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Chapter 3 - Arco de Torneio

Esse capitulo foi bem difícil, muitas coisas aconteceram na minha vida, só consegui escrever algo porque eu gostei muito da ideias dessa história, mas admito que esse capitulo não ficou exatamente como eu queria.

Vou dar um tempo para organizar minha cabeça.

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[Edith Nivea]

"Chegamos." Disse Marcus, parando na minha frente. 

"Tem certeza que é aqui?" Perguntei incerta.

"Claro que sim." Ele respondeu confiante. 

Olhei para o letreiro de neon piscando acima da porta dupla, as palavras "Super Freedom Spin" zumbindo suavemente no ar da noite. Confusa me virei para Marcus, mas antes que eu pudesse perguntar ele respondeu.

"Organizações criminosas." Ele disse, parando para deixar a palavra penetrar. "Precisam de negócios de fachada para suas operações ilegais. Lugares que parecem legítimos de preferência com muito movimento, para esconderem suas verdadeiras atividades."

"Verdadeiras atividades?" Repeti curiosa.

"Jogos ilegais, prostituição, vendas de drogas e armas." Marcus listou seus olhos nunca deixando os meus.

Senti um arrepio percorrer minha espinha. A ideia de estar envolvido em algo tão perigoso fez meu estômago revirar.

"Geralmente eles escolhem algo relacionado a limpeza ou coleta de lixo." Diz Marcus terminando de explicar.

"Como você sabe disso?" Perguntei curiosa.

"Acho que vi isso em um anime ou Breaking Bad." Marcus responde dando de ombros.

Antes que eu pudesse questionar a veracidade da fonte, Marcus adentrou o local comigo logo atrás, andando com propósito, peito estufado, cabeça erguida, olhando em volta como se procurasse alguma coisa ou alguém.

O local era uma lavanderia é imensa, 8 fileiras de máquinas e nos fundos tinha um espaço com equipe cuidando de pedidos em maior escala. O local é frequentado por clientes de todos os tipos, mulheres anthros e homens humanos. Os homens estavam focados em lavar as roupas que tinham trazido, já as anthros do local tinham parado de mexer com suas roupas e encaravam Marcus com seus olhos arregalados. 

Elas olham não apenas pela forma dele finalmente exposta sem armadura, com seus braços definidos, pele morena dourada a mostra, olhos verde esmeralda cintilantes, sorriso sedutor, cabelo moreno brilhante penteado para trás e peitoral musculoso sendo destacado em sua camisa branca apertada.

'No que eu estava pensando mesmo?' Me questionei internamente olhando para o Marcus e lembrando. 'Ah é a camisa dele.'

Marcus conseguiu algumas mudas de roupas na loja de penhor onde ele foi, as camisas além de apertadas vinham com dizeres vulgares estampados nelas. Por isso que ele está sendo o centro de atenção de todas as anthros do local com uma camisa branca estampada com letras em caixa alta 'RAPE BAIT'.

[Image]

E essa era a camisa com estampa menos chamativa.

"Não tem como essa situação piorar." Sussurrei morrendo de vergonha.

Mas eu estava errada, tinha sim como piorar… e muito.

"Mando ver em coelha!" Gritou uma pantera ao longe.

"Pegou o morenão e agora tá exibindo ele." Disse uma hiena gargalhando alto. "Guria braba."

Fiquei ali, congelada, enquanto os comentários voavam ao nosso redor como uma tempestade de granizo. Cada palavra parecia um golpe físico, e eu podia sentir o calor subindo em minhas bochechas. 

"Pode ser pequena, mas sabe dar uma chave de buceta." Falou uma rata fumando.

"Olho o tanquinho do macho, imagino o tamanho da mangueira." Comentou uma ursa idosa.

"Não é só a frente não." Disse uma gambá próxima da entrada. "O bumbum tá na nuca, o delicia."

Me encolhi, sentindo uma mistura de constrangimento e raiva. Como eles podiam dizer essas coisas na frente do Marcus?. Dei uma olhada para ele, esperando ver nojo ou raiva em seu rosto. Em vez disso, ele estava sorrindo.

"Isso é muito louco." Comenta Marcus segurando uma risadinha.

"Sinto muito." Falei para ele, minha voz quase inaudível sobre o barulho das máquinas e a conversa. "Elas são... são horríveis."

Ele deu de ombros, seu sorriso nunca vacilando. 

"Vai por mim coelhinha, eu to curtindo isso mais do que eu deveria."

Olhei para ele, espantada. 

'Ele gosta da atenção?' Pensei em silêncio. 'Será que Marcus é um… biscate?'

Antes que eu pudesse continuar essa linha de pensamento horrível, Marcus parou de frente para uma anthro búfala vestindo uma roupa branca e identificação de segurança perto de uma porta corta fogo reforçada.

