A noite passou e o céu clareou, logo Edart acordou. Sentindo dor por todo o corpo, ele se esticou o máximo que deu, se esforçando para não cair. Com uma expressão de sono na cara e com seus olhos embaçados.
Edart olhou em volta procurando sinais de seu antigo quarto por algum tempo, não vendo nada além da floresta. Ele aceitou sua triste realidade, enfiando a mão no bolso, retirou as últimas frutinhas que tinha e comeu.
— "Bom dia, Éris".
— ["Bom dia."] Respondeu à voz na sua cabeça.
Com um novo dia começando, Edart tinha que planejar seus próximos passos para esse dia, não podia cometer erros, pois qualquer que fosse esse erro resultaria em sua morte.
Depois de uma noite de sono ruim, ele admitiu que isso não era um sonho e que ele realmente estava em outro mundo. Um mundo sem as mordomias que tinha na terra. Pelo menos ele não sabia o nível de tecnologia, no pior dos casos, ele teria que criar tudo do zero, ou dar as ideias para alguém criar essas coisas para ele.
Como tinha um atributo para a inteligência, se ele focasse seus pontos livres nisso, talvez ele possa se tornar um 'Albert Einstein' e trazer o milagre da tecnologia para esse mundo. Claro, isso se esse mundo não fosse mais avançado que seu antigo.
Não tendo nenhum bônus de iniciante, como uma espada e algumas poções, sua situação era precária e só podia contar com um porrete, então ele teve que planejar com cuidado seus próximos passos, assim ele fez uma lista de coisas a fazer para o dia.
Primeiro, ele teria que explorar mais longe e procurar por água. Embora essa água possa não ser totalmente potável, mataria sua sede. Mesmo que passasse mal, ele pensou que, enquanto sua vida não chegasse a 0, ele poderia comer as pétalas da 'Lua Prateada' para manter sua vida alta.
Seu segundo objetivo era achar mais 'Lua Prateada' e colher todas que via no caminho. Como não tinha fogo para ferver a água, essa seria a maneira de manter sua saúde alta.
Seus próximos objetivos eram secundários, sendo eles achar outra fonte de comida, achar algum povoado, por fim, achar uma maneira de conseguir mais pontos de experiência. Se quisesse sobreviver nesse mundo, conseguir mais pontos de atributos seria o caminho.
Para comer, ele tinha os coelhos que viam comer as frutinhas, mas não sabia se conseguiria pegar e, se pegasse, não tinha como limpar. Além de dar alguns pontos de experiência, o resto não poderia ser usado. Achar um povoado não era sua principal prioridade, pois não sabia quanto tempo teria que andar até achar um. Até lá, já poderia estar morto de fome, sede ou por algum predador.
Resumindo, sua lista de tarefas para hoje era:
Achar água.
Pegar mais Lua Prateada.
Achar outra fonte de comida.
Encontrar uma forma de ganhar pontos de experiência.
Localizar um povoado.
Tendo terminado de pensar e organizar seus objetivos para o dia, Edart pediu a opinião a Éris e perguntou se ela tinha algo a acrescentar.
— [" Não tenho muito em mente que poderia acrescentar ao seu plano, apenas talvez, devemos manter essa árvore e sua região como nossa base, durante a noite não percebi nenhum animal perigoso se aproximar daqui."]
Supresso de que ela pudesse observar em volta enquanto ele estava dormindo, pois não tinha olhos para olhar, ele a questionou.
— [" Posso usar sua habilidade de 'Percepção de Mana' para olha em volta, como tudo tem mana, posso distinguir entre as coisas e animais, embora seja difícil, quanto mais forte for um ser, mais mana seu corpo contém, o que facilita descobrir o que é."]
Com a descoberta de que Éris pode usar suas habilidades, várias ideias sobre combinar ataques surgiram na sua cabeça. Questionado mais sobre isso, ele descobriu que, embora ela possa usar as suas habilidades, para ela usar identificar, o objeto em questão tem que entrar em contato com ele. Foi assim que ela conseguiu identificar o coelho que o atacou.
