pelo medo e choque.

"E o vencedor, por uma impressionante demonstração de agilidade e estratégia, é o Dragão Guerreiro!" declarou a locutora.

A multidão explodiu em aplausos e gritos. O corpo de Bulldozer ficou mole abaixo de mim, seus olhos se fechando enquanto ela aceitava a derrota. Levantei-me, afastando-me de sua forma prostrada, e levantei minhas mãos em vitória. O rugido da multidão se intensificou, sua excitação alimentando minha adrenalina.

Olhei para Bulldozer, sua forma enorme esparramada no chão da arena. Ela estava derrotada, mas viva. Tinha vencido sem causar danos a seu corpo.

'Já o orgulho dela, nunca mais será o mesmo.' pensei, segurando um riso de deboche.

A locutora continuou, sua voz cheia de entusiasmo.

"Que luta! Que noite!" ela disse animada, sacudindo seus braços em direção à multidão. "Mas nosso desafiante ainda nem parece cansado. Vamos dar mais uma salva de palmas para o nosso vencedor!"

Satisfeitos com a performance, a multidão continuou com seus aplausos ecoando pelo estádio. Respirei fundo, deixando o momento me invadir. Este mundo era estranho, cheio de Anthros e tecnologia moderna.

'Pelo menos estou conseguindo me divertir um pouco.' pensei, acenando de volta para a multidão.

Quando os aplausos começaram a diminuir, estendi a mão para Bulldozer. Ela olhou para mim, surpresa com minha ação. Ela hesitou por um momento antes de pegar minha mão, permitindo que eu a ajudasse a se levantar. A multidão aplaudiu, apreciando o gesto de esportividade.

"Boa luta." disse, dando um sorriso encorajador. "Se você maneirar na babaquice e trabalhar mais em técnica do que força bruta, você vai melhorar muito."

Bulldozer assentiu, um toque de respeito em seus olhos.

"Você é algo especial, humano." ela admitiu, sua voz rouca, mas sincera.

A voz do locutor cortou nosso momento.

"E vamos para um pequeno intervalo de 30 minutos, mas fiquem ligados porque ainda temos a nossa luta final!"

'Intervalo?' questionei mentalmente. 'Acho que posso dar uma mijada e ver se acho alguma coisa gelada para beber.'

[POV: Edith]

'Se você quiser vê-lo antes da luta, o camarim dele fica no final do corredor à esquerda.'

Com as palavras de madame Hún ecoando na minha mente, empurrei a porta do camarim. Tinha que ver Marcus, tinha que ter certeza de que ele estava bem.

Mas nada poderia ter me preparado para a cena diante de mim.

"M-Ma-Marcus?!" Questionei, gaguejando.

Marcus estava sentado em uma poltrona. Ele tinha tirado sua máscara, mas ainda estava de sunga, com seu corpo musculoso exposto, brilhando com suor e... óleo?

Ao redor dele estavam homens lindos, com seus corpos vestidos apenas com tangas de seda das mais variadas cores, seus corpos esbeltos e delicados estavam besuntados de óleo, brilhando sob as luzes fortes.

Eles estavam esfregando os ombros de Marcus, oferecendo-lhe água, um até segurava uma uva entre os dedos, tentando alimentar Marcus, que mantinha sua boca fechada, esboçando uma carranca furiosa.

A cena foi 'excitante' demais para mim, me fazendo paralisar por um segundo.

"Marcus?" consegui falar depois de me acalmar.

Ele olhou para mim, seus olhos se arregalaram ao se encontrarem com os meus. Ele parecia aliviado em me ver, pois abriu um sorriso logo em seguida.

"Edith... ARGH!" Ele tentou falar, mas um dos servos aproveitou a boca aberta e enfiou a uva que estava segurando na sua goela.

Tossindo, Marcus consegue cuspir a uva, mas se levanta furioso logo em seguida, com o rosto vermelho de raiva.

"JÁ CHEGA!" Ele gritou, assustando os servos ao seu redor. "Todos os twinkies de tanga de seda, saiam do meu camarim agora."

Os criados saíram da sala, alguns chorando como bebês, deixando eu e Marcus a sós. Ele caiu de volta na cadeira, soltando um suspiro profundo de exaustão. Aproximei-me dele cautelosamente, pois ainda estava chocada com a cena… 'incomum' que acabei de testemunhar.

"Marcus..." Perguntei, sussurrando. "Você está bem?"

Ele olhou para mim, seus olhos verdes cansados, mas aliviados.

