Ela era uma mulher etérea, cujos longos cabelos prateados pareciam descrever um sussurro de luz à mercê do vento.
O vestido que adornava seu corpo, com uma leveza quase sobrenatural, flutuava graciosamente, como se desafiando a própria gravidade.
Seus olhos, de um azul profundo e misterioso, irradiavam uma serenidade enigmática, insinuando que seu papel era o de guia para um novo reino.
"Saudações, viajantes," anunciou ela, sua voz como um lamento melodioso no crepúsculo. "Não temam, pois não estão em perigo... pelo menos por agora," completou com um sorriso carregado de um mistério insondável.
"Este é o Oásis dos Sonhos, embora tenha outras denominações," explicou a mulher com um tom reverente. "Trata-se de um universo paralelo, um entrelaçamento de realidades divergentes."
Os companheiros, perplexos, trocavam olhares incrédulos. João, com a mente turvada pela estranheza do momento, indagou: "Oásis dos Sonhos? O que exatamente isso significa?"
A mulher, com uma expressão que revelava sabedoria oculta, confirmou: "Sim, este domínio é um reflexo das infinitas possibilidades que existem. Vocês foram transportados para cá por um fenômeno raro e imprevisto. Para regressarem ao vosso mundo, terão que encontrar a Fonte dos Desejos."
Com um murmúrio inaudível, ela prosseguiu: "A Fonte dos Desejos permanece oculta nesta dimensão. Encontrá-la será uma tarefa árdua. Precisarão confiar em seus instintos e em uns aos outros."
Enquanto a mulher se dissolvia na névoa etérea que envolvia o ambiente, um grito desesperado cortou o ar: "O que faremos?" A voz da mulher estava carregada de um pânico palpável, sua expressão refletia um desespero absoluto. Gradualmente, outras figuras começaram a se aproximar, muitas delas em lágrimas ou com olhares dilatados de horror e desorientação.
Uma mulher de meia-idade, com as mãos trêmulas e um olhar perdido, exclamou: "Estamos todos condenados! Nunca sairemos daqui!" Seu lamento, carregado de medo, ecoava pela atmosfera.
Miguel, esforçando-se para manter a serenidade, levantou a voz com uma firmeza calculada. "Por favor, mantenham a calma," pediu ele, tentando injetar um senso de ordem em meio ao caos. "Precisamos compreender o que está ocorrendo antes de sucumbirmos ao pânico."
À medida que a tensão começava a amenizar, cada indivíduo descobriu sua classe e habilidades especiais. Miguel se revelou um Santo, Isabella uma Arque-Maga, Rafaella uma Sábia, e João um Berserk.
Enquanto exploravam suas novas capacidades, um jovem herói de cabelos loiros e olhos azuis, inadvertidamente, realizou uma demonstração impressionante de poder, cortando árvores com uma facilidade desconcertante. O feito atraiu a admiração e o fascínio dos presentes.
A exibição de poder trouxe alívio para alguns, mas também intensificou a sensação de que havia muito mais a ser descoberto. O herói, no entanto, parecia sofrer com uma mão que queimava e não conseguia manter firme.
"Quem é esse indivíduo?" perguntou um dos amigos de Miguel.
"Não sei," respondeu Miguel. "Mas parece que essas habilidades são mais reais do que imaginávamos. Precisamos levar isso a sério."
A tensão aumentou quando alguém, visivelmente agitado, exclamou: "Formemos grupos! Precisamos saber quem possui quais habilidades para melhor organização. Compartilhem suas classes!"
Miguel, com o coração palpitante e uma crescente sensação de insegurança, hesitou. "Para que possamos nos organizar melhor, é necessário, mas ele não revela sua classe, e temo que aqueles sem habilidades possam ser descartados," refletiu Miguel, angustiado, debatendo-se com seu próprio receio.
O homem que gritara então se voltou para ele. "Qual é a sua classe?" exigiu o homem, sua voz carregada de uma urgência cortante.
Miguel, nervoso, sentiu um impulso para mentir. Sua mente estava agitada, e ele decidiu seguir o impulso interior. "Curandeiro. Por quê?"