"Que você quer macho." Disse a grande mulher em um tom irritado.

Marcus puxou seu celular e mostrou uma mensagem para ela.

"Recebemos uma mensagem para procurar madame Shì Hún."

 Os olhos da búfala anthro se arregalaram, rapidamente ela pegou seu walkie-talkie, gritando ordens com uma voz rouca. 

"Preciso de uma substituta na entrada. Vou escoltar visitantes para Madame Shì Hún."

A mudança de comportamento da segurança parecia ser esperada por Marcus que deu uma risada baixa com a reação dela. A búfala virou para nós, sua expressão séria. 

"Sigam-me." Ela ordenou, nos guiando por um corredor mal iluminado.

O barulho da lavanderia diminuiu quando a porta pesada e reforçada se fechou atrás de nós seguindo a búfala. 

Ela nos levou por uma escadaria mal iluminada, o som dos nossos passos ecoando nas paredes frias de concreto. Eu podia sentir a tensão aumentando a cada passo, meu coração batendo forte no peito. Marcus, por outro lado, parecia tão calmo como sempre, seus olhos examinando os arredores com uma mistura de curiosidade e cautela.

'Como ele podia estar tão confiante, ainda mais vestido com essa camisa de stripper apertada e bermuda jeans socada na bunda dele?' Pensei comigo mesma.

Finalmente, chegamos ao fundo, entrando em um corredor largo e bem iluminado. Ambos os lados do corredor continham portas com um grande espaço entre elas, cada uma idêntica à anterior. 

O corredor parecia se estender infinitamente, o silêncio quebrado apenas pelo som de nossos passos e o zumbido distante de máquinas. Eu podia sentir o peso do prédio acima de nós, a pressão aumentando a cada passo. O ar estava denso com o cheiro de detergente e algo mais, algo que eu não conseguia identificar.

'O quanto ainda vamos andar?' Questionei mentalmente.

Enquanto caminhávamos, notei que as portas eram numeradas, os números aumentando conforme avançávamos. Tentei acompanhar, mas os números se confundiam, minha mente correndo com mil pensamentos diferentes.

Finalmente, chegamos ao fim do corredor, onde havia uma grande porta de elevador de aço. A búfala apertou um botão na parede, e as portas se abriram com um toque suave. Ela entrou, gesticulando para que a seguíssemos.

Hesitei, olhando para Marcus. 

"Está tudo bem, Edith." Ele disse transbordando confiança. "Eu te protejo."

'Sou mesmo uma mulher patética por depender de um homem para me acalmar.' Pensei triste

Respirando fundo, entrei no elevador, as portas deslizando e fechando atrás de nós. A búfala apertou outro botão, e o elevador começou a descer.

[Marcus Carvalho]

'Puta que pariu mano, tomar no cu essa porra toda!' Praguejei mentalmente. 'A gente está indo até a China encontrar essa filha da puta? Quem cavou essa merda toda? Toupeiras anãs?'

Mas eu não iria transparecer isso, Edith estava uma pilha de nervos e eu precisava manter ela calma.

As portas do elevador se abriram, revelando um jardim amplo banhado por uma luz ambiente suave como a do crepúsculo. Uma brisa suave agitava as folhas das árvores ao redor, carregando o perfume das flores desabrochando. A peça central do jardim era um lago tranquilo com uma pequena cachoeira cuja água descia por um afloramento rochoso, criando uma melodia suave que enchia o ar.

Assim que dei um passo para dentro do jardim recebi um aviso.

[Detection Alert]

'Além do meu inventário, parece que as outras partes do meu sistema também funcionam.' Pensei em silêncio. 'Preciso testar meus poderes depois, não sei se tenho acesso a tudo.'

[You are being observed by 10 creatures with ill intent against you.]

Com a última janela me informando, sinto a intenção vindo do teto, o que estava lá em cima estava oculto atrás dos holofotes que iluminam o local.

"Caramba." Sussurra Edith puxando minha atenção. "Como alguém consegue manter um jardim tão grande no subsolo?"

"Com muito dinheiro." Respondi fechando a cara. "Isso aqui não é apenas um jardim, é uma demonstração de poder."

Edith olhou confusa para mim, mas eu não tinha tempo de explicar para ela, pois ao lado do lago tinha uma mesa elegantemente posta com porcelana asiática fina e um jogo de chá de prata. Sentado à mesa estava uma lince Anthro, seu pêlo cinza liso contrastando com seus penetrantes olhos âmbar. 

"Estava aguardando pelo senhor." Ela disse em um tom neutro com zero emoções. "Sua acompanhante, no entanto não era esperada, mas isso é fácil de retificar."