"Sim, estou bem. Só... não estou acostumado com tudo isso." Disse ele, gesticulando vagamente ao redor da sala. "Todos os homens neste mundo são assim?"

Hesitei, tentando encontrar as palavras certas.

"A maioria deles, pelo menos, tenta ser… é bem popular com as Anthros, eu acho." Respondi com um tom incerto. "Mas há alguns que são mais... como você. Mais rudes, brutos e mais… diretos."

Marcus assentiu, esfregando as têmporas.

"Entendo. É tão diferente do que estou acostumado."

Me aproximei dele, colocando minha mão sobre a dele, sentindo uma pontada de simpatia.

"Não consigo imaginar o quão difícil isso deve ser para você. Vindo de um mundo tão diferente do nosso, depois de já ter se acostumado a outro."

Ele me deu um pequeno sorriso.

"Tem sido um desafio, com certeza. Mas Galbraza foi bem mais dificil de me adaptar."

Retribuí o sorriso, sentindo um calor se espalhar por mim.

"Quando tiver tempo, adoraria ouvir mais sobre esse lugar mágico de onde você veio." Falei empolgada.

Marcus me encarou surpreso, mas me deu um sorriso alegre antes de responder.

"Com certeza, se for em um lugar que tenha carne vermelha e cerveja, podemos sim ter um encontro."

As palavras de Marcus pairaram no ar, e eu o encarei, meu coração batendo forte.

"He?" Balbuciei atônita. "Encon-con-con-contro?" Gaguejei, sentindo um rubor subir pelas minhas bochechas.

Antes que eu pudesse reunir meus pensamentos para questioná-lo de suas intenções, a porta se abriu.

Uma imponente Gorila Anthro passou pela porta chamando atenção de Marcus.

"Vambora, gostosão." Ela anunciou com uma voz pesada. "A luta começa em dez minutos."

Marcus se levantou, sua expressão ficando séria.

"Já estou indo." Ele disse, sua voz firme e confiante.

O gorila assentiu e saiu, a porta se fechando atrás dela.

Observei Marcus enquanto ele vestia sua máscara, e minha mente pulsava acelerada.

"Marcus," eu comecei, minha voz quase um sussurro. "Sobre o que você disse..."

Ele se virou para mim, seus olhos verdes encontrando os meus.

"Falaremos sobre isso mais tarde." Ele disse, seu tom gentil, mas firme. "Agora, preciso botar pra fuder."

[POV: Marcus Carvalho]

Entrei no corredor mal iluminado que levava ao ringue. O rugido da multidão ecoou pela passagem estreita, uma sinfonia de antecipação e sede de sangue.

"Me lembra do meu início de carreira de herói no coliseu." Murmurei, rindo para mim mesmo.

Apesar da memória alegre, sinto um peso em meu coração me lembrando dos meus antigos amigos e amores que deixei para trás em Galbraza.

"Aquele mundo podia ser osso duro, mas meio que vale a pena quando se tem 7 lindas esposas." Murmurei, rindo para afastar a tristeza e a saudade.

O rugido da multidão ficava mais alto a cada passo. Eu podia sentir as vibrações de seus aplausos através das solas das minhas botas.

De repente, a voz da locutora ecoou pelos alto-falantes, cortando o barulho como uma lâmina.

"Senhoras e senhores, bem-vindos ao evento principal da noite!" O rugido da multidão se intensificou, uma fera primitiva esperando para ser alimentada. "Esta noite testemunhamos o nascimento de uma lenda, o homem mais forte do mundo capaz de enfrentar Anthros de igual para igual. Será que o homem mais forte do mundo será páreo para a maior campeã que já pisou nesse ringue?"

Em resposta, a plateia apenas gritou empolgada.

"Vocês o conhecem! Vocês o amam! Por favor, deem as boas-vindas ao único, o Dragão Guerreiro!"

Saí pela porta com o coração batendo forte, a energia me preenchendo.

A multidão explodiu em aplausos, sua energia alimentando a minha. Levei um momento para absorver tudo, então decidi dar a eles um show que eles não esqueceriam.

Dei alguns passos para trás, sentindo o chão sob meus pés. Com uma respiração profunda, lancei-me para a frente, dando estrelas e cambalhotas como um ginasta ou artista circense, ganhando velocidade a cada passo. Quando cheguei à borda do ringue, pulei no ar, executando um triplo mortal perfeito.

Aterrissando levemente em meus pés, imediatamente me virei para trás, abri os braços e flexionei os mú máscara escondia meu rosto, mas o orgulho estava estampado em cada detalhe da minha postura.

