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Chapter 5 - Capítulo 5: E a sorte sorri

Como vocês sabem, eu não sou forte o suficiente para enfrentar inimigos poderosos, especialmente aqueles que podem pressionar até mesmo o capitão Christopher. No entanto, esta era a minha única chance, porque se eu não fizesse nada, provavelmente estaria morto. Apesar de ter Selene ao meu lado na retaguarda, ela estava muito ocupada lutando contra outros dois esqueletos que vinham por trás. Observei e analisei meus inimigos atentamente em cada passo que davam em minha direção. Parecia que haviam sido invocados, o que significava que não eram originalmente daquela região. Isso indicava que alguém poderoso estava causando problemas ali, confirmando que estávamos no lugar certo, mas sem ajuda suficiente para lidar com tantos inimigos.

- Christopher! - Selene gritava ao sentir o espaço seguro diminuindo.

Eu não podia ficar parado, então avancei. Sinceramente, não sei por quê, mas simplesmente fui em frente. Diante de mim, havia dois esqueletos poderosos, e ainda assim, eu avancei para enfrentá-los. No calor do momento, minha energia mágica começou a exalar. E, bom... ela tinha cor. Sei que isso que esta "cor" já apareceu várias vezes nesta história, mas não tenho culpa; de fato, era púrpura.

- Bart! - Christopher gritava ao me ver avançar contra inimigos claramente mais fortes que eu.

O primeiro esqueleto brandia sua espada e a balançava contra mim. Por "sorte", a ponta da lâmina bateu contra uma pedra irregular na parede do buraco onde estávamos, fazendo o braço do esqueleto recuar e abrindo uma brecha para que eu o atacasse. Aproveitando a oportunidade, enfiei a adaga que Christopher havia me dado antes de entrarmos no esgoto na cabeça do esqueleto. A lâmina era realmente poderosa; com uma única estocada e toda minha força, o esqueleto perdeu a cabeça e caiu ao chão desmontado.

- Q-Quê?! - Selene era a primeira a reagir espantada.

Ainda em frenesi, com a aura púrpura exalando do meu corpo, eu sabia que havia mais um esqueleto além do que eu tinha derrotado. No entanto, eu o perdi de vista por um momento. Quando o encontrei com os olhos, ele disparava uma flecha em minha direção. E por pura "sorte", tropecei em uma pequena pedra atrás de meu tornozelo ao me assustar com o esqueleto. A flecha passava direto, indo em direção ao esqueleto com o qual Christopher ainda lutava, acertando-o no peito. Embora já que o monstro estivesse usando armadura, a flecha não era o suficiente para matá-lo, mas abria uma brecha que Christopher aproveitou rapidamente para finalizá-lo.

- É... - disse Christopher, olhando para nossos inimigos caídos após o golpe. - Isso foi... - ele me olhou espantado. - Sorte?

Aos poucos, fui me acalmando, deixando de exalar minha energia mágica até que finalmente parou por completo. Não entendi completamente o que havia acontecido; apenas segui meus instintos de sobrevivência e, por sorte, consegui sobreviver.

- Não acho que seja apenas isso... - disse Selene, olhando para Christopher e depois para mim. - Enquanto avançava, Bart exalou uma energia mágica púrpura poderosa e, depois disso, simplesmente derrotou inimigos muito mais fortes que ele.

- Que ele exalou bastante energia mágica, eu senti, mas a cor... - Christopher riu, olhando para mim. - Púrpura?

- E-ei! Deve ser culpa sua... Desde que te encontrei, você vive usando coisas roxas. Eu devo ter sido influenciado pela cor... - Fiquei vermelho de vergonha.

- Uhum, sei! - provocou Christopher. - Dizem que a magia é definida depois que a pessoa tem uma relação muito forte com algo desde pequeno... - O capitão fez uma expressão de provocação novamente. - Acho que alguém aqui me admira, hein... E muito!

- Para com isso, seu velhote idiota! - Eu o empurrei, vaporizando de vergonha. - Tinha que ser logo essa cor? - murmurei, ainda mais envergonhado.

Sim, eu não havia escrito nada sobre cor de aura ou coisa do gênero em minha vida passada, mas já sabia qual seria meu poder nesta vida, pois fui eu quem o escolheu. Bartolomeu foi criado em minha antiga vida para ser um bucaneiro diferente do comum, então decidi dar a ele algo que o tornasse único, sem perder a essência de um pirata. Por isso, dei-lhe o poder da "Sorte". E, bom, sorte é sim um poder, como bem viram, me fez vencer monstros fortes que estavam pressionando até mesmo o capitão Christopher.

Enquanto caminhava na frente, pude sentir uma leve brisa em meu rosto, indicando que poderia haver uma abertura mais à frente. O capitão, depois de cansar de me provocar, também apressou o passo e logo chegou ao meu lado, sentindo também a leve brisa. Selene permanecia atrás, cobrindo nossa retaguarda e iluminando o caminho por enquanto.

- Existe algo à frente. - Fui o primeiro a dizer.

- Eu também senti... Volte para trás, não é bom abusar da sorte. - Christopher sinalizou, fazendo-me recuar levemente com a mão.

Naquele momento, ninguém mais me tratava como uma mera criança. Embora ele me fizesse recuar, era apenas por precaução e porque ele era nossa melhor linha de frente naquele momento. Não valia a pena discutir por algo tão simples quanto obedecer a uma ordem de alguém que claramente era superior a mim ali. Mesmo que não fosse, ele ainda era o capitão.

- Vocês realmente querem entrar agora? - Selene questionava.

- Não temos tempo, precisamos parar essa coisa antes que seja tarde demais... - Christopher adiantava-se, determinado.

Depois de ouvir isso, Selene permaneceu em silêncio, como se aceitasse a decisão do capitão. Eu olhei para ela e vi uma expressão não tão confiante. Talvez ela tivesse sido afetada moralmente depois do nosso último confronto.

- Está tudo bem, nosso capitão é forte. - Falei baixo para que apenas ela ouvisse, enquanto a tocava no ombro.

Como se aceitasse em silêncio a mulher sorriu para mim, e eu apenas aceitei aquilo. Quando não estava me provocando ou colocando alguma magia em mim, ela parecia até um ser humano.

Seguimos nosso caminho até encontrarmos Christopher. Não demorou muito para chegarmos a uma abertura em forma de arco que levava a um salão circular aberto, todo feito de pedras. O ambiente não era mais tão escuro, pois havia tochas acesas ao redor do salão que o iluminavam completamente. No centro, um círculo mágico brilhava em amarelo sobre uma pedra.

- O que é isso? - Christopher analisava o local, espantado.

Eu permanecia em silêncio, vasculhando toda a região. Estava tudo muito quieto, abafado e não fazia sentido haver "guardas" apenas na entrada. Por que eles não estariam no local principal?

Aos poucos, percebia que o teto estava muito úmido, explicando o ambiente abafado. Com as tochas acesas, a umidade das rochas evaporava, transformando o salão em uma espécie de sauna.

- Tem algo molhando o teto. - Eu sinalizava para Christopher e Selene.

- De fato. - Selene falava lentamente.

Christopher também olhou, e pude ver sua expressão ficando cada vez mais assustada ao se virar na minha direção, quando um clarão veio de minhas costas, fazendo-me querer correr e tropeçar em uma pedra mais alta, caindo de peito no chão. A magia passou direto, acertando a parede ao lado de Christopher.

- O que você está fazendo! - Christopher olhou furioso e espantado. - Selene!

- Tentei te dar uma morte rápida, mas aparentemente a sorte sorriu para você, porém, só dessa vez, Bartolomeu.