Chapter 15 - 15.

Harry acordou quando o relógio marcou às nove da manhã, o ruivo olhou em volta e acabou dando um pequeno sorriso, ele agora dormia no mesmo quarto que Liam, ele nem percebeu como isso começou, às vezes Harry tinha pesadelos e não conseguia mais dormir, mas quando estava com Liam, pareciam que os pesadelos não existiam, o homem também tinha pesadelos, Harry quase foi machucado várias vezes e Liam tem medo de chegar tarde demais e seu amado já não estar mais com vida.

Sam acabou se dando bem naquela máfia, as pessoas ali se tratavam com respeito, e Sam se sentia valorizado pela primeira vez, ele estava na equipe de Enzo, já que ele era realmente um ótimo hacker.

Harry chegou à cozinha, como sempre Liam já estava ali comendo seu café da manhã, e com ele tinha seu notebook.

— Bom dia.

— Bom dia amor.

Harry sorriu pelo apelido carinhoso que Liam lhe chamou, ele ainda não sabia como chamá-lo.

— Você disse que a gente ia fazer uma coisa importante hoje, por isso não vai ter treinamento para mim.

— A ala infantil, lembra?

— Vamos para lá?

— Sim, conversei com minha amiga, e ela concordou, é sempre bom ter novos funcionários para ajudar a cuidar das crianças.

— Isso é ótimo, qual o nome dela?

— Minha amiga se chama Sarah, a gente se conhece deis dos cinco anos, ela também adora crianças, infelizmente ela não pode ter filhos.

— Sério?

— Ela teve câncer no útero, e precisou retirá-lo para ter uma chance maior de viver.

— Isso é muito triste, mas ela não quis adotar?

— Ela sempre me diz que não chegou a hora certa.

— Ela vai saber quando chegar o momento certo.

— Sim, come o seu café da manhã, e então a gente vai.

Harry quis comer um pouco de iogurte com frutas, queria algo gelado, apesar de ter ar-condicionado dentro da mansão, no lado de fora parecia um forno.

— Estou pronto, Liam.

— Certo, então vamos.

Os dois então saíram da mansão e o motorista de Liam começou a dirigir para a ala infantil.

— Realmente é chamado de ala infantil?

— É como chamo, mas é um orfanato.

— Você que decidiu abri-lo?

— Sim, as crianças não têm culpa por seus pais serem idiotas, infelizmente, muitas outras máfias apenas matam ou vendem as crianças.

— Isso é nojento.

— As outras máfias não são como a minha.

Eles não demoraram muito para chegar, porém, Harry não estava vendo orfanato nenhum, ele parou na frente de um tipo de hotel cinco estelas.

— Onde está o orfanato?

— Na sua frente.

— É sério? Não é um hotel?

— Não, as crianças recebem apenas o melhor, por isso o lugar parece um paraíso infantil.

— Pelo menos elas vão ficar felizes, a maioria dos orfanatos não são tão bons.

— A maioria é porque mal recebe dinheiro para cuidar das crianças.

Eles entraram, parecia realmente uma recepção de hotel, tinha ar-condicionado, ainda bem, crianças corriam muito e não seria bom ficar nesse calor.

— Liam!

Uma mulher de cabelos cor-de-rosa e olhos verdes se aproximou, ela usava um uniforme violeta.

— Olá, Sarah.

— É bom ver você.

— Pintou o cabelo de novo?

— Fiquei enjoada do azul.

— Sarah, esse é meu namorado, Harry.

Sarah então se virou para Harry, o ruivo estende a mão para ela apertar, mas se surpreende ao ser abraçado.

— Desculpe por isso, estou tão acostumada a ficar abraçando as crianças.

— Tudo bem, eu não me importo.

— Como você é educado, espero que Liam aprenda com você.

Liam faz uma careta para ela que parece não se importar.

— Eu queria saber se poderia conseguir um emprego aqui, mas, eu não estudo nem nada do tipo.

— Se você quer trabalhar com crianças, não precisa de estudos, apenas paciência e muito amor, claro que vou ensinar tudo que você precisa saber, você pelo menos foi sincero e disse que não tem nenhum tipo de estudo nessa área.

— Já mentiram sobre isso?

— Infelizmente, um dos meus funcionários deu comida para uma criança muito pequena, ela se engasgou, mas consegui salvá-la, e demiti o idiota.

— Vamos começar agora?

— Quanto antes melhor, Liam espere aqui na recepção.

— Tudo bem, trouxe meu notebook e vou continuar meu trabalho.

Harry então seguiu Sarah, ela levou ele para um vestiário.

— Preciso que você vista esse uniforme amarelo, é para funcionários em treinamento, se você ficar com roupas normais, as crianças vão pensar que você veio adotar uma delas.

— Tudo bem.

Sarah lhe deu privacidade, e Harry trocou suas roupas, o ruivo então foi procurá-la, Sarah o levou até onde estavam as crianças, haviam realmente muitas.

— Aqui é onde ficam a maioria das crianças.

— Quantos anos elas têm?

— As idades variam, a criança mais velha daqui tem apenas seis anos, também temos bebês, mas é realmente muito difícil eles ficarem conosco por muito tempo, a maioria sempre escolhe recém nascidos.

— Entendo.

— Agora, vamos ao seu treinamento.

Primeiro, Harry observou Sarah interagindo com as outras crianças, era até que bem fácil, pois, só precisava falar com calma e carinho, isso já chamava a atenção das crianças. O ruivo percebeu que havia um garotinho isolado das outras crianças, ele parecia ter cinco anos, tinha os cabelos castanhos, e seus olhos eram azuis, Harry decidiu se aproximar e viu ele desenhando sozinho.

— Ei. — diz Harry, e chama a atenção dele. — porque você não brinca com as outras crianças?

— Melhor não, eles não vão gostar de mim, igual meus pais.

— E, porque não?

— Sou defeituoso.

Harry fez uma expressão triste, aquelas palavras não deveriam sair de alguém tão pequeno.

— E, porque você é defeituoso?

— Não consigo ouvir direito.

— Sério? Minha mãe também não conseguia, e ela virou uma grande médica.

Os olhos dele pareciam brilhar.

— É sério?

— Claro, só porque você é diferente, isso não significa que seja ruim.

— Quero ser um bombeiro!

— Talvez você realmente consiga.

— Obrigado moço.

Harry ficou surpreso por ele perceber que o ruivo não era uma mulher.

— Tudo bem, meu nome é Harry, e o seu?

— Sou Felipe.

Harry sorriu, ele logo percebeu Sarah olhando para ele, ela parecia feliz e decidida, Harry seria um ótimo funcionário para aquele lugar.