Admito estar agindo como um babaca exibido, mas o público adora a demonstração. Pelo menos até a locutora me cortar para apresentar a oponente.

"E agora, senhoras e senhores, preparem-se para a atual campeã invicta! Com cinquenta lutas, cinquenta vitórias e cinquenta nocautes, ela é o epítome da força, velocidade e habilidade. Deem boas-vindas à única, à imparável... Yami Kage!"

A multidão explodiu em frenesi, seus aplausos reverberando pela arena como uma tempestade.

"Yami Kage?" Murmurei no meio do ringue. "Esse parece algo que um otaku de 14 anos escolheria para seu nickname."

"Não comenta!" Exclamou a lemingue apresentadora ao meu lado, com o microfone coberto para ninguém mais ouvir.

A arena ficou em silêncio enquanto a figura de Yami Kage, uma tigresa trajando roupas pretas de ninja, caminhava lentamente em direção ao ringue, cada passo deliberado e ameaçador. A tensão no ar era palpável, como a calmaria antes de uma tempestade. Seus olhos, de um laranja penetrante, fixaram-se nos meus com uma intensidade que poderia derreter aço. Ela parecia poderosa e mortal, e se movia com a graça de um predador perigoso.

[Image]

Graciosamente, Yami Kage pula para dentro do ringue. Seu pouso é inaudível, de tão suave que foi.

"Você é o Guerreiro Dragão-sama?" Ela disse, sua voz um rosnado baixo que ecoou pela arena. "Vamos ver se você faz jus a sua fama."

Ela é diferente das outras duas que enfrentei. Honey Badger queria apenas violência e confusão, já Bulldozer era uma bully sádica. Yami, por outro lado, parecia uma guerreira de verdade, me lembrando de grandes inimigos que tinha enfrentado em minha outra vida.

Uma ideia brota na minha mente enquanto um sorriso selvagem se abre em meus lábios.

"A senhorita vai lutar a sério comigo?" Perguntei, curioso.

Curiosa com minha pergunta, ela me encara com uma sobrancelha arqueada, mas consente com um aceno de cabeça de forma positiva.

"Independente de você ser humano ou Anthro, tu és um guerreiro honrado que pisou nessa arena para dar o melhor de si. Não vou faltar com respeito à sua pessoa, vou lutar com todas as minhas forças."

"E por isso…" Falei sorrindo, enquanto pego uma das minhas últimas doses de veneno de Hydra do meu inventório. "Você vai ter uma luta honrada."

Yami e a locutora encaram surpresas com a aparição espontânea do frasco, mas antes que elas pudessem me questionar, eu bebo o veneno.

[Hydra Poison Detected]

Com minhas bênçãos desativadas, estou sem proteções contra a toxina, permitindo que o veneno se espalhe pelo meu corpo sem resistência.

[Status Poisoned]

O veneno correu por minhas veias como fogo líquido, queimando cada nervo e fibra do meu ser. Minha visão ficou turva, e o rugido da multidão desapareceu, substituído por um zumbido distante.

"O que você fez?" A voz de Yami Kage corta a névoa de dor, seus olhos se estreitando em confusão e preocupação. "Você é louco?"

Eu não conseguia responder, meu maxilar travado com força contra o grito que ameaçava escapar.

Com uma onda final e desesperada de força de vontade, forcei-me a ficar de pé, meu corpo tremendo com o esforço.

[All class bonuses have been disabled.]

[All stats bonuses have been disabled.]

[All fate bonuses have been disabled.]

Sorrindo, eu explico o que acabei de fazer.

"Estou lhe dando a luta que você merece." Consegui dizer, minha voz um sussurro áspero. "Espero não me arrepender." Termino de falar levantando meus punhos fechados, pronto para lutar.

A árbitra lemingue deu um passo à frente, seu olhar severo varrendo entre nós dois.

"Lutadores, tomem suas posições!" Sua voz cortou o ar, clara e autoritária.

Cambaleei para frente, meus músculos protestando a cada movimento. Yami Kage, por outro lado, se movia com a graça de um predador, seus olhos nunca deixando os meus.

"LUTEM!"

O árbitro mal terminou de falar e Yami Kage já estava em cima de mim, seu punho vindo direto para o meu rosto. Bloqueei por pouco, cruzando meus braços, o ar assobiando passando entre meus punhos.

"Você é rápida." Resmunguei sorrindo, a dor em meus braços me fazendo focar melhor na luta.

