Capítulo 10: Laços e Promessas
Soohyun e Sayuri sentiam o calor da presença um do outro, suas respirações misturadas enquanto permaneciam próximos no sofá. O beijo que haviam trocado anteriormente parecia ter rompido todas as barreiras entre eles, aproximando-os de uma maneira nova e intensa.
Soohyun inclinou-se para Sayuri, seus lábios encontrando os dela novamente, mas desta vez com uma paixão que queimava por dentro. O beijo tornou-se mais profundo, mais urgente, enquanto suas línguas dançavam em uma sinfonia de emoções que há muito estavam reprimidas. Soohyun sentia as mãos de Sayuri deslizando em seus braços, e ele respondeu puxando-a para mais perto, como se nada no mundo pudesse separá-los.
Por um momento, tudo desapareceu. O mundo exterior deixou de existir enquanto eles se entregavam àquele momento, seus corpos reagindo à intensidade crescente. Soohyun começou a puxar a camisa por cima da cabeça, suas mãos já explorando a pele de Sayuri. Ela não resistia; pelo contrário, puxava-o ainda mais perto, encorajando-o com cada toque.
Mas então, de repente, o som estridente do telefone interrompeu o fluxo de seus movimentos, trazendo-os de volta à realidade. Soohyun hesitou por um segundo, ainda meio perdido no calor do momento, antes de finalmente se afastar com um suspiro pesado.
Ele pegou o telefone e viu o nome de Akira piscando na tela.
— Eu... preciso atender — disse ele, soltando uma risada nervosa enquanto esfregava a nuca, tentando recuperar o fôlego.
Sayuri apenas sorriu suavemente, ainda com as bochechas rosadas, assentindo enquanto ajeitava o cabelo.
Soohyun atendeu.
— Fala, Akira. O que foi? — perguntou, a voz um pouco mais séria.
Do outro lado da linha, Akira soava casual, mas com uma certa urgência na voz.
— Ei, cara, estamos esperando você. Maki e eu queríamos conversar sobre o que Locart disse antes. Não esqueceu, né?
Soohyun fechou os olhos por um momento, relembrando a mensagem enigmática de Locart sobre a nova ameaça. Ele suspirou e olhou para Sayuri, que agora o observava atentamente.
— Não, eu não esqueci. Eu vou. Só preciso de um tempo aqui para conversar com Sayuri antes.
— Entendo. Não vou demorar mais, então. Só não esquece, isso é importante — respondeu Akira.
— Eu sei. Estarei aí logo — confirmou Soohyun.
Ele desligou o telefone e se virou para Sayuri, que ainda estava sentada ao seu lado, olhando para ele com curiosidade e talvez uma pitada de preocupação.
— O que foi? — perguntou ela.
Soohyun ficou em silêncio por um momento, ainda sentindo a tensão do momento interrompido, mas sabia que a conversa que viria agora era igualmente importante, talvez até mais.
Ele respirou fundo.
— É sobre a missão... o que Locart disse. Há algo maior vindo... algo mais perigoso que o Vorath.
Sayuri franziu a testa, suas mãos instintivamente agarrando a camisa de Soohyun.
— E você vai ter que enfrentá-lo, não é?
— Sim. Mas eu não quero falar disso agora. Eu quero falar sobre... nós. Sobre o que estamos vivendo.
Ela o olhou, surpresa, mas depois sorriu suavemente e assentiu, sabendo que esta era uma conversa que ambos precisavam ter.
— Está bem. Vamos falar.
Soohyun inclinou-se um pouco, apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto olhava para o chão.
— Eu estava pensando... sobre o que você significa para mim. E eu... acho que preciso ser honesto. Há algo que nunca te contei sobre o meu passado. Algo que me assombra.
Sayuri ficou quieta, esperando pacientemente.
— Você sabe que perdi meu pai em um acidente de carro. Mas não te contei os detalhes. Eu estava lá, no carro, quando tudo aconteceu. Estávamos voltando para casa depois de uma noite em família. Meu pai estava dirigindo... e então, tudo mudou num instante. Um caminhão perdeu o controle e bateu de frente com a gente. Eu lembro de ouvir o som do metal se chocando, os gritos da minha mãe... e depois, silêncio.