Tinha o problema da mana, que quando ela ativava uma habilidade, sua mana seria consumida. Como 'Percepção de Mana' era uma habilidade passiva, não tinha consumo de mana, basta se concentrar e o mundo iria brilhar fracamente mostrando a mana ao seu redor.
Tendo isso em mente, Edart pediu a Éris que ela ficasse de olho em volta para qualquer perigo em potencial e avisá-lo com antecedência. Ele também queria testar se sua habilidade aumentaria de nível.
Chegando no chão, Edart olhou na direção do sol que estava se levantando no horizonte. Embora ele estivesse em meio a uma floresta, os raios de luz ainda alcançavam o chão da floresta. Considerando que o sol nasce no leste, ele olhou em volta e foi para o sul.
Decidiu seguir explorando nessa direção, pois a direção ao sul era apenas mais limpa. Não foi porque o coelho de ontem foi para o norte, não, nada disso tem a ver com sua decisão, pensou Edart.
Avançando pelo sul, foi explorando cada canto da floresta em busca de algo de valor, enquanto revezava em colheres algumas frutinhas, procurando por perigos e pedindo se Éris sentiu algum perigo.
Para achar o caminho de volta, ele pegou uma pedra do chão e começou a marcar as árvores com um X bem grande. Bastava seguir a trilha de 'Xs' que ele conseguiria voltar para a clareira e sua árvore.
O tempo passou e logo foram 3 horas de exploração. Conforme ia mais ao sul, menor era a densidade da floresta, as árvores ficaram menores e a vegetação rasteira diminuía. O sol conseguiu penetrar mais na floresta e chegar ao chão.
Edart andou cerca de 2 km, embora possa ter sido mais ou menos. Como ele não tinha nada com que medir a distância, esse foi seu melhor palpite. A dica de Éris foi boa, pois as árvores aqui não serviriam de abrigo por serem pequenas.
— "Éris, você notou algum animal maior durante nossa exploração?"
De tempos em tempos, ele pedia a ela se conseguia detectar alguma coisa que poderia atacar ele ou servir de alimento.
— ["Não apenas pequenos coelhos que fugiam logo que nos notavam…"]
Andando 2 km e não encontrando água, Edart estava pensando em voltar e explorar para outra direção. Embora ele pudesse fazer esse trajeto em 30 a 40 minutos sem explorar, já era um bom tempo gasto só para pegar água todo dia.
Então, Éris continuou falando.
— ["Mais adiante tem uma concentração maior de mana, não sei o que é, mas não acho que seja um animal, pois a mana está bem distribuída, acho que vale a pena dar uma olhada"].
Depois que ela terminou de falar, ele olhou para o sul. Edart conseguia ver que a floresta estava mais iluminada naquela direção, podia ser mais uma clareira.
— "Vamos ver se tem algo de bom, se não, voltaremos e seguir em outra direção".
Lentamente eles avançavam, conforme mais perto do seu destino, um barulho começou a chegar em seu ouvido. Cada passo que dava, o barulho aumentava. A cada passo, mais animado, Edart ficava e mais rápido ele andava.
Não demorou muito para chegar ao final da floresta e, quando chegou, ele viu um pequeno riacho que ia de leste a oeste, separando a floresta da planície à sua frente. O barulho que ouviu era realmente de água correndo.
O riacho não era grande, cerca de 1 metro de largura e a profundidade variava poucos centímetros, ficando entre 2 a 10 cm. Se agachando ao lado, ele levou as duas mãos juntas e pegou um pouco de água. Levou a água em direção à boca, mas parou poucos centímetros da boca. Ele estava pensando se a água era potável.
— [" O 'identificar' não detectou nada de errado com a água, pode beber tranquilamente."] Como a água estava em contato com ele, Éris pôde usar 'identificar'. Com suas preocupações eliminas, ele bebeu até encher.
— "Ahhhhh! Que delícia."
Depois de um dia sem tomar nada, cada gole que ele dava era como se estivesse tomando a melhor água da sua vida. Após confirmar que não havia nada de perigoso em sua volta, ele sentou na beira do riacho para descansar, já era por volta do meio-dia.