"E você é um tolo." Ela rosnou irritada. "Vi suas outras lutas, porque bebeu veneno para ficar fraco?" Questionou a tigresa, girando seu corpo.

Seu chute veio rápido e forte, mas consegui aparar com o antebraço e jogar para longe do meu corpo. O impacto fez meus ossos vibrarem com dor.

Ela não parou, uma sucessão de socos e chutes vindo em minha direção como uma tempestade. Bloqueei, esquivei, cada movimento uma luta contra a dor que pulsava em mim a cada ataque que acertava minhas defesas.

"Você é resiliente." Ela disse, um toque de respeito em sua voz.

"E você é implacável." Respondi sorrindo, ofegante.

Só estava conseguindo acompanhá-lá devido a minha vasta experiência em combates de vida ou morte.

Seu próximo soco veio direto para o meu estômago. Sem ter como me mover, levantei a guarda e recebi o soco diretamente. O impacto reverberou por todo meu corpo, mas consegui aproveitar o momento do ataque e me jogar para trás.

Surpresa com meu último movimento, Yami Kage parou, me analisando de longe.

"Está na hora de lutar sério." Murmuro, deixando uma base larga e levando meus punhos fechados para a lateral de meu corpo.

Curiosa, minha oponente ergue as sobrancelhas, examinando a base mais ortodoxa do que as anteriores que usei nessa luta. Sem perder tempo, jogo a minha perna esquerda para trás, ergo minhas mãos abertas com a direita na frente.

"Não pode ser." Fala Yami, surpresa com minha base. "Você sabe Kung Fu?"

Respondo sorrindo com um aceno de cabeça. A tigresa, sem se controlar, sorri de volta e investe contra mim.

Seus movimentos eram um borrão de velocidade e precisão. Seus punhos cortavam o ar, cada soco e chute uma ameaça letal. Mas eu estava pronto, meu corpo respondendo instintivamente.

Bloqueei seu primeiro soco com meu antebraço, sem me abalar, mantendo minha base.

Seu segundo soco veio logo em seguida, mas eu já estava me movendo, desviando para o lado enquanto seu punho passava a milímetros do meu rosto.

Ela não parou, uma sucessão de chutes e socos vindo em minha direção como uma tempestade. Bloqueei, esquivei, aparei cada movimento dela. Graças ao uso correto das bases e defesas que estava utilizando, a dor era mínima comparado a antes.

Em uma tentativa de quebrar minhas defesas, Yami ruge, girando o corpo tentando me acertar com um coice.

Mas eu avancei, esquivando do chute por meio milímetro, de frente para as costas da minha oponente, aproveito a chance e chuto suas costas, a empurrando para longe.

Yami Kage fez um rolamento para dispersar a energia cinética do meu ataque, terminando o movimento em pé longe de mim, seus olhos penetrantes fixos em mim. A multidão rugiu em aprovação.

"Onde você aprendeu a lutar Wing Chun?" Ela perguntou, sua voz um rosnado baixo que cortou o barulho da arena.

"Tive um bom professor," respondi, um sorriso torto puxando meus lábios. "Ele era um mestre em muuuuuuuiiiiitaaas artes marciais, incluindo Wing Chun."

Yami Kage inclinou a cabeça, seus olhos nunca deixando os meus.

"Ele deve ter sido um mestre e tanto para ensinar um humano a lutar assim."

Dei de ombros, sentindo uma onda de orgulho.

"Ele era... mas eu também sou um aluno dedicado."

Ela assentiu, um brilho de respeito em seus olhos.

"Vamos ver o quanto você realmente aprendeu." Disse a tigresa, em tom de ameaça, abrindo seus punhos.

Yami Kage com suas mãos abertas revelou suas garras brancas brilhando sob as luzes da arena.

A mudança me pega desprevenido, mas meus instintos gritam para me manter em alerta. Até agora, ela lutará com a precisão e técnica de uma mestre em artes marciais, cada movimento calculado e controlado. Mas agora, algo primitivo e selvagem brilhava em seus olhos.

"O que você está...?" Minhas palavras morreram na garganta quando Yami saltou como um animal selvagem.

Ela caiu no chão sobre as quatro patas, suas mãos e pés se movendo com a agilidade de um felino predador apex.

"Merda." Murmurei, meu coração batendo forte no peito. Isso era novo, algo que eu não esperava.

Yami Kage avançou, dessa vez seus movimentos além de rápidos eram imprevisíveis. Ela não estava mais lutando como uma artista marcial, mas como uma fera selvagem.

