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Chapter 50 - Branco

Mas então ele pensou: uma besta selvagem de nível três deve ser capaz de alterar o tamanho de seu corpo. Aquela aparência deveria ser sua forma de batalha, mas era provável que pudesse ficar tão pequena quanto uma tigresa comum, talvez até menor.

O filhote acordou e começou a se mover nas mãos de Kael, tentando ficar de pé, mas ainda não conseguia. Observando a cena, Kael não pôde deixar de abrir um sorriso. Ele sabia que era apenas questão de tempo; essas bestas selvagens amadurecem muito rápido. Esse filhote deve ter apenas um dia de vida, e com mais uns dois ou três dias já deve ser capaz de andar.

O pelo do pequeno felino era completamente branco, sem as características listras pretas observadas no corpo da mãe.

"Vou chamá-lo de Branco."

Kael ficou um pouco envergonhado com seu senso de nomenclatura, mas não conseguiu pensar em nada melhor, então o pequeno tigre, gostando ou não, recebeu tal nome.

"Onde vou conseguir leite para alimentá-lo?"

Kael percebeu o primeiro problema. Um filhote tão jovem não pode comer carne, mas onde ele vai encontrar leite?

Lia estava se divertindo com a cena, parecendo que Kael teria que aprender a cuidar de um "filho".

"Vamos, Branco, temos que encontrar algo para você comer."

A floresta era enorme e cheia de bestas selvagens. Durante seu caminho, Kael até mesmo viu algumas amamentando seus filhotes, então ele esperava que não fosse azarado o suficiente para não encontrar mais nenhuma.

Kael, com cuidado, carregou Branco para fora do abrigo. Ele observou os arredores, confirmando que não havia nenhum cultivador ou besta selvagem por perto. Enquanto se movia pela floresta, sua atenção foi redobrada. Dessa vez, porém, não era apenas por segurança; ele estava tentando encontrar alguma besta feroz que pudesse produzir leite.

Kael andou por horas. Quando saiu do abrigo, já era tarde, então rapidamente escureceu. Dessa vez, Kael passou a noite toda em movimento. Ele não sabia por quanto tempo Branco poderia sobreviver sem comer nada, então não podia perder tempo.

"Os céus estão do nosso lado!"

No dia seguinte, à tarde, Kael avistou algo e não pôde deixar de exclamar animado.

Vários metros à frente, uma espécie de tigresa estava deitada, alimentando quatro filhotes. Essa tigresa não era um Tigre Branco Feroz, mas uma besta selvagem no pico do nível um. No entanto, seu leite deve ser suficiente para alimentar Branco e impedir que ele morra de fome.

Kael se moveu em direção à besta selvagem, e a tigresa imediatamente o atacou. Kael não queria fazer isso, mas espancou a pobre fera até que ela parasse de resistir.

A tigresa estava deitada enquanto Branco mamava junto com os outros filhotes. Ele sugava como se sua vida dependesse disso; parece que o pequeno realmente estava com muita fome.

A tigresa lançou um olhar triste para Kael, como se quisesse dizer: "Se era apenas isso que você queria, devia ter dito antes."

Kael lhe lançou um olhar desamparado e inocente, como se quisesse responder: "Eu tentei falar, você que não quis ouvir."

O pobre animal se sentiu injustiçado, mas não havia nada que pudesse fazer.

Depois que o pequeno Branco terminou de se alimentar, imediatamente caiu no sono, satisfeito. Kael olhou para a tigresa, percebendo que não podia continuar contando com a sorte. Talvez na próxima vez, ele não conseguisse encontrar outra amamentadora a tempo. Ele até pensou em levar a tigresa consigo, mas rapidamente desistiu da ideia; não era viável andar por aí com essa tigresa e seus filhotes.

Então, ele pegou alguns couros de bestas selvagens que havia guardado e fez alguns recipientes. Passou o resto do dia tirando leite da pobre tigresa. Kael não era sem coração, então tirava apenas um pouco de leite, permitindo que o animal se recuperasse. Repetiu esse processo algumas vezes até achar que a quantidade era suficiente. Fez o possível para preservar o leite e guardou tudo no pequeno mundo.

*

Os anciões observaram a cena com surpresa ao verem Kael aparecer com um filhote de Tigre Branco Feroz. Eles não sabiam se riam ou se choravam ao vê-lo espancar a pobre tigresa para adquirir seu leite.

"O jovem mestre teve uma boa ideia", disse Li Wei, rindo ao ver Kael enchendo os recipientes com leite.

"Realmente, dessa forma ele não precisará se preocupar com a alimentação desse pequeno por um tempo", concordou o Ancião Chen, também sorrindo.

O filhote era realmente fofo, e mesmo esses dois, endurecidos pelas batalhas, não puderam deixar de amolecer um pouco o coração ao olharem para ele. O Ancião Chen continuou:

"Quando esse filhote crescer e se desenvolver completamente, será uma força a ser considerada."