Com um estalar de dedos da lince a búfala que nos acompanhou trouxe uma cadeira extra que foi posta enquanto a lince gesticulou para nos sentarmos.

"Então você que é a Madame Shì Hún?" Perguntei curioso.

Ela estranhamente trava por um segundo, como se tomasse fôlego para responder.

"Sim." Ela falou no mesmo tom neutro. "Chamei o senhor aqui para falar sobre seu pedido, documentos capazes de se passar por verdadeiros com grandes instituições é algo difícil, mas não impossível de arranjar."

"Mas vai custar muito, mesmo para alguém com acesso a moedas de ouro imagino?"

Em resposta ela simplesmente acenou com a cabeça confirmando a informação.

Antes que eu pudesse fazer mais perguntas sobre os documentos, uma figura se juntou a nós. Uma tigresa anthro idosa, seu pêlo tinha pequenos tufos cinza no meio de suas listras laranjas e pretas, ela se aproximou da mesa com um estranho bule de chá esverdeado que me parecia familiar. 

Mesmo com sua idade avançada, ela se moveu com a graça de uma predadora experiente, seus olhos nas xícaras enquanto ela despejava o líquido fumegante com seu polegar dançando levemente na alça do bule.

"Por favor." Disse a lince pegando sua xícara. "Bebam."

Edith pegou sua xícara e tentou levar ela até seus lábios, mas eu a impedi segurando seu braço.

"Marcus?" Ela me questia surpresa.

"Eu não queria fazer isso." Comentei invocando um pó púrpura do meu inventário para minha mão. "Mas vocês começaram."

Com minhas últimas palavras, joguei o pó púrpura na lince enquanto a velha anthro se afastou da mesa.

O lince caiu no chão, rindo descontroladamente. 

"Marcus, o que você fez?" Ela perguntou Edith enquanto a lince se debatia no chão rindo descontroladamente.

Me virei para Edith, minha expressão grave. 

"Elas tentaram nos envenenar, só retribui com pó da euforia."

O aperto de Edith na xícara aumentou, seus nós dos dedos ficando brancos. 

"M-mas..." Ela gaguejou, nervosa demais para formar uma sentença.

Eu gesticulei para o lince, agora se contorcendo no chão, sua risada se transformando em soluços histéricos. 

"Ela provavelmente nem é Madame Shì Hún."

Peguei a minha xícara de chá e mandei para dentro.

"Marcus!" Gritou Edith assustada.

[Poison Detected]

[Poison Neutralized]

"Sabiá." Murmurei abrindo um sorriso.

[Analyzing Compound]

[Sodium Pentothal Identified]

Assim que a substância é exposta pelo meu sistema percebo o que eles tentaram fazer.

"Não nos deram nada mortal." Comentei colocando a xícara na mesa. "Mas ainda assim é muita sacanagem tentar dar um soro da verdade pra gente."

Edith suspira surpresa levando suas mãos para tapar a sua boca. Preocupado com a segurança dela a puxei para perto de mim, mas antes que eu pudesse agir uma gargalhada sádica chama a minha atenção.

"Você é um homem muito interessante, senhor Marcus." Disse uma voz velha, mas cheia de autoridade.

Era a tigresa que tinha dirigido a palavra a mim.

[Image]

"Homens inteligentes e com bons instintos são raros minha cara coelha." Disse a velha tigre de túnica preta olhando na direção de Edith enquanto se sentava no lugar da lince. "Você é uma mulher afortunada."

Edith gaguejou, suas orelhas de coelho tremendo levemente. 

"N-nós não somos um casal, Madame Shì Hún. Marcus e eu somos apenas... amigos. Na verdade, nós dois somos solteiros."

Os olhos de Shì Hún se estreitaram, sua expressão impassível quando virou sua cabeça na minha direção me analizando. 

"Interessante." Ela murmurou quase ronronando, inclinando-se para frente. "Um homem como você, Marcus, solteiro? Isso é algo que não se vê todos os dias."

Admito que quando andei pela lavanderia adorei a atenção das periguetes lá em cima, mas agora com essa velha chinesa que tentou envenenar a mim e a coelhinha? Estou ficando muito puto.

'Tá ná hora de fazer merda!' Pensei dando um sorriso sádico.

Rapidamente saquei uma adaga comum do meu inventário e arremessei contra a velha tigresa usando o mínimo de força para parecer um humano normal.

SWISH!

Além do meu corpo poderoso, meu cérebro é também além da capacidade humana, por isso consegui perceber tudo que aconteceu em seguida. 