Com seus dentes arreganhados, ela solta um rosnado gutural ecoando pela arena.

Esquivei-me do primeiro ataque, suas garras cortando o ar onde minha cabeça estava segundos antes. Mas ela não parou, girando e atacando novamente, suas garras buscando carne. Bloqueei com o antebraço, sentindo a dor aguda quando suas garras cortaram minha pele.

"Droga." Rosnei, o sangue escorrendo pelo meu braço.

Ela não responde, apenas ataca novamente, suas garras buscando meu rosto. Esquivei-me para trás, mas ela antecipou meu movimento, seu corpo girando no ar enquanto ela chutava com as patas traseiras.

Torcendo meu corpo removo órgãos vitais do caminho e ela me acerta no ombro, o impacto me jogando para trás. Caí no chão, rolando para dispersar a força do golpe. Levantei-me rapidamente, meu corpo doendo, mas minha mente focada, graças à dor dos cortes e ao cheiro do meu próprio sangue escorrendo.

Para minha surpresa, Yami parou com seus ataques para lamber o meu sangue das patas, como um gato doméstico brincando com sua presa.

"Wing Chun não adianta contra alguém que tem facas em vez de unhas. Na verdade… sem armas, escudo ou armadura é impossível um humano enfrentar um tigre." Reclamei, saindo da base de luta.

A selvageria nos olhos de Yami sumiu por um segundo, dando lugar a uma curiosidade primal.

'Ela quer ver o que vou fazer?' Me questionei mentalmente. 'Vamos ver se a curiosidade mata o gato dessa vez.' Pensei enquanto um plano se formava em minha mente. 'Acho que vou tentar uma coisa mais… nacional.'

Fechei os olhos, e com um ritmo ecoando dentro de mim, comecei a bater palmas.

'1, 2, 3; 1, 2, 3;' Pensei ditando o ritmo das palmas, uma batida básica de três tempos. '1, 2, 3; 1, 2, 3;'

Sem entender o que estava acontecendo a platéia reagiu ficando em silêncio, sua curiosidade fez com que minhas palmas fossem ouvidas por todos.

Abrindo os olhos, me virei para a plateia e gritei com toda minha força:

"VAMOS LÁ PESSOAL!" Minha voz ressoou pela arena, clara e firme. "BATA PALMAS COMIGO!"

No começo, apenas alguns curiosos começaram a seguir o ritmo, mas em questão de segundos, todos os espectadores estavam batendo palmas. A batida podia ser simples, mas com a contribuição de todos, era um som poderoso.

Para minha sorte Yami Kage reagi como eu esperava, pela honra ela não me ataca quando não estava prestando atenção e pela curiosidade ele me deixou fazer o que queria.

Sentindo a energia da plateia me envolver, faço uma pequena reverencia em agradecimento.

"OBRIGADO!" Gritei feliz para todos ouvirem. "SE VOCÊS NÃO PARAREM, PROMETO QUE VOU VENCER!"

Em resposta, as palmas ritmadas se tornaram ainda mais intensas.

Sorrindo feliz, joguei a perna esquerda para trás, levantando o braço esquerdo ao mesmo tempo, só para depois trocar a perna e o braço em um gingado seguindo o ritmo das palmas. O movimento era fluido, natural, como se eu estivesse dançando.

Me encarando confusa, Yami Kage perguntou em voz alta:

"Por que você está dançando?"

Gargalhando, respondi:

"Não estou dançando, estou jogando capoeira."

Sem entender a resposta, a tigresa caiu de novo em quatro patas, só para avançar na minha direção como um animal faminto. Ela pula na minha direção com dentes e garras expostas, como se eu fosse um antílope desavisado.

"Nop." Sussurrei, sorrindo.

Yami pousou no chão onde eu estava segundos antes, suas garras cravando no piso do ringue. Com a ajuda do gingado, levei meu corpo para a esquerda com uma estrelinha, meu corpo se movendo com a música da plateia, um fluxo contínuo que confundia a selvageria dela.

"E agora?" Questionei feliz, meu corpo ainda balançando sem parar ao ritmo das palmas.

Yami rosnou, girando o corpo para me encarar novamente. Seus olhos brilhavam com uma mistura de frustração e determinação. Ela avançou novamente, suas garras cortando o ar em um borrão de movimento. Mas eu estava pronto, meu corpo se movendo instintivamente, esquivando e me abaixando, cada movimento fluindo para o próximo.

