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Chapter 5 - Sombras do Passado

Bom dia pessoas,

[-] Ainda me lembro quando a ideia inicial dessa história era ser focada em comédia…

[-] Sobre os pares romanticos, Arkos parece ter mais fãs para o jovem Jaune, enquanto o professor Luna tem várias sugestões interessantes sendo as favoritas Winter, Willow, Goodwitch e até mesmo Emmeral para acelerar a virada dela para o bem. Já a ideia de Cinder e Raven parece ser bem… 'não apreciada'.

COMMENTS:

[-]Adult Shallot(Fanfiction):

Eu realmente gosto dessa história. Você é o primeiro autor que eu vi que não escreve Rusted Knight Jaune como um pedaço de merda cansado que não dá a mínima para ninguém.

[-]Renan:

Obrigado. Eu tenho a impressão que o Rusted Knight Jaune era para ter sido um personagem mais bem explorado pela série, mas como sempre… falta de tempo machuca a qualidade de RWBY.

[-]Essiter1987(Fanfiction):

O capítulo, embora excelente, não foi meu favorito. Eu entendo que esse Jaune provavelmente é um verdadeiro bastardo cínico, mas chega um ponto em que fica demais, sabe? Eu gostei de Weiss chegando ao stepp e, claro, Jaune vai trabalhar com ela.

Parabéns por publicar sua primeira história, a propósito. Tentei procurar sua história na Amazon, mas acho que eles ainda não a têm. Parece interessante, no entanto.

[-]Renan:

Obrigado pelo elogio, mas vamos falar sobre o professor Luna sendo tão cinico.

Admito minha culpa nessa parte, ele está sendo rispido(principalmente com a versão dele do passado) por motivos de urgencia. Por algum motivo ele interferiu em várias coisas, mas não se meteu em outras (como vai ser elaborado neste capítulo).

Respondendo sobre meu livro na Amazon. Devido ao meu contrato com a editora brasileira, ainda não posso vender uma versão em inglês. Ano que vem publicarei a versão em inglês.

[-]ArashiLee6(wattpad):

Jaune=Paladin=Tank

Cardin=Beserker=DPS

Weiss=Mage=Support

[-]Renan:

Se for um RPG de Table Top, vamos precisar tambem de um ladino e um clerigo.

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RP # POV: Ozpin

O sol começa a nascer quando já estou sentado em reunião na minha sala, a caneca de café fumegante entre as mãos. A luz suave da manhã atravessa as janelas iluminando meu escritório.

De repente, a tela do meu monitor acende. A imagem de Glynda Goodwitch aparece, sua expressão séria não conseguia disfarçar as olheiras cusadas por noites mal dormidas lidando com o traidor Leonardo Lionheart.

"Bom dia, professor Ozpin," ela começa, sem preâmbulos. "Precisamos conversar."

Tomo um gole do café, mantendo a expressão neutra.

"Claro, Glynda. O que aconteceu?"

Ela respira fundo antes de falar, como se organizando os pensamentos.

"Leonardo Lionheart foi preso sob acusações de envolvimento com o crime organizado de Mistral. Nossos alvos continuam se comportando como alunos normais. Como a antiga direção de Haven já havia admitido o time CMEN, eles não têm motivos para se preocupar com a possibilidade de serem descobertos. Além disso, qualquer movimentação suspeita chamaria atenção indesejada para eles."

Minha mão aperta a caneca, mas meu rosto permanece impassível.

"Envolvimento com crime organizado..." Repito em um tom inquisitivo. "Uma boa desculpa para ocultar o fato dele estar trabalhando com as forças de Salem." Fala enquanto tomo um gole de minha caneca. "E você sabe o que isso significa para a Haven?"

Glynda franze a testa em irritação e cansaço, mas responde com sua voz firme.

"Que a partir de agora vou começar a atuar como diretora da Haven Academy por tempo indefinido." Disse a professor em um tom mórbido, temendo a burocracia que ela vai ter que lidar. "E se o senhor não encontrar um substituto à altura, ficarei no cargo ad infinito."