Quando a lâmina saiu da minha mão em direção a tigresa, duas figuras caíram do teto de trás dos holofotes. A primeira não consegui ver direito, pois ela caiu de costas para mim com os braços abertos, recebendo a faca na altura do ombro. Já a segunda pulou para cima de mim empunhando uma lâmina brilhante, de relance achei que ela era algum tipo de rata, mas as membranas embaixo de seus braços deixam claro que se tratava de uma morcega.

"Nop!" Exclamei em um tom seco girando o corpo e acertando um chute na morcega investindo contra mim. 

A figura protegendo a tigresa se virou demonstrando ser também uma morcega rosnando de raiva para mim. 

"洋狗!" Ela gritou furiosa na minha direção.

"Foi mal mas eu não falo corona vires." Respondi jogando um beijinho para ela.

"Rrrrrrrr!" Ela rosnou investindo contra mim.

Porém no meio do caminho sua chefa gritou.

"住手!"

Na mesma hora a morcega parou e se virou para sua mestra.

"Saia." Ela disse em um tom severo.

Em resposta a ninja morcega se curva arranca a faca que ainda estava alojada no ombro e a joga na direção de meu pé.

"He-he, ninjas protegendo uma mafiosa asiática, bem clichê né Edith?" Me viro para o lado e não vejo a coelha em lugar nenhum. "Edith?"

"Sua 'amiga' desmaiou quando você chutou minha serva na cara." Disse a tigresa bebendo chá como se nada demais tivesse acontecido.

[Edith Nivea]

Acordei com o gosto amargo do chá verde na boca, minha cabeça latejando como um tambor. Depois notei o calor sob minha bochecha e o subir e descer constante de um peito. 

"Ah, você acordou." Disse uma voz suave e gentil. "Você é tão fofinha quanto eu tinha pensado."

Pisquei e minha visão começou a clarear revelando o rosto de Marcus, seus olhos verdes esmeralda atentos em mim.

'O que aconteceu?' Me questionei mentalmente. 'Onde estou?'

Senti uma mão afagando minha cabeça, me fazendo remexer um pouco e… eu estou no colo de Marcus?

Me levantei rapidamente, minhas orelhas se contraindo nervosamente. 

"O q-que ac-aconteceu?" Gaguejei, minha voz tremendo de nervosismo.

Marcus abriu os olhos, um sorriso suave brincando em seus lábios. 

"Você desmaiou." Ele disse sorrindo. "Ai eu te dei um negocinho para acordar."

"Seus bolsos são bem fundos para alguém que usa uma roupa tão apertada, senhor Marcus." Comenta madame Shì Hún.

"Para de olhar pra minha bunda sua velha tarada." Retruca Marcus.

Madame Shì Hún riu, riu com sua voz veludo em resposta a ofensa de Marcus, como se ele fosse uma criança birrenta. 

"Você é realmente curioso, Marcus Carvalho. Poucos homens têm a audácia de falar comigo dessa maneira."

Me sentei na mesa junto com Marcus e Madame Shì Hún. Eu podia sentir a tensão entre os dois nessa cena tão estranha entre um homem latino contra uma tigresa chinesa anciã mafiosa.

"Peço desculpas pela tentativa de envenenamento." Disse Shì Hún, sua voz suave e calculada. "Fiquei intrigada com um homem que carrega moedas tão preciosas."

"Então, você achou que nos drogar era a melhor maneira de descobrir mais?" Perguntou Marcos em um tom calmo mais intenso.

Shì Hún riu, um ronco baixo em seu peito. 

"Era apenas um soro da verdade, uma precaução necessária, Sr. Carvalho. Na minha linha de trabalho, confiança é uma mercadoria rara."

"Você poderia ter perguntado." Respondi irritada, levantando minha voz pela primeira vez desde que me sentei à mesa.

Shì Hún virou seu olhar para me olhar diretamente, seus olhos suavizando ligeiramente. 

"Ah, minha querida coelha, o mundo não é tão simples quanto parece. Mas por favor senhor Carvalho, me diga como você soube que o chá estava envenenado."

Marcus franziu o cenho encarando a tigresa, com zero disposição para responder a pergunta dela, na verdade ele parecia querer matá-la.

Rapidamente coloquei uma mão no braço dele chamando sua atenção para mim.

"Por favor." Supliquei sussurrando para ele. "Seja bonzinho."

Seus olhos estavam trincados, como se ele estivesse pronto para o combate, mas assim que ele sentiu o meu toque ele relaxou e respondeu a tigresa.

"O bule me era familiar, mas foi o seu dedão na alça do bule que me chamou atenção." Comentou Marcus em um tom seco. "Depois notei um pequeno buraco que seu dedo tapou quando você serviu o chá meu e da Edith, na hora me lembrei do bule de chá do assassino." 

Madame Shì Hún arregalou os olhos, surpresa com a sagacidade e inteligência de Marcus.