"Isso é novo para você, não é?" Perguntei, um sorriso brincando em meus lábios enquanto eu girava para fora do alcance dela. "Nunca lutou contra algo assim antes."

Ela não respondeu, apenas atacou novamente, suas garras buscando carne. Mas eu estava sempre um passo à frente, meu gingado me levando para fora do alcance dela. Minha defesa fluida e dinâmica era estranha demais para ela. A plateia continuava batendo palmas, sua energia alimentando meus ânimos, me impulsionando.

Yami parou, ofegante, seus olhos fixos em mim. Havia uma nova cautela em seu olhar, uma hesitação que não estava lá antes. Ela estava desestabilizada, incerta de como lidar com esse novo estilo de luta.

Ou seja... hora de atacar.

Com um impulso, joguei meu corpo para frente, executando uma série de estrelas, cambalhotas e piruetas que me levaram direto para ela. A plateia rugiu em aprovação, suas palmas se intensificando. Yami tentou se mover, mas meus movimentos fluindo como água tornavam impossível prever meu destino.

Yami tentou bloquear quando me aproximei com o que parecia um soco, só para eu girar na frente dela e dar um chute na sua coxa.

"Droga!" Reclamou a tigresa ficando de joelhos.

Revidando ela tenta me cortar com uma garrada enquanto ainda estava no chão, mas eu joguei o meu corpo para trás em uma sequência de cambalhotas saindo de seu caminho, meu corpo se movendo com a música da plateia.

"E agora, o grande final." Sussurrei, um sorriso largo se abrindo em meus lábios.

Com um impulso, joguei meu corpo para cima, enquanto estava no ar fiz uma finta parecendo que eu iria dar uma voadeira, assim que ela respondeu levantando guarda girei meu corpo para frente caindo em um rolamento próximo dela.

A plateia prendeu a respiração, suas palmas parando por um breve momento.

No meio do silêncio, achado do chão pulei chutando a cara de minha oponente.

Meu pé acerta a cara de Yami Kage com toda a força e impulso de meu pulo. O impacto foi devastador, um estrondo que ecoou pela arena, ouvido por toda a multidão que estava silenciada. Senti o choque reverberar pela minha perna, subindo pela minha espinha, cada músculo e osso absorvendo a força do golpe.

Yami Kage foi lançada para trás e alguns centímetros para cima, só para depois cair como se fosse uma boneca de pano.

POF!

Seu corpo bateu no chão com um baque surdo, levantando uma nuvem de poeira. A arena, que antes estava vibrante com o som das palmas, agora se mantinha em silêncio, todos os olhos fixos na figura caída da tigresa.

Com minha oponente caída tento me recuperar respirando pesado e com meu corpo dolorido, cada músculo gritando em protesto, mas a adrenalina corria pelas minhas veias, mantendo-me de pé.

Olhei para Yami Kage, sua forma imóvel no chão, e senti uma onda de alívio e exaustão.

O silêncio foi quebrado pelo som de passos apressados. O árbitro, a lemingue de olhar severo, correu para o centro do ringue, seus olhos alternando entre Yami Kage e eu. Ela se ajoelhou ao lado da tigresa, verificando seus sinais vitais.

"Ela está...?" Minha voz saiu rouca, aflito de ter ido longe demais.

O árbitro levantou a cabeça, seus olhos encontrando os meus.

"Ela está viva," disse a árbitra, me deixando aliviado. "Mas talvez precise de cuidados médicos."

Assenti, sentindo o peso das palavras. A multidão começou a murmurar, o som crescendo como uma onda. Olhei para a plateia, seus rostos eram uma mistura de choque e admiração.

A árbitra se levantou, seu olhar severo fixo em mim quando ela pegou o meu braço e o ergueu para o alto.

"O GRANDE CAMPEÃO DA NOITE! PROVANDO DEFINITIVAMENTE QUE ELE É O HOMEM MAIS FORTE DO MUNDO." Anunciou a lêmingue, levantando minha mão. "O DRAGÃO GUERREIRO!"

A multidão começou a aplaudir, o som crescendo como uma tempestade. Eu me virei para eles, levantando os punhos no ar, um sorriso cansado, mas determinado nos lábios.

Sentindo as dores nos músculos, ossos e alguns cortes na carne, resolvi ativar minhas bênçãos.

[Hydra Poison Detected]

[Hydra Poison Neutralized]

Com o veneno de Hydra neutralizado, começo a sentir minhas feridas se fechando e as dores musculares desaparecendo.