Dou uma risada do comportamento da professora, apesar do desdém e drama de sua fala, ela sabe que é a pessoa mais competente para o trabalho.

Satisfeito com a situação em Mistral, dou uma grande golada do meu café, sentindo o líquido quente descer pela garganta. Glynda mantendo sua expressão séria resolve mudar o assunto subtamente.

"Tem outro assunto importante para discutir com o senhor, é sobre John Luna."

Levanto uma sobrancelha, intrigado. Glynda sempre foi cética em relação a novos professores, especialmente aqueles com passados obscuros e no caso de John, alguém carregado de segredos sobre o inimigo, ela tinha sido a mais meticolosa em analisar sua história passada e a que mais duvidou do carater de John.

Apesar de estar sempre disposto a conversar com a Glynda, o momento não era o mais apropriado para falar sobre John, afinal ela tinha me interrompido no meio de uma reunião.

"Entendo suas preocupações Glynda, mas acho melhor falarmos outra hora-." Tentei falar só para ser cortado por Glynda levantando sua mão do outro lado da chamada.

Ela suspira, ajustando os óculos.

"No começo, estava claro para todos que eu não confiava nele. Achava ridicula aquela história de ter voltado no tempo." Disse a professora suspirando cansada. "Mas agora, depois de vê-lo em ação na missão em Gleen com Qrow, a visita dele a Menagerie, o desmembramento do clã brawman, captura da Spring Maiden e é claro sua caçada ao Grimm que aterrorizava a região de Kuroyuri… me vejo forçada a admitir que estava enganado sobre… o 'Jaune Arc'."

Inclino-me para frente, tentando falar, mas Glynda mais uma vez me corta.

"Ele é excepcional como um Huntsman, não apenas se tratando de combate, apesar dele ser um estupendo nessa área também."

Aproveitando a pausa da Glynda tentei falar, mas ela apenas me cortou.

"Por favor Ozpin," Ela disse em tom solene. "Preciso falar tudo para não me perder."

Respondo dando de ombros e permitindo que ela fale o quanto quiser.

"As aulas que ele planejou são brilhantes, a maneira como ele lida com os alunos é admirável, a combinação de experiência prática e teórica que ele implementa corrobora com que eu e outros professores temos trabalhado em sala de aula... e em cima de tudo ele provou ser um aliado de confiança." Diz a professora respirando relaxada.

"Mais alguma coisa?" Pergunto encarando Glynda.

"Nada importante, mas…" A professora pausa por um segundo, suas bochechas ficam levemente avermelhadas antes dela continuar. "Devo admitir que ele é um homem forte, formoso de muito garbo e elegância… do tipo que é difícil encontrar entre os Huntsman veteranos que se vestem como mendigos e bebem como condenados."

Meu queixo cai ante o último comentário de Glynda, não porque eu discordo dela ou acho estranho que ela pense algo do gênero...

"Aaah." Múrmura uma voz masculina presente na sala comigo.

"John Luna está sentado na minha frente." Avisei tardiamente a professora encabulada. "Desde o início da sua chamada, mas fora do alcance da minha câmera."

O rosto de Glynda se assende em vermelho rubro enquanto a professora massageia sua testa, sentindo uma enxaqueca se formando. Seus olhos se fecham por um momento, como se tentasse apagar a vergonha que a consome.

"Obrigado pelas palavras gentis, senhorita Goodwitch," diz Luna, com um sorriso envergonhado, mas genuíno. "Também acho o mesmo sobre você."

Glynda abre os olhos, surpresa, e encara Luna. Seu rosto se tingido de um vermelho ainda mais intenso, enquanto ela tenta recuperar a compostura.

"Senhor Luna, eu..." Começa a professora, mas ergo a minha mão, interrompendo-a gentilmente.

"Que tal se encerrarmos essa chamada antes que fique mais vergonhoso para Glynda?" Sugiro sorrindo para a nova diretora de Haven.

"Por favor…" Resmunga a professora desligando.

