Eon, em sua infinita sabedoria, sabia que a verdadeira alegria só poderia ser alcançada através da escolha livre. A felicidade perfeita dos Nunin dependeria de sua capacidade de escolher permanecer na presença de Eon por vontade própria, não por obrigação. Assim, ele concebeu uma prova para testar a lealdade e o amor de seus seres espirituais.
A prova foi revelada aos Nunin em uma assembléia grandiosa. Eles se reuniram em um vasto plano de luz, onde Eon, radiante em sua glória, os saudou. Sua voz era como o som de muitas águas, profunda e reconfortante. Ele explicou que cada Nuni seria submetido a um teste, uma escolha que definiria seu destino eterno.
"Filhos amados," disse Eon, "Eu lhes concedi a vida e a consciência, dotados de grande sabedoria e poder. No entanto, a verdadeira plenitude de sua existência só pode ser alcançada através de sua livre escolha de permanecer comigo. Vocês serão provados, e aqueles que permanecerem fiéis a mim conhecerão a alegria perfeita. Mas saibam que aqueles que escolherem outro caminho serão separados de mim."
Os Nunin receberam a notícia com uma mistura de reverência e antecipação. Eles estavam determinados a passar na prova, ansiosos para alcançar a plenitude da alegria que Eon prometera. No entanto, entre eles havia um ser cuja perfeição destacava-se de maneira especial: Kirium.
Kirium era o mais esplêndido de todos os Nunin, dotado de uma beleza incomparável e uma sabedoria que parecia não ter limites. Eon o havia criado com grande esmero, e todos os Nunin admiravam Kirium por suas muitas virtudes. No entanto, dentro de Kirium, algo começou a mudar ao ouvir sobre a prova.
Enquanto os outros Nunin se preparavam com humildade e devoção, Kirium sentia uma inquietação crescente. Ele começou a questionar a necessidade da prova e a ponderar sobre a verdadeira natureza de Eon. Por que, ele se perguntava, um ser perfeito e onipotente precisaria testar suas criações? E se a verdadeira liberdade estivesse em se afastar do controle de Eon e descobrir seu próprio caminho?
Essas perguntas começaram a corroer a mente de Kirium, e ele se sentiu cada vez mais inclinado a desafiar o desígnio de Eon. A inquietação de Kirium não passou despercebida por Eon, que, em sua infinita paciência, observava o dilema de seu amado ser.
A prova começou, e cada Nuni enfrentou seus próprios desafios internos. Para muitos, a prova era um teste de fé e devoção, uma oportunidade de demonstrar seu amor por Eon. Para Kirium, porém, a prova tornou-se uma batalha interna entre sua admiração por Eon e seu desejo de independência.
Conforme os Nunin passaram pela prova, a maioria permaneceu firme em sua lealdade a Eon. Eles resistiram às tentações e dúvidas, escolhendo a presença de Eon acima de tudo. Mas Kirium, consumido por suas ambições, não conseguiu aceitar os desígnios de Eon. Ele cobiçava o poder e a autonomia que acreditava serem seus por direito.
No momento crucial de sua prova, Kirium declarou sua rebeldia. "Eon," ele proclamou, "por que deveríamos nos submeter a ti? Por que não podemos ser como tu, livres para seguir nossos próprios caminhos e destinos? Eu rejeito tua prova e escolho meu próprio caminho!"
A declaração de Kirium ecoou entre os Nunin, causando um murmúrio de choque e preocupação. Eon, em sua infinita compaixão, deu a Kirium e aos Nunin a liberdade de escolha que havia prometido. Ele permitiu que Kirium tomasse sua decisão, sabendo que as consequências dessa escolha seriam profundas e duradouras.
Assim, a maioria dos seres espirituais permanecendo leais a Eon, enquanto Kirium, o mais perfeito entre eles, escolheu o caminho da rebelião. As sementes de uma grande e terrível batalha foram plantadas, e o destino dos Nunin começou a se delinear sob a atenta vigilância de Eon.