Ele fez uma pausa, a dor evidente em sua voz. Sayuri colocou a mão sobre a dele, apertando-a levemente em um gesto silencioso de apoio.
— Eu tentei fazer algo... tentei salvá-lo, mas... eu era só um garoto. Não havia nada que eu pudesse fazer. Quando eu acordei no hospital, ele já tinha ido. Minha mãe sobreviveu, mas... eu nunca me perdoei por não ter feito mais.
Sayuri olhou para ele com lágrimas nos olhos.
— Soohyun... você era apenas uma criança. Não pode se culpar por isso.
Ele balançou a cabeça, lutando para manter a compostura.
— Eu sei, racionalmente. Mas... essa culpa nunca desapareceu. E agora, com esses poderes... com essa responsabilidade... sinto que, se falhar de novo, mais pessoas vão se machucar. E eu não sei se posso carregar isso.
Sayuri se aproximou, segurando seu rosto com as mãos e o forçando a olhar para ela.
— Soohyun, você é uma das pessoas mais fortes e corajosas que eu conheço. Mas você não precisa carregar tudo sozinho. Eu estou aqui com você. Nós vamos enfrentar isso juntos, como uma equipe. Você não está sozinho.
Ele a olhou nos olhos, encontrando conforto na sinceridade e no amor que ela transmitia.
— Eu não quero te perder, Sayuri. Não quero que você se machuque por minha causa.
Ela sorriu suavemente.
— Eu sei dos riscos, Soohyun. Mas eu escolho estar ao seu lado. Não importa o que venha a seguir.
Os dois permaneceram em silêncio por um momento, absorvendo a intensidade da conversa. E então, Sayuri decidiu compartilhar algo de seu próprio passado.
— Sabe... eu também perdi meu pai, de uma forma trágica.
Soohyun olhou para ela, surpreso.
— Eu era apenas uma criança quando aconteceu. Um assaltante entrou na nossa casa. Meu pai tentou me proteger. Mas... ele foi baleado. Eu assisti a tudo, impotente. E até hoje, carrego essa dor comigo. Assim como você carrega a sua.
Ela engoliu em seco, tentando controlar as emoções que vinham à tona.
— Mas eu aprendi algo ao longo dos anos. Não podemos mudar o passado. Não podemos trazer aqueles que amamos de volta. Mas podemos viver por eles, podemos honrar suas memórias sendo as melhores versões de nós mesmos. E é isso que eu tento fazer todos os dias.
Soohyun sentiu um novo nível de conexão com ela, como se suas dores passadas os tivessem unido de uma maneira ainda mais profunda. Ele a puxou para perto, segurando-a firmemente em seus braços.
— Eu vou proteger você, Sayuri. Não importa o que aconteça.
— E eu estarei ao seu lado. Sempre — respondeu ela.
Parte 2: Preparativos para a Prova
Depois de uma conversa tão emocional, Soohyun e Sayuri decidiram se concentrar nos preparativos para a prova que se aproximava. Sayuri estava determinada a passar, e Soohyun queria ajudá-la da melhor maneira possível.
Eles estavam sentados na sala de estar, livros espalhados por toda parte enquanto revisavam os pontos principais da matéria.
— Então, essa parte aqui é importante. Lembra quando o professor disse que o exame teria foco em literatura clássica japonesa? Você precisa entender as metáforas presentes nas obras — explicou Soohyun, apontando para o livro.
— Sim, mas é tanta informação que às vezes eu me perco. A linguagem antiga é difícil de decifrar — respondeu Sayuri, com uma expressão preocupada.
— Não se preocupe, eu estou aqui para te ajudar — afirmou Soohyun, encorajando-a.
Enquanto ele explicava, apontando trechos específicos no livro, Sayuri inclinou-se para mais perto, tentando absorver as informações. Mas a proximidade entre eles trouxe de volta a intensidade do momento anterior.