Assim que a tela do monitor se apagar me viro para o homem de 'muito garbo e elegância'. A expressão de Glynda ainda está fresca na minha mente, um misto de constrangimento e surpresa.

"Bem, isso foi... constragendor," comento, tomando outro gole do meu café.

John dá uma gargalhada sem graça e responde.

"Isso porque sua antiga professora não acabou de te elogiar." Responde John ainda envergonhado.

"Mas é bom saber que você está se adaptando bem e que seus colegas pensam bem de você."

"Nem me fala." John comenta cansado. "Apesar do constragimento é um alívio ver que a senhorita Goodwitch pensa bem de mim."

"Aposto que ela adoraria que você chama-se ela pelo primeiro nome." Acrescentei erguendo as sobrancelhas.

Encabulado, John tosse na própria mão, tentando me distrair.

"Mudando de assunto, você conseguiu as algemas especiais que eu pedi?"

Inclino-me para trás na cadeira, observando-o com interesse.

"Sim, consegui. Estão no seu armario arsenal, prontas para uso."

"Ótimo." Comenta John aliviado. "Vou precisar delas para a próxima aula particular que vou dar."

Encaro John sem conseguir esconder minha preocupação. Foco todo a minha atenção nele a ponto de esquecer a caneca de café que esfria lentamente na mesa.

"E o senhor tem certeza de que isso é necessário?" Pergunto com um tom sério. "Algemas desse tipo são usadas em criminosos de alta periculosidade, me parece extremo usá-las em um aluno."

John Luna me encara com firmeza, e seriedade antes de responder

"Entendo sua preocupação professor Ozpin. Mas acredite em mim… essas algemas são essenciais para ajudar alguém e evitar muita dor de cabeça."

Franzo a testa, tentando ler a expressão do viagente do tempo, mas ele está descidido em continuar com seu plano.

"E o que exatamente você pretende fazer?"

Ele respira fundo, como se organizando os pensamentos e me responde logo em seguida.

"Prender uma terrorista."

RP # POV: Blake Belladona

O sol começa a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e roxo. A maioria dos alunos já está de saída, ansiosos para aproveitar a sexta à noite na cidade.

Eu, por outro lado, caminho silenciosamente pelos corredores desertos de Beacon, rumo à sala de treino de combate. O professor Luna quer conversar comigo sobre o comportamento errático de Yang.

"Eu juro pelos deuses Yang…" resmungo irritada. "Se eu ficar de detenção por sua causa, vou pintar seu cabelo de roxo."

Ao abrir a porta da sala, dou de cara com a figura de John Luna, completamente armadurado como se estivesse pronto para uma guerra, treinando sequências básicas de espada.

'Mesmo sendo um Huntsman veterano, ele se dedica aos fundamentos?' Me questionei internamente analisando ele.

Me aproximo silenciosamente, observando cada movimento preciso e calculado. O professor se move com uma graça e precisão que só a experiência pode proporcionar, cada golpe fluindo naturalmente para o próximo com a graça de uma dança mortal. É fascinante ver alguém com tanta habilidade se dedicar ao básico.

Quando finalmente entro na arena, começo a sentir o vento causado pela pressão dos seus ataques. Não é como em desenhos mistralianos onde um samuria consegue cortar um inimigo a 6 metros(20 feet) de distância, mas o professor é forte o bastante para fazer o o meu cabelo balançar da distância dele.

À medida que me aproximo percebo o quão alto ele é. Sua presença é imponente, mesmo que ele mantenha uma expressão amigável em sala de aula. Há algo de intenso em sua postura, e em seus olhos a uma mistura de melancolia e determinação, que o torna intimidador.

Assim que ele percebe minha presença o professor para seu treino, virando-se para mim.

"Blake, você chegou." ele responde tirando seu elmo, exibindo um sorriso caloroso.

"Professor Luna," respondo, tentando manter a compostura. "O senhor queria falar comigo?"

Ele assente, guardando a espada com um movimento fluido.

"Desculpe por isso Blake," Ele diz subitamente.