Enquanto descansava, Edart ficou curioso sobre a água, embora parecesse normal, parecia ser melhor do que ele bebia anteriormente. Se concentrando, ele tentou ativar a sua habilidade de 'Percepção de Mana' e depois de um tempo tentando, ele finalmente conseguiu, então olhou para a água.
A água fluía clama e tranquilamente, ocasionalmente ele via pequenos pontos brilhantes e azulados, o que imaginou ser a mana na água. Curioso, ele levantou o olhar e se concentrou na planície à sua frente.
A vegetação parecia brilhar também, mas era muito mais fraca e mais difundido nas plantas. Provavelmente, a mana fica espalhada por toda a planta enquanto na água ela se junta em pequenas bolas.
Ao olhar para o céu, ele não notou diferença, era apenas o azul normal do céu. 'Talvez quando eu aumentar o nível da habilidade, eu consiga ver alguma coisa'.
Depois de algum tempo contemplando a natureza com a habilidade ativa, veio algo que ele estava esperando há algum tempo.
— ["'Percepção de Mana' está no nível 2"].
Após essa mensagem, os pequenos pontos brilhantes pareceram aumentar um pouco seu brilho, e alguns outros pontos apareceram em sua visão. Isso o deixou mais animado e ele continuou a observar mais coisas e as coisas que já tinha visto para ver se via alguma coisa diferente.
— ["'Percepção de Mana' está no nível 3"].
Meia hora se passou e o sol estava alto no céu. Sentindo um pouco de fome, Edart parou de usar a habilidade e começou a comer as frutinhas que colheu anteriormente.
Saboreando seu almoço simples enquanto olhava a planície à sua frente, em sua visão podia ver 200 metros da planície que subia um pequeno morro (elevação de 3 a 4 metros de altura), o resto estava escondido atrás do morro. Edart estava pensando em explorar essa planície a tarde e ver se encontrava algo a mais.
Enquanto terminava de comer, sua visão captou algo ao longe pulando, descendo morro a baixo. Como estava longe, primeiro ele pensou ser um coelho.
'Pode ser que tenha muitos coelhos aqui, se eu conseguir uma faca' Pensou ele.
Conforme o tempo passou e a criatura se aproximou dele, logo ele viu que estava enganado, e seu queixo caiu quando ele percebeu o que era. Olhando mais longe, ele viu que tinha mais dessas criaturas no topo do morro.
Cada uma pulava em uma direção diferente, tinham tamanhos diferentes, eram de todo tipo de cor, mas todos tinham um formato parecido, eram redondos e brilhantes, parecendo inofensivos.
Sim, eram slimes. Quanto mais tempo passava, mais slimes podiam ser vistos vindo do outro lado do morro.
— "Acho que achei minha fazenda de XP!!!" Disse Edart animadamente.
Slimes eram os seres mais fracos no mundo dos jogos. Eram como uma sacola cheia de pontos de experiência, você só precisava se abaixar e pegar. A questão era se ele, sendo fraco como um coelho, ia conseguir matar esses slimes.
Edart tentou usar 'identificar' no slime mais próximo, mas nada aconteceu, uma distância de 100 metros era muito grande para a habilidade. 'Tenho que testar o limite de alcance depois' pensou ele.
Olhando para esses pontos de experiência gratuito pulando para todo lado, Edart começou a bolar um plano, ele não podia ser descuidado, mas não queria perder tempo.
O plano era simples, ele ia à procura do slime que estivesse sozinho e longe dos demais. Nesse momento, ia tentar eliminar o mais rápido possível enquanto Éris ficava de olho para que nenhum slime se aproximasse.
Caso mais de um slime se juntasse na luta, ele voltaria para a floresta e fazer o slimes para de persegui-lo, aí voltaria e faria tudo novamente. Sempre que cansasse, ele ia voltar para a floresta e descansar.
Tendo mais 5 a 6 horas de luz, ele ficaria aqui por 4 horas, depois voltaria para a árvore enquanto procurava por comida.
— "Chegou a hora de ficar mais forte! Hehehe!" Sentindo-se feliz por achar um caminho para se fortalecer, Edart se levantou, pegou seu porrete e começou a caminhar para o slime solitário mais próximo.