"E como um macho como o senhor sabe tal informação?" Perguntou a tigresa encarando um Marcus com tom de preocupação.

"9gag."

Meu queixo cai com a resposta absurda de Marcus.

'Ele nos salvou por causa de um post de 9gag?' Pensei chocada.

"Não sou familiarizada com essa escola de assassinos." Respondeu a tigresa calmamente bebendo de sua xícara. "Provavelmente é ocidental." O ocidental no final na frase tinha uma pitada de desdém em seu tom.

Marcus inclinou para trás na cadeira, seus olhos nunca deixando o rosto de Shì Hún. 

"Então, o que agora? Vamos falar de negócios ou você vai tentar outro truque?"

Os lábios de Shì Hún se curvaram em um leve sorriso, como se ela não se divertisse a muito tempo e finalmente encontrara algo para se distrair.

"Os documentos que o senhor Marcus deseja, não são fáceis de obter." Ela disse com sua voz suave como seda. "Eles exigem o gasto de recursos consideráveis."

"Mas se fosse impossível você não teria nos chamado." Respondeu Marcus encarando a tigresa anciã com braços cruzados.

A mulher sorri com deleite da guarda alta de Marcus, como se a postura agressiva dele fosse algo similar a uma criança fazendo birra.

"A parte mais problemática é que vai me custar favores com pessoas poderosas." Explica Shì Hún servindo mais uma xícara de chá. "Apenas dinheiro não é um bom incentivo para lhe ajudar, senhor Carvalho."

Marcus suspirou, cansado dos eventos do dia, e enfiou a mão no bolso. Ele tirou um punhado de moedas de ouro e algumas joias brilhantes, colocando-as na mesa em frente a Madame Shì Hún. A velha tigresa Anthro olhou para as oferendas com um olhar de completo tédio. Sua cauda balançava preguiçosamente atrás dela, um sinal claro de seu desinteresse.

"Isso é para me impressionar?" Ela falou lentamente, sua voz encharcada de desdém. "Já falei que apenas dinheiro não é o bastante."

"Só queria ter certeza." Disse Marcus pegando o tesouro e colocando em seu bolso. "O que você tem em mente?"

Madame Shì Hún se vira para mim, seus olhos dourados brilhando com uma mistura de diversão e desdém. 

"Ele tem um espírito forte, mas sabe quando obedecer. Isso sim é uma qualidade admirável em um macho." Diz a tigresa se divertindo com a irritação de Marcus.

Marcus rosnou de raiva, mas mais uma vez me interponho, dessa vez colocando uma mão em sua perna, tentando acalmá-lo. Ele olha para mim, seus olhos verdes cheios de fúria, mas minha presença parece trazer um pouco de paz. Shì Hún observa nossa interação com um sorriso enigmático, sua cauda balançando suavemente.

"Vamos direto ao ponto, senhor Carvalho." Ela diz, sua voz suave e calculada. "Tenho uma proposta para você. Um torneio. Três lutas contra três Anthros diferentes. Não precisa ganhar, apenas participar. Em troca, fornecerei os documentos que deseja."

Marcus se inclina para frente, seus dedos tamborilando na mesa. 

"E se eu ganhar?" Perguntou Marcus empolgado com um desafio à sua frente.

Shì Hún sorri, mostrando seus dentes afiados. 

"Para cada vitória, concederei um favor. Uma vitória e kito os débitos que essa coelhinha acumulou de sua faculdade e compras irresponsáveis."

"Como você sabe?" Perguntei assustada.

"Não os deixe em meu jardim sem antes pesquisar tudo sobre vocês." Disse a senhora tigresa ronronando. "Uma segunda vitória lhe apresentarei um contato pessoal de confiança para comprar suas jóias e levá-la para serem vendidas fora do país."

"Dessa forma tornando impossível rastrear até mim?"

"Exatamente." Ela confirma feliz que Marcus consiga acompanhar o pensamento dela. "Agora a terceira luta, não vai ser fácil, vai ser contra a guerreira mais poderosa à minha disposição."

Com um sorriso voraz, Marcus encara a mulher com seus olhos focados nela.

"Então seria justo eu pedir seu bem mais preciso?" Pergunta Marcus em um tom ameaçador.

Madame Shì Hún arregala seus olhos e engole seco, provavelmente chocada com a audácia do humano em sua frente. Mas ao invés de atacá-lo fisicamente ou com palavras ela deu uma gargalhada baixa e rouca.

"Se você entrar lutar na minha arena e vencer as três lutas lhe darei os documentos, quitação da dívida, o contato de confiança e o meu bem mais precioso, o Prisma Flamejante, minha querida jóia opala de fogo."