Sou pega de surpresa quando o Professor Luna puxa um par de algemas extensíveis de bronze e as prende em meus pulsos. Meus olhos se arregalaram de surpresa, e eu instintivamente tento usar meu semblante para escapar delas.

ZAP!

"AARGH!" Grito de dor enquanto uma corrente elétrica percorre meu corpo, cancelando meu Semblante e me mantendo presa.

Meus pensamentos correm em disparada enquanto sinto as algemas frias apertando meus pulsos. O choque elétrico ainda ressoa pelo meu corpo, mantendo-me presa.

'Isso foi uma armadilha?' Penso encarando o professor a minha frente. 'Estou algemada, sem acesso ao meu semblante e o meu algoz é um Huntsman capaz de enfrentar três dos meus colegas sem suar.'

Engulo seco sabendo que não tem como escapar.

"O q-que está a-acontecendo?" Minha voz sai trêmula, mesmo eu tentando manter a compostura.

Ele se aproxima, sua expressão inalterada.

"Porque sei quem você é." Ele fala removendo o laço da minha cabeça que escondia minhas orelhas. "Sei do seu passado."

Fico palida enquanto lembranças inundam meus pensamentos. As traições, as lutas, tudo o que fiz para sobreviver e proteger aqueles que amo.

Tudo faz sentido agora. Ele não é apenas um professor e sim um agente especial, infiltrado na Beacon Academy para me capturar.

"Você não entende," sussurrei desesperada, tentando conter o pânico. "Eu não sou quem você pensa que sou."

O professor ergueu uma sobrancelha, me encarando curioso.

"Você não é Blake Belladonna? Filha de Ghira e Kali Belladonna?" Ele pergunta de forma retórica. " Seu pai não foi deposto como líder da White Fang por ser considerado um pacifista fraco? E não foi você que fugiu de casa concordando com as declarações de que seu pai era um covarde?"

Meu coração bate acelerado no peito, o medo toma conta de mim. Cada movimento, cada palavra do Professor Luna parece calculada, como se ele soubesse exatamente o que dizer para me desestabilizar.

"Só estava lutando pelo direito dos Faunus de existir-." Tentei falar mas ele me corta.

"Já chega!" Ele disse levantando sua voz em um tom imponente. "Não estou aqui para debates políticos, estou aqui para resolver um problema."

Professor Luna leva sua mão para trás, buscando algo. Meu coração acelera, e eu tento me preparar para o pior. Minha mente dispara, relembrando cada erro que cometi. A maneira como saí de casa, chamando meus pais de covardes. As palavras duras que usei, sem entender o que meu pai queria dizer com extremismo perigoso. Agora, tudo faz sentido, e eu lamento profundamente ter agido sem pensar.

'Vou morrer sem poder me desculpar, sem poder consertar o que quebrei.' Realizo desesperada.

Mas… para minha surpresa, o professor mostra uma lancheira metálica, amarela brilhante, com a imagem de um coelho branco.

Sorrindo ele pergunta.

"Mas antes… você gostaria de um sanduíche de atum e um leite gelado?"

RP # POV: John Luna

Sentada à minha frente Blake devora um sanduíche de atum com seu olhar fixo em mim, cheio de raiva e ressentimento. A tensão no ar é palpável, mas não posso ignorar o que precisa ser feito.

"Blake," começo, a voz firme, mas não sem empatia. "Desculpa por ter te enganado para vir aqui e tambem por ter te prendido com algemas carregadas com Dust Elétrica."

Sem me dar uma resposta ela continua me encarando enquanto mastiga lentamente o sanduíche.

"Mas eu precisava garantir que você não fugiria." Meu tom é sério, mas suavizo um pouco, tentando transmitir compreensão. " Essas algemas de choque foram a única maneira de garantir sua presença."

Sem tirar os olhos de mim ela toma um gole rápido de leite só para em seguida reclamar.

"Você não tem o direito de me tratar assim." Ela diz indignada. "Sou uma aluna de Beacon."

"Você não é apenas uma aluna, Blake." Respondo balançando a cabeça. "Você é uma ex-terrorista foragida da lei."