Rapidamente me dirigi ao camarim, esperando poder tomar um banho e trocar de roupa, mas para minha surpresa sou recebido pela anthro Gorila de antes, que pediu para que eu a acompanhasse.

'A rapariga nem me deixou trocar de roupa…' Pensei frustrado.

A gorila me guiou pelos corredores labirínticos, seus passos pesados ecoando contra as paredes de pedra. Eu seguia atrás dela sem reclamar, meus músculos já sem dor, mas ainda com sangue seco e suor cobrindo minha pele…. e ainda usando as botas, sunga verde, máscara de luchador e mais nada.

Finalmente, chegamos ao jardim onde tudo começou. A mesa de chá estava posta como antes, o aroma de jasmim e chá verde preenchendo o ar, mas meu sistema e instinto não detectavam ninguém escondido como antes.

Madame Hún estava sentada, seu sorriso largo demais para alguém que acabara de perder uma aposta. Ao lado dela, Edith, seus olhos vermelhos e úmidos, o pavor estampado em seu rosto.

"Edith, o que houve?" Perguntei, minha voz rouca de preocupação.

Ela não respondeu, apenas olhou para Madame Hún, suas mãos tremendo levemente. A velha tigresa Anthro se virou para mim, seus olhos brilhando com uma alegria quase maníaca.

"Ah o grande Dragão Guerreiro nos honra com sua presença." Sua voz era doce, rebuscada, mas havia um tom estranho que me deixou inquieto. "Devo dizer que suas lutas foram mais que magníficas e sua vitória um espetáculo triunfal. Ouso dizer que nenhuma imperatriz dos reinos antigos tenham tido o prazer de testemunhar algo similar."

Mesmo com seus elogios verborrágicos, a tigresa não conseguiu me desfocar do que mais queria saber agora.

"Por que você está tão feliz?" Questionei, curioso.

Madame Hún gargalhou em resposta, um som melodioso que parecia deslocado na tensão do momento.

"Ah, meu querido, qualquer mãe ficaria feliz no dia do noivado de sua filha."

Suas palavras pairaram no ar.

Confuso com a resposta dela olhei para Edith, que ainda estava abalada, e depois de volta para Madame Hún, cujo sorriso não vacilou.

"Noivado?" Repeti, a palavra soando estranha em minha boca. "Do que você está falando?"

Madame Hún se levantou, sua presença imponente apesar de sua idade.

"O senhor triunfou nas três lutas, e como prometido, concederei tudo o que lhe foi prometido." Comentou a tigresa tomando um gole de sua xícara.

A gorila coloca em cima da mesa três pastas rachadas de papéis. Antes que eu pudesse questionar ela continua falar

"Nessas pastas o senhor via encontra o contato para a venda de ouro, os documentos que pediram a mim, e provas de que as dívidas da senhorita Edith foram quitadas."

Arregalei meus olhos chocado com a velocidade que ela conseguiu tudo isso.

'Até onde vai o poder e influência dessa velha mafiosa?' Pensei me sentindo levemente intimidado.

"E é claro, minha posse mais preciosa." Declarou ela, com um tom carregado de solenidade. "O Prisma Flamejante, minha amada gema opala de fogo, Shì HǔPò."

"Não acredito." Murmurei surpreso.

"Minha filha, mas acho que o senhor a conhece como… Yami Kage."

"Sabe de uma coisa…" Declarei me aproximando da tigresa tomando chá. "Não gosto de ser manipulado."

O tom da minha declaração carrega uma ameaça palpável, a madame Hún apenas ergueu uma sombrancelha curiosa com minhas ações, já sua guarda costas gorila que tinha me acompanhado até o local não parecia tão complacente.

"Escuta aqui seu humano idiota." Disse a gorila colocando a mão no meu ombro. "Acho bom você-. ARGH!"

Antes que ela pudesse terminar a ameaça peguei sua mão e torci seu braço, fazendo a simia urrar em agonia.

"Solte ela garoto tole." Rosnou a velha tigresa sem se levantar.

Irritado me viro para ela.

"Por que eu te obedecerei?" Questionei olhando ela em seus olhos alaranjados. "Acha que tenho medo de você?"

Em resposta a velha tigresa sorriu, como se esperasse a minha pergunta.

"O senhor não tem registros, não tem uma identidade, não tem família, tem recursos que aparentam serem mágicos de tão incríveis e é extremamente poderoso." Afirmou a mulher tigre como se fosse nada mais o que foi dito. "Só sendo uma tola acéfala para achar que o senhor tenha medo de mim, mas…" Ela falou olhando para Edith com um sorriso voraz.