Marcus olha para mim, como se estivesse procurando minha aprovação. Sinto um aperto no peito, preocupada com o que ele pode enfrentar, mas também confiante em suas habilidades. Ele é um herói, afinal.

"Parece justo." Ele diz finalmente, voltando-se para Shì Hún. "Mas quero garantias. Não quero ser enganado."

Shì Hún assente, seus olhos dourados brilhando. 

"Tem minha palavra, senhor Carvalho. E minha palavra é lei aqui."

Marcus suspira, passando a mão pelo cabelo. 

"Está bem." Ele responde rindo. "Me amarro num arco de torneio."

Sinto um misto de alívio e preocupação. Marcus é forte, mas o que ele enfrentará? Shì Hún se levanta, sua presença imponente preenchendo a sala.

"Excelente." Ela diz, estendendo a mão para Marcus. "Estamos de acordo, então."

Marcus aperta a mão dela, selando o acordo.

Logo em seguida, madame Shì Hún bateu palmas, o som agudo ecoando pela sala mal iluminada. Das sombras do teto, quatro morcegos Anthro vestidos com trajes ninja desceram silenciosamente, suas asas dobradas cuidadosamente atrás deles.

"Por favor, acompanhe o Sr. Carvalho até o vestiário." Shì Hún ordenou, as ninjas assentiram em uníssono, seus movimentos sincronizados como uma máquina bem lubrificada.

"E você, querida Edith." Shì Hún se virou para mim, seus olhos dourados estreitando-se ligeiramente. "Por favor, me acompanhe."

Marcus olhou para mim, uma pitada de preocupação em seus olhos. Tentei oferecer um sorriso tranquilizador, mas pude sentir a tensão no ar. Este era um jogo perigoso e nos separar não fazia parte do plano.

Grandes portas duplas do lado oposto do jardim se abriram, revelando um lounge VIP que parecia ter sido transportado diretamente de um palácio imperial chinês cheio de homens vestidos em túnicas de seda brilhantes. A sala estava coberta de ricas sedas vermelhas e adornada com enfeites dourados que brilhavam sob o brilho suave das lanternas. Dragões e fênix esculpidos dançavam pelas paredes, suas escamas e penas pintadas em cores vibrantes que pareciam se mover na luz bruxuleante.

Mais a frente tinha uma grande abertura com um parapeito todo enfeitado, Shì Hún gesticulou para que eu me sentasse ao lado dela em uma das cadeiras ornamentadas puxada por um humano vestindo uma túnica verde apertada.

Sentei-me na cadeira ornamentada, meus olhos atraídos para o espetáculo diante de mim. A arena era um octógono cercado por uma grade. Meu coração batia forte quando percebi que era aqui que Marcus lutaria.

"Marcus..." Sussurrei, minha voz quase inaudível. Virei-me para Shì Hún, meus olhos arregalados de preocupação e arrependimento. "Por favor, você não pode simplesmente pegar o dinheiro dele? Ele não precisa fazer isso."

Shì Hún riu, seus olhos dourados brilhando de diversão. 

"Oh, querida Edith. Isso não é sobre dinheiro, é sobre poder e entretenimento para mim, meu queridos aliados e preciosos inimigos."

Cerrei meus punhos, tentando firmar minha voz. 

"Mas ele pode se machucar. Por favor, deve haver outra maneira."

A risada de Shì Hún ecoou pela sala, um contraste severo com o ambiente opulento. 

"Se você está preocupada agora, imagine como se sentirá quando ele perder e for... digamos, 'usado' em frente ao público?"

Senti meu coração parar por um segundo.

"Usado?" Perguntei temendo a resposta.

Um sorriso sádico e malicioso pintou o rosto da tigresa me encarando com olhos vorazes.

"Uma das regras da minha arena é que o perdedor é humilhado pelo vencedor. E com um macho tão charmoso quanto Marcus como oponente… fico até preocupada com o que minhas lutadoras podem fazer."

Fiquei ali, congelada, enquanto as palavras de Shì Hún ecoavam em minha mente. 

'Humilhada pelo vencedor.' 

A sala parecia girar, e as decorações opulentas se confundiam em um turbilhão caótico. Meu coração batia forte no peito, cada batida era um lembrete doloroso da realidade da qual eu não conseguia escapar.

"Não." Sussurrei desesperada. "Você não pode fazer isso com ele."

Shì Hún se recostou na cadeira, um sorriso presunçoso brincando em seus lábios. 

"Oh, minha querida Edith, eu lhe asseguro, é um espetáculo e tanto. A multidão adora."

Cerrei meus punhos, as unhas cravando-se em minhas palmas. 

"Ele não é apenas um... um entretenimento para você!"