"Você possui alguma habilidade?" indagou o homem, fixando o olhar em Miguel.
Miguel engoliu em seco, o desconforto evidente. "Não... Não tenho nenhuma."
A mentira saiu com uma facilidade perturbadora, deixando uma sensação incômoda de culpa e preocupação. Enquanto observava os outros começarem a se agrupar e compartilhar suas habilidades, Miguel sentia o peso de sua decisão, ciente de que, no meio do caos e da confusão, sua escolha poderia ter consequências significativas.
A atmosfera do Oásis dos Sonhos parecia vibrar com uma energia palpável, uma mistura de esperança e desespero. Miguel observava os rostos ao seu redor, tentando captar qualquer sinal de conforto ou segurança, mas tudo o que via era um mar de incerteza.
Uma figura alta e encapuzada se destacou no grupo, aproximando-se lentamente.
"Quem é essa figura e por que sinto uma ameaça iminente?" pensou Miguel, mas decidiu esperar que a figura se manifestasse.
Os olhos da figura eram de um vermelho profundo, irradiando uma intensidade que gelava o sangue de Miguel. A figura levantou uma mão, revelando longos dedos pálidos como mármore.
"Meu nome é Lucien," anunciou a figura, sua voz ressoando como um eco sombrio. "Sou um Necromante. E, ao contrário de muitos aqui, sei exatamente onde estamos."
O silêncio que se seguiu foi interrompido apenas pelos murmúrios temerosos dos outros. Miguel sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Lucien o olhou, como se pudesse ver através de sua alma.
"Vocês foram trazidos aqui por uma força além de nossa compreensão," continuou Lucien. "Mas saibam disto: o Oásis dos Sonhos não é um lugar de descanso. É um campo de Batalha, onde nossos maiores medos viram realidade e nos desejos são postos à prova."
Lucien observou atentamente os presentes, sua presença emanando uma aura de poder que ninguém conseguia ignorar.
Seu olhar penetrante percorreu os rostos aterrorizados, e Miguel sentiu um arrepio ao encontrar seus olhos vermelhos, como brasas ardentes.
"Vocês estão errados em pensar que isso é um lugar de simples provas," Lucien continuou, sua voz carregada de um tom sinistro. "Eu sou Lucien, o Necromante, e, ao contrário de muitos aqui, minha missão é diferente."
Os murmúrios de apreensão e confusão cresceram entre o grupo. Lucien, no entanto, parecia estar apenas começando. Seu olhar fixou-se em Miguel, um sorriso enigmático se formando em seus lábios.
"Vocês acreditam que estão aqui para encontrar a Fonte dos Desejos," disse Lucien, aproximando-se lentamente. "Mas o que realmente enfrentam é algo muito mais sombrio e perigoso."
Miguel, ainda abalado, tentou discernir a verdadeira intenção do Necromante. A sensação de perigo iminente parecia palpável no ar.
Lucien então se moveu com uma agilidade inesperada, desferindo um gesto fluido com as mãos. Em um instante, uma onda de energia negra irrompeu de seus dedos, e sombras que se espalhava ao redor do grupo.
Os amigos de Miguel, atônitos, começaram a recuar, tentando evitar as sombras que se expandiam como se fossem entidades vivas.
As sombras começaram a envolver alguns dos presentes, criando uma sensação de sufocamento e desespero.
Miguel, observando a cena caótica, entendeu que Lucien não era um aliado, mas uma ameaça dissimulada. Sem tempo a perder, ele rapidamente procurou seus companheiros, tentando encontrar uma maneira de reagir. Seus colegas estavam igualmente apavorados e confusos, lutando contra a pressão das sombras e tentando organizar uma defesa.
"Todos, concentrem-se!" gritou Miguel, tentando se impor sobre o clamor. "Temos que unir nossas forças e encontrar uma maneira de neutralizar essa ameaça!"
Isabella, com sua habilidade de Maga, começou a conjurar feitiços para dissipar as sombras, enquanto Rafaella, a Sábia, tentava entender a natureza da magia negra que os atacava.
João, com sua força bruta de Berserk, lutava contra as sombras que o envolviam, liberando sua força com gritos de fúria.