Seus olhos dourados se encolhem, e ela se virapara o lado evitando meu olhar. Ela volta a comer seu sanduíche, tentando me ignorar.

"Blake, eu só quero te ajudar..." Falo em um tom mais calmo chamando de volta a atenção dela. "A contar para o resto do seu time que você é uma Faunus."

Seu queixo cai, a surpresa estampada em seu rosto.

"Isso é o motivo de você ter me algemado?" Blake questiona de olhos arregalados.. "Você não vai me prender ou me matar?"

"Nunca!" respondo horrorizado com a sugestão. "Eu jamais faria isso com você, Blake. Só quero ajudar você a se conectar com seu time e se possível com sua família."

A faunus felina fecha a cara ainda desconfiando de mim, mas agora era evidente uma pitada de curiosidade em seu olhar.

"Por que você se importa tanto comigo?"

"Porque eu sei o que é carregar segredos," explico olhando para baixo, tentando evitar qualquer sinal de hesitação. "Sei o quanto isso pode afastar aqueles que se importam com você… também sei o que é fugir de casa perseguindo um ideal."

Estranhando minha resposta, Blake mesmo algema cruza os braços em desconfiança.

"Você realmente fugiu de casa para se tornar um Huntsman e ajudar pessoas?"

Dou uma gargalhada sem graça, balançando a cabeça.

"Bem, sim e não. Eu queria ajudar as pessoas, mas tambem queria ser um grande heroi."

Blake me observa, os olhos semicerrados, tentando ler minhas intenções.

"Então, você fez isso por fama?" Ela pergunta julgando a vaidade da minha resposta

"Não exatamente," respondo pausando por alguns segundos tentando encontrar as palavras certas. "O reconhecimento da minha família era algo importante para mim ná época… mas eu tambem queria provar para mim mesmo que podia ser mais do que apenas um garoto comum. Eu queria ser alguém que pudesse inspirar outras pessoas."

Ela relaxa um pouco, a curiosidade toma completamente o lugar da desconfiança.

"E você conseguiu?" Pergunta Blake com suas pupilas dilatadas, fixadas em cada palavra que sai da minha boca.

Sorrio, lembrando dos desafios e das conquistas ao longo do caminho. A queda de Beacon, a morte de Phyrra, o Nuckelavee, os agentes de Salem, a viagem por Mistral, a guerra em Atlas, Penny e a minha vida no Ever After

"Sim," Respondo com um gosto amargo na boca. "Mas não da maneira que eu esperava. A jornada me ensinou muito mais do que eu poderia imaginar. Aprendi que ser um heroi não é só sobre fama ou reconhecimento. É sobre fazer a diferença, ajudar as pessoas, proteger aqueles que precisam e fazer o que é certo."

Blake assente, pensativa sobre o que tinha dito e principalmente o que não tinha dito. Suspirando cansado me aproximo da garota e removo as algemas dela.

"Não vou forçá-la a revelar sua identidade para seu time." Comentei sorrindo.

Blake ergue uma sobrancelha me encarando irritada enquanto massageia seus pulsos.

"Mas te aviso que, quanto mais você demorar, mais difícil vai ser lidar com essa situação."

Olhos dourados me encaram, refletindo uma mistura de medo e incerteza dentro da Faunus. Entrego para ela o laço para ocultar suas orelhas que a mesma aperta, um gesto inconsciente que revela sua ansiedade.

"E se elas me rejeitarem?" Sua voz é baixa, quase um sussurro, mas carregada de emoção. "Eu menti para elas. Ocultei a verdade por tanto tempo..."

Assim que lagrimas começaram a escorrer de seus olhos, dei um passo à frente e a puxei em um abraçoapertado. A garota reage travando seu corpo, toda desconfortavel estranhando o meu ato subto que muitos julgariam inapropiado.

"Suas amigas são mais fortes do que você imagina." Falei tentando encorajá-la. "Elas não vão te rejeitar."