"Humpf" Ela bufou irritada. "Essa mentalidade ocidental de igualdade entre gêneros é muito irritante. Ele concordou em participar, logo ele enfrentará as consequências se perder."

Lágrimas brotaram em meus olhos, mas me recusei a deixá-las cair. Eu não podia demonstrar fraqueza, não na frente dela. Meu estômago revirou, e senti uma onda de náusea. 

"Quando a primeira luta começa?" Perguntei, minha voz firme apesar da turbulência dentro de mim.

Como se respondesse à minha pergunta, uma voz feminina bombástica ecoou por toda a arena, uma apresentadora lemingue começou a falar.

"Senhoras e senhores, anthros e humanos acompanhantes, bem-vindos ao evento mais quente de Chicago! Esta noite, temos um espetáculo incomparável para vocês. Um humano, um verdadeiro gladiador, enfrentará três de nossas mais formidáveis Anthros!"

A arena ficou em silêncio enquanto a voz do locutora ecoava pelo espaço, suas palavras criando expectativa. Uma figura envolta em uma capa cinza emergiu das sombras, caminhando confiantemente em direção ao centro da arena. A multidão prendeu a respiração, esperando pela revelação.

"Apresentamos a vocês o desafiante! Tão perigoso quanto belo, o homem mais forte do mundo, o DRAGÃO GUERREIRO!"

A figura jogou a capa de lado dramaticamente, revelando Marcus em uma sunga preta justa e uma máscara de dragão verde. A multidão explodiu em aplausos e assobios, a atmosfera elétrica de excitação. Meu coração batia forte no peito enquanto eu observava Marcus de pé, alto e orgulhoso, seus músculos brilhando sob as luzes da arena.

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Enquanto o locutor continuava a animar a multidão, eu não conseguia tirar meus olhos de Marcus. Ele estava confiante, seu olhar examinando a arena como se avaliasse seus oponentes. O pensamento dele se machucar, ou pior, era insuportável. Eu tinha que fazer algo, qualquer coisa para impedir isso.

'Mas ele fica tão bem de sunga…' Penso babando um pouco pelo canto da minha boca.

"E agora, por favor, deem as boas-vindas à nossa primeira desafiante! Vinda das regiões selvagens do sudoeste americano, ela é conhecida por sua ferocidade e astúcia. Ela é a rainha do caos, a dona da porra toda, a voraz e única... HONEY HAVOC!"

A multidão explodiu em aplausos quando uma figura emergiu das sombras. Honey Havoc, uma pequena e musculosa antro texugo, entrou na luz. Seu pelo era uma mistura de listras pretas e brancas, e seus olhos brilhavam com uma intensidade selvagem. Ela usava um maiô apertado realçando as curvas e músculos delas.

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Marcus estava no centro da arena, seus músculos tensos, seu olhar fixo em Honey Havoc. Eu podia ver a tensão em seu corpo, a maneira como seus punhos se fechavam e abriam, mas eram seus olhos que realmente me preocupavam. Eles estavam arregalados, quase vidrados, e ele parecia completamente paralisado, como se tivesse visto um fantasma.

"Marcus." Sussurrei preocupada. Eu agarrei os braços da minha cadeira. Este não era o Marcus confiante e destemido que eu conhecia. 

Algo estava errado.

"LUTEM!" Anunciou a locutora saindo do caminho dos combatentes.

Honey Havoc circulou Marcus como um predador, seus olhos brilhando com uma intensidade selvagem. Ela era menor que Marcus, mas seus músculos eram tensos e poderosos, seus movimentos fluidos e precisos. Ela tinha um sorriso malicioso, como se pudesse sentir o medo de Marcus e estivesse se deleitando com isso.

"Carne fresquinha." Ela provocou com a língua para fora, sua voz um rosnado baixo. "Vamos ver se você aguenta umas mordidas."

Marcus estava congelado, parecia que seu medo o mantinha cativo. Eu podia sentir o pânico crescendo dentro de mim, a necessidade desesperada de fazer algo, qualquer coisa, para ajudá-lo. Mas eu estava impotente, presa em meu assento, forçada a assistir enquanto o homem com quem eu me importava sofrer publicamente.

Honey Havoc se lançou para frente, suas garras estendidas, seus dentes à mostra em um rosnado. Marcus estremeceu, seu corpo instintivamente se moveu para frente e ele agarrou sua oponente e a ergueu do chão.

A maior surpresa não foi Marcus ter levantado Honey Havoc do chão, mas sim o que ele gritou em seguida

"Você é tão bonitinha e fofinha!" Ele disse abraçando forte sua oponente.

A multidão explode em risadas e aplausos, surpresa com a inesperada ternura de Marcus. Honey Havoc, por sua vez, parece momentaneamente confusa, seus olhos arregalados de surpresa. Ela tenta se libertar, mas Marcus a segurança firme, seus olhos brilhando com uma mistura de alegria e afeto.