Li Wei assentiu. Era muito difícil domar uma besta selvagem adulta, às vezes até impossível, mas pegá-la quando filhote era muito mais fácil. E, quando crescesse, a besta selvagem poderia se tornar uma arma secreta; algumas até poderiam proteger um clã. Claro, era muito difícil conseguir o filhote de uma besta selvagem poderosa.

*

Depois de mais um dia, Branco finalmente abriu os olhos e começou a dar os primeiros passos. Kael estava animado, agachado a alguns metros à frente do pequeno, movendo as mãos e incentivando-o a andar em sua direção.

"Vamos, Branco, venha!"

O pequenino já estava acostumado com o cheiro de Kael, e Kael foi a primeira coisa que ele viu ao abrir os olhos, já o considerava parte de sua família. Branco movia suas patinhas enquanto tentava caminhar até Kael.

Suas pernas tremiam enquanto ele cambaleava, mas ele se mantinha firme. Depois de um tempo, finalmente chegou até Kael, que o pegou e o levantou acima de sua cabeça.

"Muito bem, você conseguiu."

Kael estava realmente animado; nunca pensou que ficaria tão feliz ao ver esse pequeno dando seus primeiros passos. Depois de brincar mais um pouco, pegou um dos recipientes com leite e começou a alimentá-lo.

"Beba bastante, você tem que crescer rápido para começar a comer carne logo."

Kael disse isso, mas não estava muito preocupado, pois sabia que Branco cresceria muito rápido. A quantidade de leite que conseguiu da tigresa deveria ser mais que suficiente para mantê-lo durante esse tempo.

Kael olhou para cima, como se pudesse ver através do céu, e respirou fundo. "O clima hoje está realmente muito bom."

O céu estava completamente limpo, sem nuvens; apesar de estar ensolarado, devido às grandes árvores, havia bastante sombra na floresta, então estava fresco e agradável.

Depois que Branco estava satisfeito, Kael o colocou em uma bolsa de couro e continuou andando.

"O que será que aconteceu com os outros?"

Kael ainda estava um pouco preocupado. Ele não sabia como o Tigre Branco Feroz apareceu naquele lugar, apenas esperava que não tivesse matado todos os cultivadores. Só de pensar nisso, Kael já sentiu um arrepio, mas acreditava que a chance de algo assim ter acontecido era extremamente baixa.

Ele podia apenas rezar para que estivesse certo. Apesar de não se importar muito com o que poderia acontecer com os cultivadores dos outros clãs, não tinha como ficar indiferente aos do clã do Firmamento. Além da perda do clã, Kael começou a se aproximar um pouco de Lu Han e dos outros, então não queria que nada acontecesse com eles.

Os dias seguintes foram tranquilos. Kael apenas encontrou algumas bestas selvagens de nível um; aquelas que ousaram atacá-lo não tiveram um bom final, e consequentemente seu saque continuou aumentando. Kael sempre pegava as partes importantes das bestas selvagens, minérios e ervas raras que encontrava, procurava algum local e confirmava com Lia se estava fora da detecção dos anciões, para guardar tudo no pequeno mundo.

Dessa forma, os anciões só podiam ficar um pouco confusos ao vê-lo carregando vários itens, desaparecendo e reaparecendo com quase nada nas mãos. As únicas coisas que ele carregava eram as ervas e alguns dos recipientes contendo o leite de Branco, para não ter que sair da área de detecção sempre que precisasse alimentá-lo.

Branco já não tinha mais dificuldade para se mover; ele até podia correr um pouco, e seu tamanho também aumentou. Kael acreditava que, se desse carne de besta selvagem a Branco, ele já poderia comê-la, mas, por segurança, decidiu alimentá-lo por mais alguns dias com leite.

Kael estava andando com Branco em sua cabeça. O pequeno olhava para todo lado com interesse e se agarrava firmemente, mesmo quando Kael corria, Branco não caía.

Nesse período, Kael encontrou poucos cultivadores, e menos ainda procuraram problemas com ele. Quanto aos que procuraram, bem, só se pode dizer que escolheram o oponente errado.

"Desvie!!!"

Ao ouvir o grito repentino de Lia em sua mente, Kael reagiu instintivamente, jogando-se para o lado. Uma lâmina extremamente rápida e impiedosa passou pelo local onde ele estava. O coração de Kael acelerou; ele não havia sentido nenhuma aproximação nem percebido o perigo. Se Lia não tivesse gritado, ele teria morrido com certeza.

"Oh?"

Uma voz surpresa soou de repente. Kael, ainda em choque, percebeu dois homens que apareceram do nada. Um dos homens usava um chapéu de palha e um jaleco preto, o outro tinha um tapa-olho e possuía uma cimitarra enorme, a arma que quase o cortou ao meio.

Os homens olhavam para Kael com surpresa, claramente não esperavam que ele conseguisse escapar de seu ataque furtivo.

Só de sentir a pressão que emanava desses homens, Kael sabia que não tinha nenhuma chance de enfrentá-los. Seu rosto ficou completamente pálido.