Os olhos de Soohyun se desviaram para o rosto de Sayuri, percebendo como ela mordia o lábio inferior enquanto se concentrava. Ele sorriu.
— Você faz isso quando está nervosa.
— Faço o quê? — perguntou Sayuri, confusa.
— Morder o lábio — respondeu ele, rindo.
Sayuri riu, corando um pouco.
— É um hábito antigo. Não percebo que estou fazendo.
Soohyun sorriu, os olhos brilhando com um toque de diversão.
— Acho adorável.
Sayuri olhou para ele com um sorriso tímido, sentindo o calor subir em suas bochechas.
— Adorável? Acho que você está exagerando...
Soohyun balançou a cabeça, um sorriso suave nos lábios.
— Não estou. É um dos pequenos detalhes que fazem você ser você.
Ela desviou o olhar por um momento, tentando esconder o sorriso que crescia em seus lábios.
— Você tem esse jeito de fazer tudo parecer tão... simples.
— Talvez seja porque, quando estou com você, as coisas realmente são simples. Mesmo quando tudo parece complicado — disse Soohyun, olhando nos olhos dela.
Eles trocaram olhares por um momento, o silêncio que os envolvia era confortável e cheio de significado. A proximidade física e emocional entre os dois tinha aumentado significativamente, e isso era palpável.
Sayuri voltou sua atenção para os livros na mesa, mas não conseguiu esconder o sorriso que ainda brincava em seus lábios.
— Certo, certo. Foco nos estudos. Vou parar de pensar em como você é bom com palavras.
Soohyun riu, voltando a se concentrar no material.
— Ok, vamos lá. E se eu te fizesse algumas perguntas? Assim, você pode testar o que já sabe.
— Tudo bem. Estou pronta... eu acho — respondeu Sayuri, um pouco hesitante.
Ele começou a questioná-la sobre detalhes específicos das histórias que haviam revisado, interrompendo aqui e ali para explicar melhor quando ela tinha dúvidas. A cada resposta correta, ele sorria com aprovação, e a cada resposta errada, ele a tranquilizava com paciência.
Depois de uma hora de estudo, Sayuri se recostou no sofá, soltando um longo suspiro.
— Ufa... Isso é muito mais difícil do que eu pensei.
Soohyun sorriu e pegou um marcador para fechar o livro dela.
— Você está se saindo muito bem. Com mais um pouco de prática, você vai arrasar nessa prova. Confio em você.
— Obrigada, Soohyun. Você não tem ideia do quanto me ajuda — disse Sayuri, olhando para ele com gratidão.
— Eu sei, mas é só porque você também está se esforçando. E, sinceramente, gosto de passar esse tempo com você, mesmo que seja estudando — afirmou Soohyun, com um sorriso.
Ela olhou para ele, seus olhos brilhando com ternura.
— Eu também gosto. Mesmo que seja difícil... vale a pena quando você está por perto.
Eles sorriram um para o outro, e por um momento, o tempo pareceu parar. Não importava o que estivesse por vir, eles sabiam que tinham um ao outro.
Soohyun pegou seu telefone e digitou rapidamente uma mensagem para Akira. Ele sabia que, apesar de todos os momentos de calma e ternura, havia desafios aguardando-os.
— Akira, podemos nos encontrar amanhã à noite? Temos que discutir o próximo passo no treinamento com Locart.
Poucos minutos depois, o telefone vibrou com a resposta de Akira.
— Claro. Amanhã está perfeito. Vou avisar Maki.
Soohyun colocou o telefone de lado e olhou para Sayuri novamente. Embora o momento fosse tranquilo, ele sentia o peso das responsabilidades que estavam por vir. Mas com ela ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar qualquer coisa.
— Amanhã à noite, eu, Akira e Maki vamos nos encontrar para discutir o treinamento com Locart. Quero que você venha também.
Sayuri o olhou surpresa, mas com uma determinação crescente.
— Eu estarei lá. Não importa o que venha, vamos enfrentar juntos.
Ele assentiu, sabendo que essa promessa de proteção e unidade era o que os manteria fortes para os desafios que estavam por vir.
__
Fim do capítulo 10