A reação de Honey Havoc foi imediata e brutal. 

"Rrrrrrrr!" Com um rosnado furioso, ela abriu a boca e cravou seus dentes afiados no ombro de Marcus. 

"MERDA!" Marcus gritou, a dor rasgando através dele como uma faca. 

Assustado, seus instintos assumiram o controle. Com um movimento brusco, ele jogou Honey Havoc no chão. 

POF!

Antes mesmo dela tentar se levantar, Marcus pisa nela, seu pé pressionando-a contra o chão como se ela fosse uma barata.

A multidão ficou em silêncio por um momento, chocada com a brutalidade repentina. O corpo imóvel da anthro da Anthro no chão mantinha o silêncio desconfortável, todos temendo que o pior tivesse acontecido.

Os olhos de Marcus se arregalaram, a percepção do que ele tinha feito afundando. Ele deu um passo para trás, seu pé se levantando do corpo de Honey Havoc. Ele se ajoelhou, suas mãos tremendo enquanto ele alcançava seu pulso. A arena prendeu a respiração, esperando seu veredito.

"Ela está viva!" Marcus gritou, sua voz ecoando pela arena. 

Um suspiro coletivo de alívio tomou conta da multidão, enquanto Marcus começa a gargalhar aliviado.

"Agora como de costume, o vencedor pode humilhar sua oponente da forma que desejar." Anuncia a locutora.

Marcus olhou para Honey Havoc, sua testa franzida em confusão, mas ele sacode a cabeça e consegue se focar de novo.

"Posso sentá-la no meu colo e escovar seu cabelo?" 

"U-uh."A locutora lemingue gagueja, seus olhos se arregalaram em surpresa. " Sim, isso é... isso é permitido"

Marcus fez uma pausa, seu olhar mudando entre Honey Havoc e a multidão. Ele parecia estar considerando a oferta. A arena prendeu a respiração, esperando por sua decisão.

"Não." Ele disse finalmente, sua voz firme. "Eu não farei nada com ela."

A multidão murmurou surpresa, seus sussurros enchendo a arena. 

"Algum motivo em especial?" Pergunta a lemingue curiosa.

"Que tipo de escroto filha da puta humilha alguém inconsciente em público?" Pergunta Marcus indignado. "Isso até parece coisa de vilão de anime-. Não! Vilão de hentai."

Um sorriso se abriu no meu rosto, estava tão orgulhosa da decisão dele. Marcus demonstrou que além da força de um herói ele também tem a honra.

"Não sei como responder isso." Diz a apresentadora.

"A gente pode ir para próxima luta?" Pergunta Marcus estralando as mãos.

Incerta, a apresentadora queria questionar a prudência da ação devido ao ferimento na mão de Marcus. Mas estranhamente ele já estava cicatrizado e seu único resquício era uma pequena Mancha de sangue. Dando de ombros a lemingue voltou para seu trabalho.

"Senhoras e senhores, preparem-se para a força mais poderosa que já chegou ao ringue! Ela é uma lenda viva, uma potência com a missão de dominar. Abram caminho para a indomável, a imparável... BULLDOZER BABE!"

O chão tremeu sob meus pés, e senti um arrepio percorrer minha espinha. A entrada da arena escureceu, e então, emergindo das sombras, apareceu uma figura imponente. Bulldozer Babe, uma anthro rinoceronte, avançou pesadamente para o centro do octógono.

"O não." Murmuri amendrotada.

Ela era enorme, sua pele cinza e áspera brilhando sob as luzes. Seus músculos eram tensos e poderosos, como se fossem esculpidos em granito. Cada passo que dava fazia o chão tremer, e sua presença era tão dominante que parecia sugar o ar da arena. Seus olhos, pequenos e penetrantes, fixaram-se em Marcus com uma intensidade assustadora.

[Imagem]

Marcus, ainda no centro da arena, parecia minúsculo em comparação ao tamanho monstruoso de sua oponente. Mas mesmo com a diferença titânica entre os dois ele estava sorrindo de forma voraz.

"Fora o cheiro de leve da Havoc, você está limpo novinho." Resmungou Bulldozer lambendo seus lábios de forma lasciva. "Vou adorar te sujar na frente de todo mundo."

"Nem fudendo sua vilã de tartaruga ninja magra." Rosnou Marcus se alongando.

"LUTEM!" 

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E aí gurizada?

Como falei no começo vou dar um tempo para organizar minha idéias.

-Comments:

EMCM:

Os humanos existem no estado antro? Parece que Edith não encara o fato de que está falando com um humano.

Avip:

Somente humanos do sexo masculino existem.