Depois de ouvir minhas palavras a Faunus finalmente relaxa o corpo, mas invez de me abraçar de volta ela me afasta. Respeitando os desejos da minha aluna eu a solto, vendo seu rosto vermelho e tomado por tristeza.

"Você não entende."Diz Blake com chorando. "Menti para elas sobre meu passado e o que eu sou. Weiss é a herdeira do S.D.C. com certeza ela vai achar que sou uma espiã ou algo do gênero!" Termina Blake tampando seu rosto tentando conter seus sentimentos. "E se... e se isso for o fim de tudo para mim?"

"Então você não vai enfrentar isso sozinha." Falei com voz firme, a seriedade nos meus olhos se refletindo nos dela. "Eu estarei ao seu lado. Não importa o que aconteça."

Blake hesita por um instante, o conflito interno claramente tomando conta dela. Por um momento, o silêncio se estendeu, pesado e incerto. Mas eu continuei ali, firme, esperando pela escolha dela.

"Quem é você?" Ela pergunta mais incerta. "Por que você quer tanto me ajudar?"

Blake me encarava com seus olhos dourados ainda marejados. Minhas palavras foram mais pessoais e intensas do que qualquer professor comum deveria usar. Mas foi por isso que me preparei tanto antes de começar o ano.

Respirei fundo, mantendo minha postura tranquila e dou um largo sorriso paternal para a jovem.

"Porque prometi a um casal muito simpático que ajudaria você."

Os olhos da Faunus se arregalaram em surpresa com minhas palavras, como se o impossível estivesse prestes a ser dito..

"Antes de vir para Beacon acompanhei o professor Port em uma missão de catalogação de Grimms, em Menagerie."

"Impossível!" Brada Blake sem acreditar. "Menagerie é um porto seguro para Faunus ficarem longe de humanos.

"Não quer dizer que seja proibido humanos… apesar de populão ter se esforçado em expulsar a mim e o professor Port."

Se não fosse o Casal Belladonna nos acolhendo, não teria sido possível cumprir nossa suposta 'missão'.

Blake congelou. Seus olhos se arregalaram e, por um momento, ela pareceu incapaz de processar o que eu estava dizendo.

"Você conheceu... meus pais?" A incredulidade em sua voz era palpável.

"Sim," confirmei, mantendo meu tom calmo e sincero. "Quando comentei que teria uma aluna Faunus com o mesmo sobrenome que eles chamada Blake…" Comentei sorrindo para a jovem. "Acho que não preciso dizer que eles reconheceram o nome de sua própria filha."

Blake parecia querer dizer algo, mas suas palavras falharam. O conflito interno em seus olhos crescia. Continuei, sabendo que agora era minha chance de atingi-la com a verdade.

"Seus pais, Blake, estão preocupados com você. Não só porque estão com saudades, mas porque sabem o quão pesado é o fardo que você está carregando. Ghira está orgulhoso em saber que você abandonou a Fang pelo mesmo motivo que ele e ainda assim pretende ajudar as pessoas."

As lágrimas começaram a brotar novamente em seus olhos, mas ela não desviou o olhar. Pelo menos, não ainda.

"Seu pai acredita que você tem o coração para enfrentar qualquer desafio," continuei. "Mas foi sua mãe quem me pediu para eu te passar isso." Termino a frase puxando um Scroll do meu bolso.

Com alguns toques da tela, abro um arquivo de vídeo.

A tela do Scroll iluminou-se, e o rosto Kali e Ghira Belladonna apareceu. O sorriso gentil e maternal de Kalil enchia o pequeno espaço entre mim e Blake com uma aura quase palpável de conforto e amor.

"Blake, minha querida," começou Kali, sua voz doce e carregada de emoção. "Eu não sei se você verá isso algum dia, mas se estiver assistindo... por favor, saiba que eu e seu pai sentimos muito a sua falta..."

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Boa noite pessoas,

[-] Esse vai ser o último capítulo desse ano, meu livro "Virtude da Reencarnação", vai ser lançado em dezembro e vou ficar ocupado com outras coisas tambem.