A tigresa lambe os lábios lentamente encarando a coelha anthro, me fazendo largar a gorila e me colar entre elas.

"As pessoas que o senhor cativa tem empregos, famílias, legados e outras fraquezas que posso explorar." Afirmou a tigresa dando uma risada gutural do fundo de sua garganta.

Algo sombrio borbulha dentro de mim, algo que alimenta minhas emoções de forma vil.

"Se você tocar nela, juro que destruirei tudo que você construiu e se importou em sua vida." Comecei com uma fúria gélida encharcada em meu tom. "Enquanto você assiste sem braços, sem pernas e sem pupilas para não perder nada do que vou fazer."

Já faz um tempo que não deixo esse meu lado vir a tona, mas para minha surpresa a tigresa responde com um sorriso orgulhoso.

"Perfeito!" Ela exclamou a tigresa se levantando. "Nunca estive tão satisfeita em toda minha vida."

A madame caminha lentamente na minha direção de braços abertos, sem entender o que estava acontecendo, permito ela me abraçar.

"A força de um monstro e o coração de um guerreiro." A velha fala me abraçando emocionada. "Não só prometo lhe fazer mal algum, mas o que você precisar de agora em diante venha falar diretamente comigo meu filho."

O tom que ela me chamou de filho foi perturbadoramente carinhoso.

"Ceeeeerto…" Comentei me sentindo estranho. "Que tal se agente falar mais sobre isso outro dia."

A tigresa me solta e me olha nos olhos ainda emocionada.

"Você tem razão, foi um dia longo para você meu filho e HǔPò precisa acordar também." Explica a madame se sentando à mesa mais uma vez.

Rapidamente pego Edith no colo e me despeço.

"Blezademoravaleutchaufui!" Falei saindo da sala carregando a coelhinha nos meus braços.

Depois de correr por alguns minutos Edith se recupera de seu estupor e começa espernear em meus braços.

"Marcus me solta!" Ela reclama me dando os soquinhos mais adoráveis que vi em todas a minhas três vidas. "Eu consigo andar."

"Assim é mais rápido." Respondi sem soltar ela. "Sei que estou sujo e suado, mas aguenta ai por favor."

Com o meu pedido ela para de se espernear e planta seu rosto em meu abdômen.

'Boa menina.' Pensei satisfeito com a cooperação dela.

"Sniff Sniff!"

'É impressão minha ou ela está me cheirando?'

"Sniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiff!" Cheirou a coelha como se estivesse em um tipo de transe.

'Oloko!' Exclaimei mentalmente. 'A guria está parecendo um corretor de wall street em uma pilha de pó branco.'

"Aaaaaaaah." Ela suspirou amolecendo o corpo.

Preciso distrair ela rápido.

"E então, onde a gente vai comer?"

Por sorte minha pergunta quebra o transe dela, fazendo a Edith corar e desviar o olhar envergonhada.

"Você queria um lugar com carne e cerveja certo?" Questiona a coelha sendo carregada. "Agora já é um pouco tarde, perto daqui só o Hooters é desse jeito."

Travo na hora e boto a coelha no chão.

"Vocês tem Hooters?" A coelha balança a cabeça afirmando que sim, surpresa com o meu interesse.

Uma chance de conhecer de perto as espécies variadas desse mundo… e ver como elas ficam de top e shortinho.

"Podemos ir?" Perguntei empolgado.

"Claro que sim, ele fica a duas quadras da lavanderia."

Com as instruções de Edith gravadas na minha mente, troco de roupa usando meu inventário, apesar de ainda feder as roupas limpas me deixam mais apresentáveis.

Assim que saímos do subterrâneo e da lavanderia, marchei na direção da terra prometida.

De longe vi umas garotas humanas mirradinhas na frente do local, aquele tipo de corpo de personagem lolita de anime. Elas estavam acenando para garotas Anthros que estavam passando e pareciam ignorar casais e grupo com mais homens que mulheres.

"Isso é estranho." Murmurei confuso. "Por que ignoram clientes?"

"A maioria dos homens não gosta desse… tipo de estabelecimento." Disse Edith ao meu lado.

Quando ficamos perto o bastante para ler o letreiro entendi o porquê.

"Filho da-."

"Sejam bem-vindo ao Femboy Hooters." Exclamou a voz feliz e afeminada do host. "Mesa pra quantos?"

[Image]

"Merda…" Resmunguei frustrado.

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E ai gurizada?

Isso mesmo eu voltei